Ter uma conversa com meu pai e minha mãe era algo que eu já sabia que iria acontecer, cedo ou tarde.
Minha mãe estava péssima, seus olhos estavam inchados e com olheiras profundas, seu cabelo estava desgrenhado e ela parecia ter envelhecido dez anos em quatro dias. Meu pai era a mesma incógnita de sempre, sem parecer se importar ou ligar para nada. Era como se nada disso fizesse parte do mundo dele.
— Como você sabe, daqui três dias vamos embora — falou minha mãe, calmamente.
— Vamos nos separar. Vou continuar em Winstonford, na minha outra casa — disse meu pai. Ele falava do mesmo jeito que uma pessoa comentava o tempo lá fora, com uma indiferença que me fazia desejar berrar de raiva.
Tudo bem para mim. Era o melhor. Meus pais nunca se amaram mesmo e eu não era do tipo que caía em depressão por causa dos pais se divorciando.
— Hm.
Pov’s WillParticularmente, eu não sabia dizer se Mattias e Sam eram mesmo irmãos ou não. Talvez. A possibilidade era grande. Ambos eram loiros, olhos verdes. Por que não? Sem querer ser egoísta e nem nada, mas se eles fossem, pelo menos não havia mais nenhuma chance de a Sam sentir alguma coisa, digamos, indecentes por Mattias. Mas eu sabia que ela não tava nenhum pouco afim de ser irmã dele. Aquilo a deixava doente, e por esse motivo, eu preferia que eles também não fossem. Eu só queria ela bem. Ela estando feliz, eu também estava.Quando decidimos arrumar nossas malas para voltarmos, me perguntei se aquilo seria bom. Sabe, ir embora da Califórnia. Depois de um tempo, decidi que sim. Seria quase um novo começo, um início, só mudaria a paisagem, as pessoas e a rotina.E além do mais, Sam e eu… estava perfeito entre a
Os fogos de artificio rugiram e estralaram no céu escuro em vários tons de cores: dourado, vermelho, azul, verde, laranja. Alguns estouravam e formavam pequenas estrelas durante alguns segundos, chiando. Outros fascinavam e deixavam tudo mais belo por causa das cores.Finalmente Nicholas Hunter Steiner estava se acertando comigo.Antes de partimos, eu havia o procurado, lhe fornecido dinheiro, e tudo que ele teve que fazer era comprar os fogos e os estourarem no céu. E Nico estava fazendo isso muito bem."— Eu nunca esqueço uma dívida, gata. E eu tenho uma enorme com você. Pode se mandar agora, na paz, na boa. Adeus."E somente meia hora depois, enquanto os carros dos Carbone, e dos Sartori se afastavam cada vez mais da casa de praia, número 38, da área particular, da área pública da praia e do deck, os fogo
Solucei e suspirei.— Ainda, não é? Daqui a pouco já não vai estar mais, merda!Mattias deu uma risada triste e abafada. Realmente parecia estar fazendo a canalhice de gostar de saber que eu me importava. Ele bocejou, abriu a janela, como que para ajudar a espantar o sono e o cansaço. O vento invadiu o carro e esvoaçou nossos fios claros.— Tente entender, Carbone ou Sartori — ele sorriu e limpou minha face com a ponta do dedo. — Preciso conhecer coisas novas, recomeçar minha vida, talvez me apaixonar de novo… e principalmente ficar ao lado da minha mãe. Vamos morar na casa do meu avô durante um tempo, até conseguirmos um apartamento legal. Vai ser bom para mim, para você, além do mais, preciso de um tempo longe do velho. E mesmo se passar uma centena de anos, e meu pênis parar de funcionar, eu jamais esquecerei de você, loirinha. Eu juro.
— Eu sei que sim, ele tem. E eu tenho os meus para querer você — beijei os lábios macios dele, aprofundandoos lentamente, enquanto as mãos dele não perdiam tempo para entrar por dentro da minha blusa.Longos minutos depois, Will me olhou carinhosamente.— O que é isso? — perguntou, olhando a caixinha que novamente eu já ia me esquecendo.Franzi o cenho. Me sentia triste saber que ele ainda havia lembrando em me dar um presente antes de ir. Aliás, eu me sentia triste por quase tudo, reparou?Bem, só que talvez eu já estivesse melhor o suficiente para saber o que tinha dentro.— Ah… Mattias me deu — tirei a tampa delicadamente, apreensiva.Dentro havia a concha. Tinha quase me esquecido dela. Meus olhos voltaram a ficar molhados, mas n&a
Subi e me sentei na janela do sótão, era ali meu quarto. Elevei meu olhar ao céu, abraçando meus joelhos e debruçando minha cabeça nele.Desde pequena eu adorava olhar as estrelas. Gostava de procurar constelações e gerar histórias. Gostava de imaginar que há centena de anos outras pessoas viam as mesmas estrelas que eu.Os fones em meus ouvidos tocavam Wonderwall em volume máximo, apesar de eu não estar prestando muita atenção a música, e sim na vista à minha frente.Logo minha vista começou a embaçar e tentei reprimir um soluço. Enxuguei meu rosto molhado pelas lágrimas, e mais uma vez pedi aos pontos brilhantes no negrume escuro do céu que tudo ficasse bem.(…)Aos 15 anos de idade, eu tinha cabelos loiros e irritantes, olhos grandes e claros. Agora, falando em moda, look e essas babaquices, er
– Ei! Mattias, espere! — falei, o alcancei fazendo o se virar para mim com um puxão no ombro.Ele me olhou com um risinho. Senti algo no meu estômago afundar quando meus olhos cruzaram com aquelas covinhas. Tentei fixar os olhos em um ponto na minha frente: o refeitório, e não os olhos dele.– Você não acha que eles vão pirar de novo, que nem ano passado e carregar a gente pra mais algum lugar maluco, acha? — Perguntei com a voz fraca.– Eu tenho certeza — disse ele —, mas esse ano vai ser diferente, você querendo ou não — disse ele, me olhando de esguelha.Os amigos idiotas dele apareceram e eu decidi me afastar Cruzei os braços. Mesmo quando eu já estava de costas, senti seus olhos ainda pregados em mim.Fui até o refeitório, onde Emma lanchava ao lado de Will, meu viado amor da minha vida.– Oi, Wil
Entrei no carro batendo a porta na cara dele, logo em seguida Emma e Will entraram e se sentaram ao meu lado.Dei mais um berro pedindo para que meus pais viessem logo, mas aparentemente eles haviam simplesmente parado para conversar com a Carly e com o marido dela.Deitei a cabeça no ombro de Will, resmungando baixinho. Sabe-se a hora em que eles parariam de conversar.– Acalma-se, Sammy, acalma-se — disse ele, em um sussurro.– Calma? Impossível ter em um momentos desses… — falei.Emma suspirou, como se estivesse irritada, falou:– Você é muito… idiota, Samira! O que esse moleque te fez, afinal? Nada! E você fica simplesmente esnobando ele. Sinceramente, eu acho que você deseja o corpo nu dele, você o ama, mas para se convencer que isso não &
– Não. — falei virando-me de volta e indo para a barraca.Um cara que deveria ter seus trinta anos, sarado e bronzeado do sol sorriu. Previ que fosse o dono do estabelecimento. Se bem que tava meio óbvio.– Ei, posso ajudar? — perguntou ele com um forte sotaque sulista.– Quanto tá o aluguel da prancha de surf? — eu disse.Ele disse o preço e eu escolhi uma, paguei e saí levando ela.Dois minutos depois Mattias foi lá e saiu com uma prancha na mão também.– Tem certeza que não quer que eu te ajude? — falou ele.– É claro que não — falei.– Tem certeza? — tentou ele de novo.Bufei.– TENHO.Ajeitei a prancha no mar e como já havia visto em filmes, me joguei sobre ela, procurando manter o equilíbrio enquanto me distanciava cada vez mais. Quand