Caminhei devagar; Mattias e Josh entraram na frente. Aliás, só acho que Josh não deveria nem estar ali, ele tava quase que caindo de bêbado. Sei que é errado desejar o mal ao próximo, mas, eu estava torcendo pra que ele tivesse uma resseca do caralho amanha, pra ver se aprende.
Dei de ombros, Will e Emma me puxaram até a pista de dança, onde começaram a fazer chuva de balão de tinta e em dois segundos eu estava toda imunda, mas animada.
POV’S Mattias
Josh subiu em cima de uma mesa e começou a dançar. Otário.
Tirei ele de lá e comecei a chacolha-lo.
– Sai dessa Josh, seu gay — falei.— Vou te levar pra casa…
Mas aí Missy apareceu. Porra.
Ela estava linda em uma mini-saia e sandálias de salto. Ela veio até o Josh, sussurrando algo no ouvido dele. Ao mesmo tempo ele ficou bem, seus olhos se esbugalharam e ele deu um sorrisinho de canto e disse:
– Brianna tem outra amiga.
E saiu, assim, do nada. Missy sorriu sem graça e se recostou na mesa ao meu lado. Ela observava a pista de dança. Estava me dando uma segunda chance com ela. Eu seria um gay se não chamasse ela pra dançar e sabia que mais tarde Josh me zoaria se eu não pegasse ela, bem, talvez esteja na hora eu tirar o atraso. Mas e a Samira?
Foda-se.
– Quer dançar? — perguntei, estendendo a mão.
Ela aceitou prontamente e juntos seguimos para a pista de dança.
POV’S Mattias OFF
Deixei que a musica me envolve-se e logo esqueci os problemas.
Will e Emma dançavam comigo animadamente ao som de uma musica eletrônica, naquele momento senti que nada mais me preocuparia ou me chatearia, ou quase nada.
Mattias e aquela garota esquisitinha que tava lá no quiosque foram pra pista e começaram a dançar de rosto colado, e conversavam em sussurros, os mirei com os olhos por alguns segundo e senti meu rosto esquentar ao perceber que Will me olhava com uma expressão engraçada.
– O ciúmes tá muito forte? — Perguntou.
– Qual é — falei, e dei de ombros indo até a mesa de open bar. — Uma água, por favor.
O garçom me entregou a água e eu paguei, me virei a tempo de ver Mattias enfiar a língua na boca da garota.
POV’S Mattias
Ela me beijou. P**a que pariu. Não sabia que ia ser tão fácil assim com ela.
Nos beijamos com desejo, segurei na cintura dela, mas logo ela parou o beijo e me olhou sorrindo.
– Vem comigo — falou.
Meu deus, é hoje.
Missy me pegou pela mão e me puxou até o lado oposto do cômodo, onde tinha uma escada. Subimos devagar, mas eu tinha uma certa pressa contida. Chegamos ao patamar, onde havia gente bebendo, fumando e se agarrando.
Por lá tinha vários quartos, e ela me levou ao segundo da esquerda. Entramos. Era um quarto branco com rosa, completamente feminino, provavelmente era seu. A joguei na cama e deslizei para cima dela.
Eu a beijei vorazmente, minhas mãos percorriam todo o seu corpo. Puxei a blusa dela pra cima, e desabotoei o botão da saia, puxando pra baixo. Logo, estávamos semi-nus.
POV’S Mattias OFF
Segui com os olhos Mattias e a garota subirem as escadas de mãos dadas.
Dei um gole na minha água e olhei chateada por toda minha volta. Josh estava dançando feito louco com uma menina desconhecida, e Will andava até mim com uma cara gozada.
Ele parou ao meu lado e disse:
– Você pode até disfarçar, mas não consegue esconder.
– Tá falando do quê? — perguntei sem olha-lo.
– Samira, você não consegue me enganar, você gosta do Mattias.
– Não, pirou? — falei, corando bruscamente.
– Então, suponho que não vai se importa se eu fizer isto. — disse.
Ele pegou em meu rosto, aproximando-o do dele e logo senti o sabor hortelã com guaraná da boca dele na minha. Fechei os olhos, e deixei-me envolver no beijo. Seus lábios eram macios e doces. O beijo era suave e carinhoso, mas de certa forma, ardente. Senti meu coração apertar. Will era meu melhor amigo, isso estava errado…
– TODO MUNDO PARADO — ouvi a voz alta, forte e clara.
Rapidamente, Eu e Will nos despregamos, e evitamos nos olhar, envergonhados. Ao mesmo tempo eu estava assustada. O que estava acontecendo?
Ouvi os gritos das pessoas ao meu redor. Era a polícia.
Will pegou em minha mão, e com a voz tensa falou:
– Samira, cadê a Emma? Vamos embora, rápido! Vai dar merda.
Corremos no meio do alvoroço das pessoas e achamos a Emma puxando o Josh até a gente.
– Vamos embora — disse ela com a respiração acelerada.
Ela apoiou Josh, bêbado, nos ombros e corremos até a porta dos fundos, a saída, até que parei e falei tremendo de nervosismo:
– Espera! O Mattias!
– Esquece ele, ele sabe se virar sozinho! — exclamou Emma.
Continuamos a correr, e já estávamos entrando no mato pra chegar a praia quando fomos barrados:
– Você quatros, parem! Polícia.
POV’S Mattias
Trocamos de posição, e eu continuei a beijá-la.
– Agora, vai! — Ela gritava e gemia, mordia meu ombro e cravava as unhas na minha costa.
Ai, meu deus, quase lá… omg…
eu acho que… eu acho que vou…
Um estrondo na porta me assustou.
Rapidamente pulei da cama e me cobri com um lençol, Missy levantou-se também e puxou o lençol, e eu fiquei completamente nu.
– Polícia! — disse um cara forte e carrancudo.
Peguei um travesseiro e pus em meus documentos. Completamente desnorteado. Que caralho, logo na melhor hora!
– Vocês foram pegos em flagrantes em um festa com drogas e bebidas, e claramente são de menores. Onde moram? — perguntou ele.
Droga, droga, droga. Fodeu a porra toda. E agora? Eu dava o endereço da casa pra ele? Provavelmente iria levar uma baita bronca da minha mãe, mas não tinha solução mesmo, ou era dar o endereço e a bronca da minha mãe ou é ir pra trás das grades.
– Casa de praia, numero 38 — falei, frustrado.
– O.K. Vista-se, vou te dar uma caroninha até lá — disse ele com um sorrisinho sarcástico.
– Eu moro aqui — falou Missy.
– Ah sim, sim, e quem é o responsável pela casa? — perguntou ele.
– Meu irmão — respondeu.
– Cadê ele?
– Deve tá lá pra baixo.
– Tudo bem, vistam-se — disse ele, autoritário.
Ele encostou a porta e eu soltei o travesseiro e peguei a roupa do chão. Missy fez o mesmo. Eu sabia que o policial ainda estava ali, por isso não daria pra mim fugir e mesmo se desse eu já tinha revelado o meu endereço.
Coloquei a roupa e mal olhei Missy direito. Eu sabia que ela se daria mais mal do que eu, pois ela era uma das donas da casa. Mas pouco me importei, terminei de colocar a roupa e mandei um olhar de foi bom enquanto durou e saí do quarto.
Como eu imaginava, o policial me esperava do lado de fora do quarto, quando eu saí ele agarrou meus pulsos e os algemou.
– Nossa, mano, precisa mesmo de tudo isso? — perguntei, incrédulo. — Até parece que eu sou algum louco perigoso.
– Por via das duvidas — disse ele.
Eu fui andando na frente e ele atrás. Descemos as escadas e a casa estava bem mais vazia. Havia policias por todos os lados e gente sendo levada para camburões de polícia, como eu. E havia um cara de uns 20 anos ou mais que discutia com um policial, deveria ser o irmão da Missy.
Chegamos lá fora e reconheci Samira, Emma, Josh e Will parados ao lado de outro policial.
– Esse aqui vai pra casa de numero de 38 — falou o policial que estava comigo. — Pode dar uma carona pra ele? Têm mais adolescentes pra eu levar pra casa.
– Ah, vejam só — disse o outro policial dando um sorriso amarelo —, vão tudo pra um lugar só, e sabe o que é engraçado?
Sacudimos a cabeça.
– É que a denuncia surgiu de lá — continuou ele.
Agora a porra ficou séria.
POV’S Mattias OFF
O policial parou a gente e fez que esperássemos seu outro colega policial chegar, o que logo aconteceu. Ele apareceu acompanhado por Mattias.– É que a denuncia surgiu de lá. — Disse nosso policial.Droga, droga, droga. É óbvio que tinha sido minha mãe, ela com certeza tinha percebido que não estávamos no quarto, ouviu o som de música alta, sacou onde estávamos e pra nos lascar de vez chamou a polícia.– Entrem no carro, anda — disse ele.Nos apertamos no banco passageiro e Emma falou:– Tá vendo, tudo culpa sua, Mattias, se você não tivesse obrigado a Samira a vir…– Ela veio porque quis — retrucou Mattias, dando de ombros.Na verdade, eu mal prestava atenção. Eu ainda sentia o gosto da boca do Will na minha.Will soprava a franja compulsivamente, mania que aparecia sem
— Ei, ei, ei! Que putaria é essa aqui no quarto?Will descolou os lábios dos meus. Viramos a cabeça e encaramos Emma em pé. Ela piscava rapidamente por causa da luz, estava de braços cruzados e nos olhava de cara feia.É mesmo, que putaria era aquela no quarto que por acaso eu estava participando?Olhei para Will, atordoada.— Isso é amizade colorida? — perguntei ignorando Emma. — Putaria entre amigos?— Sem compromissos — respondeu Will, meneando a cabeça. — E aí?— Sei lá — franzi a testa.— Aceita ou não? — teimou.Sem compromissos? Sem encanação?— Mas a nossa amizade continua a mesma?— Aham, mas com bônus.Sorri. Por que não?— Beleza — murmurei aproximando nossos rostos.— Tá, t&aacu
— O que você quer? — falou ele, ríspido.— Tá tudo bem? — perguntei. Não, né, sua sonsa, não tava vendo que ele estava chorando? Só eu mesmo pra perguntar isso.— Está — murmurou ele.— Não ligue para seu pai, ele não sabe o que f…— Tanto faz, Samira. Pode me dar licença?Era a primeira vez que ele era grosseiro comigo. Ele podia ser irônico, chato, arrogante, safado, mas nunca usou a grosseria comigo. Até aquele momento.— Mattias…— Não preciso de mais ninguém me julgando. E se você contar pra alguém que me viu chorando, eu te mato.— Não vou te julgar, droga. E daí que você t&aac
Povs EmmaPor que eu havia ficado com raiva de ver Samira e Will se comendo? Porque sim.O.k: Amigos não devem se pegar. Isso é cilada. Eu já havia feito a burrada de ter um amigo colorido, e hoje em dia, se estivermos na mesma calçada, eu mudo de lado.O que eu queria dizer é que não gostaria de perder Will e Sam, não queria que nos separássemos, nem brincando. Eu amava aqueles dois mais do que muitas coisas por aí.Enquanto eu lavava a louça, Josh enxugava. Eu mal conhecia esse garoto, mas ele parecia bem diferente do seu amigo, Mattias. Nenhuma vez ele tentou dar em cima de mim. Aliás, ele parecia até um pouquinho tímido quando não estava bêbado.— Não é nada contra a Caroline, mas aquele cabelo dela é muito brega — fofoquei.— É. Eu também achei — murmurou ele.
Peguei a concha com muito cuidado, aproximando-a do meu ouvido direito. Eu nunca havia pegado em uma concha tão bonita e grande antes como aquela. Dizem por aí que se você coloca-la no ouvido, pode ouvir o mar. E agora eu posso garantir que pode.Quando descolei a concha do ouvido, meus olhos cruzaram com o de Mattias e ele sorriu.— É legal, né? — disse ele, cruzando as pernas. — Meu avô fazia coleção. Ele morava na praia. Era um sujeitinho legal.— Bem, conchas são legais. A única pessoa que eu conheci que fazia coleção de alguma coisa, fazia coleção de figurinhas de chiclete — falei torcendo o nariz.Mattias riu:— O que vale é a intenção, poxa— É, acho que sim — de
Pegamos uma estrada que ficava atrás da casa de praia. A cidade não era longe, dava para ver as suas luzes de onde estávamos, realmente visíveis. A cada passo nosso, dava pra enxergar cada vez melhor os prédios, ruas e avenidas pavimentadas. Mattias e eu ficamos o tempo todo trocando ironias. Era incrível a capacidade daquele garoto ser irritante.Depois de mais ou menos quinze minutos, chegamos à cidade. Estávamos parados em uma praça, com um chafariz no centro, gramas e arbustos enfeitados, postes de iluminação multicoloridos e duas rampas de skate. Ah, e havia vários garotos bonitos, bem, na realidade, bonito era apelido. Digamos que eles deixavam Mattias no chinelo.Percebi que aquele garoto que deu a festa na noite anterior também estava lá. No momento ele usava uma blusa cavada que dava pra ver que ele tinha várias
Pov’s MattiasA mulher do caixa definitivamente era uma coitada. Loira platinada e 5 kg de maquiagem. O que será que ela havia passado nas bochechas para ficarem tão avermelhadas? Massa de tomate? Era possível. Os olhos dela eram bem claros, com uma maquiagem escura que estava derretendo, criando um efeito pavoroso, e da maneira que ela me olhava, eu pensava seriamente que talvez ela fosse uma possessão demoníaca. Ai, até me arrepiei. Mas ela me causava menos medo do que a outra loira que estava do meu lado. Só que essa loira é bonita, ao menos.O rosto de Samira estava fechado em uma carranca de raiva. Ela pegava os refrigerantes com violência, e se ela fizesse só mais um pouquinho de força, era bem provável que ele estourasse e fizesse um buraco no teto. Ai ele cairia na nossa cabeça e todo mundo morria. Fim.Tudo bem, eu meio que exagerei, eu sei.
Eu estava sentada à beira mar; era tão cedo que o sol ainda estava começando a despontar no céu. Eu andava fazendo muito isso, acordando cedo para respirar ar puro, ficar em frente ao mar, só olhando… e também ficava de noite, por horas e horas, olhando o céu, as estrelas e a lua. Geralmente quando eu acordava cedo, eu voltava a dormir depois. Eu fazia isso porque havia parado de sair depois da pequena treta no mercado. Só saía quando Mattias não estava por perto, ou seja, quando eu deveria estar dormindo.Não me leve a mal, eu não estava com raiva dele, mas eu precisava evitar vê-lo pra não ficar.E eu também me sentia estranha. Aquele era um daqueles dias em que eu não sabia o que sentia. Não sabia o que fazer da vida. Me sentia um mistério, uma incógnita, incapaz de me desvendar ou ser