POV WADEFiquei surpreso ao ver Leonidas na porta. Ficamos nos encarando em um silêncio sepulcral.Droga! Ele deve ter me seguido. A gente se viu fora da minha casa quando eu estava vindo pra cá. Ele dirigia seu novo Audi A8.— Vocês estão juntos? — Leonidas riu com malícia.— Eh... — olhei para Carla e ela devolveu o olhar, depois baixou seus longos cílios negros. — Sim. Deixa eu te explicar...— Não precisa — respondeu em voz baixa, tenso de raiva, e foi embora.Droga! Ele vai contar pro Ismael.— Já volto — falei pra Carla e corri atrás de Leonidas, que andava rápido demais em direção ao carro.— Leonidas, espera! Deixa eu falar com você.Leonidas parou e se virou pra mim, depois me empurrou forte no peito.— Te peguei!— Ei! — Quase caí, mas consegui manter o equilíbrio. — Eu sei. Me desculpa.— Não me importo que você esteja com a Carla. Ela é uma garota legal. O que me incomoda é você ter quebrado o nosso código de irmãos. Vai se ferrar, cara. Como você pôde fazer isso com o Ism
POV WADE—Ah! Você já chegou. Pode me ajudar com isso? —disse minha mãe quando entrei na cozinha. Ela apontou para a bandeja com a carne marinada.—Claro —peguei a bandeja e a coloquei na geladeira.Mamãe também estava preparando o jantar. Um prato filipino: frango adobo.—Posso provar um pouco? —A comida cheirava tão bem que me deu fome.—Tá bom. Só um pouco. Você não vai querer estragar o jantar —disse minha mãe, colocando um pouco de carne num prato e deixando-o no balcão.Sentei-me no banco do balcão, peguei o prato e cheirei a comida.—Mãe, tem um cabelo na comida —falei, tirando-o.—Sério? Meu Deus. Você devia trocar de xampu, Wade, seu cabelo tá caindo.Balancei a cabeça. Mamãe estava brincando de novo.—Olha, é ruivo. É seu. —Mostrei o cabelo e ela olhou de perto.Mamãe me deu um garfo e uma faca. Comecei a comer.—Mãe.—Sim?—Você se lembra da garota que te vendeu uma caixa de biscoitos, há... —Olhei de lado, tentando lembrar quantos anos tinham se passado.—Uma garota? —Mamã
POV CARLADepois de horas pensando no que vestir, decidi por uma calça jeans preta e um moletom cor pêssego sob minha parka verde cáqui. Depois calcei botas pretas que iam até a metade da panturrilha. Estava pronta, vestida trinta minutos antes de Wade chegar.Estava nervosa para conhecer a família do Wade. E não é uma família qualquer. São os Pedrosa. Uma das famílias mais ricas do mundo.Como reagiriam ao me conhecer, uma garota comum? Eu queria que gostassem de mim. Só esperava não passar vergonha na frente deles.Pensei várias vezes em desistir, achando que era cedo demais para conhecer a família dele. Ontem ele se tornou oficialmente meu namorado e hoje já vou conhecer os pais. Mas Wade disse que o pai e a mãe também me convidaram, não foi só ele. Esmeralda e Rubi também estavam animadas para me conhecer pessoalmente.Fui até a cozinha buscar os biscoitos que havia assado antes. Fiz muitos biscoitos e os coloquei numa caixa verde grande. Amarrei um laço vermelho por cima da caixa
POV ALICIAOh, Deus! Onde está meu celular?Dei um tapa na testa e depois cocei a cabeça. Senti pequenos flocos brancos caindo no meu terno preto de negócios, como se fossem flocos de neve.Droga! Essa caspa está piorando. Talvez seja porque sempre uso o cabelo preso em um coque, como meu namorado gosta, ou talvez seja culpa daquele novo shampoo que experimentei recentemente. Seja o que for… não importa agora. Só preciso encontrar meu celular.Desesperada, comecei a jogar almofadas, roupas, revistas e qualquer coisa que estivesse no caminho, procurando no meu pequeno apartamento de cinquenta metros quadrados. Onde diabos eu o deixei? Lembro-me de que, ao chegar em casa, só passei pelo banheiro, tirei o casaco e me joguei na cama.Oh, não…! Acho que o deixei no escritório! Olhei as horas no meu relógio: já eram seis da tarde. Ótimo. Eu precisava do meu celular; Jay me ligaria hoje à noite por volta das oito.Jay Bredom, meu namorado, é um jovem repórter de campo da rede ABZ Television
POV ETHANMerda.Eu desabei na cadeira, tremendo ao me sentir saciado. Grossas gotas de suor deslizavam pelo meu corpo enquanto cada célula começava a relaxar.Mas o sentimento de culpa ainda estava lá, me fazendo lamentar por que diabos eu tinha feito isso de novo. Da última vez, prometi a mim mesmo que devia parar, mas aqui estou eu, caindo de novo. Por que não consegui me controlar para não tocá-la? Isso me fazia sentir tão fraco, incapaz de resistir.Observei Grace vestir o vestido. Aquele vestido sedutor, com uma fenda mais alta que o Monte Everest. Um movimento e ele revelava sua montanha, úmida e pronta.Droga! Ela é tão boa na cama. Conhece as fraquezas e os pontos de prazer de um homem.Deveria parar. Isso já não me ajudava, estava me destruindo. Onde estava meu orgulho? Sou um homem, pelo amor de Deus. Eu mereço algo melhor.Seis anos atrás, Grace me deixou para se casar com um velho bilionário australiano. Naquele momento, eu não era ninguém na Itália, apenas um jovem com u
POV ALICIASaí do escritório quase correndo, sentindo-me como se tivesse visto um fantasma. Ver meu chefe, Ethan Miller, em uma cena tão intensa e desenfreada sobre sua mesa foi algo assustador e, no entanto... surpreendentemente excitante.Em seu estado desnudo, ele irradiava força e sensualidade, como um daqueles heróis da Marvel. Não pude evitar pensar em como ele se parecia com todos os "Chris" mais bonitos de Hollywood: Hemsworth, Evans, Pratt, Pine...Mas ele não é o meu tipo.Ethan é seguro de si, com uma personalidade imponente, intimidadora e dominante. Às vezes, ele me faz saltar quando dá ordens. Sempre que ele entra em uma sala, posso sentir como sua energia poderosa me envolve, como se emanasse cem mil volts. Seu temperamento é exaustivo, e todos tememos desagradar a ele. Inclusive eu.*Fora, chovia torrencialmente. Não tive outra opção senão correr até o ponto de táxi mais próximo. Abri a porta de um táxi e me acomodei dentro. Quando olhei para o motorista pelo retrovis
POV ETHAN —Ei, vai mais devagar —disse meu primo, Dillan Pedrosa, enquanto eu tomava outro copo de uísque em menos de um minuto—. Está tentando se suicidar?—Estou muito frustrado. Meu orgulho está no chão, como lixo.Vi Grace e seu marido há algum tempo em um evento beneficente. Ela sabia que eu estaria lá. Estava usando um vestido muito sedutor e não parava de piscar para mim. O pouco autocontrole que eu tinha quase se foi quando ela deliberadamente encostou os seios no meu braço ao pegar uma taça de vinho que estava na mesa. Ela estava me provocando, e eu estava muito vulnerável aos seus encantos.—Não seja estúpido.—Essa garota é uma manipuladora. Ela me trata como se eu fosse seu brinquedo —levantei-me, cambaleando. Droga! Voltei a sentar no banco do bar e pedi outro copo de uísque.—Não. Sirva uma cerveja para ele —ordenou Dillan ao barman.Eu estava tão irritado que pensei que enlouqueceria. Precisava de alguém com quem conversar, e Dillan era o único em quem eu podia confiar
POV ETHAN Segunda-feira de manhã, e eu não estava de bom humor. Ainda sentia os efeitos da ressaca da noite anterior. Parei no Starbucks a caminho do escritório e pedi um espresso gelado para me manter acordado.Maldição! Precisava superar o que sentia por Grace. Isso não podia continuar assim; minha estabilidade emocional, minha vida e a carreira que tanto me custou construir estavam em jogo.Estacionei minha Ferrari no estacionamento subterrâneo do prédio e tomei o último gole da minha bebida antes de jogá-la no lixo. Em seguida, entrei no elevador que me levaria ao meu escritório.— Bom dia, Sr. Miller.Parei ao ouvir uma voz desconhecida. Virei-me e vi uma mulher pequena, de pele clara e cabelo curto, sentada no lugar da Srta. Montenegro. Ela parecia filipina.— Sou a Sra. Florencia Abanilse, do Departamento de Recursos Humanos. Hoje estou substituindo a Srta. Montenegro; ela não pôde comparecer.Não me lembrava da Srta. Montenegro ter faltado antes. Ela sempre era pontual, ou ch