POV CARLA— Como está o Jordy? Ele está bem? Você deu algo especial para ele no Natal? Me mande uma foto dele — disse a tia Abigail ao telefone.— O quê? — perguntei confusa, desorientada por ter acordado de repente.— Sua idiota! Onde está o Jordy? — gritou a tia Abigail.Afastei o telefone da orelha e olhei para o relógio. Era uma da manhã.— Ele está lá em cima, na sala — respondi.— Você ligou o aquecimento? Ele pode pegar um resfriado — disse a tia Abigail. De repente, foi a Ângela quem falou comigo. — Se ele ficar doente, vou colocar a culpa em você. Vai, tire uma foto do Jordy, já estou morrendo de saudades do meu bebê. Depressa!Subi as escadas e acendi as luzes. Tirei uma foto do Jordy e enviei para Ângela.Sem agradecer, sem desejar feliz Natal, sem demonstrar preocupação... só ordens e gritos. Nunca me trataram como parte da família. Jordy tem mais sorte do que eu.Voltei para a cama e pensei no Wade. Pensar nele me fazia feliz.Falava com ele todos os dias desde que ele ch
POV WADEDepois de tomar a aspirina, voltei para a cozinha com a mamãe, Margaret e Rubi. Estava tomando chá. Agora me sentia muito melhor.Rubi segurava um sorvete, sentada em um banco ao meu lado. Estava falando sobre as princesas da Disney.—Mas eu gosto mais da Moana —disse enquanto lambia o sorvete que escorria pela mão. Nosso cachorro, Marsh, esperava, lambendo cada gota de sorvete do chão.Esmeralda apareceu usando uma coroa. Metade dos convidados achou que era o aniversário dela.—Meu Deus! Meu Deus! Vocês viram?—. Esmeralda entrou na cozinha parecendo histérica. —Claro que não. Vocês estão todos aqui escondidos na cozinha.—O que aconteceu? —perguntou mamãe.—Eu não deveria ter convidado ela. Ela roubou toda a atenção! Está de novo sendo o centro das atenções. Grrr!—Quem? —perguntei.—Quem mais? A Regina! Eu odeio ela. Me arrependo tanto de ter convidado. Como pude ser tão burra! Ela está no palco com o DJ. Nem sabia que cantava tão bem—. Murmurava, reclamava, falava sozinha
POV WADEMeu coração disparou no momento em que Carla abriu a porta. Ela estava tão linda com o pijama e a jaqueta acolchoada. Seu cabelo preto bagunçado a deixava ainda mais bonita. Tirou meu fôlego.Eu sentia saudades dela.Já tinha planejado vê-la esta noite. Só estava esperando a festa acalmar um pouco. Dei sorte quando meu pai sugeriu que eu dirigisse o carro. Eu queria muito sair da festa. Estava barulhento e cheio de gente.E agora, com Carla ao meu lado, meu aniversário estava perfeito.Contei para Carla sobre a festa. Sobre o DJ que meu pai tinha contratado e como acabou parecendo a festa de aniversário da minha irmã Esmeralda.— Parece linda.— Ela é, mas às vezes é um pouco chata. — Amo muito minha irmã Esmeralda. Mas às vezes ela queria toda a atenção para si. Meu pai diz que minha tia Seraphina também era assim quando era pequena.— Meninas são assim.Olhei para Carla. Os faróis dos carros que passavam iluminavam seu rosto. Ela tinha um rosto bonito. Seus traços eram deli
POV WADEJá era meia-noite quando cheguei em casa. Os convidados já tinham ido embora e os empregados estavam ocupados com a limpeza.Papai estava conversando com meu avô, Markos Pedrosa, quando passei pela sala.— Já voltou. E o carro? Está funcionando bem? — perguntou meu pai, acenando para que eu me aproximasse.— Sim, muito bem. — Sentei ao lado do vovô, que me deu um tapinha no ombro.— Você está crescendo rápido, meu filho. Em poucos anos, vai estar à frente da empresa Pedrosa — disse o vovô.— Assim que ele se formar na faculdade — acrescentou meu pai, orgulhoso.Eu queria viajar e explorar o mundo depois de terminar meus estudos. Ficar sozinho por um ou dois anos. Meu sonho era aprender e conhecer outras culturas. Depois, poderia me concentrar no trabalho na empresa.Meu pai entenderia. Sempre entendeu.— Vou ver como está a Celeste na cozinha. Acho que ela está com a sua mãe — disse meu pai, levantando-se e se espreguiçando enquanto bocejava.— Diga para sua mãe que estou pro
POV ALICIAOh, Deus! Onde está meu celular?Dei um tapa na testa e depois cocei a cabeça. Senti pequenos flocos brancos caindo no meu terno preto de negócios, como se fossem flocos de neve.Droga! Essa caspa está piorando. Talvez seja porque sempre uso o cabelo preso em um coque, como meu namorado gosta, ou talvez seja culpa daquele novo shampoo que experimentei recentemente. Seja o que for… não importa agora. Só preciso encontrar meu celular.Desesperada, comecei a jogar almofadas, roupas, revistas e qualquer coisa que estivesse no caminho, procurando no meu pequeno apartamento de cinquenta metros quadrados. Onde diabos eu o deixei? Lembro-me de que, ao chegar em casa, só passei pelo banheiro, tirei o casaco e me joguei na cama.Oh, não…! Acho que o deixei no escritório! Olhei as horas no meu relógio: já eram seis da tarde. Ótimo. Eu precisava do meu celular; Jay me ligaria hoje à noite por volta das oito.Jay Bredom, meu namorado, é um jovem repórter de campo da rede ABZ Television
POV ETHANMerda.Eu desabei na cadeira, tremendo ao me sentir saciado. Grossas gotas de suor deslizavam pelo meu corpo enquanto cada célula começava a relaxar.Mas o sentimento de culpa ainda estava lá, me fazendo lamentar por que diabos eu tinha feito isso de novo. Da última vez, prometi a mim mesmo que devia parar, mas aqui estou eu, caindo de novo. Por que não consegui me controlar para não tocá-la? Isso me fazia sentir tão fraco, incapaz de resistir.Observei Grace vestir o vestido. Aquele vestido sedutor, com uma fenda mais alta que o Monte Everest. Um movimento e ele revelava sua montanha, úmida e pronta.Droga! Ela é tão boa na cama. Conhece as fraquezas e os pontos de prazer de um homem.Deveria parar. Isso já não me ajudava, estava me destruindo. Onde estava meu orgulho? Sou um homem, pelo amor de Deus. Eu mereço algo melhor.Seis anos atrás, Grace me deixou para se casar com um velho bilionário australiano. Naquele momento, eu não era ninguém na Itália, apenas um jovem com u
POV ALICIASaí do escritório quase correndo, sentindo-me como se tivesse visto um fantasma. Ver meu chefe, Ethan Miller, em uma cena tão intensa e desenfreada sobre sua mesa foi algo assustador e, no entanto... surpreendentemente excitante.Em seu estado desnudo, ele irradiava força e sensualidade, como um daqueles heróis da Marvel. Não pude evitar pensar em como ele se parecia com todos os "Chris" mais bonitos de Hollywood: Hemsworth, Evans, Pratt, Pine...Mas ele não é o meu tipo.Ethan é seguro de si, com uma personalidade imponente, intimidadora e dominante. Às vezes, ele me faz saltar quando dá ordens. Sempre que ele entra em uma sala, posso sentir como sua energia poderosa me envolve, como se emanasse cem mil volts. Seu temperamento é exaustivo, e todos tememos desagradar a ele. Inclusive eu.*Fora, chovia torrencialmente. Não tive outra opção senão correr até o ponto de táxi mais próximo. Abri a porta de um táxi e me acomodei dentro. Quando olhei para o motorista pelo retrovis
POV ETHAN —Ei, vai mais devagar —disse meu primo, Dillan Pedrosa, enquanto eu tomava outro copo de uísque em menos de um minuto—. Está tentando se suicidar?—Estou muito frustrado. Meu orgulho está no chão, como lixo.Vi Grace e seu marido há algum tempo em um evento beneficente. Ela sabia que eu estaria lá. Estava usando um vestido muito sedutor e não parava de piscar para mim. O pouco autocontrole que eu tinha quase se foi quando ela deliberadamente encostou os seios no meu braço ao pegar uma taça de vinho que estava na mesa. Ela estava me provocando, e eu estava muito vulnerável aos seus encantos.—Não seja estúpido.—Essa garota é uma manipuladora. Ela me trata como se eu fosse seu brinquedo —levantei-me, cambaleando. Droga! Voltei a sentar no banco do bar e pedi outro copo de uísque.—Não. Sirva uma cerveja para ele —ordenou Dillan ao barman.Eu estava tão irritado que pensei que enlouqueceria. Precisava de alguém com quem conversar, e Dillan era o único em quem eu podia confiar