Mesmo que tivesse se deitado, Maia não havia mais pregado o olho, ficava tentando imaginar qual seria a reação dele, e o que ele faria ao olhar a mensagem naquele celular.Com os olhos fechados, pedia a Deus, que Théo não a magoasse, mais do que já estava se sentindo magoada. Logo, o sol nasceu. Théo começou a se mexer ao seu lado, demonstrando que estava começando a acordar, ela fingiu que também estava acordando.— Bom dia. — Ele a abraçou fortemente, beijando o seu pescoço. — Achei que tivesse sonhado a noite passada, ainda bem que você está aqui, bem ao meu lado, juro que não saberia como lidar, se tudo o que vivi ontem, não passasse apenas de um sonho.— Não seja bobo, falando desse jeito, faz com que eu imagine que tudo foi especial para você. — Ela tentava confrontá-lo, de um jeito discreto. Queria saber quais eram seus pensamentos naquela manhã.Ele a virou, para que seus olhos se encontrassem.— E foi, pode ter certeza, eu não quero sair desta cama nunca mais, então por favo
Ao terminar de beijar a mulher, Théo se levantou e ajeitou a sua roupa.— Preciso ir, se continuarmos aqui, irei desistir do meu compromisso. — Assumiu.— Não vai tomar café primeiro? — Perguntou preocupada, vendo o quanto ele estava com pressa.— Não, tomarei algo no caminho, não se preocupe, eu voltarei bem rápido. Você nem sentirá a minha falta.— Eu já estou sentindo. — Revelou triste.— Não fica assim, depois de hoje, prometo que serei mais presente em sua vida e quer saber de uma coisa? Aproveitarei que estou pegando umas férias, levarei você e a Lis para passarmos alguns dias no campo, tenho certeza de que irão amar.— Sério? — Ela perguntou com um brilho nos olhos.Por que ele a enchia de esperanças?— Farei de tudo para mostrar para você que sou digno de seu amor.Dando um último beijo nela, saiu do quarto rapidamente, não percebendo que dos olhos da mulher, que havia deixado sentada na cama, começavam a cair lágrimas.Caminhando até o carro, entrou nele e saiu rapidamente da
Maia estava com todos aqueles papéis em mãos, mas seu coração dizia que deveria esperar mais um pouco. Théo disse que voltaria em breve, então ela confiaria em sua palavra, conversaria com ele novamente e diria o que o seu avô estava lhe propondo.— Irei esperar o Théo chegar e conversarei com ele. — Avisou a Joaquim.— Conversar de novo? O que mais dirá a ele? Se revelar que estou te ajudando, ele nunca te deixará ir embora. Não seja tola, enquanto está aqui pensando nele, nesse exato momento, ele pode estar com alguma mulher, rindo da sua cara. Pare de pensar que vocês podem ser felizes, ele nunca mudaria por uma mulher como você. Pegue o restante de dignidade que ainda tem e pense na sua filha. É nesse ambiente de traições e mentiras que quer que ela cresça?A fala do homem a deixou indignada, quem ele pensava ser para dizer se ela tinha dignidade ou não?— Olha, como fala comigo, senhor, não diga coisas que não sabe ao meu respeito.— Só estou tentando fazer com que você seja racio
Uma dor aguda em seu peito fez com que ela olhasse na tela do celular, para ter certeza de que aquele número para o qual ligou pertencia mesmo ao de Théo.— Alô, tem alguém aí. — A voz feminina continuou.Então, já tomada pela dor, Maia resolveu continuar seu martírio.— Esse é mesmo o telefone do Théo? — Perguntou como idiota, talvez pensando estar alucinando.— Sim, eu conheço a sua voz. — A mulher falava animada. — Seu nome é Maia, não é mesmo?— Sim, mas você só deduziu isso, porque é o que está salvo no celular dele, não é mesmo?— Não, claro que não, você não se lembra de mim? Eu me chamo Andreza, nos conhecemos pessoalmente, você veio um dia em minha casa buscar o Théo.— Ah, me lembro. — Respondeu com um nó na garganta.Ela sabia, desde o início, de quem se tratava a pessoa que havia atendido ao telefone, só estava se negando a acreditar. Então, continuou a falar:— Por que atendeu o celular dele, por acaso ele não está aí?— Nem te conto, menina, parece até um déjà-vu, que est
Deixando de lado toda a ideia de esperá-lo chegar, ou tentar achar que tudo não passava de um engano, Maia arrumou suas poucas coisas que tinha, numa mala, e foi para o quarto da filha. Chegando lá, viu a pequena criança dormindo feito um anjinho e não deixou de sentir um aperto no peito. Era injusto o que faria, já que a pequena estava vivendo dias de paz e tranquilidade, enquanto se recuperava. Lis também não cansava de dizer que gostava daquela casa e do seu novo quarto.— Vou preparar um quarto lindo para você, quando encontrarmos uma nova casa. — Sussurrou. Maia abriu o armário da menina, colocando todos os seus pertences. Não queria carregar muita coisa, já que ainda nem sabia para onde iria, e com uma criança no colo, também ficava muito ruim para se locomover.Vendo que tudo estava arrumado, pegou os papéis que Joaquim havia lhe dado e foi até o quarto do homem, batendo na porta.— O que faz aqui uma hora dessas? — Joaquim perguntou, fazendo cara de desentendido.— Não finja q
Uma claridade bateu nos olhos do homem, que estava deitado, se sentindo ainda muito sonolento. Bem devagar, ainda assimilando onde estava, Théo abriu os olhos e notou que não estava no quarto de sua casa.— Que merda é essa? — Sussurrou.Se levantando de vez, ele percebeu que ainda estava no apartamento de Andreza. Sua cabeça estava a mil. Sentindo tanta dor, que nem percebeu estar nu. Quando se levantou com muito esforço, foi que pôde ver seu reflexo no espelho.— O que aconteceu? — Sussurrou confuso. Olhando ao redor do quarto, percebeu estar sozinho, então começou a andar e chamar por Andreza.— Andreza, Andreza! — Gritava nervoso, mas não havia encontrado a mulher em nenhum lugar da casa.Voltando para o quarto, pegou suas roupas e começou a se vestir, então procurou seu celular e viu que se passavam das onze da manhã. Ele pensou haver demorado muito, já que havia prometido para Maia que voltaria logo. Porém, o fato de ter dormido e acordado daquele jeito o fez duvidar do que hav
Théo não conseguia compreender o que estava ocorrendo, parecia que o mundo estava se desintegrando de uma vez. Nada fazia sentido naquele instante. Sua cabeça ainda estava confusa, por não saber o que aconteceu na casa de Andreza e o pior é que ele ligava para ela e só dava fora da área de cobertura. Pensava que aquilo poderia ser por ela estar viajando.Seu telefone começou a vibrar e, depressa, ele pegou para atender, era Fábio, seu advogado.— Théo, ainda bem que me atendeu, pensei haver acontecido alguma coisa.— Eu não vi as suas ligações, meu celular deve estar com problemas, porque eu nunca o coloquei em modo silencioso.— Fiquei confuso com os papéis que recebi do seu avô, a Maia assinou tudo e ele propôs pagar a dívida dela, na verdade, ele já depositou todo o dinheiro na conta.— Fábio, você não tem ideia do que aconteceu, em apenas um dia, minha vida se tornou um caos.— Você está em sua casa? — O advogado perguntou.— Sim, acabei de chegar e não encontrei a Maia aqui.— Est
Théo saiu dali, com a frase de Vanessa ecoando em seus pensamentos. Enquanto dirigia, pensava em Maia e no que ela poderia estar passando naquele exato momento. Quão tamanha era a sua dor e o que pensava sobre ele, acreditando que estava lhe iludindo.Sem perceber, uma lágrima solitária rolou de seus olhos. Não podia acreditar que a vida que estava planejando viver ao lado dela havia chegado ao fim, antes mesmo de ter começado.— Droga! — Bateu no volante, enquanto esperava o sinal de trânsito ficar verde.Não compreendia a perspectiva de um homem que se julgava tão esperto, tendo caído em um plano tão insano. Nunca se sentiu tão perdido na vida quanto agora, não tinha noção por onde começar ou de quem se vingaria primeiro. Totalmente transtornado, parou num acostamento para tentar se acalmar, antes que causasse um acidente. Em mais uma tentativa, pegou seu número novo que havia acabado de registrar e ligou para Maia mais uma vez, na esperança de que ela pudesse lhe atender, por não sa