Após passarem praticamente o dia na praia, Théo levou Maia para o antigo bairro onde morava, na busca de encontrar duas testemunhas, que poderiam ir à audiência. Aproveitando estar com Lis, deixou a menininha ver e brincar um pouco com suas antigas amiguinhas. Théo se mostrava muito compreensível e sem pressa.Quando chegaram à mansão, todos jantaram sem a presença do senhor Joaquim, que, segundo um dos funcionários, se trancou no quarto e estava de mau-humor. Théo fingia ignorar a mudança de humor do avô. Sabia que Joaquim só estava com birra, feito uma criança mimada.— Vou colocar a Lis para dormir. — Maia disse, após o jantar, saindo com a pequena nos braços.— Boa noite, tio.— Boa noite, princesa.Após colocar a menininha na cama e esperar que ela dormisse, ela saiu do quarto, em direção ao seu, mas um barulho na porta do quarto do senhor Joaquim se abrindo, chamou sua atenção.— Podemos conversar por um minuto? — O avô de Théo apareceu na porta, chamando-a, parecendo estar abert
Maia não era tola para entender que a proposta do senhor não era totalmente ruim. Não dever a Théo seria uma preocupação a menos, ainda mais, vendo que o cerco estava se fechando para ela. Por estar gostando dele, ficou muito triste com os papéis que Joaquim mostrou. Mesmo que o velho pudesse estar blefando, sabia que aquilo era muito possível.— A proposta do senhor é muito interessante, mas preciso pensar um pouco. — Disse por fim.— Pensar no quê mais? As coisas estão claras. — Ele disse, já se alterando um pouco.— Eu e o Théo temos um trato, não posso deixá-lo sem conversar antes.— Quanta baboseira, se ele vai continuar solteiro e você poderá ficar livre com a sua filha, não há mais nada que precise conversar, eu estou sendo muito generoso, não se aproveite disso!— Estou ciente de tudo, mas me diz, senhor, o que irá querer em troca? — Oras, não está claro? Quero que fique bem longe dele.— O senhor quer me ver longe, desde o primeiro dia que me conheceu, acha que sou tão despr
Ainda estava escuro do lado de fora da casa, quando Maia despertou. Ao seu lado, Théo dormia tranquilamente, com os braços em volta do corpo dela. Apenas uma pequena fresta de luz, que vinha do banheiro, iluminava o quarto. Isso era mais que o suficiente, para que um sentimento lhe subisse ao peito. Ela não acreditava no que os dois acabaram de fazer naquele quarto, não podia acreditar que ela e Théo realmente consumaram aquele casamento de mentira. Enquanto fechava os olhos e tentava respirar fundo, para tentar manter o controle dos seus batimentos cardíacos, lembrava das palavras de Théo, enquanto passeava pelo seu corpo.“A partir de agora, você será unicamente minha.”O pelo de seu corpo se arrepiava inteiro, ainda mais, por Théo ainda estar ali do seu lado.“Eu jamais deixarei você ir embora.”Falava, enquanto ainda estava por cima, beijando-a loucamente, deixando marcas em seu pescoço.“Devia puni-la por ter me feito esperar tanto, mas como essa é a nossa primeira vez, pegarei le
Mesmo que tivesse se deitado, Maia não havia mais pregado o olho, ficava tentando imaginar qual seria a reação dele, e o que ele faria ao olhar a mensagem naquele celular.Com os olhos fechados, pedia a Deus, que Théo não a magoasse, mais do que já estava se sentindo magoada. Logo, o sol nasceu. Théo começou a se mexer ao seu lado, demonstrando que estava começando a acordar, ela fingiu que também estava acordando.— Bom dia. — Ele a abraçou fortemente, beijando o seu pescoço. — Achei que tivesse sonhado a noite passada, ainda bem que você está aqui, bem ao meu lado, juro que não saberia como lidar, se tudo o que vivi ontem, não passasse apenas de um sonho.— Não seja bobo, falando desse jeito, faz com que eu imagine que tudo foi especial para você. — Ela tentava confrontá-lo, de um jeito discreto. Queria saber quais eram seus pensamentos naquela manhã.Ele a virou, para que seus olhos se encontrassem.— E foi, pode ter certeza, eu não quero sair desta cama nunca mais, então por favo
Ao terminar de beijar a mulher, Théo se levantou e ajeitou a sua roupa.— Preciso ir, se continuarmos aqui, irei desistir do meu compromisso. — Assumiu.— Não vai tomar café primeiro? — Perguntou preocupada, vendo o quanto ele estava com pressa.— Não, tomarei algo no caminho, não se preocupe, eu voltarei bem rápido. Você nem sentirá a minha falta.— Eu já estou sentindo. — Revelou triste.— Não fica assim, depois de hoje, prometo que serei mais presente em sua vida e quer saber de uma coisa? Aproveitarei que estou pegando umas férias, levarei você e a Lis para passarmos alguns dias no campo, tenho certeza de que irão amar.— Sério? — Ela perguntou com um brilho nos olhos.Por que ele a enchia de esperanças?— Farei de tudo para mostrar para você que sou digno de seu amor.Dando um último beijo nela, saiu do quarto rapidamente, não percebendo que dos olhos da mulher, que havia deixado sentada na cama, começavam a cair lágrimas.Caminhando até o carro, entrou nele e saiu rapidamente da
Maia estava com todos aqueles papéis em mãos, mas seu coração dizia que deveria esperar mais um pouco. Théo disse que voltaria em breve, então ela confiaria em sua palavra, conversaria com ele novamente e diria o que o seu avô estava lhe propondo.— Irei esperar o Théo chegar e conversarei com ele. — Avisou a Joaquim.— Conversar de novo? O que mais dirá a ele? Se revelar que estou te ajudando, ele nunca te deixará ir embora. Não seja tola, enquanto está aqui pensando nele, nesse exato momento, ele pode estar com alguma mulher, rindo da sua cara. Pare de pensar que vocês podem ser felizes, ele nunca mudaria por uma mulher como você. Pegue o restante de dignidade que ainda tem e pense na sua filha. É nesse ambiente de traições e mentiras que quer que ela cresça?A fala do homem a deixou indignada, quem ele pensava ser para dizer se ela tinha dignidade ou não?— Olha, como fala comigo, senhor, não diga coisas que não sabe ao meu respeito.— Só estou tentando fazer com que você seja racio
Uma dor aguda em seu peito fez com que ela olhasse na tela do celular, para ter certeza de que aquele número para o qual ligou pertencia mesmo ao de Théo.— Alô, tem alguém aí. — A voz feminina continuou.Então, já tomada pela dor, Maia resolveu continuar seu martírio.— Esse é mesmo o telefone do Théo? — Perguntou como idiota, talvez pensando estar alucinando.— Sim, eu conheço a sua voz. — A mulher falava animada. — Seu nome é Maia, não é mesmo?— Sim, mas você só deduziu isso, porque é o que está salvo no celular dele, não é mesmo?— Não, claro que não, você não se lembra de mim? Eu me chamo Andreza, nos conhecemos pessoalmente, você veio um dia em minha casa buscar o Théo.— Ah, me lembro. — Respondeu com um nó na garganta.Ela sabia, desde o início, de quem se tratava a pessoa que havia atendido ao telefone, só estava se negando a acreditar. Então, continuou a falar:— Por que atendeu o celular dele, por acaso ele não está aí?— Nem te conto, menina, parece até um déjà-vu, que est
Deixando de lado toda a ideia de esperá-lo chegar, ou tentar achar que tudo não passava de um engano, Maia arrumou suas poucas coisas que tinha, numa mala, e foi para o quarto da filha. Chegando lá, viu a pequena criança dormindo feito um anjinho e não deixou de sentir um aperto no peito. Era injusto o que faria, já que a pequena estava vivendo dias de paz e tranquilidade, enquanto se recuperava. Lis também não cansava de dizer que gostava daquela casa e do seu novo quarto.— Vou preparar um quarto lindo para você, quando encontrarmos uma nova casa. — Sussurrou. Maia abriu o armário da menina, colocando todos os seus pertences. Não queria carregar muita coisa, já que ainda nem sabia para onde iria, e com uma criança no colo, também ficava muito ruim para se locomover.Vendo que tudo estava arrumado, pegou os papéis que Joaquim havia lhe dado e foi até o quarto do homem, batendo na porta.— O que faz aqui uma hora dessas? — Joaquim perguntou, fazendo cara de desentendido.— Não finja q