Roman Ostrov Eu a puxei para o chuveiro, a água caindo quente sobre nós, misturando-se ao suor e ao desejo que já queimava dentro de mim. Donatella se moveu rapidamente, suas mãos trabalhando para remover qualquer vestígio de sangue em minha pele, mas era muito mais do que isso. Era como se ela estivesse tentando me purificar, apagar as marcas da violência que me acompanhavam. Mas, ao mesmo tempo, cada toque dela me levava para mais perto do descontrole. Suas mãos eram suaves, mas firmes, como se soubessem exatamente o que fazer para me provocar, para atiçar o que havia de mais primitivo dentro de mim. Eu a encostei contra a parede fria do chuveiro, a água escorrendo pelos nossos corpos. Meu corpo pressionado contra o dela, e naquele momento, todo o autocontrole que eu tentava manter se desfez. O desejo tomou conta de mim, intenso e selvagem, como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido. Só havia nós dois, o calor de nossos corpos e o som da água caindo. — Donatella...
Donatella Romanova Eu estava jogada no chão úmido do porão, as cordas apertadas em meus pulsos e tornozelos, queimando minha pele a cada movimento. Não resistia mais. Apenas sobrevivia. A escuridão ao meu redor era sufocante, e o silêncio opressor parecia a única companhia fiel que restava. Estava sozinha, verdadeiramente sozinha. O som de passos ecoou pelo porão, rompendo o silêncio com um peso sombrio. Meu coração disparou. Mais soldados da Bratva. Aqueles uniformes, que um dia significaram proteção, agora eram o prenúncio de dor e terror. Meu corpo se enrijeceu quando eles entraram, mas uma voz diferente se destacou, menos ameaçadora, quase cuidadosa. — Sra. Romanova — um dos homens se aproximou, seus olhos analisando meu estado. — Vim tirá-la daqui. As palavras ressoaram como um soco. Sra. Romanova? A forma como ele falou comigo, a reverência em sua voz, me deixou desconcertada. Eu deveria ser tratada como uma prisioneira, como alguém que não merecia respeito. Algo havia m
Roman Ostrov Donatella teve uma noite difícil. Seus pesadelos incessantes, as marcas da dor emocional que ela carrega, demoraram a se acalmar. Só depois de horas, sua respiração voltou a um ritmo tranquilo, e o sono a envolveu novamente. Mesmo assim, eu mal dormi, precisava ficar de olho nela. Não correria o risco de que ela fizesse mais alguma estupidez. Ao amanhecer, me levantei antes de todos, deixando ordens claras: ninguém deveria acordar minha esposa. Ela precisa descansar. Boris Petrov, meu Sub-chefe, havia feito progressos interessantes com o prisioneiro que capturamos. Eu, Roman Ostrov, fui criado nas sombras do terror, moldado pelas mãos cruéis de Ivan Ostrov para ser um assassino. Mas foi a máfia italiana que me ensinou algo mais — a arte de ser um líder. Não um simples chefe, mas um líder impiedoso, alguém que sabe que o poder não é dado, ele é tomado, conquistado, e consolidado com sangue. Agora, sentado na cadeira de Chefe da Bratva, eu já tinha o poder. Mas a
Donatella Romanova — Sra. Ostrova, o médico acabou de chegar — a empregada anunciou, sua voz baixa, respeitosa. — Vou recebê-lo no escritório de Roman — respondi, jogando um xale sobre os ombros, tentando me revestir da força que eu já não tinha. Caminhei lentamente pela mansão, cada passo ecoando nos corredores silenciosos. Ao me aproximar da porta de vidro que levava ao escritório, parei por um instante, absorvendo a tranquilidade ilusória do lugar. A luz natural banhava o ambiente, o que deveria me trazer paz, mas eu sabia que não havia paz à minha espera. — Donatella. — A voz grave de Dr. Alexander quebrou o silêncio, seu olhar penetrante me observava com uma mistura de compaixão e algo mais sombrio. Algo que eu já sabia, mas não queria admitir. — E então, doutor, veio me dizer que meus problemas não são apenas fruto da minha mente perturbada? — Perguntei, com o tom de ironia que sempre usava para disfarçar o medo. Dr. Alexander suspirou, seu semblante sério, quase paternal.
Roman Ostrov O massacre na casa de Alexei espalhou-se como fogo selvagem. Agora, todos sabiam que Roman Ostrov não fazia prisioneiros. Mulheres, crianças, ninguém seria poupado. Aqueles que se atrevessem a me trair seriam despedaçados como animais, deixados à mostra, pendurados como porcos em um açougue até que o último resquício de vida se esvaísse. O conselho, antes tão ruidoso, estava mergulhado em silêncio. Eles sabiam o que estava por vir. Mas enquanto o sangue manchava as ruas, a verdadeira batalha começava a emergir. Inimigos que se escondiam nas sombras aproveitaram o caos para se infiltrar em nosso território. Dmitry, sempre cauteloso, queria que eu esperasse. Para ele, o sangue derramado estava nos enfraquecendo, nos tornando vulneráveis. O que ele não sabia era que, quanto mais sangue jorrava, mais poderoso eu me tornava. O poder não se constrói com piedade, mas com a violência que os mantém acordados à noite, temendo o próximo golpe. Donatella estava linda como se
Donatella RomanovaRever as fotos da minha família destruída foi como rasgar de novo uma ferida que nunca cicatrizou. Era uma dor que eu aprendi a enterrar fundo, onde ninguém pudesse ver. Desde cedo, eu soube que esconder as emoções era a única forma de sobrevivência. Mas, mesmo com todo esse treinamento de sobrevivente, não havia como evitar o queimar lento de cada imagem.Roman estava furioso. Eu podia ver em seus olhos, mas ele não entendia o que se passava dentro de mim. Ele não sabia da confusão que minha mente era. Como poderia entender essa necessidade doentia que eu tinha de ser quebrada por ele? Talvez nem eu mesma entendesse. Havia algo de destrutivo dentro de mim, algo que ansiava por ser empurrada até o limite... até não restar mais nada.Eu queria a destruição. Queria o caos. Queria que, quando eu queimasse, Roman queimasse comigo. No fundo, eu sabia que não haveria inferno suficiente para Roman se ele não estivesse ao meu lado, e era esse fogo que eu desejava acender. M
Donatella Romanova O dia começou com uma leve luz dourada invadindo o quarto. Ainda sonolenta, eu me espreguicei na cama, o corpo fraco após mais uma noite perturbada. Antes que eu pudesse me levantar, a porta se abriu, e Roman entrou com uma bandeja de café da manhã nas mãos. Um gesto atípico para ele, mas não tão inesperado depois de tudo o que tínhamos passado. — Café na cama? — murmurei, a voz rouca. Ele sorriu de leve, mas havia preocupação em seus olhos. — Você precisa se cuidar, Donatella. Vou trazer o melhor médico para examinar você. Isso não pode continuar. Eu suspirei. Ele estava certo, claro, mas a parte de mim que sempre lutou para esconder qualquer sinal de fraqueza ainda resistia. No entanto, sabia que não podia mais negar. Levantei-me da cama com certa dificuldade, Roman me observava, seu olhar intenso me acompanhando a cada movimento. O ar parecia pesado entre nós, como se algo não dito pairasse no ambiente. — Não sou de vidro, Roman — brinquei, tentando al
Roman Ostrov Cheguei ao prédio da Bratva com a mente longe, os pensamentos se dispersando em direções que eu não conseguia controlar. Dmitry falava ao meu lado, mas suas palavras pareciam distantes, abafadas pelo peso da preocupação que me rondava. Mesmo com todo o caos que havia se instalado nos últimos dias, algo parecia diferente. Algo que não se encaixava. Assim que entrei no edifício, o silêncio foi o que mais me incomodou. Um silêncio quase ameaçador. Cumprimentei os soldados que guardavam a entrada principal, e eles me devolveram um aceno, sem muita expressão. Subi as escadas em direção ao último andar, onde ficava a sala de reuniões e meu escritório pessoal. E, para minha surpresa, o andar estava deserto. Talvez fosse normal, considerando que não havia reuniões agendadas. Mas havia uma inquietação crescente no ar, algo que eu não conseguia ignorar. Uma sensação de que alguma coisa estava para acontecer, algo que ninguém havia previsto. Foi quando o telefone tocou. Olhei