Roman Ostrov Após a reunião com Dmitry, voltei para casa. Cada minuto ao lado de Donatella agora parecia precioso, algo que eu não podia desperdiçar. Não sou médico, mas era óbvio que sua saúde estava se deteriorando rapidamente. E isso me consumia por dentro. Ela dormia tranquilamente, o rosto sereno emoldurado por seus cabelos loiros, e eu a observei por um longo tempo. Havia algo angelical em sua aparência, uma beleza que sempre me impressionava, não importava quantas vezes eu a contemplasse. Mas essa fragilidade era um lembrete cruel do quanto eu estava perdendo o controle. A noite estava caindo, e havia outra batalha à minha frente. Se eu tivesse sorte, seria uma guerra vencida sem que eu precisasse lutar. Mas, seja com os traidores da Bratva ou com os membros da Yakusa, a morte de qualquer um deles me traria a satisfação necessária. O sangue ainda seria derramado, disso eu tinha certeza. Coloquei um casaco pesado, de couro preto, luvas e botas para enfrentar o frio intens
Donatella Romanova "O poder não corrompe, ele apenas revela a verdadeira natureza de quem o possui." Quando iniciei essa guerra nas sombras contra Roman, eu não fazia ideia do que estava realmente enfrentando. Saída de um porão fétido, órfã, com o corpo e a alma violados, eu queria vingança. Mas a vingança era apenas uma parte. O que eu realmente desejava era poder. Eu governava sobre os traidores da Bratva, aqueles que se recusavam a aceitar Roman como seu líder. Os desleais, os que quebraram seus juramentos. Mas eu sabia, no fundo, que não havia lealdade entre eles. Traidores nunca são confiáveis. Alianças com eles são uma ilusão; no final, todos devem ser eliminados. Quando soube de quem era a carga que íamos roubar naquela noite, percebi que não era uma missão. Era uma armadilha. Uma execução. A minha execução. Tentei ordenar que abortassem o ataque, mas poder nas sombras não é verdadeiro poder. O poder deve ser ostentado, exibido. É necessário que os outros conheçam seu
Roman Ostrov Levei Donatella para casa em um silêncio pesado, minha mente fervilhando com uma mistura de raiva e desejo. Ela estava frágil, pálida, e eu sabia que, apesar de estar nos meus braços, a guerra que travávamos ia muito além do que era visível. Donatella não estava apenas lutando contra a Yakusa ou contra mim; ela estava destruindo a si mesma com essa obsessão m*****a de me derrubar. Isso me enraivecia mais do que eu gostaria de admitir. Quando chegamos, coloquei-a cuidadosamente no sofá, observando seu rosto relaxar. Ela parecia mais estável, mais consciente. Eu respirei fundo, tentando conter a fúria que ainda pulsava nas minhas veias. Mas não demorou muito para que eu percebesse que o alívio não duraria. Assim que tive certeza de que Donatella estava bem o suficiente, a raiva voltou com força total. Sem pensar duas vezes, agarrei seu braço com firmeza e a arrastei para o quarto. — Ah, doçura — murmurei, o sarcasmo escorrendo pela minha voz. — Essa sua obsessão em quere
Roman Ostrov Meus lábios encontraram os dela novamente, dessa vez com uma intensidade diferente. Havia um desespero por controle, por mantê-la ao meu lado, e também um desejo de que ela entendesse a profundidade do que eu sentia. Cada beijo, cada toque, não era apenas uma demonstração de posse, mas uma confissão do quanto ela me afetava, do quanto eu estava disposto a sacrificar por ela. Nossas respirações se entrelaçavam enquanto eu a puxava ainda mais para perto, minhas mãos explorando cada centímetro do seu corpo com um cuidado feroz. Sentia o calor dela contra mim, e isso apenas alimentava o fogo que já ardia em meu interior. Eu queria que Donatella sentisse a mesma coisa — que toda a raiva e dor que carregávamos se dissipasse naquele momento, que tudo fosse substituído por esse desejo insano que nos consumia. Ela se entregou completamente, e eu podia sentir isso. O modo como seus dedos se cravavam em minhas costas, como sua respiração acelerava a cada toque, a cada movimento
Donatella Romanova Eu nunca imaginei que minha presença em uma sala pudesse causar tanto impacto, mas, ao entrar na sala de reuniões do Conselho da Bratva, percebi que meu simples ato de atravessar aquelas portas ressoava como um trovão silencioso. Cada rosto virava-se na minha direção. Homens poderosos, donos de impérios ilegais, desviavam seus olhares para mim, e o desconforto era palpável. Alguns franziram o cenho, outros cochicharam entre si, mas ninguém ousou se levantar. Eu era um elemento fora de lugar naquele ambiente, uma intrusa no centro de um círculo fechado. Minhas botas de couro preto ecoavam contra o mármore enquanto eu caminhava, o vestido ajustado de seda azul-marinho que usava moldava meu corpo com perfeição. Uma echarpe de caxemira negra cobria meus ombros, e meu cabelo loiro platinado estava preso em um coque baixo impecável. Minha maquiagem era discreta, mas feita para intimidar; delineador perfeitamente traçado e lábios tingidos de um tom profundo de vinho. Eu
Donatella Roman se aproximou da sala de armas, pegando um rifle com a precisão de quem havia feito isso inúmeras vezes antes. Ele voltou-se para os Capitães, a arma pesada equilibrada em suas mãos como uma extensão de seu próprio corpo. — Este é o momento de provarem quem vocês realmente são. Quem quiser lutar comigo, venha agora. Mostrem a lealdade que juraram à Bratva. Pela Bratva e pelo sangue! Os homens trocaram olhares, e lentamente, um a um, começaram a se levantar. A hesitação ainda pairava no ar, mas a liderança de Roman era inquestionável. Ele caminhou até a porta, pronto para liderar a batalha, mas eu não podia simplesmente ficar para trás. — Eu vou com você — declarei, dando um passo em direção à sala de armas para pegar minha própria pistola. Roman virou-se imediatamente, seu olhar me detendo antes que eu pudesse avançar. Ele estava a poucos passos de mim em um instante, a tensão em seus ombros claramente visível. — Não, doçura. A única pistola que eu quero que segu
Roman Ostrov O som dos tiros do lado de fora parecia um lembrete constante da guerra que se desenrolava. O caos reinava, e eu sentia o peso de cada decisão sobre meus ombros. Dentro da sala blindada, os homens ao meu redor estavam tensos, suas respirações pesadas enquanto ajustavam suas armas. Dmitry estava ao meu lado, como sempre, o olhar firme e cheio de preocupação. — Bóris, lidere os homens. Quero que segurem o perímetro e eliminem qualquer um que tente entrar. Não poupem ninguém. — Minha voz cortou o ar como uma ordem que não admitia discussão. Bóris não hesitou. Ele assentiu, pegando um rifle e comandando os outros Capitães para se posicionarem. Mas Dmitry permaneceu imóvel, o maxilar travado enquanto seus olhos encontravam os meus. Ele deu um passo à frente, contrariando o silêncio na sala. — Roman, você deveria ficar aqui, com Donatella. Esta sala foi projetada para proteger você e ela. É o lugar mais seguro. — Ele aconselhou, a voz carregada de preocupação. — Dmit
Roman Ostrov O caos ainda pairava no ar, mesmo com o som dos tiros se dissipando na distância. A fumaça das explosões recentes irritava minha garganta, mas eu não parava. Minha mão segurava firmemente a de Donatella enquanto corríamos entre os destroços e escombros do ataque. O sangue quente de um corte na minha testa escorria lentamente, mas eu não me importava. O importante era tirá-la dali. Quando avistamos o carro à frente, Dmitry e Bóris já estavam esperando, armas em punho, alertas como cães de guarda. O motor estava ligado, e os dois homens pareciam prontos para me seguir até o inferno, como sempre. — Chefe, para onde vamos? — Bóris perguntou, sua respiração pesada. — Vocês não vão a lugar nenhum. — Minha voz era firme, autoritária. Bóris franziu o cenho, confuso. — Roman, não é seguro. Você precisa de proteção. — Eu não estou pedindo permissão. — Olhei para ele com a expressão fria que raramente precisava usar com meus homens. — Cuide do perímetro, organize os sobrevive