Roman Ostrov Levei Donatella para casa em um silêncio pesado, minha mente fervilhando com uma mistura de raiva e desejo. Ela estava frágil, pálida, e eu sabia que, apesar de estar nos meus braços, a guerra que travávamos ia muito além do que era visível. Donatella não estava apenas lutando contra a Yakusa ou contra mim; ela estava destruindo a si mesma com essa obsessão m*****a de me derrubar. Isso me enraivecia mais do que eu gostaria de admitir. Quando chegamos, coloquei-a cuidadosamente no sofá, observando seu rosto relaxar. Ela parecia mais estável, mais consciente. Eu respirei fundo, tentando conter a fúria que ainda pulsava nas minhas veias. Mas não demorou muito para que eu percebesse que o alívio não duraria. Assim que tive certeza de que Donatella estava bem o suficiente, a raiva voltou com força total. Sem pensar duas vezes, agarrei seu braço com firmeza e a arrastei para o quarto. — Ah, doçura — murmurei, o sarcasmo escorrendo pela minha voz. — Essa sua obsessão em quere
Roman Ostrov Meus lábios encontraram os dela novamente, dessa vez com uma intensidade diferente. Havia um desespero por controle, por mantê-la ao meu lado, e também um desejo de que ela entendesse a profundidade do que eu sentia. Cada beijo, cada toque, não era apenas uma demonstração de posse, mas uma confissão do quanto ela me afetava, do quanto eu estava disposto a sacrificar por ela. Nossas respirações se entrelaçavam enquanto eu a puxava ainda mais para perto, minhas mãos explorando cada centímetro do seu corpo com um cuidado feroz. Sentia o calor dela contra mim, e isso apenas alimentava o fogo que já ardia em meu interior. Eu queria que Donatella sentisse a mesma coisa — que toda a raiva e dor que carregávamos se dissipasse naquele momento, que tudo fosse substituído por esse desejo insano que nos consumia. Ela se entregou completamente, e eu podia sentir isso. O modo como seus dedos se cravavam em minhas costas, como sua respiração acelerava a cada toque, a cada movimento
Donatella Romanova Eu nunca imaginei que minha presença em uma sala pudesse causar tanto impacto, mas, ao entrar na sala de reuniões do Conselho da Bratva, percebi que meu simples ato de atravessar aquelas portas ressoava como um trovão silencioso. Cada rosto virava-se na minha direção. Homens poderosos, donos de impérios ilegais, desviavam seus olhares para mim, e o desconforto era palpável. Alguns franziram o cenho, outros cochicharam entre si, mas ninguém ousou se levantar. Eu era um elemento fora de lugar naquele ambiente, uma intrusa no centro de um círculo fechado. Minhas botas de couro preto ecoavam contra o mármore enquanto eu caminhava, o vestido ajustado de seda azul-marinho que usava moldava meu corpo com perfeição. Uma echarpe de caxemira negra cobria meus ombros, e meu cabelo loiro platinado estava preso em um coque baixo impecável. Minha maquiagem era discreta, mas feita para intimidar; delineador perfeitamente traçado e lábios tingidos de um tom profundo de vinho. Eu
Donatella Roman se aproximou da sala de armas, pegando um rifle com a precisão de quem havia feito isso inúmeras vezes antes. Ele voltou-se para os Capitães, a arma pesada equilibrada em suas mãos como uma extensão de seu próprio corpo. — Este é o momento de provarem quem vocês realmente são. Quem quiser lutar comigo, venha agora. Mostrem a lealdade que juraram à Bratva. Pela Bratva e pelo sangue! Os homens trocaram olhares, e lentamente, um a um, começaram a se levantar. A hesitação ainda pairava no ar, mas a liderança de Roman era inquestionável. Ele caminhou até a porta, pronto para liderar a batalha, mas eu não podia simplesmente ficar para trás. — Eu vou com você — declarei, dando um passo em direção à sala de armas para pegar minha própria pistola. Roman virou-se imediatamente, seu olhar me detendo antes que eu pudesse avançar. Ele estava a poucos passos de mim em um instante, a tensão em seus ombros claramente visível. — Não, doçura. A única pistola que eu quero que segu
Roman Ostrov O som dos tiros do lado de fora parecia um lembrete constante da guerra que se desenrolava. O caos reinava, e eu sentia o peso de cada decisão sobre meus ombros. Dentro da sala blindada, os homens ao meu redor estavam tensos, suas respirações pesadas enquanto ajustavam suas armas. Dmitry estava ao meu lado, como sempre, o olhar firme e cheio de preocupação. — Bóris, lidere os homens. Quero que segurem o perímetro e eliminem qualquer um que tente entrar. Não poupem ninguém. — Minha voz cortou o ar como uma ordem que não admitia discussão. Bóris não hesitou. Ele assentiu, pegando um rifle e comandando os outros Capitães para se posicionarem. Mas Dmitry permaneceu imóvel, o maxilar travado enquanto seus olhos encontravam os meus. Ele deu um passo à frente, contrariando o silêncio na sala. — Roman, você deveria ficar aqui, com Donatella. Esta sala foi projetada para proteger você e ela. É o lugar mais seguro. — Ele aconselhou, a voz carregada de preocupação. — Dmit
Roman Ostrov O caos ainda pairava no ar, mesmo com o som dos tiros se dissipando na distância. A fumaça das explosões recentes irritava minha garganta, mas eu não parava. Minha mão segurava firmemente a de Donatella enquanto corríamos entre os destroços e escombros do ataque. O sangue quente de um corte na minha testa escorria lentamente, mas eu não me importava. O importante era tirá-la dali. Quando avistamos o carro à frente, Dmitry e Bóris já estavam esperando, armas em punho, alertas como cães de guarda. O motor estava ligado, e os dois homens pareciam prontos para me seguir até o inferno, como sempre. — Chefe, para onde vamos? — Bóris perguntou, sua respiração pesada. — Vocês não vão a lugar nenhum. — Minha voz era firme, autoritária. Bóris franziu o cenho, confuso. — Roman, não é seguro. Você precisa de proteção. — Eu não estou pedindo permissão. — Olhei para ele com a expressão fria que raramente precisava usar com meus homens. — Cuide do perímetro, organize os sobrevive
Roman A volta para casa era silenciosa, mas o peso no ar entre mim e Donatella falava mais alto que qualquer palavra. A estrada coberta pela neve parecia interminável, e a tensão entre nós preenchia cada centímetro do carro. Eu havia sido moldado pelo fogo. Aos doze anos, fui iniciado na máfia italiana, a Cosa Nostra. Aos dezoito, conheci o inferno das prisões russas. E aos vinte e oito, tornei-me chefe da Bratva. Sempre pensei que não havia escolha. Assim como o casamento com Donatella. Tudo o que fizera até agora era porque precisava ser feito. O treinamento de um soldado na Bratva ou na Cosa Nostra não é fácil. É brutal, muitas vezes desumano. Mas para os herdeiros, aqueles com o peso do legado da família nas costas, é ainda pior. Sempre carregamos mais. Sempre esperamos mais de nós mesmos. A tradição da Bratva incentivava nossas mulheres a aprenderem defesa pessoal, a saberem proteger a si mesmas e aos filhos. Mas Donatella não queria isso. Ela não queria simplesmente saber lu
Donatella A mansão Volkova era um lugar imponente, mas acolhedor. No centro do salão privado, um grande lustre de cristal lançava uma luz quente que dançava sobre o piso de mármore polido. A lareira crepitava suavemente, aquecendo o ambiente e dando uma aura de tranquilidade à reunião que estava prestes a acontecer. Victoria estava em pé próxima à janela, olhando para o jardim coberto pela neve. Seus olhos, atentos, acompanharam o som dos meus passos quando entrei na sala. Ela virou-se com um pequeno sorriso, um gesto que trazia confiança e cumplicidade. — Donatella. — Sua voz era suave, mas havia um tom de alívio. — Eu sabia que você viria. Fechei a porta atrás de mim, o clique da tranca soando mais alto do que o normal no silêncio. Caminhei até ela, tirando o casaco e pendurando-o na cadeira próxima antes de responder. — Você sabia que eu não teria outra escolha. — Respondi, com um pequeno sorriso também. Victoria fez um gesto para que eu me sentasse no sofá de veludo a