Anyelle
10 anos Antes — Estão invadindo o morro, filha vai para o quarto blindado, e só abra a porta quando eu, ou seu padrinho aparecer. — E a mamãe? — Já mandei uns vapores procurarem ela, fica calma minha princesa, o papai vai voltar. Ele sai e eu me tranco no quarto blindado, começo a chorar desesperada. Já aconteceu várias invasões, e meu pai sempre vence. Mas dessa vez eu me sinto angustiada. Escuto tiros cada vez mais altos, e me encolhi com medo. Alguém b**e na porta e eu me assusto. — Filha abre, é a mamãe. Abro a porta e abraço a mamãe, ela estava junto com um vapor. - Entra patroa, e já sabe, não abram a porta para ninguém. Fico abraçada a minha mãe, e choramos juntas. — Filha me escuta, não saia daqui por nada. — Onde vai mamãe? — Vou atrás do seu pai, sinto que ele precisa de mim. — Não vai mamãe, tem muito tiro. — A mamãe sabe se defender amor, fica aqui, eu já volto, e vou trazer seu pai junto. — Não mamãe . — Filha, você já tem 13 anos, é uma mocinha, entenda meu amor, a mamãe precisa ajudar nosso morro, eu ficarei bem, não é a primeira vez que a mamãe vai a guerra, eu te amo Any, tranque a porta. Ela sai e eu tranco a porta chorando muito, aquela angustia não sai de mim. Passou horas e os tiros diminuíram. Batem na porta e eu sorrio, ouvindo a voz do dindo. — Any abre a porta rápido. — Dindo — Any me escuta, você precisa fugir, o morro foi tomado. — Cadê o papai e a mamãe? — O PH matou os dois. Meu mundo caiu, desmoronou, se destruiu. — Any olha pra mim, o Ph matou o Terror, e depois matou sua mãe, para ela não assumir o morro, e agora ele esta atrás de você, e quer te matar, pois você é a herdeira do morro. Any precisamos fugir, vou te manter segura princesa. Eu paralisei, não conseguia falar nada, só queria meus pais aqui. — Princesa não temos tempo de levar nada, peguei um dinheiro do cofre do seu pai, guarda isso com você, temos que ir Any. Descemos correndo, encontramos alguns vapores do tal Ph no caminho, e meu dindo matou todos. Ficamos um tempo escondidos em um beco. Até meu dindo ser rendido por um cara. — Any corre... fuja! Saí correndo, e ouço um disparo, olho para trás, e vejo o meu dindo morto, com um tiro na cabeça. Corri o mais rápido que pude, fui me escondendo entre os becos, até conseguir sair do morro. Eu já estava bem longe do morro, mas continuei correndo, quando eu já não aguentava mais, parei um pouco. Fiquei caminhando sozinha, naquela madrugada fria, correndo o risco de ser assaltada, estuprada ou até morta. Eu não sabia o que fazer, não tinha pra onde ir. Perdi meus pais e meu dindo, minha única família, estou sozinha nesse mundo. Senti que estava sendo seguida, olho várias vezes para trás, um homem aponta uma arma pra mim. E já penso que é do bando do PH. - Anda, passa a mochila e não faça escândalo ou eu atiro. Entreguei minha mochila a ele, com medo, mas um pouco aliviada por não ser um cara do PH. Melhor assaltada do que morta. Já estava caminhando por horas, não sabia que horas eram, a noite estava fria e minha barriga estava roncando. Vi que eu tinha alguns trocados no bolso do meu shorts, lembro que foi o troco do picolé que comprei antes de tudo acontecer. Logo a frente vi uma lanchonete e entrei para ver oque eu conseguia comprar com 4,25. A garçonete vem até mim e a reconheço, era a Bruna, filha da antiga dona da lanchonete lá do morro. Eu lembro que adorava os salgados de lá. — Anyelle, quanto tempo. — Oi Bruna, faz muito tempo mesmo. Como está a dona Carla e o senhor Alberto? — Morando em Londres, papai recebeu uma proposta de emprego e desde então vivem lá. — Que legal, fico feliz por eles. — Então me conta, fugiu de casa, porque tá sozinha a essa hora na rua? Eu conto tudo a Bruna, e ela me ouve atenta. — Meus Deus, sangue de Jesus tem poder, como você sofreu menina. Você precisa sair das ruas, é perigoso demais, você deu sorte por ter sido apenas roubada. Me espera aí, logo estou saindo do trabalho e te levo para minha casa. Fui com a Bruna, como a conhecia, fiquei um pouco tranquila. Pelo menos por essa noite não iria dormir nas ruas. — Só tem um quarto, podemos dormir na mesma cama, se você não se incomodar. — Claro que não me incomodo, você já ta fazendo muito por mim. Eu penso em tudo que passei hoje, queria que fosse um pesadelo e quando eu acordasse meus pais estivessem aqui, mas sei que não será assim, eu nunca irei vê-los novamente. Eu juro que vingarei a morte dos meus pais, e do meu dindo, e o pior que nem sei se vó Olivia e o Gabriel estão vivos. Biel é filho do dindo e vó Olivia mãe, a considero como vó. Ph eu te odeio com todas as minhas forças, e te farei pagar por todo mal que me causou. ... Depois de vários pesadelos eu me acordo, tive uma péssima noite. Vejo que a Bruna ainda dorme, coitada, passou a noite cuidando de mim. Levantei, fiz minha higiene com uma escova que ela me deu ontem. Fui até a cozinha e preparei alguma coisa para eu e Bruna, posso está sendo incoveniente em mexer nas coisas dela, será que ela vai se incomodar. — Bom dia florzinha, acordou cedo. — Bom dia Bru, eu fiz o café, desculpa mexer nas suas coisas. — Que isso, eu disse para ficar a vontade. — Vem, vamos tomar café. — Então como você ta se sentindo hoje? — Melhor, mas ainda dói. — E vai doer ainda por muito tempo, você é tão jovem, não merecia tá passando por isso. — Oque vou fazer da minha vida, não tenho parentes. — Você pode ficar comigo. — Mas não tenho como pagar e nem posso trabalhar. — Não se preocupe com isso, vamos nos virar. Bruna foi trabalhar e fiquei sozinha em casa, a noite chegou e já fiz o jantar, eram nove horas, e a Bru só chega de madrugada. Fiquei assistindo o jornal, vi uma reportagem que me deixou em pânico. "O morro Senegal foi tomado essa noite, o antigo dono, Alexandre Soares, vulgo Terror, foi morto junto com sua esposa Priscila, o novo dono é o jovem Phellipe, vulgo PH de 18 anos. Nosso helicóptero está sobrevoando o morro, e da para ver nitidamente vários corpos no chão."Anyelle Meu sangue ferveu na hora, comecei a chorar desesperada. Desgraçado maldito! Fiquei no chão chorando, até que a porta se abre, e uma Bruna com sangue nos olhos aparece, mas ainda são dez da noite. — O que aconteceu? — Fui demitida — Nossa sinto muito, o que houve? — Eu tive uma leve discussão com um cliente. — Leve? — Ta, eu soquei a cara do imbecil, mas ele passou a mão em mim. — Que absurdo. — Minha única preocupação agora, é como vamos nos sustentar. — Eu vou embora — O que, nem pensar, pra onde você vai, eu sou responsável por você agora. — Eu não posso viver a suas custas Bru. Eu preciso me virar. — E pra onde a senhorita pensa em ir. Sua única família ta de baixo de sete palmos... Ah Any me desculpa, as vezes não controlo minha língua. — Tudo bem Bru, é a realidade. — Você não vai embora. — Mas eu só tenho 13 anos, ainda não posso trabalhar, como vou te ajudar. — Vamos dar um jeito, eu irei procurar outro emprego. A Bruna é uma pesso
Anyelle Dez anos depois — Subtenente Soares, precisamos de você agora. — corro até o general. — Uma ameaça de bomba no centro da cidade. — Entendido general. Fomos em direção ao local, chegando lá, havia muitas pessoas em pânico. Isso sempre acontece em Londres, esses terroristas acham que mandam no pedaço, mas quem manda sou eu. Eu sou respeitada na corporação, consegui tudo que queria, e cheguei bem mais longe do que sonhei. Meu foco a oito anos atrás, era ser uma simples policial, mas olha como a vida tem sido generosa comigo, acabei crescendo e me tornando subtenente, e uma das melhores. Hoje aos 23 anos, penso em como minha vida mudou, e meu desejo de vingança só aumentou. Mas as coisas não foram tão fáceis assim. Quando cheguei em Londres, tive muita dificuldade em aprender o idioma. Eu só tinha 13 anos, e digamos que sofri muito bullying na escola, não bastava a desgraça que estava minha vida, ainda piorou. Não conseguia fazer amizades, eu era uma menina traumat
Anyelle Alguns dias se passaram e já estávamos a duas semanas no Brasil, resolvi tudo durante esses dias, com a ajuda de alguns polícias brasileiros, consegui documentações falsas, e uma historia para ser contada quando encontrar Ph, sei que ele vai me investigar antes de permitir que eu more no morro, por isso armamos tudo. Estávamos hospedadas em um hotel, e hoje eu iria no morro, tentarei alugar uma casa. Peguei um táxi e desci na entrada do morro. Meu Morro, isso tudo vai voltar a ser meu. Uns caras mal encarados me barraram, pelo visto não será tão fácil assim entrar. Mas o que importa é que estou de volta ao morro, e terei minha Doce Vingança. Encaro esses brutamontes que acham que me põem medo. Coitados! Como eu preciso parecer uma menina frágil e inocente, dou uma de medrosa. — Bom dia, eu queria saber se posso alugar uma casa. —E o que faz uma patricinha querer morar aqui? — Não sou patricinha, por favor me deixa subir, aqui é o único lugar que eu posso pagar, estou nes
Anyelle Decidimos sair para o mercado, precisamos fazer compras e abastecer a nossa geladeira. No caminho encontramos alguns caras armados. — Menina que paraíso, olha quantos homens musculosos, tatuados, gostosos. — Bruna só falta babar nos bandidos. — Alguns são bonitos, mas lembre-se que são bandidos. — alerto minha amiga, pois eles podem até ser bonitos, mas são perigosos. — Mas são gatos. Oh lá em casa. — Bruna fala ao ver dois caras passar por nós, eles nos olham sorrindo maliciosos e se aproximam. Eu mato essa ruiva piranha. — Qual é ruiva, eu sou João e esse é o Chris. — E ai gatinhas, são novas por aqui, como se chamam? — Eu sou Any e essa é a Bruna, nos mudamos recentemente. — me apresento com uma falsa simpatia. — Prazer. — Bruna fala se oferecendo. — Prazer só na cama Ruiva. — o tal João fala e tento não fazer cara de nojo. — Na sua ou na minha? — arregalo os olhos, essa Maria fuzil, não pode ver um bandido que já quer dar. — Onde você quiser ruivinha. — ele
PHSou o cara mais temido e odiado, nunca fui de pegar leve, eu mato mesmo, e se bobear eu ainda faço uma sopa com os resto.Quando eu fiz 18 anos, decidi que eu queria ser o dono do morro Senegal, eu queria acabar com a vida do maldito do Terror. Passei dias planejando invadir, e quando chegou o dia, eu fiz a porra bonita, e logo matei a mulher do Terror na frente dele, e logo depois o matei. Mas ainda tinha a herdeira do morro, Anyelle, eu tinha que dar um jeito nela também, eu não podia permitir que a garota no futuro tomasse o que agora é meu, óbvio que não iria matá-la, era só uma criança, no mínimo eu a mandaria pra longe, para ser cuidada por alguém de confiança, mas a porra saiu do controle, quando o sub conseguiu fugir e levar a menina, logo fui informado de que mataram ele, e a garota sumiu, procurei ela por dias e até meses, mas a garota parece que evaporou. Até que eu acabei deixando pra lá, uma garota não iria conseguir tomar meu morro, e se tentasse dessa vez eu não teri
PH Tive um sonho estranho, sonhei que eu estava deitado em uma cama e alguém apontava a arma para minha cabeça. É cada coisa sem noção que sonhamos, nunca que vão me matar, ainda mais em uma cama. Me levantei e tomei outro banho, pois esqueci de ligar o ar e acordei com um calor desgraçado. Me arrumei e devo admitir que estou gato demais. ... Eu já estava no camarote, bebendo e com uma puta no colo. Até que percebo uma movimentação estranha na entrada do baile, me levanto e fico na grade do camarote, para ver que porra era. Quando eu vejo uma linda morena, e uma ruiva bem linda também. Maas a morena me chamou atenção, elas entraram e todos os caras ficaram olhando. Porra de menina linda é essa. Logo vejo elas abraçarem minha irmã. A Sofya conhece ela? Será que são essas as novas moradoras. — DG vem aqui. — Fala chefia — Aquelas que são as novas moradoras? — Sim, a morena é a Any, a ruiva deve ser a irmã dela. — Gostosa. — falo interessado — Que droga ela ta pensando usan