3- Meus planos vão entrar em ação

Anyelle

Dez anos depois

— Subtenente Soares, precisamos de você agora. — corro até o general. — Uma ameaça de bomba no centro da cidade.

— Entendido general.

Fomos em direção ao local, chegando lá, havia muitas pessoas em pânico. Isso sempre acontece em Londres, esses terroristas acham que mandam no pedaço, mas quem manda sou eu.

Eu sou respeitada na corporação, consegui tudo que queria, e cheguei bem mais longe do que sonhei. Meu foco a oito anos atrás, era ser uma simples policial, mas olha como a vida tem sido generosa comigo, acabei crescendo e me tornando subtenente, e uma das melhores.

Hoje aos 23 anos, penso em como minha vida mudou, e meu desejo de vingança só aumentou. Mas as coisas não foram tão fáceis assim.

Quando cheguei em Londres, tive muita dificuldade em aprender o idioma. Eu só tinha 13 anos, e digamos que sofri muito bullying na escola, não bastava a desgraça que estava minha vida, ainda piorou. Não conseguia fazer amizades, eu era uma menina traumatizada, me afastei das pessoas, e não deixava ninguém chegar perto. Fui crescendo e me adaptando a essa vida. Com o dinheiro que eu recebia de pensão, ajudei os pais da Bruna nas despesas. Eles sempre foram uns amores comigo, eu voltei a ter o amor de uma família, e foram eles que me ajudaram a superar, eu digo superar, pois não esqueci.

Quando fiz 18 anos, fui logo atrás de fazer concurso, para entrar na polícia de Londres. Não passei de primeira, aliás foram cinco tentativas, e na sexta eu consegui. O treinamento era pesado para uma magrela como eu, mas mantive meu foco, treinei muito, e me dediquei bastante, foi um ano de treinamento pesado, até eu me formar, virei policial, sempre fui dedicada, e isso só me trouxe alegria, quando o general me pôs como subtenente.

Já estou a cinco anos trabalhando na polícia, sou a melhor em caso de atentados terroristas.

Depois de resolver toda situação com a bomba, comemoramos mais uma vitória. Fui pra casa e beijei meus pais, sim meus pais, o senhor e senhora Mendes são meus novos pais.

— Minha princesa eu te vi na TV, que orgulho. — papai fala com seus olhos brilhando.

— Eu não gosto disso, você se coloca em perigo minha filha, meu coração para a cada tiro que você dá. — mamãe diz toda preocupada.

— Ah mãe, é disso que gosto, sentir uma arma nas mãos, essa adrenalina me excita.

— Só tenha cuidado amor.

— Sempre tenho mãe, cadê minha irmã?

— Bruna ainda esta na loja.

Depois que fiz 18 anos, recebi minha herança, comprei uma casa maior para meus novos pais, e abri uma loja de roupas de grife para a Bru, que nesse período estudou moda, e hoje ela é uma grande estilista.

Passei anos evitando contato com homens, meu trauma atingiu boa parte de minha vida, qualquer homem que se aproximava de mim, eu achava que era mandado pelo Ph. Hoje em dia estou ótima, já consigo bater de frente com qualquer um.

Estou namorando a dois anos, ele tem planos de casar, mas meu foco é a minha vingança. Sim ainda não esqueci o Ph, ainda voltarei ao Brasil e me vingarei.

O Victor meu namorado também é brasileiro, e sabe do meu desejo de vingança, ele não apoia, mas são meus pais, e eu vou vingar a morte deles sim. Já esperei dez anos por isso, e minha vingança estava prestes a se realizar, eu tirarei férias de 3 meses, e viajarei ao Brasil. Me aguarde Ph, eu estou voltando para recuperar tudo que é meu e te matar da forma mais lenta e dolorosa.

Logo a Bru chega, e já pula em cima de mim. Meu Deus, é uma criança, nem parece ter 28 anos.

— Maninha, conheci um Deus grego hoje, ele me chamou pra sair.

— Finalmente vai desencalhar.

— Eu não estou encalhada, e eu não aceitei.

— Porque ?

— Iremos voltar ao Brasil, então não quero me prender aqui.

— Que conversa é essa, você não vai, a vingança é minha, e não quero que se meta nisso.

— E acha que vou te deixar sozinha?

— Você não vai, é perigoso.

— Ah eu vou sim.

— Não quero que se envolva nisso, não vai e ponto final.

— Chata

Fui preparar as coisas para minha viagem, o Victor não quer deixar eu ir de jeito nenhum, e meus pais não sabem do meu desejo de vingança. Como o Victor não manda em mim, eu irei sim.

...

Acordei com beijos de meu namorado.

— Bom dia minha linda, espero que tenha acordado sem essa idéia de vingança.

— Pelo contrário amor, já comprei até a passagem.

— Any pelo amor de Deus, o cara é um bandido, pode ser perigoso.

— Sou uma policial, e meu dever é não ter medo de bandido.

— Eu não concordo com isso.

— Não precisa concordar, basta aceitar, esse é meu destino.

— E se ele descobrir e te matar Any.

— Então eu morrerei tentando, mas te garanto que ele morrerá primeiro.

— Any é o seguinte, ou eu, ou essa vingança.

— Ta me pedindo para escolher entre meu namorado e a vingança?

— Isso mesmo, não vou deixar você se arriscar assim.

— São meus pais Victor, eles morreram, e eu jurei vingança.

— Seus pais eram bandidos, iriam morrer a qualquer momento.

— Eu não acredito que ouvi isso de você.

— Desculpa amor, mas é a realidade, se eles não morressem pelas mãos desse cara, eles iriam morrer pelas mãos de outros bandidos.

— Não importa, eu me vingaria de qualquer um.

— Então já fez sua escolha.

— Me espera amor, são só três meses.

— Eu sou psicólogo, meu dever é tirar essa idéia de sua cabeça, vingança não leva a nada.

— Eu esperei dez anos por esse dia.

— Então esse é nosso fim, não vou destruir minha carreira por uma desequilibrada, que não entende que vingança não é o caminho. Você pode ser morta, ou presa, e eu não vou esperar por isso.

Ele sai, e eu me sinto mal por isso, foi melhor assim, se o Ph me descobrir, não quero que ele se vingue nas pessoas que amo, por isso não quero que a Bruna vá comigo.

Continuei arrumando as malas, irei hoje de madrugada. Jantei com meus pais e minha irmã, foi um jantar divertido, conversamos e rimos bastante. Me despedi deles, já que iria sair de madrugada, eu disse que Victor iria me levar no aeroporto, não queria eles preocupados em me levar.

...

Chamei um uber e fui até o aeroporto. Quando entro na sala de embarque, me deparo com uma cabeleira ruiva, vindo até mim, toda saltitante.

— Não acredito, o que faz aqui?

— Acha mesmo que iria perder de ver o Ph sem cabeça?

— Volta pra casa.

— E perder a passagem que comprei, amor primeira classe é caríssimo.

— Não posso deixar você se meter nessa.

— Sou mais madura que você, e eu decido o que faço da minha vida.

— Mais velha você quer dizer.

— Mais experiente.

Abracei essa louca que amo, não quero ela metida nisso, mas quando essa loira mete uma coisa na cabeça, não tem quem tire. Então é isso, os meus planos vão entrar em ação, há dez anos planejo a morte do Ph, e agora irá se realizar.

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