4- Nunca namorei bandido

Anyelle

Alguns dias se passaram e já estávamos a duas semanas no Brasil, resolvi tudo durante esses dias, com a ajuda de alguns polícias brasileiros, consegui documentações falsas, e uma historia para ser contada quando encontrar Ph, sei que ele vai me investigar antes de permitir que eu more no morro, por isso armamos tudo.

Estávamos hospedadas em um hotel, e hoje eu iria no morro, tentarei alugar uma casa. Peguei um táxi e desci na entrada do morro. Meu Morro, isso tudo vai voltar a ser meu. Uns caras mal encarados me barraram, pelo visto não será tão fácil assim entrar. Mas o que importa é que estou de volta ao morro, e terei minha Doce Vingança.

Encaro esses brutamontes que acham que me põem medo. Coitados! Como eu preciso parecer uma menina frágil e inocente, dou uma de medrosa.

— Bom dia, eu queria saber se posso alugar uma casa.

—E o que faz uma patricinha querer morar aqui?

— Não sou patricinha, por favor me deixa subir, aqui é o único lugar que eu posso pagar, estou nesse mundo sozinha com minha irmã.

— Chora não mina, eu odeio ver mulher chorando, vou pedir autorização para liberar sua entrada.

Logo ele fala com alguém pelo celular.

— Antes preciso ver se tá limpa. — ao me revistar e ver que não tem nada escondido, ele me libera. — Pode subir, o patrão está te esperando na boca.

Eu verei o PH cara a cara, isso não podia ficar melhor.

Subi aquele morro que me trouxe boas lembranças. Passei na pracinha que eu costumava brincar com meu pai. Sinto lágrimas descer, mas logo ergo a cabeça e enxugo as lágrimas.

Foco Any!

Cheguei na boca e tinha vários vapores na entrada, alguns fumando, o cheiro estava insuportável. Eles me olham com malícia, e eu finjo que não vi.

- Olha só, a patricinha está perdida.

— Vim falar com o patrão, chama ele ai por favor.

- Ph não está mina.

— Mas o homem lá em baixo me falou que o patrão estava me esperando.

- Quem está ai é o DG, se quiser falar com ele.

— Quem é DG?

- DG é o sub dono.

Sub dono, do mesmo jeito que meu dindo era. Se não pode ser o bandidão, que seja o capacho.

Estava de frente ao DG, e puta merda, que homem lindo.

— Então mina, disseram que tu queria alugar uma casa?

— Sim senhor

— Olha, até tem casa pra alugar tá ligada, mas antes preciso ver se tua ficha é limpa.

Mostro a ele meus documentos falsos, o trabalho da polícia foi perfeito, tem dados meus até na cidade que aparentemente eu morei. Nomes falsos dos pais e até a maternidade onde supostamente nasci. Inclusive os dados da Bruna também foram alterados.

— Apenas você e sua irmã iriam morar aqui?

— Sim senhor.

— Any Santiago de Almeida, irmã Bruna Silva de Almeida. Vocês são irmãs de mães diferentes?

— Sim senhor

— Temos casas na rua 2 e 7, os alugueis terão que ser pagos no dia certo, o patrão não aceita calotes. Os valores são de acordo com o tamanho da casa.

— Quero a mais barata, é apenas eu e minha irmã e não podemos pagar por algo muito caro.

— Não pode atrasar o pagamento, tem certeza que pode pagar?

— Não irei atrasar, pagarei tudo certo.

Ah como eu amo meu lado atriz, até chorar chorei.

— Vou pedir ao Betão para te mostrar as casas. Seja bem vinda ao morro.

— Agradecida.

Saí da sala com um sorriso, consegui entrar e passar despercebida.

Betão é muito legal, foi o caminho todo tirando sarro de mim. Mas não posso ter amizade com bandido, quando eu matar o chefe deles, todos vão cair matando em cima de mim.

Depois de ver algumas casas, eu escolhi uma bem simples, não posso dar bandeira que tenho dinheiro.

Logo saí do morro e encontro o brutamontes da entrada.

— Da próxima libera minha entrada mais rápido.

- A patricinha ainda vai querer voltar?

— Serei a nova moradora, então da próxima, vê se lembra do meu rosto.

- Impossível esquecer esse rostinho de boneca. Eu sou o Marcão.

— Não perguntei

Saí de lá rindo da cara dele.

...

— Ai meu Deus amiga, então vamos morar na favela?

— Sim, e foi tão fácil enganar o sub.

— Vou adorar morar lá, sabe que eu adoro um bandido.

— Esta falando isso para uma policial?

— Eles tem uma pegada sabe.

— Sei não, nunca namorei bandido e continuarei assim.

— Tem chances, já que vai morar em um lugar cheio deles.

— Estou em missão

— Tu quer matar o poderoso chefão, mas não tem nada escrito que você não possa aproveitar os braços fortes de algum daqueles vapores.

— Não quero bandido em minha vida, vou matar o chefão, e talvez eu coloque atrás das grades alguns traficantes.

— Quando iremos?

— Daqui uns dias, vou comprar alguns móveis, tudo usado claro, não podemos dar bandeira que temos dinheiro.

— Sem meu iPhone e minhas roupas de marca eu não fico.

— Eu sei que você não fica longe de suas roupas. Pode levar, darei um jeito, podemos dizer que pagamos o iPhone em 24 vezes, e as roupas diremos que são réplicas.

— Você é esperta.

— O mundo é dos espertos querida.

Dias Depois

Já estávamos de malas prontas, consegui contato com uma loja de móveis usados, de lá do morro mesmo. Eles ficaram de entregar na casa. Comprei o necessário para passarmos esses três meses, móveis usados e simples, melhor ter pouca coisa, para não chamar atenção.

Terminamos de arrumar as coisas e até que a casa ficou arrumadinha, conseguimos deixar com cara de lar.

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