— Mamãe, onde nós iremos?
— Na casa do vovô e vovó — Respondeu Cristina ao seu filho Ângelo enquanto ajeitava a sua camisa. Ela estava também curiosa para saber quem seria a pessoa que o seu pai gostaria de apresentá-la.
— Então vamos, meninos? A vovó Maria disse que fará frango assado, sinal de que a visita é alguém que o avô de vocês gosta muito.
Os três, em pouco tempo, chegaram em frente à casa dos pais de Cristina. Ela olhou-se no espelho retrovisor e, antes de sair do carro, sentiu o seu celular vibrar em sua bolsa. Ao pegá-lo, viu uma mensagem de texto de Fernando:
“Já estou com muita saudade de você, boa noit
Fernando, com a expressão fechada, caminhou até Cristina, afastando-a de Rafael, tentando ignorar a sua presença. Como era horrível sentir outro homem perto da mulher que amava. A insegurança atingiu em cheio a mente e o coração do apaixonado Fernando.— Tudo bem, Cristina? — E abraçou-a apertado, voltando a olhar para Rafael com cara de poucos amigos.— Boa tarde, lembra de mim, lá do parque?Rafael sabia, pela linguagem corporal de Fernando, que tinha conseguido atingir onde gostaria. O primeiro monstrinho da insegurança foi implantado no coração dele. Tinha que minar aos poucos essa relação. E, infelizmente, Fernando não havia sentido que era parte de um jogo de manipulação e de
Gabriela, sorrateira como uma sombra, despertou antes do amanhecer, aguardando o despertar de Fernando. A jogada da sua vingança girava, era o momento de impulsionar a segunda fase do plano para desmanchar o laço entre ele e Cristina. Com uma calma sinistra, preparou o café, a isca para sua presa, e esperou, saboreando a antecipação.Por volta das oito, Fernando arrastou-se para fora do quarto, com o rosto carregado de uma energia de poucos amigos. Gabriela, sorrateira como uma víbora, farejou a perturbação que o afligia, conhecendo a fundo o seu irmão.— O que te assombra, meu irmão? — Sua voz deslizou, carregada de uma falsa preocupação.Antes de proferir qualquer som, Fernando buscou alívio numa garrafa de
Cristina se sentiu mal pelo que aconteceu com Fernando no restaurante, depois de refletir, percebeu o quanto foi errado ainda tentar defender Rafael. Tinha que pedir desculpas para ele. Pegou o seu celular e decidiu mandar uma mensagem.“Oi, você está bem?”“Oi, estou sim. Hoje fui no terapeuta que me indicou. Gostei bastante dele, me deixou muito esperançoso em me livrar dos meus pesadelos.”“Fico feliz em saber disso, Francis é um querido. Ajudou várias conhecidas minhas.”Cristina deu uma pausa; não sabia como tocar no assunto, mas não podia fingir que nada aconteceu.“Mas o motivo da minha mensagem é que quero conversar com vo
Cristina, uma mulher de 34 anos de idade, moradora da grande metrópole de São Paulo. Vive somente com seus dois filhos em um pequeno e confortável apartamento deixado pelo que um dia foi o seu marido. Ela, cada dia que acorda e se olha no espelho de seu banheiro, percebendo as marcas do tempo em sua aparência lhe atinge dia após dia, era até frustrante ter que se olhar no espelho enquanto escova seus dentes.Cristina ficava se perguntando porque tudo na vida amorosa dela deu errado? E o porquê suas escolhas de vida as transformaram tanto? Ficava recordando todos os dias do seu jeito doce com a vida, seu otimismo, e hoje, parece viver em amarguras e saudades do que um dia foi no passado não tão distante.E sem controlar seus pensamentos, começou a recordar tudo que viveu antes de transformar-se nessa mulher de hoje, fria e um pouco amargurada. Cristina era muito romântica, parecia até estranha que um dia chegasse a ser como é hoje,fechada para o amor . Nunca foi de muitos namorado
Todos que contaram a novidade, comemoraram e felicitaram o casal. Os pais dos dois, aconselharam que o casamento acontecesse antes que a barriga aparecesse. E depois de um mês, casou com Thomas no cartório, agora ela faria a sua família ao lado do homem da sua vida. Seria como nos livros agora, o fim do capítulo final, onde o casal vive feliz para sempre, mas o para sempre estava mais para o início de um epílogo de: A ruína de um feliz que devia ser para sempre na vida de Cristina mas não foi.Parecia que depois que casaram, seu agora marido Thomas, chegava tarde todas as noites. Evitava conversar com ela, e com a barriga surgindo, evitava ser visto ao seu lado. Ela, pela fragilidade do momento, ainda tentava entender as mudanças do comportamento do seu marido. Com tudo, nada poderia ser mais cruel com uma alma amorosa, o que vinha a seguir. Quando chegou com oito meses de gestação dos seus gêmeos, era um casal por sinal, os dois viviam brigando. Com direito a xingamentos, Cristina es
As duas mulheres o acompanharam, Cristina queria somente ter contato com hospital, quando seus bebês nascessem no mês seguinte. Ao entrarem sentaram-se, e o doutor Marcos sentou-se e começou a contar:— Bem, senhora Cristina. O seu esposo, o Thomas, se envolveu em acidente, colidindo com outro carro que vinha na pista contrária. — Ele está bem doutor? — Cristina agarrava com força sua mãe pelo braço com força, que nem percebia que fazia isso.— Eu peço que você seja forte, vejo que está grávida...— Diga logo doutor, por favor! — Gritou Cristina dentro da sala, nunca gostou de surpresas em sua vida.— Tem coisas nessa vida senhora que nos pega de surpresa....— Doutor não enrole, como está o meu marido? — Lágrimas brotavam em seu rosto, tinha que escutar o que já gritava em seu cérebro a resposta.— Eu sinto muito, mas infelizmente o seu esposo faleceu antes mesmo de chegar aqui no hospital.A cabeça da Cristina girou, parecia um filme de terror, onde agora seu pior pesadelo se torn
O príncipe encantado, lindo, gentil que Cristina amava com toda a sua alma, somente existia em sua cabeça, durante anos ele a enganava, e o pior, todos juntos escondiam isso dela. Todo seu lado mulher ferida pela traição recém descoberta, o amor que achou que viveu foi uma completo mentira, seu marido era um traidor.Cristina, olhava para todos enquanto a mulher falava, e todos abaixaram a cabeça de vergonha, somente os seus familiares pareciam tão chocados quanto ela. Deu um passo próximo do caixão para olhar mais um vez, agora no rosto pálido de Thomas. Os pais dele, somente repetiam olhando para ela:— Nós realmente sentimos muito Cristina, queríamos lhe contar mas nosso filho não nos permitiu, fique calma.Cristina, lembrou de como Thomas havia mudado de um tempo para cá, de como estava frio e até gritando com ela estava fazendo. Sua ficha começou a cair naquele momento, tudo fez sentido, e num ato de fúria, sem aviso prévio gritou com a voz carregada de raiva e mágoa:— Pois bem,
— Olha quem chegou na casa da vovó. — Silvia, agarrou Ângelo e Sofia, e vendo sua filha, deu um beijo em Cristina. — E você meu amor, está bem?— Sim mãe, papai já foi trabalhar?— Saiu daqui às seis, vamos tomar um café? Fiz um bolo de cenoura maravilhoso.— Nós já comemos algo, eu vou tomar somente aquele café preto que somente a senhora sabe fazer. Eu tento fazer igual, mas é impossível mãe!— A mãe de Cristina riu:— É os anos de experiência minha filha. E vocês, pequenos, querem o bolo da vovó?— Queremos! — Tudo era uma festa para eles, e como gêmeos, mesmo sendo diferentes, sempre respondiam juntos algumas frases sem ao menos combinar um com o outro.— Cristina, hoje você irá demorar para chegar?— Acho que não mãe, tenho uma reunião com um possível arquiteto lá na empresa, mas acho que até às seis da tarde eu chego.— Tudo bem então, vem que a mãe fará aquele frango assado que você ama.Mesmo com tudo que viveu, sua carreira profissional deslanchou. Abriu sua empresa de cosmé