Cristina, ao chegar em casa, lutou contra a insônia, um conflito interno a consumindo. A promessa feita a Gabriela a impedia de se abrir completamente com Fernando, um peso que se somava à crescente oposição de seus pais ao relacionamento. A necessidade de ocultar a verdade de Fernando lhe causava uma dor enorme, pois detestava a desonestidade.
Na manhã seguinte, a ideia de encontrar Fernando na Renova a apavorou, a imagem de seu pai na loja e agredindo-o novamente a assombrava. Decidiu então, marcar um encontro em um restaurante discreto.
Ao adentrar o local, avistou Fernando ao longe, sua beleza a atingiu como uma onda. Uma sensação nostálgica a invadiu, remetendo aos tempos de adolescente, aos encontros furtivos e cheios de expectativa. Para despistar seus pais, fez uma pequena farsa, contra
Gabriela abriu sua rede social, quando seus olhos arregalados fixaram-se no nome que saltava da pequena nota social no rodapé da página de notícias: “Rafael Alcântara está de volta à cidade após anos vivendo na Europa.” Pulou da cama e pensou em um novo plano para separar Fernando e Cristina. Tinha encontrado alguém perfeito para ajudá-la.— Então você voltou, Rafael! Sinto que o jogo agora vai ficar interessante! E claro, ao meu favor. — Disse, um sorriso torto vitorioso em seus lábios. O passado, aquele que ela mantinha enterrado dentro de si, havia acabado de bater à porta. Rafael não era apenas um velho conhecido, era seu parceiro para várias outras coisas.Era seu reflexo mais cruel, sua parceria mais sombria. Jun
Uma semana depois, com tudo combinado com Rafael, Gabriela deu início ao seu plano de separar Cristina e Fernando. Ela discou o número de Cristina, a voz melosa transbordando falsa animação.— Cristina, que bom que atendeu. Iria contar para o meu irmão toda a verdade, mas estava pensando... que tal marcarmos um dia para eu conhecer seus filhos? Porque eu sei que o meu irmão ficará com você!Gabriela disse isso controlando o tom de sua voz, não podia demonstrar que a verdade era outra. Era tudo parte do seu plano para envolver Cristina profundamente em seu jogo.Cristina ficou pensativa antes de decidir sua resposta. Era bom que Gabriela contasse logo o que aconteceu no passado, pois odiava mentir para Fernando, que a cada dia mais a tratava como ela sempre desejou. Não se sentia bem em esconder nada dele.
O relacionamento de Cristina com Fernando ainda estava sendo escondido dos seus pais. Ela não queria isso, porém eles foram categóricos em não aceitar os dois juntos. Dentro de tudo que Gabriela sabia, queria usar isso para separar o casal.Avisando Rafael, descobriram onde o pai de Cristina tinha sua oficina mecânica e pediu para que ele simulasse que o seu carro quebrou e se aproximasse de Omar. Ela conhecia os jogos de seu cúmplice, ele sabia as peças certas para conseguir tudo que se propunha a fazer. E agora era: Separar Cristina e Fernando!Rafael realmente tinha ficado ainda mais interessado em Cristina. As mulheres que foram as suas vítimas estavam numa faixa etária bem mais velha que a dela. Ela era jovem e muito atraente aos olhos dele, completo sedutor. Seria maravilhoso desfrutar de momen
— Mamãe, onde nós iremos?— Na casa do vovô e vovó — Respondeu Cristina ao seu filho Ângelo enquanto ajeitava a sua camisa. Ela estava também curiosa para saber quem seria a pessoa que o seu pai gostaria de apresentá-la.— Então vamos, meninos? A vovó Maria disse que fará frango assado, sinal de que a visita é alguém que o avô de vocês gosta muito.Os três, em pouco tempo, chegaram em frente à casa dos pais de Cristina. Ela olhou-se no espelho retrovisor e, antes de sair do carro, sentiu o seu celular vibrar em sua bolsa. Ao pegá-lo, viu uma mensagem de texto de Fernando:“Já estou com muita saudade de você, boa noit
Fernando, com a expressão fechada, caminhou até Cristina, afastando-a de Rafael, tentando ignorar a sua presença. Como era horrível sentir outro homem perto da mulher que amava. A insegurança atingiu em cheio a mente e o coração do apaixonado Fernando.— Tudo bem, Cristina? — E abraçou-a apertado, voltando a olhar para Rafael com cara de poucos amigos.— Boa tarde, lembra de mim, lá do parque?Rafael sabia, pela linguagem corporal de Fernando, que tinha conseguido atingir onde gostaria. O primeiro monstrinho da insegurança foi implantado no coração dele. Tinha que minar aos poucos essa relação. E, infelizmente, Fernando não havia sentido que era parte de um jogo de manipulação e de
Gabriela, sorrateira como uma sombra, despertou antes do amanhecer, aguardando o despertar de Fernando. A jogada da sua vingança girava, era o momento de impulsionar a segunda fase do plano para desmanchar o laço entre ele e Cristina. Com uma calma sinistra, preparou o café, a isca para sua presa, e esperou, saboreando a antecipação.Por volta das oito, Fernando arrastou-se para fora do quarto, com o rosto carregado de uma energia de poucos amigos. Gabriela, sorrateira como uma víbora, farejou a perturbação que o afligia, conhecendo a fundo o seu irmão.— O que te assombra, meu irmão? — Sua voz deslizou, carregada de uma falsa preocupação.Antes de proferir qualquer som, Fernando buscou alívio numa garrafa de
Cristina se sentiu mal pelo que aconteceu com Fernando no restaurante, depois de refletir, percebeu o quanto foi errado ainda tentar defender Rafael. Tinha que pedir desculpas para ele. Pegou o seu celular e decidiu mandar uma mensagem.“Oi, você está bem?”“Oi, estou sim. Hoje fui no terapeuta que me indicou. Gostei bastante dele, me deixou muito esperançoso em me livrar dos meus pesadelos.”“Fico feliz em saber disso, Francis é um querido. Ajudou várias conhecidas minhas.”Cristina deu uma pausa; não sabia como tocar no assunto, mas não podia fingir que nada aconteceu.“Mas o motivo da minha mensagem é que quero conversar com vo
Cristina, uma mulher de 34 anos de idade, moradora da grande metrópole de São Paulo. Vive somente com seus dois filhos em um pequeno e confortável apartamento deixado pelo que um dia foi o seu marido. Ela, cada dia que acorda e se olha no espelho de seu banheiro, percebendo as marcas do tempo em sua aparência lhe atinge dia após dia, era até frustrante ter que se olhar no espelho enquanto escova seus dentes.Cristina ficava se perguntando porque tudo na vida amorosa dela deu errado? E o porquê suas escolhas de vida as transformaram tanto? Ficava recordando todos os dias do seu jeito doce com a vida, seu otimismo, e hoje, parece viver em amarguras e saudades do que um dia foi no passado não tão distante.E sem controlar seus pensamentos, começou a recordar tudo que viveu antes de transformar-se nessa mulher de hoje, fria e um pouco amargurada. Cristina era muito romântica, parecia até estranha que um dia chegasse a ser como é hoje,fechada para o amor . Nunca foi de muitos namorado