— Olha quem chegou na casa da vovó. — Silvia, agarrou Ângelo e Sofia, e vendo sua filha, deu um beijo em Cristina. — E você meu amor, está bem?
— Sim mãe, papai já foi trabalhar?
— Saiu daqui às seis, vamos tomar um café? Fiz um bolo de cenoura maravilhoso.
— Nós já comemos algo, eu vou tomar somente aquele café preto que somente a senhora sabe fazer. Eu tento fazer igual, mas é impossível mãe!— A mãe de Cristina riu:
— É os anos de experiência minha filha. E vocês, pequenos, querem o bolo da vovó?
— Queremos! — Tudo era uma festa para eles, e como gêmeos, mesmo sendo diferentes, sempre respondiam juntos algumas frases sem ao menos combinar um com o outro.
— Cristina, hoje você irá demorar para chegar?
— Acho que não mãe, tenho uma reunião com um possível arquiteto lá na empresa, mas acho que até às seis da tarde eu chego.
— Tudo bem então, vem que a mãe fará aquele frango assado que você ama.
Mesmo com tudo que viveu, sua carreira profissional deslanchou. Abriu sua empresa de cosméticos, que ganhava espaço em todo Brasil. E naquele ano, ela queria inaugurar uma grande filial e precisava de bons profissionais para que tudo ficasse impecável.
Tinha contratado engenheiro, a empresa de construção, somente faltava um bom arquiteto de interiores, que cuidasse da eficiência da obra e sua imagem transmitida para quem chegasse ao espaço. Havia feito algumas outras entrevistas, porém ninguém do perfil que ela desejava.
Seu assistente disse que finalmente havia encontrado alguém do jeito que ela buscava. A reunião seria no período da tarde, às 15:00.O dia pareceu que passou voando, quando olhou no relógio, já era 14:30.
— Ocupada?
Ao olhar para a porta encostada, vinha seu assistente, o Miguel. Era alto, careca e nunca repetia a armação dos seus óculos, hoje por sinal era um vermelho. Cristina o conheceu enquanto ainda cursava a faculdade, os dois estudavam juntos, tinham uma boa convivência. Riam muito juntos, defendeu muito ele de preconceitos, pois o mesmo era homossexual, e os colegas queriam caçoar dele, mas ela não permitia na sua presença que nada disso acontecesse.
E agora os dois, trabalhavam juntos. Ele está com ela desde que abriu a empresa, ainda era um pequeno espaço na região da Lapa. Miguel chegou novamente em sua vida um ano depois de tudo que sofreu.
— Não mais, agora é esperar o arquiteto que você tanto me falou ontem.
— Foi recomendação do engenheiro da filial, que diz que é o melhor no ramo.
— Espero, pois cansa ficar procurando um que faça o que desejo para a Renova.
— Quando ele chegar eu aviso.
— Ok, vou retomar esses documentos então. Quero voar para a casa da minha mãe, hoje ela me fará um frango assado.
— Ah, que saudade da comida da sua mãe! — Miguel fez aquela expressão já conhecida por Cristina, parecia uma criança pidona.
— Amanhã eu prometo que trago um pedaço do frango da mamãe.
— Por isso somos amigos há tantos anos, te amo querida. E agora lhe deixarei trabalhar mais, quando o arquiteto chegar eu já o trago aqui para sua sala.
Cristina ao se ver sozinha, percebeu que apesar de tudo que viveu, hoje estava no auge do sucesso que poderia sonhar em sua vida. Muitas mulheres dependiam de seus esposos, não que seja errado, mas como ela não sonhava mais em ter um amor em sua vida, o trabalho se tornou sua válvula de escape da ferida do seu passado.
Estar agora em sua loja nova, podendo dar tudo que seus filhos desejam era tudo que ela deseja. Passando-se algum tempo, ela escuta uma batida em sua porta, ordenou que podiam entrar, ela do jeito que estava lendo o documento em sua frente, de cabeça baixa, somente ouvia a voz de Miguel.
— Cristina, aqui está o arquiteto de interiores que pedi que viesse lhe encontrar. Qual o seu nome mesmo senhor?
— O meu nome é Fernando, senhor.
— Vou deixar vocês sozinhos para conversarem melhor, qualquer coisa é só me chamar Cristina.
— Tudo certo Miguel, trás um café para nós aqui no meu escritório, por favor.
Quando a porta se fechou, Cristina largou o último papel à sua frente e levantou o seu olhar em direção ao tão recomendado arquiteto. Porém, ao encontrar com os olhos daquele homem, o seu mundo pareceu ficar em silêncio. Aquele homem, alto de pele clara, olhos castanhos que tinha um coque de seu cabelo preto comprido amarrado no alto da sua cabeça de e o seu sorriso leve e doce, que a encarava com profundidade, parecia que o conhecia a muito tempo.
Fernando caminhou próximo a sua mesa, e com um olhar penetrante estendeu sua mão, ela não sabia como mas parecia que ele lia sua mente de como ela ficou ao vê-lo, e abriu mais o sorriso a fazendo prender a respiração.
— Muito prazer senhora Cristina, eu vim para conversarmos sobre a vaga para a filial em sua nova loja.
Cristina não conseguia se mexer, o que era tudo que estava sentindo nesse momento? Depois de tanto tempo seu coração palpitou mais forte mais uma vez. O que poderia ser tudo que sentia agora? Quando percebeu que ele continuava com a mão estendida, ela despertou o controle sobre o seu corpo:
— Muito prazer Fernando, pode se sentar.
Ela observou enquanto Fernando se acomodava à sua frente, sua presença ocupando não apenas o espaço físico, mas também cada pensamento que tentava organizar. Ele manteve o olhar preso ao dela, como se quisesse decifrar cada fato que ela pensava, cada mínima hesitação que surgia em seu semblante.
— Parece surpresa em me ver , senhora Cristina. — Comentou ele, um tom divertido na voz, enquanto apoiava os braços sobre a braço da cadeira que sentava.
Ela umedeceu os lábios antes de responder, sentindo um calor inusitado subir pelo seu corpo, o que era tudo isso que sentia?
— Eu... não esperava que fosse tão jovem, pela forma que Miguel falou, pensei ser mais velho o arquiteto. — Sua voz saiu mais baixa do que pretendia, quase um sussurro. Onde foi parar aquela mulher decidida e forte? Não podia parecer fraca.
Fernando inclinou a cabeça de lado, o sorriso permanecendo ali, brincando nos lábios bem desenhados.
— Mas isso é bom ou ruim? Porque me olha com um certo nervosismo, garanto que sou capaz em minha profissão.
Cristina piscou algumas vezes, tentando manter a compostura. Não fazia ideia do que estava acontecendo, apenas que a atmosfera ao redor parecia eletrizada com a presença de Fernando. Como se, em algum momento, o mundo ao seu redor tivesse perdido o foco, deixando apenas ele ali, despertando sensações que ela não desejava nunca mais sentir em sua vida novamente. Tinha que tomar o controle sobre essa situação que estava acontecendo, não podia deixar levar pela situação.
O clima foi quebrado com a chegada de Miguel com os cafés, como era estranho para Cristina se sentir assim depois de muito tempo na presença de uma homem.
— Com licença, trouxe o café que você me pediu. — Logo que entrou ele percebeu que Cristina estava visivelmente estranha, quase pulou em cima dele com a bandeja.
— Muito obrigada Miguel. — pegou a colher que estava junto com a xícara e sem olhar para trás, era até engraçado para o seu amigo vê-la assim, ela perguntou para Fernando:
— Você quer açúcar ou adoçante?
— Com adoçante. - Ela se arrepiou inteira, a voz desse homem mexia com ela também. Cristina ficava repetindo para si mesma que devia manter a calma, tudo estava sob controle. Ela entregou a xícara mas nem olhou na cara do arquiteto recomendado por Miguel. Com a postura mais firme, Cristina falava enquanto caminhava de volta para a sua cadeira.
— Miguel me disse que você é o melhor na sua área? Quanto tempo de profissão você tem, Fernando? — Ela correu para achar o currículo dele entre os papéis em cima da sua mesa, quando olhou a data de nascimento dele, ela travou. Pelas contas, ela do ano de 92 e ele nasceu dez anos depois, em 2002. Cristina não sabia porque sentiu uma certa frustração em seu coração em descobrir essa diferença de dez anos um do outro.
— Estou há dois anos na profissão, soube que a senhora está quase para inaugurar uma loja de cosméticos Renova. Será uma das maiores da capital. Desejo muito fazer parte desse projeto com a senhora.
Era bom ter acabado aquele clima que anteriormente estava na sala entre eles, agora Cristina se sentia segura, falar de trabalho e sua nova loja a trazia para as suas metas de vida.
— Sim, e desejo uma decoração mais clean mas nada que seja exagerado sem cor, algo que remeta a beleza, brilhos para minhas clientes. Algo que brinque com o nome dela: Renova.
De dentro da sua bolsa que Fernando carregava atravessada em seu corpo, era de cor bege escura. E puxou um caderno e uma pasta preta, entregou ela a Cristina e junto um caderno, iria anotar tudo que Cristina desejasse para sua loja.
Ela ao abrir a pasta, seus olhos se encheram de emoção, tudo que desejava para sua loja estava na sua frente. Fernando, antes mesmo de vim a reunião, já havia preparado o material com algumas imagens com o estilo que ela desejava sem mesmo saber.
— Incrível tudo isso Fernando, parece que você sabia o que eu desejava para a minha loja. Até os vidros com película estão aqui. — Cristina, sem perceber abriu um sorriso que parecia criança quando ganha um doce. Fernando parou de anotar em seu caderno e ficou encarando. O sorriso dela era lindo:
— Só em ver esse lindo sorriso em seu rosto, vejo que fiz o meu trabalho muito bem. Antes de vir, pesquisei a história da loja Renova e como era já o estilo dessa aqui. — Ela ficou meio sem graça pelo elogio, porém não podia perder o foco. E pelo material, desejava que ele a acompanhasse até a filial vê-la pessoalmente.
— Eu gostaria que o senhor me acompanhasse até a loja, adoraria que me mostrasse lá tudo que tem de ideias. Podemos?
— Só se for agora.
A Cristina abriu a porta do escritório para ele sair, e ao passar por ela a encarou profundamente, parecia que sabia o efeito que causava nela. Enquanto desciam as escadas rumo a saída da loja, Fernando observava cada gesto de Cristina, como acenava para seus funcionários e como ela era linda, fazia totalmente o seu tipo. E a sua postura firme, empoderada o fazia olhar com mais interesse.
Ao chegarem na loja que iria ser inaugurada, ali próximo da Lapa, a loja era o dobro daquela que ele visitou. Em pensar o quanto aquela mulher lutou para conseguir construir tudo isso, soube por amigos sobre ela ser viúva e lutar sozinha para cuidar dos seus filhos. Queria saber mais dela, não era sua postura profissional porém sua curiosidade sobre ela falava mais alto.
— Nossa que lugar enorme, quanto tempo demorou para construir aqui? Me parece tão jovem.
— Obrigada pela parte da jovem, eu já tenho 34 anos de idade. Demorou cinco anos para conseguir realizar esse sonho, trabalhei tanto. — Cristina falava enquanto olhava ao redor, foi quando ele disse algo que a fez arrepiar de novo.
— Uma mulher linda como você, nem o tempo será capaz de deixá-la acabada. A torna mais interessante ter a idade que já tem.
Cristina, mesmo sendo quem é hoje em dia, quis fugir dali nesse exato momento. Fernando ainda não sabia o efeito que causava nela. Ela, fingiu não ouvi-lo, tinha que focar no que vieram fazer ali. Seu lado profissional tinha que ser o seu objetivo. Não podia quebrar a sua promessa!— Bem, Miguel me informou que você tem algumas ideias para me mostrar. Quero ver se a sua ideia combina com a que já possuo.— Claro. — Com um sorriso ele tirando da sua bolsa, ele jogou sobre a mesa vários papéis com o design da loja como se já estivesse pronta. Cristina ficou encantada, parecia que ele havia tirado suas ideias de tudo que sonhava para a sua loja. Ele, ao vê-la passando a mão nos desenhos, percebeu que tinha acertado o gosto dela, realmente os estudos prévios que havia feito, tinha o ajudado. Não podia perder esse trabalho por vários motivos, porém ele não queria deixar de estar ao lado de Cristina. Ele sentia que atrás daquela postura fechada, algo dizia para ele que no fundo ela era do
— Eu não devia ter feito isso! — Fernando, ao voltar para a sua casa, ficava repetindo para si mesmo essa frase. Como ele poderia ter beijado sua possível contratante? Dentro dele era um misto de emoção e medo do que acabou de fazer. Beijar alguém assim, sem nem ao menos conhecê-la, era algo novo em sua vida.Antes de chegar em casa, passou em uma loja de conveniência para comprar o que ele chamava todos os dias da sua janta. Que era um macarrão instantâneo, um salgado sabor carne e um refrigerante de soda. Fernando desde que a sua avó faleceu no ano anterior, era raro as vezes que ele preparava uma refeição de verdade. E Sônia, a ajudante em sua casa, nunca permitiu que a mesma cozinhasse para ele. Nunca foi de abusar das pessoas em sua vida, então se virava na cozinha como podia.Ao chegar em frente da sua casa, toda vez sem perceber, ele por segundos ficava receoso para entrar. Mesmo hoje ele sendo um homem adulto e que saiba se defender, o seu menino que ainda vivia dentro dele nã
Cristina, hoje amanheceu diferente dos outros dias, onde ficava olhando no espelho e revivendo toda sua vida por muito tempo. Enquanto se via refletida ficava passando a mão em seu rosto tentando encontrar alguma marca causada pelo tempo. Tentou falhamente esquecer o beijo com Fernando, porém era impossível que isso acontecesse, algo dentro dela havia mudado.Hoje, diferente dos outros dias, sem perceber escolheu a melhor roupa que possuía e até ousou passar um gloss com um tom bem claro de rosa. Os seus filhos ficaram encantados em como a sua mãe estava linda com um conjunto vermelho de um terno antigo que ela tinha, onde era um colete e uma calça da mesma cor em alfaiataria. Nem ela recordava a quanto tempo o guarda e fazia tempos que não o colocava.Ela tinha perdido a vontade de se arrumar a anos. Cristina não queria admitir mas toda essa produção era para alguém, sendo ele o recém contratado por ela para ser o arquiteto principal em sua nova loja, o Fernando. Na noite anterior ai
Cristina sentia a respiração de Fernando tão próxima que o seu coração acelerou sem que ela pudesse controlar, tinha medo dele conseguir escutar. Uma mecha solta do cabelo do Fernando roçava suavemente em seus lábios. Era um toque leve, era suave, mas que fez seu corpo inteiro reagir com um arrepio. Os olhos de Fernando estavam fixos nos dela, e a recordação do beijo do dia anterior percorreu sua mente, provocando outro arrepio involuntário. Era como uma confissão silenciosa do desejo que implorava dentro dela, suplicando por mais, muito mais daquele beijo.A respiração de Fernando tornou-se mais acelerada. O calor de seu corpo se aproximava, até que os dois estavam tão próximos que ele podia sentir o perfume suave dela, um aroma que parecia impregnado em sua mente. Nem ele entendia por que agia assim, mas algo nele ansiava desesperadamente por Cristina. A sua mão, hesitante, deslizou lentamente até sua cintura, e Cristina, sem se mover, apenas se deixava levar. Seu olhar denunciava
Cristina observava o semblante dele à sua frente e viu o quanto as suas palavras o deixaram desapontado, algo dentro dela também estava. Não entendia essa vontade dentro dela em se justificar, ela somente queria fugir de qualquer envolvimento entre os dois.— Não sei o que deu em mim ontem, espero que não pense errado sobre a minha pessoa. Vamos deixar a nossa relação no campo profissional, e provavelmente você deve pensar o mesmo que eu. — Não deve colocar palavras na minha boca Cristina, eu tinha outros planos para nós….— Não pense, por favor. Não quero viver nada relacionado com romances em minha vida. Na sala ficou um silêncio entre os dois, Fernando queria argumentar e convencê-la a mudar de ideia, porém não podia obrigá-la. Cristina olhava somente para sua bolsa, aquela mesma voz de antes gritava para ela não fazer isso, não o afaste, entretanto o seus traumas e medos a impedia de querer algo a mais com ele. Ela ia levantando para partir, achou que o assunto já havia terminad
A correria da inauguração da Renova, com seus últimos detalhes e a ansiedade de todos eram visíveis, mas finalmente cedeu espaço para a empolgação dos preparativos da viagem que Cristina havia preparado. Cristina, com um sorriso radiante que iluminava seu rosto, distribuía os últimos detalhes aos funcionários, visivelmente animada com a perspectiva de presentear a equipe que tanto se dedicaram à construção de seu sonho. Fernando, observando-a de longe, sentia um calor estranho no peito, uma mistura de admiração e desejo que o consumia. Como ela era linda, pensou, com a luz do sol refletindo em seus cabelos e a alegria transbordando em seus olhos.Por dias, ele tentou se aproximar, buscando brechas em sua armadura, mas Cristina parecia evitá-lo a todo custo. No entanto, ele via nos olhos dela, fugazes e intensos, que o beijo trocado entre eles havia mexido com seus sentimentos, despertando uma chama que ela lutava para apagar. A viagem, pensou ele, seria um respiro necessário para tod
Os dois dias naquele paraíso em São Vicente fizeram que Cristina se divertisse como a muito tempo não fazia. Fernando a todo momento a fazia sorrir, ainda não tinha tido outro beijo entre eles, pois sempre alguém aparecia para atrapalhá-los. Um dia antes de voltarem para a cidade, Fernando esperou um breve momento a sós com Cristina para lhe falar algo. Correu e a puxou para trás de um quiosque que ficava próximo da praia.— Por que me puxou para cá, Fernando? — É que sei que não deseja que ninguém nos veja juntos, mas queria te comunicar que mais tarde te preparei uma surpresa.— Que tipo de surpresa? — Ela perguntou com curiosidade com uma pitada de ansiedade. Entretanto, Fernando somente sorriu antes de respondê-la:— Não vou estragar tudo que preparei para você. Espere, tenho certeza que adorará.Para a surpresa de Cristina, ele antes de sair quase que correndo, lhe roubou um selinho suave. Ela encostou suas costas próxima ao quiosque, como era maravilhoso se sentir assim, feli
Tudo foi tão maravilhoso entre os dois novos apaixonados depois daquela noite mágica sob as estrelas de São Vicente. Cada toque, cada olhar trocado à beira-mar, havia tecido uma tapeçaria de sentimentos que ambos ansiavam por continuar a explorar. Cristina estava radiante, um brilho suave emanava de seus olhos, refletindo a felicidade que há tanto tempo estava adormecida. O retorno para a cidade seria no dia seguinte, marcando o fim de uma breve fuga, mas o início de algo que ambos esperavam ser duradouro. A inauguração da Renova, a loja com móveis planejados que Cristina tanto se dedicou a construir, aconteceria na segunda-feira. Um evento que agora carregava uma expectativa ainda maior, a de compartilhar esse novo capítulo de sua vida com Fernando.A viagem de volta para São Paulo, na confortável van que os havia levado ao litoral, foi permeada por uma atmosfera de doce contentamento. Trocas de olhares discretos entre Cristina e Fernando eram constantes, como se seus olhos buscassem