Eva Entrei em casa e logo o meu pai apareceu.— Eva, querida... Graças a Deus! — Abraçou-me, mas não correspondi. — Que bom que está bem. — Soltou-me.— E por que eu não estaria? Afinal, estava com o Luke. — Passei por ele indo em direção à escada.— Precisamos conversar!Parei e olhei-o.— Vou tomar um banho e, quando eu descer, a gente conversa.Subi para o meu quarto. No banheiro, parei diante do espelho e encarei-me. Não sabia que rumo tomaria a nossa conversa, mas tinha medo que para um lado agressivo. O meu pai era um homem um tanto descontrolado. Nunca gostou de ouvir verdades, era por isso que as conversas entre ele e a minha mãe viravam brigas horríveis.A porta do quarto foi aberta e depois fechada. Saí do banheiro e encontrei a minha mãe parada perto da cama. Ela esfregava as mãos uma na outra em um ato de angústia. Tinha um olhar preocupado. Preocupação que jamais a vi ter antes. Estranhei, assim como estranhei ela dizer mais cedo ao telefone que me amava. Acho que aquela
EvaApós tomar um banho, peguei a chave do carro, minha bolsa e saí. Enquanto dirigia para o escritório do Luke, o meu pai me ligou duas vezes. Não atendi. Ainda estava brava com ele. Talvez um gelo e um tempo o fizessem perceber o quanto estava sendo babaca conosco.Estacionei o carro e desci adentrando o prédio. As portas do elevador se abriram no último andar. Ao sair dei de cara com Amber, o ex-caso do Luke. Ela estava séria. Os seus olhos vermelhos e úmidos denunciavam choro. Encarou-me com a mandíbula contraída e um olhar raivoso.— Eva? — Escutei o meu pai me chamar. — O que faz aqui? — Aproximou-se com um sorriso congelado.— Ver você é que não é. — Forcei um sorriso.— Amber Lodge... O que lhe traz até aqui? — Ele estendeu a sua mão para ela e trocou o sorriso gélido por um atencioso.— Sr. Wangoria. Vim tratar de um assunto pessoal com Luke. — Apertou a sua mão.— Ah, claro! Esta é minha filha. Eva.Ela me olhou e sorriu falsamente.— Já nos conhecemos. Eu tenho que ir. Até
Luke — Ah... Eva! — gemi por ela, que me sugava com vontade dentro do carro, parado no estacionamento escuro e vazio do parque Wood. — Amor... — Agarrei os seus cabelos e não demorou nem mais meio segundo para eu gozar na sua boquinha linda. — Que loucura! — disse ofegante, fechando os olhos e recostando a cabeça para trás no banco.Ela riu ao se erguer.— Foi delicioso — disse ela.— Eu que o diga. Meu Deus... Eu te amo cada dia mais.— Eu também. — Beijou-me. — Agora você tem que me levar para casa.— Certo.Fechei a calça e liguei o carro saindo rumo à sua casa. Levei Eva até a porta e quando ia beijá-la em despedida, a mesmo foi aberta de uma só vez.— Isso não é hora para você estar de agarramento na frente de casa, mocinha. Entre já! — disse Arthur com arrogância.— Pega leve, pai! Não são nem dez da noite.— É melhor você entrar — falou impaciente.Eva se virou para mim e segurou o meu rosto entre as suas mãos.— Boa noite, Bonitão. — Beijou-me.— Boa noite, Borboleta.Soltei-
LukeEntrei na minha sala, peguei a chave do carro, meu celular e saí rumo à casa dos Wangoria. Ao estacionar em frente à residência, desci e corri de encontro a porta, tocando desesperadamente a campainha. Mandy a abriu e o alívio era visível no seu rosto ao me ver. Passei por ela e subi a escada a cada dois degraus. Enfiei a chave na fechadura e girei a maçaneta. Eva estava sentada na cama, abraçada as pernas e com os olhos irritados e molhados de tanto chorar.— Borboleta... — disse com tamanho pesar em vê-la daquele jeito, tão triste e fragilizada.— Luke... — Levantou-se da cama e correu ao meu encontro.Agarrei-a nos meus braços e a apertei forte. Ela se aninhou a mim.— Meu Deus... Você está bem, amor? — perguntei preocupado.— Talvez a gente nunca devesse ter contado. Ou, ao menos, esperado eu ter ido para Boston.— Não, amor. Quem sabe teria sido pior?! — Olhei-a. — Isso vai acabar. Eu prometo. Vamos ter paz agora.— Como sabe?— Apenas sei. — Peguei o seu celular no bolso da
EvaNa manhã seguinte, saí cedo de casa para passar o dia com Melanie e Ellen. Tínhamos uma lista interminável de coisas para fazer antes de irmos cada uma para a sua universidade. Estávamos na praça de alimentação do shopping, comendo e fazendo planos para o próximo verão, quando Ellen e eu fôssemos visitar Melanie na França.— E aí, gatinhas... — disse Harlow, capitão do time de basquete. — Qual é a boa? Por que andam sumidas?— Oi, Harlow! — cumprimentamos em uníssono.— Estamos só de bobeira curtindo o verão, e você? — falou Ellen.— Vim trazer a minha mãe para fazer compras. O que vão fazer amanhã à noite? Ficaram sabendo da festa no lago que o Michael está organizando?— Festa no lago Sweet Water? Estou dentro! — disse Melanie com empolgação.— Não fiquei sabendo de nada, mas também estou dentro — afirmou Ellen.— E você, Srta. Wangoria? Não vem? Vai ser demais! Será a última festa no lago antes de todo mundo se dissipar por aí, fazendo faculdade.— Eu não estou muito a fim. Já
LukeA secretária se retirou nos deixando a sós. Amber ficou parada, encarando-me nervosa. A sua aparência estava péssima, apesar de estar bem-vestida e de salto alto. Abaixo dos olhos, tinham enormes bolsas que denunciavam noites não dormidas. O semblante caído mostrava o triste e ácido momento que ela estava vivendo. Tive pena dela e me senti culpado por aquilo. Não tinha certeza, mas imaginava que era eu o responsável por deixá-la naquele estado.— O que lhe traz aqui, Amber?— Preciso falar com você! — Engoliu o seu choro, que começava a brotar nos olhos amendoados.— Por que não se senta? — Indiquei o sofá com a mão.Ela caminhou até a pequena sala de estar no meio do meu escritório e depositou a sua bolsa sobre uma poltrona, mas ficando de pé entre os estofados.— Estou bem assim.— Então... O que quer conversar?— Luke... Não sei como dizer isso, mas... — interrompeu fechando os olhos e respirando fundo.Amber empalideceu e deu um passo para trás em falso. Caminhei até ela apres
Eva A semana se foi e Luke estava sempre ocupado demais para me ver. Quando estive no seu escritório, na tarde anterior, ele se recusou a me ver alegando ser impossível abandonar a reunião. Compreendi que havia algo muito mais errado.Nas ligações, ele tentava disfarçar para parecer ser o mesmo, mas eu o conhecia bem demais e sabia que não era ele e sim uma versão sua que me escondia alguma coisa. Aquilo doía.“Será que ele se arrependeu de nós? Se deu conta de que não era o que realmente queria e agora tenta se afastar?”Não tinha resposta para minhas dúvidas.— Eva... Terra chamando Eva! — Dedos foram estalados à minha frente.— Desculpe, Ellen.— Nossa... Você estava em outro planeta — riu. — O que te aflige, garota? Luke e o seu afastamento repentino?— Algo está errado, eu sinto!— Olha só... Por que você não pergunta para ele o que está rolando?— Eu já perguntei.— E...— Ele diz que está tudo bem.— Escroto! — bufou revirando os olhos. — Quer saber... Eu acho devemos ir à fes
EvaEllen e Melanie saíram correndo para pegar mais cerveja. A música foi desligada e, de repente, um rapaz apanhou um violão e começou a cantar a canção Kiss me, do Ed Sheeran, formando uma roda de pessoas à sua volta. Eu adorava aquela música, então comecei a cantar baixinho.— Vem. Vamos dançar. — William ofereceu-me a sua mão, levantando-se.— O quê? Por quê?— Porque eu também gosto dessa música e quero dançar com você. Vem. É só uma dança.— Mas é uma música lenta.Ele riu.— Mas o que isso tem a ver? Venha, Eva! — insistiu agarrando a minha mão e puxando-me, colocando de pé.As suas mãos seguraram firmes a minha cintura e eu passei os meus braços por seu pescoço. Juntos, mas não colados, dançamos. Era estranho como o meu corpo estava reagindo a ele e os seus toques. Senti raiva de mim mesma por estar sentindo aquilo. Eu tinha um namorado e o amava muito. Por que diabos sentia aquelas coisas? Carência? Falta de sexo? Eu não sabia. A música foi chegando ao fim e o rosto de Willia