47

Eu estou no escritório de Paulo e já era noite, eu passava horas aqui antes de dormir, parecia que eu o sentia perto toda vez que eu vinha aqui.

— Mãe — Pedro fala entrando no escritório.

— Oi!

— Vamos dormir?

— Eu já vou — eu respondo e ele olha para a porta do cofre aberta.

— Fecha isso — ele fala — Você não pode mais ficar vindo aqui, te faz mal.

— Eu estou bem — eu respondo.

— Mãe — ele se aproxima — Eu não sou burro mãe e nem mais criança, sei o quanto você está sofrendo e muito — ele me estende a mão para que eu levante da cadeira. — Vem, vamos dormir.

Eu não falo nada, apenas pego em sua mão e me levanto para ir com ele para fora do escritório, subo as escadas e ele me leva até o quarto.

— A senhora não acha que está na hora de mexer nas coisas do papai? — ele pergunta — Está tudo exposto naquele quarto, em cima da cama, mexer no escritório, reformar ou até mesmo vender essa casa.

— Não — eu falo.

— Mãe! — ele diz — O papai vai estar presente em nossas vidas, em nossos corações
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