Ao entrar no escritório, o cheiro de couro velho e madeira polida o envolveu, misturando-se ao leve aroma do tabaco que sempre o acompanhava. Rick se aproximou da mesa de mogno, pegou uma garrafa de whisky e serviu-se generosamente. A bebida desceu quente pela sua garganta, mas não ofereceu o alívio que ele procurava. Sem pressa, acendeu um cigarro, o cheiro do tabaco misturando-se ao do whisky e preenchendo o ar. Ele tragou profundamente, deixando a fumaça escoar lentamente de seus pulmões, os olhos fixos nos papeis sobre a mesa. Os pensamentos eram como pedaços dispersos de um quebra-cabeça, difíceis de conectar. Ele tentava entender o que realmente aconteceu no hospital, o que realmente estava em jogo.
O som de um leve toque na porta interrompeu seus pensamentos. Ele não se virou de imediato, apenas levantou a cabeça.
— Pode entrar. — A voz de Rick foi grave, sem emoção, como uma cortina de fumaça, apagando qualquer traço de dúvida ou cansaço.
A porta se abri
Rick não resistiu e a puxou para um abraço apertado, enterrando o rosto nos cabelos dela e beijando sua cabeça com carinho.— Meu amor, eu te amo tanto. Nem imagino viver sem você. Eu estava desesperado já. — Ele sussurrou, seus braços apertando Lorena de uma forma que parecia proteger, mas também exprimir todo o amor e a dor que ele sentia.Lorena, ainda um pouco emocionada, olhou para ele com ternura.— Eu também tive muito medo, amor. Eu te amo. — Ela disse, com um suspiro, enquanto ele a mantinha em seus braços. — Agora vai se vestir, estou morrendo de fome.Rick soltou um sorriso, percebendo a mudança de foco de Lorena, mas sabia que ela estava precisando desse momento mais leve.— Imagino que esteja com fome, dormiu o dia todo praticamente. — Ele disse, a voz suave, mas com uma leve diversão.Lorena riu suavemente, dando um empurrão carinhoso nele.— Então preciso me alimentar bem, né? — Ela disse, com um sorriso travesso.<
Rick, com os olhos fixos nela, hesitou por um momento. Ele sabia que essa pergunta poderia abrir antigas feridas, mas não havia mais como evitar.— Melissa foi... — Ele começou a falar, mas foi interrompido por Lorena, que, com um tom mais exigente, falou.— Nem pense em mentir, me fale a verdade. Quem foi ela? O que você fez com ela? — A impaciência em sua voz era clara, o tom desafiador.Rick a olhou com um suspiro. O peso de sua resposta seria mais um fardo a carregar, mas sabia que não havia mais como esconder.— Melissa foi uma vadia com quem eu transei algumas vezes. Mas ela disse que queria ser minha vadia exclusiva... Mas eu sempre deixei claro para ela que eu não queria um relacionamento. — Ele fez uma pausa, seu olhar se perdendo no vazio por um momento. — Mas os dias passaram, e ela sempre estava disponível para mim.Lorena o olhou com uma mistura de raiva e decepção.— E o que mudou? — Ela perguntou, com a voz baixa, mas cortante
Rick olhou para Lorena, ainda tentando processar a decisão dela. Seu olhar estava mais sério do que nunca, uma leve fumaça de seu cigarro ainda se dissipando no ar do escritório. O silêncio entre eles foi pesado, até que ele finalmente falou:— Lorena, tem certeza? — Sua voz baixa refletia a preocupação genuína que ele sentia.Lorena, com a expressão firme e decidida, olhou diretamente nos olhos dele, sem hesitar.— Absoluta. — Ela respondeu com convicção, seus olhos brilhando com uma intensidade perigosa.Rick soltou um suspiro, claramente surpreso com a força da decisão dela. Ele já sabia que Lorena era determinada, mas nunca imaginou que ela fosse tomar o controle de uma maneira tão drástica.— Tudo bem, daqui a dois dias você começa as aulas. — Ele falou, tentando manter a calma.Lorena se aproximou um pouco mais de Rick, seus passos leves no chão de madeira do escritório. Ela cruzou os braços com um sorriso leve nos lábios, mas com uma
O hospital estava mergulhado em sua calmaria habitual, apenas o som distante dos monitores cardíacos e o murmúrio dos funcionários preenchiam os corredores. Lorena Fischer aproveitava esse breve momento de paz em sua sala, organizando alguns relatórios, quando uma voz grave e furiosa cortou o silêncio.— Cadê o médico? Não tem médico nessa porra não?! — A voz ecoou pela recepção, carregada de impaciência e fúria.Camila, a enfermeira, ergueu o olhar, mantendo a postura profissional.— Senhor, por favor, acalme-se. Em que posso ajudá-lo?O homem à sua frente não parecia disposto a ouvir. Sua mandíbula estava travada, os olhos intensos como lâminas afiadas, e a presença dele exalava autoridade.— Eu quero a porra de um médico AGORA!Lorena franziu a testa ao ouvir a discussão. Saiu da sala com passos firmes, sentindo a tensão no ar aumentar a cada segundo. Assim que chegou à recepção, seus olhos captaram a cena. Um homem de terno preto, ombros largos e expressão feroz dominava o espaço.
A sala estava silenciosa, exceto pelo bip ritmado dos monitores cardíacos e pelo sutil zumbido do ar-condicionado. O cheiro de antisséptico ainda dominava o ambiente, misturando-se ao leve aroma metálico de sangue seco. Lorena examinava o paciente, conferindo seus sinais vitais, quando um movimento brusco fez seu coração disparar.Gustavo Maxwell agarrou seu braço com força inesperada.— Ai, meu Deus! — ela exclamou, recuando levemente. — Você quase me mata de susto!Os olhos dele estavam confusos, piscando várias vezes antes de se fixarem nela.— Onde eu estou? — sua voz saiu rouca, carregada de sono e desorientação.Lorena sorriu, profissional, mas aliviada.— Sou a Dra. Lorena. Que bom que você acordou. Seu amigo já estava surtando porque não deixei ele te ver.— Por quê? — Gustavo franziu a testa, ainda tentando processar a informação.— Você passou por uma cirurgia bem delicada e ficou inconsciente por dois dias.— Dois dias? — ele repetiu, incrédulo. — Com certeza o chefe deve e
O olhar de Rick se tornou ainda mais frio.— Dra., preciso tirar ele daqui ainda hoje. Saia desse quarto agora e volte com a alta dele assinada — ordenou, sua voz carregada de ameaça.Lorena cruzou os braços, desafiadora.— Senhor, como eu disse...Rick deu um passo à frente, sua presença tornando-se opressora.— Dra., saia agora da porra do quarto, antes que eu...— Espera, chefe! — interrompeu Gustavo, com esforço. — Dra., por favor, vá... depois você volta.Lorena lançou um último olhar a Rick, contendo sua raiva, e saiu do quarto sem dizer mais nada. Assim que chegou ao seu consultório, soltou um suspiro frustrado e passou as mãos pelos cabelos.— Meu Deus, o que foi aquilo? Esse homem é louco, só pode! — murmurou, sentindo a raiva borbulhar dentro de si.***No quarto, o silêncio era interrompido apenas pelo barulho distante dos monitores cardíacos e pelo leve zumbido das lâmpadas fluorescentes. Gustavo, ainda pálido, ergueu os olhos para Rick Ocasek, que mantinha a expressão dur
Ele se aproximou da mesa de Lorena, olhando-a com uma intensidade que a fez desviar ligeiramente o olhar, antes de retomar o contato visual. O cheiro de seu perfume, algo amadeirado e ligeiramente picante, chegou antes dele.— Boa tarde, Dra. Lorena, sou o detetive Matt Dallas. Gostaria de fazer algumas perguntas. — A voz dele era profunda, rouca, com um tom sério, mas ainda assim carregado de um leve toque de desafio.Lorena ajustou-se na cadeira de couro, um leve estalo do material quebrando o silêncio. Ela manteve a postura ereta, mas seus olhos estavam agora focados no detetive. A luz que entrava pela janela iluminava o rosto dele, destacando a mandíbula forte e os olhos azuis penetrantes, que nunca a deixaram de encarar.— Boa tarde, detetive. Em que posso ajudar? — Ela respondeu, com a calma característica de quem lida com urgências todos os dias, mas sem perder a vigilância. E se recostou na cadeira de couro escuro, cruzando as pernas de forma graciosa.Dallas puxou uma pasta p
Em casa, Lorena se preparava para a noite que prometia ser inesquecível. Ela estava no quarto, diante do espelho, estudando sua aparência com um olhar crítico. O cheiro suave de seu perfume favorito – uma mistura de jasmim e sândalo – preenchia o ar, envolvente e sedutor. A luz suave da lâmpada do abajur batia sobre o rosto dela, destacando seus traços marcantes, enquanto o som do zíper do vestido cortava o silêncio do quarto.Ela queria algo que chamasse atenção, algo que deixasse claro que estava ali para se divertir, para ser o centro das atenções. O vestido vermelho, bem curto, tomara-que-caia, se encaixou perfeitamente em seu corpo, contornando suas curvas e deixando à mostra uma boa parte da tatuagem que se estendia pela sua coxa. O decote profundo, provocante, fazia a tensão no ar aumentar, como se o simples olhar para ela fosse suficiente para despertar desejos não ditos.Lorena sorriu para o reflexo no espelho, passando os dedos nos seus cabelos loiros e soltando-os, deixando