Rick olhou para Lorena, ainda tentando processar a decisão dela. Seu olhar estava mais sério do que nunca, uma leve fumaça de seu cigarro ainda se dissipando no ar do escritório. O silêncio entre eles foi pesado, até que ele finalmente falou:
— Lorena, tem certeza? — Sua voz baixa refletia a preocupação genuína que ele sentia.
Lorena, com a expressão firme e decidida, olhou diretamente nos olhos dele, sem hesitar.
— Absoluta. — Ela respondeu com convicção, seus olhos brilhando com uma intensidade perigosa.
Rick soltou um suspiro, claramente surpreso com a força da decisão dela. Ele já sabia que Lorena era determinada, mas nunca imaginou que ela fosse tomar o controle de uma maneira tão drástica.
— Tudo bem, daqui a dois dias você começa as aulas. — Ele falou, tentando manter a calma.
Lorena se aproximou um pouco mais de Rick, seus passos leves no chão de madeira do escritório. Ela cruzou os braços com um sorriso leve nos lábios, mas com uma
Rick saiu do escritório e se dirigiu à cozinha, onde o ambiente estava silencioso. Ele se sentou em uma das cadeiras da cozinha e, enquanto isso, Lorena estava no quarto, terminando de se arrumar para o treino. Ela optou por uma roupa de academia, simples, mas que desenhava bem sua figura. Quando ela entrou na cozinha, Rick levantou os olhos e a observou de cima a baixo, notando cada detalhe de sua aparência.— Porra, Lorena, você vai treinar com essa roupa? — Ele comentou, a surpresa e admiração misturadas em sua voz.Lorena, com um sorriso travesso, olhou para ele, se aproximando lentamente.— Sim, meu amor. Qual o problema? — Ela perguntou, se apoiando na bancada da cozinha, com um olhar provocante.Rick estava sentado, mas ao vê-la se aproximar, puxou-a gentilmente para se sentar em seu colo. Ela colocou uma perna de cada lado dele e o olhou com um sorriso, já sabendo o que ele queria dizer.— O problema é esse aqui, meu amor. — Ele disse, sua
Lorena engoliu em seco, a dor da situação aflorando em seu peito.— Rick, e você não tem família? — Ela perguntou, a surpresa evidente em sua voz.Rick a olhou com uma tristeza sutil, um olhar que ela raramente via nele. Era uma verdade difícil de engolir.— Não, meu amor. Meus pais morreram há muitos anos e sou filho único. Sempre fui sozinho, cruel, frio, impiedoso. Todos me temiam. Mas isso mudou quando você apareceu.... Você era, ainda é difícil, tem uma língua afiada, teimosa, ao mesmo tempo inteligente e encantadora.... Eu lutei por você, tive que ser paciente. Você me tornou humano novamente. Posso está sendo egoísta, mas, você é a única coisa boa na minha vida. Você me mantém vivo. — Ele pegou as mãos dela e as segurou com força. — Por você, eu vou matar todos no meu caminho, para te manter segura. Eu te amo, e você sempre será minha garotinha.Lorena sorriu fraco, o peito apertado com as palavras dele.— Eu te amo, Rick. Você me faz muito
A cada soco, ela se lembrava do que havia acontecido com Matt e de como queria reverter aquela situação, fazer justiça. Seus punhos, ao se fecharem com força, eram uma manifestação de tudo o que ela queria expressar. Ela não queria mais ser vulnerável, ela queria controle, ela queria poder.Saulo a observava com um olhar atento. Ele sabia que ela não estava apenas treinando para defender a si mesma. Ela estava treinando para lidar com o que havia em sua mente, para encontrar a paz através da ação.Após alguns minutos de intensos socos, Saulo fez uma pausa e se aproximou, colocando a mão em seu ombro.— Está indo bem, Lorena. Agora vamos tentar o chute. O seu corpo precisa estar mais coordenado, mas você já está no caminho certo. — Ele a encorajou, com uma leve expressão de orgulho.Lorena assentiu, mais determinada do que nunca, e se preparou para os próximos movimentos.O treino continuou, agora com foco nos chutes, que exigiam mais equilíbrio e c
O hospital estava mergulhado em sua calmaria habitual, apenas o som distante dos monitores cardíacos e o murmúrio dos funcionários preenchiam os corredores. Lorena Fischer aproveitava esse breve momento de paz em sua sala, organizando alguns relatórios, quando uma voz grave e furiosa cortou o silêncio.— Cadê o médico? Não tem médico nessa porra não?! — A voz ecoou pela recepção, carregada de impaciência e fúria.Camila, a enfermeira, ergueu o olhar, mantendo a postura profissional.— Senhor, por favor, acalme-se. Em que posso ajudá-lo?O homem à sua frente não parecia disposto a ouvir. Sua mandíbula estava travada, os olhos intensos como lâminas afiadas, e a presença dele exalava autoridade.— Eu quero a porra de um médico AGORA!Lorena franziu a testa ao ouvir a discussão. Saiu da sala com passos firmes, sentindo a tensão no ar aumentar a cada segundo. Assim que chegou à recepção, seus olhos captaram a cena. Um homem de terno preto, ombros largos e expressão feroz dominava o espaço.
A sala estava silenciosa, exceto pelo bip ritmado dos monitores cardíacos e pelo sutil zumbido do ar-condicionado. O cheiro de antisséptico ainda dominava o ambiente, misturando-se ao leve aroma metálico de sangue seco. Lorena examinava o paciente, conferindo seus sinais vitais, quando um movimento brusco fez seu coração disparar.Gustavo Maxwell agarrou seu braço com força inesperada.— Ai, meu Deus! — ela exclamou, recuando levemente. — Você quase me mata de susto!Os olhos dele estavam confusos, piscando várias vezes antes de se fixarem nela.— Onde eu estou? — sua voz saiu rouca, carregada de sono e desorientação.Lorena sorriu, profissional, mas aliviada.— Sou a Dra. Lorena. Que bom que você acordou. Seu amigo já estava surtando porque não deixei ele te ver.— Por quê? — Gustavo franziu a testa, ainda tentando processar a informação.— Você passou por uma cirurgia bem delicada e ficou inconsciente por dois dias.— Dois dias? — ele repetiu, incrédulo. — Com certeza o chefe deve e
O olhar de Rick se tornou ainda mais frio.— Dra., preciso tirar ele daqui ainda hoje. Saia desse quarto agora e volte com a alta dele assinada — ordenou, sua voz carregada de ameaça.Lorena cruzou os braços, desafiadora.— Senhor, como eu disse...Rick deu um passo à frente, sua presença tornando-se opressora.— Dra., saia agora da porra do quarto, antes que eu...— Espera, chefe! — interrompeu Gustavo, com esforço. — Dra., por favor, vá... depois você volta.Lorena lançou um último olhar a Rick, contendo sua raiva, e saiu do quarto sem dizer mais nada. Assim que chegou ao seu consultório, soltou um suspiro frustrado e passou as mãos pelos cabelos.— Meu Deus, o que foi aquilo? Esse homem é louco, só pode! — murmurou, sentindo a raiva borbulhar dentro de si.***No quarto, o silêncio era interrompido apenas pelo barulho distante dos monitores cardíacos e pelo leve zumbido das lâmpadas fluorescentes. Gustavo, ainda pálido, ergueu os olhos para Rick Ocasek, que mantinha a expressão dur
Ele se aproximou da mesa de Lorena, olhando-a com uma intensidade que a fez desviar ligeiramente o olhar, antes de retomar o contato visual. O cheiro de seu perfume, algo amadeirado e ligeiramente picante, chegou antes dele.— Boa tarde, Dra. Lorena, sou o detetive Matt Dallas. Gostaria de fazer algumas perguntas. — A voz dele era profunda, rouca, com um tom sério, mas ainda assim carregado de um leve toque de desafio.Lorena ajustou-se na cadeira de couro, um leve estalo do material quebrando o silêncio. Ela manteve a postura ereta, mas seus olhos estavam agora focados no detetive. A luz que entrava pela janela iluminava o rosto dele, destacando a mandíbula forte e os olhos azuis penetrantes, que nunca a deixaram de encarar.— Boa tarde, detetive. Em que posso ajudar? — Ela respondeu, com a calma característica de quem lida com urgências todos os dias, mas sem perder a vigilância. E se recostou na cadeira de couro escuro, cruzando as pernas de forma graciosa.Dallas puxou uma pasta p
Em casa, Lorena se preparava para a noite que prometia ser inesquecível. Ela estava no quarto, diante do espelho, estudando sua aparência com um olhar crítico. O cheiro suave de seu perfume favorito – uma mistura de jasmim e sândalo – preenchia o ar, envolvente e sedutor. A luz suave da lâmpada do abajur batia sobre o rosto dela, destacando seus traços marcantes, enquanto o som do zíper do vestido cortava o silêncio do quarto.Ela queria algo que chamasse atenção, algo que deixasse claro que estava ali para se divertir, para ser o centro das atenções. O vestido vermelho, bem curto, tomara-que-caia, se encaixou perfeitamente em seu corpo, contornando suas curvas e deixando à mostra uma boa parte da tatuagem que se estendia pela sua coxa. O decote profundo, provocante, fazia a tensão no ar aumentar, como se o simples olhar para ela fosse suficiente para despertar desejos não ditos.Lorena sorriu para o reflexo no espelho, passando os dedos nos seus cabelos loiros e soltando-os, deixando