Colocou a comida sobre a mesa e abriu a embalagem. O cheiro delicioso de macarrão com camarão ao molho branco encheu o ar. Estava faminta. Pegou o garfo e começou a comer, sentindo o sabor cremoso do molho contrastando com a textura macia dos camarões.
Na terceira garfada, um incômodo estranho surgiu em sua garganta.
Primeiro, uma coceira leve.
Depois, um aperto sufocante.
Sua respiração ficou irregular.
Tentou tossir, mas o ar parecia preso.
Seu peito começou a doer, a garganta fechando rapidamente. O celular estava na mesa, mas seus dedos tremiam enquanto tentava alcançá-lo.
— Rick... cadê você...? — murmurou com a voz fraca, o desespero tomando conta. — Meu Deus... preciso de ajuda... Socorro...
Seus olhos se arregalaram quando seu corpo perdeu as forças e caiu no chão. A visão ficou turva. O mundo ao seu redor se dissolveu em um silêncio angustiante.
A última coisa que ouviu antes de tudo escurecer foi o som da campa
Rick assentiu, absorvendo aquelas palavras. Ele nunca havia amado alguém daquela forma antes, mas agora, vendo Lorena entre a vida e a morte, percebeu que precisava agir antes que fosse tarde demais.Camila se levantou e lhe deu um tapinha amigável no ombro.— Ela está muito feliz com você, então acho que podemos ser amigos — disse, piscando para ele antes de se afastar.Rick soltou um suspiro, sentindo um peso a menos em seu peito. Agora, tudo o que ele queria era ver Lorena e dizer a ela tudo o que estava guardado dentro de si.— Vou buscar informações e volto já.Os minutos se arrastavam como horas. O silêncio era insuportável, até que Camila voltou.— Rick... o pior já passou. Os médicos disseram que foi por pouco, mas ela vai ficar bem.Ele fechou os olhos por um momento, aliviado.— O que aconteceu com ela?Camila respirou fundo.— Ela foi envenenada. Só não morreu porque você chegou rápido.O sangue
Rick passou as mãos pelo rosto, irritado.— Não sei, mas vou descobrir. Se esse filho da puta estiver envolvido nisso, eu mato ele.Camila assentiu.— Vou garantir que ninguém entre nesse quarto sem autorização. Esse homem está obcecado por vocês dois.Rick olhou para Lorena adormecida e tomou uma decisão.— Meus homens vão ficar na porta. Ninguém entra aqui sem minha permissão.Camila concordou.— Pode contar comigo. Agora, preciso voltar ao trabalho. Cuida dela.Rick voltou a sentar ao lado de Lorena, segurando sua mão.— Meu amor, eu prometo... Eu nunca vou deixar nada acontecer com você.O som abafado do vento soprando através da janela do quarto de hospital parecia distante, enquanto Rick observava a porta fechada onde Camila havia saído. O quarto estava iluminado apenas pela luz suave da lâmpada ao lado da cama de Lorena, que continuava inconsciente, a respiração lenta e irregular.Rick estava sentado
Rick sorriu de forma suave, a dor de ver Lorena naquele estado ainda fazia seu peito apertar. Ele segurou sua mão com mais força, como se a proximidade pudesse aliviar o sofrimento dela.— Foi eu, mas depois conversamos sobre isso. — Ele sorriu, querendo acalmá-la, mas a preocupação era evidente em sua expressão.Lorena fechou os olhos por um momento, tentando recordar algo, e depois abriu-os novamente com um sorriso fraco.— Obrigada, a última coisa que eu lembro é de chamar por seu nome, pedindo para você me salvar. — A voz dela se arrastou, cansada, mas ainda cheia de emoção.Rick ficou em silêncio por um momento, a lembrança daquela noite ainda o consumia.— Eu fiquei tão preocupado, meu amor, eu achei que te perderia. — Ele falou com uma sinceridade profunda, a voz embargada pelo sentimento.Lorena tentou sorrir, um sorriso frágil, mas o brilho em seus olhos estava de volta.— Você não vai se livrar de mim assim tão fácil. — Ela
Rick se aproximou da cama com um sorriso suave, seus olhos observando cada movimento de Lorena. Ele se sentia aliviado, mas também determinado a garantir que ela ficasse bem, custasse o que custasse.— Vou poder cuidar de você uma semana direto. Isso vai ser maravilhoso. — A voz dele tinha uma suavidade inesperada, uma mistura de carinho e preocupação.Lorena o olhou com uma expressão que misturava resistência e algo mais suave, como se quisesse se afastar da ideia de depender dos outros, mas ao mesmo tempo estivesse tocada por seu cuidado.— Não precisa, Rick... posso me cuidar sozinha, vou ficar em casa e descansar. — Ela tentou se mostrar firme, mas havia algo em sua voz que indicava que, na verdade, ela não se sentia tão forte quanto queria aparentar.Rick balançou a cabeça, com um sorriso que não escondia a determinação.— Você vai ficar essa semana comigo. — Ele disse, com firmeza, mas sem ser rude. — Eu insisto.Lorena abriu a boca pa
O hospital estava mergulhado em sua calmaria habitual, apenas o som distante dos monitores cardíacos e o murmúrio dos funcionários preenchiam os corredores. Lorena Fischer aproveitava esse breve momento de paz em sua sala, organizando alguns relatórios, quando uma voz grave e furiosa cortou o silêncio.— Cadê o médico? Não tem médico nessa porra não?! — A voz ecoou pela recepção, carregada de impaciência e fúria.Camila, a enfermeira, ergueu o olhar, mantendo a postura profissional.— Senhor, por favor, acalme-se. Em que posso ajudá-lo?O homem à sua frente não parecia disposto a ouvir. Sua mandíbula estava travada, os olhos intensos como lâminas afiadas, e a presença dele exalava autoridade.— Eu quero a porra de um médico AGORA!Lorena franziu a testa ao ouvir a discussão. Saiu da sala com passos firmes, sentindo a tensão no ar aumentar a cada segundo. Assim que chegou à recepção, seus olhos captaram a cena. Um homem de terno preto, ombros largos e expressão feroz dominava o espaço.
A sala estava silenciosa, exceto pelo bip ritmado dos monitores cardíacos e pelo sutil zumbido do ar-condicionado. O cheiro de antisséptico ainda dominava o ambiente, misturando-se ao leve aroma metálico de sangue seco. Lorena examinava o paciente, conferindo seus sinais vitais, quando um movimento brusco fez seu coração disparar.Gustavo Maxwell agarrou seu braço com força inesperada.— Ai, meu Deus! — ela exclamou, recuando levemente. — Você quase me mata de susto!Os olhos dele estavam confusos, piscando várias vezes antes de se fixarem nela.— Onde eu estou? — sua voz saiu rouca, carregada de sono e desorientação.Lorena sorriu, profissional, mas aliviada.— Sou a Dra. Lorena. Que bom que você acordou. Seu amigo já estava surtando porque não deixei ele te ver.— Por quê? — Gustavo franziu a testa, ainda tentando processar a informação.— Você passou por uma cirurgia bem delicada e ficou inconsciente por dois dias.— Dois dias? — ele repetiu, incrédulo. — Com certeza o chefe deve e
O olhar de Rick se tornou ainda mais frio.— Dra., preciso tirar ele daqui ainda hoje. Saia desse quarto agora e volte com a alta dele assinada — ordenou, sua voz carregada de ameaça.Lorena cruzou os braços, desafiadora.— Senhor, como eu disse...Rick deu um passo à frente, sua presença tornando-se opressora.— Dra., saia agora da porra do quarto, antes que eu...— Espera, chefe! — interrompeu Gustavo, com esforço. — Dra., por favor, vá... depois você volta.Lorena lançou um último olhar a Rick, contendo sua raiva, e saiu do quarto sem dizer mais nada. Assim que chegou ao seu consultório, soltou um suspiro frustrado e passou as mãos pelos cabelos.— Meu Deus, o que foi aquilo? Esse homem é louco, só pode! — murmurou, sentindo a raiva borbulhar dentro de si.***No quarto, o silêncio era interrompido apenas pelo barulho distante dos monitores cardíacos e pelo leve zumbido das lâmpadas fluorescentes. Gustavo, ainda pálido, ergueu os olhos para Rick Ocasek, que mantinha a expressão dur
Ele se aproximou da mesa de Lorena, olhando-a com uma intensidade que a fez desviar ligeiramente o olhar, antes de retomar o contato visual. O cheiro de seu perfume, algo amadeirado e ligeiramente picante, chegou antes dele.— Boa tarde, Dra. Lorena, sou o detetive Matt Dallas. Gostaria de fazer algumas perguntas. — A voz dele era profunda, rouca, com um tom sério, mas ainda assim carregado de um leve toque de desafio.Lorena ajustou-se na cadeira de couro, um leve estalo do material quebrando o silêncio. Ela manteve a postura ereta, mas seus olhos estavam agora focados no detetive. A luz que entrava pela janela iluminava o rosto dele, destacando a mandíbula forte e os olhos azuis penetrantes, que nunca a deixaram de encarar.— Boa tarde, detetive. Em que posso ajudar? — Ela respondeu, com a calma característica de quem lida com urgências todos os dias, mas sem perder a vigilância. E se recostou na cadeira de couro escuro, cruzando as pernas de forma graciosa.Dallas puxou uma pasta p