— Lorena. — A voz de Matt veio com força, e ela pulou, o coração disparando no peito.
Ela se virou rapidamente, vendo Matt parado atrás dela, com uma expressão fria e quase distante. — Porra, que susto. Porque você sempre chega assim de fininho? — Ela exclamou, sem conseguir disfarçar o choque. O susto a deixou momentaneamente fora de controle. Matt deu uma leve risada, tentando parecer menos intimidante, mas sua expressão era séria.— Desculpa se te assustei, não era a minha intenção. — Ele disse, a voz baixa, mas clara.
Camila não perdeu tempo, levantando uma sobrancelha e se aproximando de Matt com um sorriso provocador. — Detetive, ainda investigando o paciente com ferimento a bala? — Ela brincou, claramente curiosa sobre o que ele estava fazendo ali. Matt a olhou com um semblante neutro, mas sua atenção logo voltou para Lorena. — Não, não, só passei aqui porque queria ver a Lorena. — A resposta de MattEla não olhou para trás. Com raiva e mágoa pulsando em suas veias, Lorena saiu dali com pressa, os saltos batendo com força no chão frio do café. O som das portas se fechando atrás dela não a acalmou, e ela sentia o olhar de Matt ainda queimando nas suas costas. A rua estava silenciosa quando ela saiu do café, mas sua mente estava em turbilhão. Nem percebeu quando Rick apareceu em seu caminho, seu nome sendo chamado ao longe. — Lorena! — Rick gritou, tentando alcançá-la, mas o som de sua voz se perdeu entre o caos de seus pensamentos. Ela estava em outro mundo agora, sem notar a presença dele. Ela não respondeu. Seguiu em frente, sua mente voltando à conversa com Matt, as palavras pesando, esmagando qualquer outro pensamento que tentasse se infiltrar. Com raiva e frustração, ela se dirigiu ao hospital, sentindo o peso do dia se tornando cada vez mais difícil de suportar. Rick observou Lorena sair com a raiva estampada em seu rosto, sem sequer olha
A luz fria do hospital iluminava o consultório de Lorena de maneira impessoal, contrastando com o calor que ainda ardia dentro dela. As palavras de Matt martelavam em sua mente, ecoando como uma maldição que não conseguia dissipar.“Se comportando como uma qualquer, tudo isso é por dinheiro ou será que é pela emoção de está fodendo um mafioso? ”“E o que eu vejo é você sendo a nova puta do Mafioso Ocasek. ”Ela fechou os olhos por um momento, tentando afastar a raiva e a mágoa, mas foi interrompida por uma batida suave na porta.— Lore, você tem uma visita — disse Camila, espiando pela fresta da porta com um sorriso amigável. — Abri uma exceção e trouxe ele até seu consultório.Antes que Lorena pudesse responder, Rick entrou. Seu perfume amadeirado preencheu o espaço, misturando-se ao cheiro de álcool e antisséptico do hospital. Camila fechou a porta, deixando-os a sós.Lorena se levantou num impulso e o abraçou apertado, s
Um mês se passou...Lorena e Rick estavam cada dia mais próximos. O relacionamento entre eles se intensificava, e a conexão era inegável. Durante esse tempo, Matt havia mandado algumas mensagens tentando se desculpar pelo que dissera naquele dia no hospital, mas Lorena as ignorou. Ela não tinha interesse em revisitar aquela dor.A rotina no hospital seguia frenética, mas o dia de hoje havia sido particularmente caótico. Um acidente de carro na rodovia resultou em múltiplas vítimas sendo trazidas às pressas para o pronto-socorro. O cheiro forte de sangue e desinfetante impregnava o ar, misturando-se ao som das macas sendo empurradas e dos monitores cardíacos apitando sem parar. Médicos e enfermeiros corriam de um lado para o outro, tentando estabilizar os pacientes que chegavam em estado crítico.Lorena estava exausta, mas seu foco permanecia inabalável. Atendia uma jovem com um corte profundo na testa e possível fratura na costela. Enquanto cost
Colocou a comida sobre a mesa e abriu a embalagem. O cheiro delicioso de macarrão com camarão ao molho branco encheu o ar. Estava faminta. Pegou o garfo e começou a comer, sentindo o sabor cremoso do molho contrastando com a textura macia dos camarões.Na terceira garfada, um incômodo estranho surgiu em sua garganta.Primeiro, uma coceira leve.Depois, um aperto sufocante.Sua respiração ficou irregular.Tentou tossir, mas o ar parecia preso.Seu peito começou a doer, a garganta fechando rapidamente. O celular estava na mesa, mas seus dedos tremiam enquanto tentava alcançá-lo.— Rick... cadê você...? — murmurou com a voz fraca, o desespero tomando conta. — Meu Deus... preciso de ajuda... Socorro...Seus olhos se arregalaram quando seu corpo perdeu as forças e caiu no chão. A visão ficou turva. O mundo ao seu redor se dissolveu em um silêncio angustiante.A última coisa que ouviu antes de tudo escurecer foi o som da campa
Rick assentiu, absorvendo aquelas palavras. Ele nunca havia amado alguém daquela forma antes, mas agora, vendo Lorena entre a vida e a morte, percebeu que precisava agir antes que fosse tarde demais.Camila se levantou e lhe deu um tapinha amigável no ombro.— Ela está muito feliz com você, então acho que podemos ser amigos — disse, piscando para ele antes de se afastar.Rick soltou um suspiro, sentindo um peso a menos em seu peito. Agora, tudo o que ele queria era ver Lorena e dizer a ela tudo o que estava guardado dentro de si.— Vou buscar informações e volto já.Os minutos se arrastavam como horas. O silêncio era insuportável, até que Camila voltou.— Rick... o pior já passou. Os médicos disseram que foi por pouco, mas ela vai ficar bem.Ele fechou os olhos por um momento, aliviado.— O que aconteceu com ela?Camila respirou fundo.— Ela foi envenenada. Só não morreu porque você chegou rápido.O sangue
Rick passou as mãos pelo rosto, irritado.— Não sei, mas vou descobrir. Se esse filho da puta estiver envolvido nisso, eu mato ele.Camila assentiu.— Vou garantir que ninguém entre nesse quarto sem autorização. Esse homem está obcecado por vocês dois.Rick olhou para Lorena adormecida e tomou uma decisão.— Meus homens vão ficar na porta. Ninguém entra aqui sem minha permissão.Camila concordou.— Pode contar comigo. Agora, preciso voltar ao trabalho. Cuida dela.Rick voltou a sentar ao lado de Lorena, segurando sua mão.— Meu amor, eu prometo... Eu nunca vou deixar nada acontecer com você.O som abafado do vento soprando através da janela do quarto de hospital parecia distante, enquanto Rick observava a porta fechada onde Camila havia saído. O quarto estava iluminado apenas pela luz suave da lâmpada ao lado da cama de Lorena, que continuava inconsciente, a respiração lenta e irregular.Rick estava sentado
O hospital estava mergulhado em sua calmaria habitual, apenas o som distante dos monitores cardíacos e o murmúrio dos funcionários preenchiam os corredores. Lorena Fischer aproveitava esse breve momento de paz em sua sala, organizando alguns relatórios, quando uma voz grave e furiosa cortou o silêncio.— Cadê o médico? Não tem médico nessa porra não?! — A voz ecoou pela recepção, carregada de impaciência e fúria.Camila, a enfermeira, ergueu o olhar, mantendo a postura profissional.— Senhor, por favor, acalme-se. Em que posso ajudá-lo?O homem à sua frente não parecia disposto a ouvir. Sua mandíbula estava travada, os olhos intensos como lâminas afiadas, e a presença dele exalava autoridade.— Eu quero a porra de um médico AGORA!Lorena franziu a testa ao ouvir a discussão. Saiu da sala com passos firmes, sentindo a tensão no ar aumentar a cada segundo. Assim que chegou à recepção, seus olhos captaram a cena. Um homem de terno preto, ombros largos e expressão feroz dominava o espaço.
A sala estava silenciosa, exceto pelo bip ritmado dos monitores cardíacos e pelo sutil zumbido do ar-condicionado. O cheiro de antisséptico ainda dominava o ambiente, misturando-se ao leve aroma metálico de sangue seco. Lorena examinava o paciente, conferindo seus sinais vitais, quando um movimento brusco fez seu coração disparar.Gustavo Maxwell agarrou seu braço com força inesperada.— Ai, meu Deus! — ela exclamou, recuando levemente. — Você quase me mata de susto!Os olhos dele estavam confusos, piscando várias vezes antes de se fixarem nela.— Onde eu estou? — sua voz saiu rouca, carregada de sono e desorientação.Lorena sorriu, profissional, mas aliviada.— Sou a Dra. Lorena. Que bom que você acordou. Seu amigo já estava surtando porque não deixei ele te ver.— Por quê? — Gustavo franziu a testa, ainda tentando processar a informação.— Você passou por uma cirurgia bem delicada e ficou inconsciente por dois dias.— Dois dias? — ele repetiu, incrédulo. — Com certeza o chefe deve e