CAPÍTULO-2

DAIANA HEZERA NUNÉZ

O dia passou a voar, quando verifiquei as horas, percebi que faltam apenas cinco minutos para às 18h00, o café já estava prestes a fechar, só faltava arrumar tudo e pôr cada coisa no seu devido lugar, todos os outros empregados já se foram, só falta eu e o Caio, ele estava a fazer a contabilização de tudo que fizemos hoje, enquanto isso eu dava uma limpa no chão, ao terminar de limpar meti as cadeiras sobre as mesas. 

Após isso, fui até ao Caio e disse. 

— Pronto, já terminei tudo, você precisa que eu faça mais algo?- Ele tirou os olhos na tela do computador e encantou-me com um leve sorriso no lado da boca e respondeu. 

- Não Daiana, você já pode ir para a casa, descansar, pois acredito que estejas a precisar. 

Bom, ele não mentiu, estou esgotada mesmo, porque após o almoço, o café ficou lotado e tivemos que correr de um lado para o outro, mas no final demos conta de tudo. 

— Então tudo bem, eu vou trocar-me. - Respondi-lhe e depois encaminhei-me para o banheiro, o deixando para trás, mas antes disse. 

— Você não estava a brincar quando disse- me que daria-me aulas de holandês né? - Ele que estava na mesma posição, levantou a cabeça novamente, e os seus olho castanhos fixaram-se nos meus. 

— Não. É claro que não, eu estava a falar a sério, porquê a pergunta? — Ele disse sério, dei um sorriso amarelo e respodi. 

— Nada. - Saí logo de seguida sem dar tempo dele fórmula outra resposta ou pergunta, assim que cheguei no banheiro, tirei o avental e a camisola, voltei a pôr a minha blusa simples, e que estava um pouco amarrotada, mas não me importei com isso, ajeitei a casa preta pondo uma parte da blusa para dentro da casa e para finalizar dei uns toques no meu cabelo. 

Já pronta, saí do banheiro e voltei para a sala, Caio ainda estava lá, apertei a minha bolsinha no ombro, cheguei perto dele e despedi-me. 

— Bom Caio, até amanhã. 

— Obrigada Daiana, e vai com cuidado OK? - Respondeu ele no tom preocupado eu sorri e disse. 

— Sim, obrigada mais uma vez pelo emprego. 

— Não agradeça, é um prazer ter-te cá connosco. — Eu sorri com as suas palavras, e por ultimo dei-lhe um tchau com as mãos. Dei as costas e saí do estabelecimento, sinto o frio atravessar a minha carne e ir para os meus ossos, respiro fundo e começo a andar para apanha o ônibus ,o café do senhor Diego fica localizado no centro da cidade, pois, essa era a minha preocupação por conta do dinheiro que teria de pagar sempre ao apanhar o ônibus, mas graça a Deus, o salário é bom, da para pagar o aluguer e algumas despesas da casa, e quanto ao tratamento da minha mãe, bom isso terei que procurar outro trabalho no turno da noite, para ajudar, com dois salários a minha querida mãe ficará bem, eu creio que sim. 

Abraço o meu próprio corpo, o frio está demais, parte disso é culpa minha, por não trazer pelo menos um casaco. Distraí-me com as luzes da cidade, as ruas estão completamente iluminadas, que dá uma beleza aos enormes edifícios sofisticados, estou na calçada, parada para atravessar a estrada, o sinal está vermelho para mim. 

Os carros vão e vêm, uns com velocidade acima do recomendo, outros na medida ou abaixo, estou tão distraída que nem percebi quando o sinal abriu, antes de pôr o primeiro pé para atravessar, um carro parou bem próximo de mim, ele era totalmente preto com os vidros das janelas fumados, não dava para ver quem estava dentro do interior do veículo. Mas posso jurar que estava a ser observada, um arrepio atravessou a minha espinha, não era de frio, é algo sombrio, engoli em seco, e decidi deixar para lá, deve ser coisa da minha cabeça. 

Então atravessei a rua rapidamente, e sem olhar para trás, caminhei as pressas para o ponto de ônibus e quando lá cheguei esperei uns cincos minutos, depois desse tempo o ônibus chegou, e eu respiro aliviadas, não gostei nada de sentir aquela ligeira sensação. Entrei para o veículo e sentei-me num lugar vazio, senti-me abraçada pelo calor do ar condicionado do ônibus, fechei os olhos, só não contava que cairia no sono. 

Despertei quando sentir um leve toque nos meus braços, levantei a cabeça que estava encostada na janela, olhei para a senhora de idade e sorri para ela, e a mesma retribui o gesto, levantei-me do meu acento e digo no pouco que aprende de holandês. 

— Muito obrigada. 

— Não tem de quê. - Respondeu ela simpática. 

Andei para fora do veículo, mas antes paguei o senhor do ônibus, depois comecei a andar para a minha casa, ela fica no lado da classe baixa da cidade, então há pouca iluminação, apresso os meus passos. 

Assim que cheguei ao edifício, ele é simples de apenas seis andares, ao chegar na portaria comprimento o porteiro, e subo para o meu andar, as escadas estão meio em degradação, mas não me importo, pois já é muito bom ter um teto. Por enquanto, não há nada mais importante que isso, para além da saúde da minha mãe. 

Chego no terceiro andar e aproximei-me da quarta porta, e de seguida tirei o molho de chaves, com apenas uma delas abri a porta, entrei, e depois fechei a porta atrás de mim, ao ver-me completamente dentro do apartamento, chamei pela minha mãe. 

— Mãe, mãe cheguei. - Andei pela sala, no pequeno sofá deixei a minha bolsa, olhei em volta a procurar da minha mãe até que ele apareceu no meu campo de visão. 

— Boa noite minha filha! Como foi o dia? Teve alguma sorte com o emprego ou não? - Ela vem ao meu encontro e abraça-me muito apertado, um abraço que aqueceu-me por dentro, sorri com toda as perguntas dela e assim que me soltei da mesma disse com o grande sorriso. 

— Sim! Eu consegui, depois de semanas a procurar mãe, finalmente alguém teve o coração puro e contratou-me. - Vejo os olhos da minha mãe a brilhar pelas lágrimas, ela está feliz assim como eu. 

— Eu sabia que você consegueria minha filha .

— Sim! E onde está o meu pai? - Mudei de assunto ao caminhar para a cozinha, na intenção de fazer o jantar para nós, mas fiquei surpreendida quando vi que tudo já estava pronto, olhei para a minha mãe que respondeu a pergunta. 

— Saiu. 

— E não disse para onde ia?- Voltei a perguntar curiosa para saber.

— Não minha filha, você sabe como é o seu pai. — Disse ela decepcionada, é isso, seu pai já não é o mesmo, ainda não se sabe o porquê da mudança drástica do seu comportamento, mas ei de descobrir. Desconfio que ele voltou a beber, infelizmente. Ele já bebia, e muito, mas depois que eu nasci ele prometeu a mim que deixaria a bebedeira, para cuidar de nós, mas com o tempo ele veio mudando, pior foi quando tornei-me adolescentes, ele insistia que eu fosse com ele ao bares da região, para deitar-me com os seu amigos por dinheiro, quando fiquei ciente disso, fiquei muito magoada com ele, e a nossa relação nunca foi a mesma, até hoje pergunto que tipo de pai quer ver a sua filha sendo usada por dinheiro, juro-vos que até agora não entendo ele. 

— A senhora não devia fazer esforço mãe, precisa descansar. — Voltei a mudar de assunto pois quando se trata do senhor José, meu pai, é só procurar dor de cabeça á toa. 

— Não é um grande sacrifício cozinhar para a minha filha. — Minha mãe é a melhor do mundo, voltei a caminhar até ela e abracei-a muito forte. 

— Eu amo-te minha mãe. — Disse a ela. 

— Eu mais ainda  minha filha 

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