CAPÍTULO-4

    Daiana  Hezera  Núnez

Já  tem alguns  dias que  estou  a trabalhar  no  café  do senhor Diego,  ele e o seu filho Caio  têm  feito de tudo para  enturmar-me  neste país,  bom  as coisas  estão  a correr   bem.  E o Caio ele é  um rapaz  tão  Simpático,atencioso e muito  carinhoso  comigo  e com os outros,  sem contar  nas aulas  da língua   holandesa  que ele têm  dando-me  gratuitamente  e eu bem que insisti  pagar  as aulas  mas ele negou alegando  que  não  tem  nada  que pagar  pois já  somos amigos  e não  é  para  me gabar  mas eu estou  a me  sair muito  bem. 

Os meus  olhos  estão  focado em cada movimento  que Caio faz,  ele está  a atender um grupo  de adolescentes que entrou  faz uns três  minutos  atrás,  eu não  sei o que está  a acontecer comigo  mais desde que ele começou  a dar-me as aulas  e a forma como ele me olha e fala  mexeu  algo aqui dentro, — Talvez  sejam coisas  da minha  cabeça  mas não  consigo  tirar   o brilho  dos seus olhos  quando  fala comigo.— Que cabeça  minha  mais é  claro  que  um homem  como ele  jamais  se interessaria  por  alguém  como eu.  Esses pensamentos  fazem o meu coração  despedaçar-se   em pedaços pequenos.   

Depois  de alguns  segundos  Caio,  veio  a caminhar perto  de mim com um grande  sorriso  estampado  no seu  rosto belo automaticamente , ergo o meu corpo ficando na posição  correta como hoje  é  quinta-feira  é  meu dia de ficar  no  caixa.  Sorrio  para  ele assim que chegou  perto de mim , Caio depositou  a bandeja que  estava  nas suas mãos sobre  o balcão. 

—  O que se deve a esse sorriso? – Eu perguntei-lhe  assim  que ele descansou  o seu corpo  sobre  o balcão .

— Bom  talvez deve-se  a uma linda  rapariga  que os meus olhos estão  a ver agora. — Respondeu ele  alargando  ainda  mais  o seu sorriso e eu fiquei  envergonhada  e senti o meu  rosto  aquecer  mais  então  Caio,  ficou  sério  e disse.— Olha próxima semana  os meus pais vão  celebrar  vinte e cinco  anos  de casado e claro  eles darão  uma pequena  festa,  bom na verdade  será  mais  um churrasco  para  amigos  mas  próximo  e você  já  é  uma grande  amiga minha  e quero que  vá  lá,  uhn bom,  a festa  uhn que  dizer  o churrasco  será  às dezoito horas e trinta  minutos. — Quando  ele fechou a boca eu encará-lo  com  surpresa   até  agora  ele é  o único  amigo  que tenho  desde  que me conheço  com pessoas, em  em São  Tomé  e Príncipe,  nunca  tive um amigo  eu sou  uma pessoa  muito  tímida  e socialização  também  nunca  foi o meu  ponto forte,  sempre  tive esse problema  em fazer  amigos  e não  sei  porque  a última  pessoa  que eu pensei  que seria  uma amiga  isso no ensino  médio  apenas  usou-me para conseguir  fazer  um trabalho  de geografia  e sem contar  que  nunca  me convidaram para as suas festa  de aniversários e nas da escola sempre  ficava sozinha.  

Eram muito  tristes, o lado bom  é  que eu tenho  e sempre  terei a amizade  da minha  mãe já  a do meu  pai não  sei . Ainda  estava  com os meus  olhos arregalados  sobre o Caio e ele por sua vez encara-me com expectativas, a verdade  é  que não  sei o que  dizer,  é  a primeira  vez  que  alguém  me convida  para ir a algum sítio e eu  fico  sem o que dizer.—mas também  o que esperar né? — Disse o meu subconsciente,  ignora ele e engulo em seco  e abro a boca  para dizer  alguma coisa mas simplesmente  as palavras  não  saem,  abaixei  a minha cabeça  envergonhada. — Nossa Daiana,  sabes mesmo  conversar! — Outra vez  essa voz  do subconsciente  se fez presente  na minha  mente  ironicamente .

— Ei,  ai,  o casal sozinho estamos  a trabalhar  ou a namorar.— Levantei a minha  cabeça  assim  que a Emma terminou  de berrar,  se antes  estava  com  vergonha  agora  com certeza  quero  enterrar a minha  cabeça  no burro ,  para além  dos outros  funcionário  rirem-se de mim  os clientes  que estão  presentes  também  começaram a rir-se de mim. A Emma é  uma rapariga  bonita  ela é  loira tem  olhos verdes e um rosto  bem desenhado  até  parecer  com aquelas super modelos e tal,  ela é  alta mais  que eu acredito  que tenha 1m e Setenta  de altura,  já  para não  falar  do seu corpo  cheio  de curvas  ela branca e holandesa.  Pelo poucos dias que estou  a trabalhar  aqui  já  vi que ela não  foi  muito  com  a minha  cara e sinceramente  eu não  sei  o porquê  da implicância  com  a minha  pessoa,   a  um dias trás  ela desejou  um chácara de café  sobre  mim sorte que o café  não  estava quente e ele em vez de pedir  desculpa  simplesmente  foi-se  sem olhar  para trás isso,  eu também  não  faz nada pois não  queria arranjar  problemas  com  os funcionários  antigos .

E além  disso o café  é  o primeiro  estabelecimento  que abriu as suas portas  para  mim e arrumar  confusão  está  fora  do meu objectivo. 

— Não  liga para ela,  pois a Emma é  mesmo  assim. — Sai do s meus  devaneios  com  a voz do Caio  ecoando  no fundo  dos meus  tímpanos,  ergo a minha  cabeça  e direciono os meus   a sua  pessoa e sem palavras  para dizer  no momento  apenas  acenou  em positivo  com  a  cabeça  e depois  levantei os meus polegares  para  cima dizendo  que está  tudo bem. —E sobre  a festa  do aniversário  dos meus pais,  eles não  vão  te maltrata  se esse é  o seu medo,  fica tranquila  que  a minha  mãe  por mais  difícil  que  seja ela é  bem legal  trata  todo  mundo  com muito carinho e com  certeza  você  não  seria  a primeira  a se maltrata  por  ela. 

— Não! Não  é  isso Caio,  eu tenho  a certa que toda a sua família  são  gente boa,  só  que  é  uhn,  o problema sou eu. — Disse baixando a cabeça  outra vez  envergonhada,  sinto  os dedos delicado  do Caio  no meu queixo  levantando para cima porém  eu desvio  o meu olhar  que se encontra  com  da Emma,  vejo um ponto de interrogação  que formou-se  no meio da sua  testa,   ela ficamos  a nos  encarar  por mais alguns segundos  depois ela saiu batendo  os seus em direção  a cozinha. Não  entendi nada.  —Mais o que se passa com  esta  rapariga? — Também   gostaria  de entender. Caio ainda  está  com  os seus dedos sobre o meu queixo,  dou um sorriso  amarelo  e suspiro  fundo. — Olha, Caio eu nem sei o que dizer  direto,  nunca fui a um churrasco  e eu não  quero  estragar  a festa  do seus  pais  com  as minhas  trapalhadas. 

—Claro que não,  eu também  vou esta  lá. — Respondeu ele sorrindo  do que disse e completou dizendo. — Eu ajuda-a com que for necessário,  não  precisas de ter medo que a minha  família  não  morde.  — Nós  dois rimos  da tentativa  dele fazer  piada com  o momento. 

— Está  bem,  eu vou  pensar  ok.  — Respondi após  recuperar-me  do  ataque  de riso. no entanto  Caio,  abriu  um grande  sorriso  de orelha  a orelha   e declarou. 

— Você  não  vai se arrepender . 

— Ai ai,  calma ai eu disse  que pensarei.  

— E eu sei que você  vai. 

Após  a nossa conversa,  Caio e eu voltamos  a trabalhar perto  do meio  dia e hoje  o café  está  meio vazio, não  há  tantos clientes  como é  de costume,  a maior parte preferiu  pedir  por encomenda.   Olho  em volta alguns clientes  alheio  aos seus pensamentos  enquanto  outros  estão  a jogar  a conversa  fora,  o cheiro  de café  pronto  despertar  o meu  estômago  e isso me faz constatar que ainda  não  matei o meu bicho(pequeno  almoço)  e nem almocei,  agora  a minha  barriga  está  a cobrar. Verifico a hora e vejo que já  está  na minha  hora,  contabilizar quanto tem no caixa e quando  termino  fecho com   a chave  e guardo-na no meu  bolso  da casa branca o Caio  saiu só  ficou  eu e mais  algumas raparigas no café.  Estava prestes a sair quando  a Emma e a Cláudia   aproximaram-se de mim com  um sorrisinho  posto no canto das suas bocas. 

— Aí nós  estamos a sair  para almoçar,  e como  você  não  é  nossa  amiga  então  não  está  convidada. E como  o Caio não  está  aproveita e vê  se compra algo mais chique porque só isso você consegue. — Ela cuspiu as palavras  na minha  cara acompanhado  pelo olhar  de nojo,  olhei para as minhas  roupas  e não  vi nada  de vulgar,   uma calça branca simple  uns all star  coloridos  e claro  t-shirt  preta do Café,  sim  eu sei  que  estou muito  simples  comparando  as suas roupas de marcas . Respirei fundo ignoro  o seu insulto,  humilhação  e digo. 

— Você  não  pode sair  agora,  esta  é  a minha  hora de ir almoçar  e vocês só  pode sair  depois da minha  volta  foi isso  que  ficou  combinado com o Caio.  — Elas  apenas  riram-se  como  se tivesse contando  a maior  piada ou simplesmente  de todo século. 

— Querida,  faz um coisa limpa tudo isso aqui porque só  gente da sua laia sabem fazer e de licença  que nós  temos  muito  o que fazer. — Emma disse  de que param de rir,  após  isso as duas deram-me  as costas  e puseram-se  a andar  para fora  mas antes  Emma virou-se e  disse. — Nós  não  vamos voltar  tiramos  o dia de folga  tchau  querida. — Dito isso  ambas sair  pela porta de frente como  se nada  tivesse  acontecido. Respirei  fundo  e contei até  dez para não  soltar. 

Olhei para cima na tentativa  de reprimir  as lágrimas  que  formaram-se  nos meus olhos e e suspirei mais uma  vez e disse para mim mesmo — Isso  é  para a minha  família  e eu faço  tudo  por ela isso pela minha  mãe  querida. 

— Então  acho que somos só  nós  duas  mesmo  né? — Levei a mão  ao  coração pelo  susto que lei,   virei-me  e deparei-me  com  uma moça  morena baixinha  assim  como eu,  bom quase ela sorriu-me   e aproximou-se  de mim e prossegui com  a sua fala. — Ah!  Não  liga para  o que a Emma diz,  o problema  ela é  mesmo  assim e já  agora  eu sou  a Aline. — Aline estendeu a sua  mão  para  a minha  direção  e eu,  de primeira fiquei  assim meio desconfianda  e só  para transparecer  mal educada acertei  a sua mão e respondi -lhe. 

— Meu  nome  é  Daiana. 

Após  as presunções  eu a Aline ficamos  a conversa  e ao mesmo  tempos  a atender  os clientes,  já  tinha se passado a hora do almoço  então  só  deu tempo  de  tirarmos  cinco minutos  para lanchar  e o mesmo  é  que me sustentou  até  o fim do despedimento. 

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