Mariana mal teve tempo de processar a presença de Gabriel quando ele a puxou para si com uma força controlada, mas irresistível. O toque urgente de Gabriel a fez esquecer qualquer pensamento racional. O desejo tomou conta de ambos.
Ele a empurrou contra a parede, os olhos fixos nos dela, a respiração pesada. Sem uma palavra, Gabriel avançou. Suas mãos exploraram cada parte de seu corpo com uma fome que Mariana nunca havia sentido antes. Os lábios dele encontraram os dela de forma feroz. Não havia suavidade, apenas a explosão de um desejo contido. Mariana retribuiu o beijo com a mesma intensidade, suas mãos agarrando a camisa de Gabriel, puxando-o para mais perto. Ele a pressionou ainda mais contra a parede, seu corpo forte moldando-se ao dela. As mãos de Gabriel eram firmes, e ele sabia exatamente o que fazia. O controle que ele tinha sobre a situação era absoluto, e Mariana gostava disso. O quarto, que antes parecia frio e funcional, agora se tornava um cenário de caos e calor. Gabriel a conduziu até a cama, os movimentos precisos e cheios de intensidade. Cada toque parecia rasgar o silêncio do ambiente. Quando chegaram à cama, Gabriel a deitou com uma suavidade que contrastava com a urgência de antes, mas a intensidade ainda pulsava. Ele se inclinou sobre ela, os olhos escuros, e Mariana sentiu o coração acelerar. Ela estava completamente entregue. Os corpos deles se moviam juntos em uma dança ritmada. O desejo parecia crescer a cada segundo. Mariana estava completamente envolvida naquele momento, sem espaço para dúvidas ou arrependimentos. Quando tudo finalmente chegou ao clímax, o quarto ficou em silêncio, exceto pelas respirações ofegantes dos dois. Gabriel se afastou, sem dizer nada. — Vou tomar banho — disse ele, direto, enquanto se levantava e pegava uma toalha. Sem mais palavras, ele foi até o banheiro. A água do chuveiro começou a cair, o som ecoando pelo apartamento. Mariana permaneceu deitada, os olhos fixos no teto, tentando processar o que havia acontecido. O quarto estava silencioso, exceto pelo som da água. O vazio que Gabriel deixava quando se distanciava começava a se espalhar no ambiente. Alguns minutos depois, Gabriel voltou, já vestido. Ele não olhou para Mariana diretamente enquanto se dirigia até a mesa onde o jantar que ela havia trazido estava pronto. — A comida chegou? — perguntou ele, embora a resposta fosse óbvia. Ele começou a abrir as embalagens sem esperar por uma resposta. Mariana se sentou na cama e o observou enquanto ele se servia. Gabriel estava mexendo no celular enquanto comia, claramente mais focado em outra coisa. — Comida italiana. Espero que goste — disse ela, tentando quebrar o silêncio. — Ótimo. — Gabriel continuou a comer, sem desviar os olhos do celular. Mariana vestiu-se devagar, ainda sentindo o ambiente frio e funcional, tão diferente de como se sentia momentos antes. Gabriel mal levantou os olhos do prato ou do celular. Ele comia enquanto respondia mensagens, sem se importar com a presença dela. Quando terminou, ele limpou a boca com um guardanapo e verificou o relógio. — Tenho que voltar. — Ele pegou as chaves. — Fica à vontade se quiser, mas eu preciso ir. Mariana assentiu, já se levantando também. — Não, tudo bem — respondeu ela. Ele deu de ombros e caminhou até a porta. Não houve despedida, apenas a praticidade de quem já estava com a cabeça em outro lugar. — Nos vemos por aí — disse Gabriel, saindo do apartamento sem olhar para trás. O silêncio tomou conta novamente. Mariana ficou parada por alguns segundos, absorvendo o vazio que restava. Ela suspirou, ajeitou o cabelo e pegou sua bolsa. A noite tinha sido intensa, mas agora que Gabriel se fora, tudo parecia distante e sem importância. Ela saiu do apartamento logo em seguida, sem esperar mais nada. Mariana o observou sair, sentindo que, para Gabriel, aquilo era apenas mais uma pausa na rotina. Ela suspirou, ajeitando a roupa e preparando-se para sair logo em seguida. O silêncio no apartamento parecia crescer conforme ele se distanciava, preenchendo cada canto. Mariana ficou parada por alguns segundos, tentando entender o que sentia. A noite tinha sido intensa, mas agora que Gabriel se fora, o vazio que ele sempre deixava voltava a se instalar. Ela pegou sua bolsa, ajeitou o cabelo e saiu, sem esperar por mais nada. O que havia acontecido ali era o que sempre acontecia. Para Gabriel, aquilo era simplesmente funcional. E Mariana, mesmo que algo a incomodasse, sabia que não adiantava nutrir expectativas diferentes. Já na rua, o som de uma notificação no celular interrompeu seus pensamentos. Ela pegou o aparelho e viu uma mensagem inesperada.Quando estava prestes a sair, o celular vibrou sobre a mesa. Pegou o telefone sem muita expectativa, mas seu coração disparou ao ver o nome na tela.Era uma mensagem de seu pai.Franziu a testa. Mensagens do pai eram raras, especialmente àquela hora. Ao abrir a notificação, as palavras na tela a fizeram congelar no lugar."Mariana, eles me encontraram. Estão ameaçando ir atrás de você se eu não pagar. Não posso perder você. Por favor, me ajuda!"Ela leu e releu a mensagem, o coração acelerando e a respiração ficando irregular. A realidade da ameaça pairava diante dela como uma nuvem densa. O que seu pai havia feito desta vez? As apostas? As dívidas? O desespero subiu à garganta, sufocando-a. Agora, o perigo não era apenas uma possibilidade distante; era iminente.Sem pensar muito, ela apanhou a bolsa e saiu do apartamento de Gabriel apressada, o som de seus saltos ecoando pelos corredores vazios. O ar da noite era fresco, mas ela mal sentia enquanto seu corpo inteiro era tomado por um
Às 19h em ponto, Mariana tocou a campainha da mansão dos Vilela. As luzes externas iluminavam a fachada imponente, conferindo um ar ainda mais grandioso ao local. Embora já estivesse acostumada com a sofisticação daquela casa, sempre sentia um frio na barriga ao passar pela imensa porta de entrada.Dessa vez, foi Matheus quem a recebeu.— Boa noite, Mariana — disse ele, com um sorriso discreto, mas atencioso. — Minha mãe teve um dia tranquilo, mas as noites, como sempre, são mais agitadas.— Boa noite, Sr. Vilela. — Mariana sorriu, tentando manter o tom profissional. — Pode deixar que eu cuido dela.— Eu sei que sim — ele respondeu, observando-a por um breve momento, antes de gesticular para que ela entrasse.Mariana se dirigiu ao quarto de Dona Elisa, e Matheus a seguiu em silêncio. Ao chegarem, encontraram a idosa sentada na poltrona perto da janela, o olhar distante, mas sereno. Mariana começou a conversar com ela suavemente, preparando o ambiente para que a senhora se sentisse m
O relógio marcava 7h30 da manhã quando Mariana entrou no hospital. O ritmo frenético do bloco cirúrgico já era evidente. Médicos e enfermeiros andavam de um lado para o outro, cada um cumprindo suas funções com precisão. Ela sabia que seu turno seria longo, mas a intensidade do trabalho ali sempre a mantinha alerta.Após a troca de plantão, Mariana começou a revisar os prontuários dos pacientes. A cirurgia mais delicada do dia estava marcada para a sala 3 — remoção de um tumor cerebral. Sem perder tempo, ela começou a organizar o espaço, preparando tudo para a chegada do Dr. Gabriel Alencar, o neurocirurgião responsável pelo procedimento.Enquanto verificava os equipamentos, sentiu uma leve agitação na sala. Gabriel havia acabado de entrar. Mariana o percebeu imediatamente, mas não levantou o olhar. Ele caminhou com passos firmes até o centro da sala, passando instruções precisas à equipe. Sua voz era firme e segura, e ele parecia completamente focado no trabalho. Mas havia algo no
Mariana terminou de organizar os prontuários e deu uma rápida olhada no relógio. O plantão estava prestes a acabar, e a expectativa do evento à noite começava a crescer dentro dela.Gabriel ainda estava na sala de cirurgia, mas ela sentia que ele a observava de vez em quando, como se a tensão entre eles estivesse se acumulando a cada momento.Assim que a equipe começou a se dispersar, Mariana aproveitou para dar um último toque nos equipamentos. Gabriel saiu da sala, ainda com a máscara no rosto, e se dirigiu a ela.— Bom trabalho hoje — disse ele, com um tom neutro. — O paciente está estável.Mariana sorriu, satisfeita com o reconhecimento.— Obrigada, Dr. Alencar. Fiz minha parte, mas a equipe trabalhou bem em conjunto.Ele a observou por um momento, um leve aceno de aprovação surgindo.— É bom ouvir isso. Vamos continuar assim.Com isso, ele se despediu e saiu, deixando Mariana sozinha com seus pensamentos. Ela respirou fundo, tentando afastar os sentimentos confusos que ele desper
— Está acompanhando o Lucas, suponho? — disse Gabriel, com a voz baixa, mas firme, aproximando-se devagar. Mariana, surpresa com a presença dele ali, hesitou por um momento antes de responder. — Estou... mas não é como você está pensando — disse ela, tentando explicar. Gabriel a encarou, com um leve sorriso frio no canto dos lábios. — Eu não penso, Mariana. Eu só observo. A resposta dele a deixou sem palavras. Era típico de Gabriel não se envolver emocionalmente, apenas assistir de longe, sem revelar muito. Ele se aproximou um pouco mais, ficando perigosamente perto dela. — Você parece desconfortável — comentou ele, quase casualmente, mas sem desviar o olhar. Mariana sentiu o calor subir ao rosto. Havia algo na maneira como ele a observava, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, mas preferisse deixar as palavras não ditas. — Talvez — respondeu ela, tentando manter a compostura. Gabriel não disse mais nada. Ficou ali por alguns segundos, observando-a de
Mariana chegou à casa dos Vilela pontualmente às 19h. Ela gostava da rotina e da previsibilidade de cuidar de Dona Elisa, especialmente após os dias tumultuados no hospital. Era seu momento de paz e trabalho, algo que a mantinha focada. Ao atravessar o portão e entrar na mansão, sentiu o familiar ar de tranquilidade que o lugar proporcionava. Ao entrar pela porta da frente, notou de imediato Matheus e Gabriel sentados na sala de estar. A iluminação suave da sala dava um tom acolhedor, mas a presença de Gabriel a deixou levemente desconcertada. Ele estava ali, ao lado de Matheus, com uma postura relaxada, mas o olhar sério e atento de sempre. Mesmo fora do hospital, ele parecia carregar aquela aura de controle e distanciamento. Mariana respirou fundo, ajustando-se ao ambiente. Não esperava encontrar Gabriel ali, embora soubesse que os dois eram próximos. Caminhou em direção aos dois, mantendo uma postura educada e formal. — Boa noite, senhor Vilela, doutor Alencar — disse ela,
Mariana mal teve tempo de respirar após deixar a casa dos Vilela e já estava no hospital. O relógio ainda marcava 6h50, mas o ambiente já pulsava com o movimento típico da manhã. Ela trocou de roupa rapidamente, ajustou o cabelo e seguiu diretamente para a ala de cirurgias. O cansaço da noite anterior ainda estava em seu corpo, mas ela manteve o foco. Ao virar o corredor, Patrícia, sua supervisora, estava ali. Como sempre, com o olhar crítico de quem esperava encontrar algo fora do lugar. — Mariana, que bom que você chegou. Temos um dia cheio hoje, e espero que esteja preparada — disse Patrícia sem nem ao menos levantar o olhar das fichas que segurava. Mariana assentiu, mantendo a calma. — Claro, estou pronta. O que temos? Patrícia a encarou por um breve segundo, como se calculasse cada palavra. — Você vai ficar na sala 3. Dr. Gabriel Alencar tem uma cirurgia às 9h, mas quero que você revise todos os preparativos antes. Não podemos ter nenhum erro — falou Patrícia com um
Mariana mal notou o carro de Gabriel se aproximando até que ele parou ao seu lado. O vidro se abaixou lentamente, revelando sua expressão impassível.— Entra no carro — disse ele, sem rodeios.Mariana parou e o encarou por alguns segundos, processando a situação. Seus pensamentos estavam lentos, e ela sabia que parte disso era o cansaço extremo.— Não precisa, doutor. Eu... eu só vou pegar o ônibus e vou direto pra casa. Estou bem — respondeu ela, tentando manter um tom firme, embora fosse óbvio que estava exausta.Gabriel ergueu uma sobrancelha, o olhar penetrante como sempre.— Você está longe de estar bem, Mariana. Entra no carro. Não vou repetir.Havia algo no tom de voz dele que não deixava espaço para discussão. Era uma ordem, e ela sabia que discutir com ele não levaria a lugar algum.Ela suspirou fundo e cedeu, entrando no carro. Ele não disse mais nada enquanto ela colocava o cinto, apenas acelerou e seguiu pela rua.O silêncio entre eles era pesado, mas não desconfortável. G