Christian percebeu que estava a três esquinas de casa, percebeu também outra coisa que estava sem sorte. Três pessoas com sobretudos pretos se aproximavam dele ao mesmo tempo, e como notou que estavam vindo de diferentes direções era claro que estavam juntos, com toda certeza seria assaltado ou coisa pior pensou ele, e lhe veio a ideia de correr mas já estavam muito perto então imediatamente desistiu.
- Olá amigo. - um deles falou.- O-o-olá - gaguejou e teve esperança por um momento de que não fossem lhe fazer mal. Agora Christian podia ver seus rostos ao se aproximarem mais. Dois garotos e uma garota aparentavam ser mais velhos, dezoito a vinte anos, um dos garotos tinha a pele clara, ele pode observar, os cabelos louros e era o mais alto dentre eles, o outro era ainda mais baixo que a garota, tinha a pele negra e o cabelo preso em um rabo de cavalo, já a garota tinha os cabelos loiros e a pele ainda mais pálida que a do garoto mais alto e era muito magra.- Sabe que é perigoso andar pelas ruas sozinho? - disse o garoto mais baixo.- O que vocês querem? Dinheiro? - disse Christian em um tom desafiante porem cauteloso, uma de suas virtudes com certeza era a coragem, mesmo em desvantagem numérica.- Olha só ele quer saber o que nós queremos. - falou a garota em uma voz completamente irritante.- Há não, não queremos o seu dinheiro... - o garoto mais alto começou enquanto caminhava em círculos em volta de Christian o examinando. - Nós queremos você.- Como assim, querem a mim? - indagou Christian entrementes já imaginando que eram bandidos violentadores e se preparando pra se defender da maneira que pudesse.- Escuta garoto, você realmente não sabe o que você é, não é mesmo? - continuou o garoto alto.- Quem eu sou? Do que vocês estão falando? Me deixem em paz! - exclamou ele agora fazendo menção em correr, sem entender nada daquela conversa.- Já que não sabe, melhor, assim não nos causa problemas. - concluiu o garoto alto - Peguem ele! - ordenou enquanto junto com os outros avançavam para Christian, que correu para longe quando ouviu uma voz familiar.- Distanxi! - gritou uma voz que logo Christian identificou como a de Petrus enquanto se virava a tempo de registrar os fatos. Petrus estava a alguns metros de distancia com a mão estendida na direção dos garotos desconhecidos, uma rajada de luz dourada saia da palma da mão estendida que atingiu a garota loura que foi atirada sobre os dois garotos que caíram com a pancada. Christian correu para perto de Sophia que estava ao lado de Petrus.- Não pensei que nosso reencontro seria tão breve. - disse ele em agitação, o pânico e a gratidão em seus olhos assustados. - mas o que está acontecendo, como vocês..?- Explicamos depois. - Petrus o interrompeu. - Temos que ir agora, rápido! - ordenou enquanto puxava Christian pelo braço. Porem não deram cinco passos antes de serem interrompidos.- Hei! Onde pensam que vão com tanta pressa!? - ouviram, e ao se virar os garotos desconhecidos já estavam de pé outra vez, o louro quem acabara de falar.- Você pagará por isso imbecil! - vociferou a garota para Petrus. - Olha só o estado do meu cabelo seu infeliz! - continuou gesticulando para o seu cabelo que estava para todos os lados em sua cabeça.- Ficou melhor assim, é mais a sua cara. - caçoou Petrus reprimindo uma risada.- Eu vou acabar com vocês! - gritou ela em resposta, a voz ainda mais explosiva e irritante.- Tente! - revidou Sophia, nesse momento o vento passou pelos seus cabelos longos e negros, esvoaçando-os deixando-a ameaçadora.- Incexitos vespas! - gritou a garota enfurecida, estendendo um objeto que Christian identificou como um cetro, daqueles que a nobreza carregava nos filmes e livros que já vira, com uma pedra negra incrustada na ponta.Uma nuvem de vespas de tamanho anormal foi de encontro a Christian e seus amigos, mas Sophia foi mais rápida se pondo a frente, sem dizer uma palavra ela girou suas mãos e as direcionou para frente e no mesmo instante uma rajada de fogo saiu delas incendiando as vespas que caíram ao chão chamuscadas e soltando fumaça.A garota loura parecia explodir de raiva, o seu rosto contorcido em puro ódio, os outros dois também empunharam cetros com pedras negras incrustadas.- Pelo visto vocês foram bem treinados e vejo que você garotinha tem um elemento de ligação. - dizia agora o garoto negro. - Mas isso não bastará se não usarem os seus cetros, e vocês sabem que são proibidos. Agora, no nosso caso... - continuava, girando o seu cetro nas mãos ao ser interrompido pela garota de voz irritante.- No nosso caso, podemos e vamos usar se não o entregarem! - a garota parecia impaciente e enfurecida.- Vamos logo, entreguem-no e vamos pensar se deixamos vocês irem - disse o garoto negro tentando fazer a proposta parecer atraente.- Mas porque vocês querem o Christian? - perguntou Petrus curioso.- Hum... então o nome dele é Christian. - analisou o garoto louro, não tinha sido uma pergunta.- O nome dele não importa! O que importa é que não o levarão! - disse Sophia. - Agora digam o que querem com ele?- Se vocês não sabem, não seremos nós a lhes dizer! - gritava a garota. - Agora entreguem ou mato vocês!Em seu quarto, Christian se aprontava para sair com seu melhor amigo David, comemorariam o ultimo dia de férias. Haviam combinado de ir ao centro da cidade onde um parque de diversões estava de passagem, ele estava pondo sua colônia com fragrância de baunilha, sua favorita, quando seu celular tocou, ao olhar o display era David.- Você já está pronto Christian? - perguntou seu amigo animado.- Estou, você já esta vindo? - respondeu monotonamente. A ideia de ir ao centro tinha sido completamente de David.- Sim, já estou indo. Minha mãe pensa que temos dez anos e insistiu em nos levar, acredita nisso? Ultimamente ela esta tão grudenta comigo, me segue em todo lugar que pode, como se estivesse me espionando, não sei o que ela espera que eu vá fazer. Se você se importar eu dou um jeito de despistá-la? - disse
Ainda no caminho de volta, Christian contava para David como aconteceu o quase acidente e como Petrus o tinha salvado quando lembrou do que Sophia havia dito sobre eles se reencontrarem novamente, da forma que havia dito como se tivesse certeza e decidiu perguntar a David que teve um momento para conversar com ela a sós quando estavam na roda gigante mais cedo, se ela havia dito algo a mais, a onde moram ou estudam.- Mas então David, você e a Sophia conversaram, ela disse onde moram falou sobre ela? - começou ele - eu achei estranha a forma que ela disse que nos veríamos novamente e a mudança de humor repentina do irmão dela. - completou Christian.- Sim, nós conversamos, mas ela pareceu mais interessada em você. - falou meio sem jeito.- Bobagem a sua, vi que vocês riam o tempo todo. - disse enquanto dava um soco amigável no ombro de Dav
Eles continuaram a correr o mais rápido possível, Christian ainda assustado mas a curiosidade e a necessidade de explicações eram o suficiente para fazer com que ele seguisse aqueles - quase - estranhos, já que os seus nomes e outras poucas informações ele já sabia pela conversa que tivera com David momentos antes, e mesmo sabendo que eles poderiam estar mentindo suas identidades, ainda somando os fatos; Como alguém poderia arriscar sua vida para salvar a de outra pessoa e não merecer ao menos um voto de confiança da mesma? Continuava a pensar Christian, que ainda custava a acreditar que o que acabara de presenciar era mesmo a realidade. Mas como? Questionava-se ele.Ele parou de correr arfando e pondo as mãos no joelho percebendo que já estavam bem longe de onde estavam, em uma pracinha qualquer, e ainda mais longe da sua casa, poi
No caminho de volta apenas Sophia e Christian conversavam, Petrus continuava com o silêncio habitual. Passado o susto, Sophia contou muito mais sobre Kaliakay do que Christian achava possível no pouco tempo entre a fonte e a casa dele, Petrus na opinião de Christian pareceu não gostar muito. Ele se perguntou se o irmão de Sophia poderia ser um cara legal quando não estava bancando o idiota, se sentindo culpado por julga-lo desta forma em tão pouco tempo, mas o comportamento dele o estava deixando desconfortável.Estavam na frente de sua casa quando Sophia disse.- Pode dormir tranquilo, vou estar de olho caso aqueles asquerosos estejam aprontando alguma - ela fez uma careta e sorriu .- Bola de cristal? - ele brincou, espantado com a naturalidade com que ele próprio estava levando tudo aquilo.- Com certeza. - ela disse, e apenas os dois riram.
No papel de aparência nobre e um tanto envelhecido e amarelado, uma grafia muito elegante que fez passar um arrepio por todo o corpo de Christian que a aquela altura já tinha uma ideia de a quem pertencia.Christian.Meu amado filho, se estiver lendo esta carta o destino não me favoreceu a estar a seu lado. Eu sou Alicia, rainha deLuzkalhe, sua mãe. A um mundo paralelo ao qual você se encontra agora chamadoKaliakay, que está sendo atacado a esse exato momento ao qual escrevo esta carta por um terrível elfo maligno e seus aliados, o nome dele éNairuse desejo que ele tenha sido de alguma forma destruído. Fugi com você, deixando dolorosamente seu paiAndriuslutando ao lado dos nosso aliados contra as forças das trevas e pela salvaç&ati
- Acorda filho. - chamou Hellena abrindo as cortinas do quarto de Christian que abriu os olhos esfregando-os enquanto se espreguiçava notando o seu corpo dolorido por não ter descansado o suficiente. Que horas eram aquelas, era muito cedo.- Bom dia mãe. - falou, procurando o celular. Haviam dez chamadas perdidas de David, o que o deixou preocupado.- Bom dia filho, o David esta lá embaixo, disse que precisava falar urgente com você. - ela se sentou a beira da cama de Christian analisando o livreto e o cetro que estavam caídos no chão.- Bem, isso explica as dez chamadas. Mas a essa hora? Deve ser algo importante mesmo. Caramba, hoje é o primeiro dia de aula, ele deve estar me esperando, havia me esquecido. - ele olhou o celular novamente,. - mas ainda são sete da manhã e as aulas só começam as oito.- Eu não acho que
A natureza sempre foi agradável para Christian, mas ele nunca se imaginou correndo pela reserva da cidade, na parte mais densa dela. Mas sentiu que Petrus merecia sua ajuda assim como ele o ajudou na noite passada, era curioso como começava a sentir que ele e Sophia seriam grandes amigos.- Então o que aconteceu Angelo? - Perguntou Sophia.- O que aconteceu foi o seguinte. - começou ele ao mesmo tempo que Christian prestava bastante atenção, até então não havia entendido o motivo de terem ido a sua procura para ajudar, ele não sabia usar magia ainda. - Eu fui atrás do Petrus para dizer que ele não precisava mais se preocupar com o Christian, assim como você falou.- Se preocupar comigo? - Christian não entendeu- Sim. - Sophia afirmou. - Lembra da visão que envolvia vocês dois? Então, ele peg
Correr daquela forma era quase como estar voando, as árvores pareciam cada vez mais distantes umas das outras, deixando o ambiente cada vez mais aberto.Christian notou um movimento mais a frente.- Como você chegou aqui tão rápido? - Angelo perguntou surpreso.Chris contou rapidamente o que aconteceu lá atrás sem nenhuma vontade de conversar com Angelo que desde o inicio se mostrou desagradável.- Estou surpreso, mas isso não importa. Você não vai ajudar muito, mesmo sendo mais rápido do que eu. - Christian sentiu uma pontada de orgulho ferido com a declaração. - Eles estão muito perto, eu posso ouvir então vamos seguir o meu plano, você fica escondido enquanto trago o Petrus para segurança, se formos pegos você tenta chamar a atenção deles e corre o mais rápido que