No papel de aparência nobre e um tanto envelhecido e amarelado, uma grafia muito elegante que fez passar um arrepio por todo o corpo de Christian que a aquela altura já tinha uma ideia de a quem pertencia.
Christian.
Meu amado filho, se estiver lendo esta carta o destino não me favoreceu a estar a seu lado. Eu sou Alicia, rainha de Luzkalhe, sua mãe. A um mundo paralelo ao qual você se encontra agora chamado Kaliakay, que está sendo atacado a esse exato momento ao qual escrevo esta carta por um terrível elfo maligno e seus aliados, o nome dele é Nairus e desejo que ele tenha sido de alguma forma destruído. Fugi com você, deixando dolorosamente seu pai Andrius lutando ao lado dos nosso aliados contra as forças das trevas e pela salvação do povo élfico, o seu povo. Escrevi esta carta por segurança, caso não vencêssemos. Deixei também uma outra carta a qualquer sobrevivente do nosso reino para que o procure caso o pior venha a acontecer, e uma outra junto a esta para quem o encontrasse.Eu o amo filho, peço perdão por deixa-lo a mercê do destino, mas esse foi o melhor futuro que infelizmente pude lhe oferecer, no entanto apenas uma coisa poderia me deixar mais reconfortada, então o enfeiticei para que só viesse a brilhar para quem não o fosse fazer mal e tivesse a capacidade de cuidar de você.Desejo que um dia Kaliakay volte a ser segura para que você possa conhecer e aprender a magia que á e cresce em você a cada dia, que você de alguma forma encontre o caminho de volta para casa ou que algum de nossos amigos o encontrem algum dia.Há um presente dentro da caixa, o pouco que pude lhe dar, mas tenha cuidado, não os use sem que tenha aprendido antes os conhecimentos sobre a magia. E independente do que aconteça seja forte e honrado sempre e nunca se esqueça que você pertence a uma linhagem de elfos guerreiros e grandiosos e de que é um príncipe e se tudo der certo, futuro rei de Luzkalhe.A luz vive dentro de você, eu e seu pai te amamos meu filho e estaremos sempre contigo, que os deuses estejam com você, boa sorte.Rainha AliciaChristian perdeu a noção de quanto tempo havia ficado ali parado encarando aquela carta, como ele poderia fazer parte da história que Sophia o contara mais cedo, pensara. Tudo que ela tinha contado era sua história também, era quem ele era e de onde veio.
Sua mãe Alicia se entendeu bem, estava... Não conseguia concluir o pensamento, seu pai Andrius no entanto tivera o mesmo destino? Não. Lembrou da relação entre a carta e a história de Sophia, sim sua mãe Alicia realmente se fora - lagrimas escorriam ainda mais sobre seu rosto e caiam sobre o papel - mas o seu pai, se recordava bem, seu outro pai, estava petrificado e não morto, enfeitiçado.Vários sentimentos corriam agora por sua cabeça quase o desmontando, seu corpo estava pesado, mas o pensamento ao qual decidiu se agarrar no momento foi o de felicidade, em meio a toda tristeza havia motivos para que ele se sentisse feliz, poucos, mas suficientes.Seus pais elfos - buscava se acostumar com esse fato - lutaram pelo bem de todo um povo, eram heróis, sua mãe Alicia o amou até o ultimo momento - mais lagrimas, mas essas eram de felicidade, não iria ficar triste - seus pais humanos lhe deram tudo o que alguém poderia precisar, amor, carinho, proteção, cuidados.Porem o maior motivo pelo qual decidiu ser otimista era a ideia de poder salvar seu pai Andrius de alguma forma, de retribuir o sacrifício dele e de sua mãe para salva-o.Só precisava encontrar um jeito de ir até Kaliakay, pensou.Sophia e Petrus poderiam ajudar com isso, concluiu. Ele os encontraria em circunstancias diferentes, foi isso que haviam dito. Agora tudo começava a fazer sentido, ele era um deles, essas eram as circunstancias diferentes, claro. Ele era um elfo, e um príncipe segundo a carta de sua mãe, jamais poderia imaginar algo do tipo.Nada e tudo fazia sentido. Como? Ele não sabia. Leu e releu a carta diversas vezes, chorando a cada vez que pensava sobre sua mãe que nem ao menos conhecera.Seus pais não vieram mais a seu quarto,foi melhor assim pensou enquanto olhava o relógio que marcava três da manhã. Pareceu muito mais tempo. Se deitou na cama tentando acalmar os nervos que a essa altura estavam a flor da pele. Distraído passou a mão sobe a cama - a outra mão não soltando a carta - e derrubou algo no chão. A caixa.Ela bem poderia ter aberto com a queda, imaginou. Havia se esquecido dela e agora que estava calmo repensou sobre abri-la naquele momento, mas optou por enfrentar mais uma surpresa. Pegou a caixa, colocou a carta na gaveta da cômoda e sem mais esperar moveu a tampa da pequena caixa em forma de retângulo..Seus olhos não acreditaram no que viam.Sim, era um cetro, igual aos que tinha visto mais cedo, exceto pela pedra que incrustava a ponta que ao invés de laranja ou negra, era transparente como um cristal ou diamante e a base em prateado. Junto ao cetro um livreto grosso de capa branca com mais uma carta dobrada saindo de dentro dele, escrito:Christian.
Há mais duas coisas que você precisa saber meu filho, a primeira é que por conta de uma magia da nossa terra a qual não se sabe a origem, todo elfo nasce com o dom de entender e proferir qualquer língua existente no universo a depender do seu poder e de quão antiga uma língua possa ser. A outra coisa, e essa talvez possa assusta-lo é que nós elfos, pelo fato da nossa ligação mística com a natureza vivemos um pouco mais que outros seres. Mas o encantamento que lancei em você além de protegê-lo anula quase que totalmente os seus poderes para que você não venha a ter problemas neste mundo onde está, no entanto esse encantamento será quebrado no exato momento em que você entrar em contato com outro elfo para que assim possa voltar para casa. Você saberá se o encanto foi realmente quebrado quando conseguir ler o livro de encantos que tem nas mãos.Tenho fé que você ainda usará esses presentes, e o maior deles, a magia.Feliz aniversário.Rainha Alicia.Aquele era o melhor presente que poderia ganhar, ainda mais sendo de sua mãe que acabara de saber que tinha. Esse pensamento o assolou, a felicidade que havia se agarrado a instantes se transformando em revolta e ódio ao notar que jamais teria mais de sua mãe além daqueles presentes, jamais sentiria o seu toque ou seu carinho, jamais ouviria sua voz ou conheceria suas expressões como conhecia as da sua mãe Helena. E tudo isso por culpa de uma única criatura, pensava.
Nairus, se ele recordava bem a histórias de Sophia, era esse o nome do causador de toda desgraça que acabara de conhecer, ele destruiu a paz do seu povo, assassinou sua mãe e muitos mais, além de transformar seu pai em pedra e ainda assim não foi destruído. Seus pais se sacrificaram por nada? Pensou. Sophia havia dito que Nairus prometeu voltar um dia e parte de Christian temia uma criatura como essa, mas a outra parte gritava querer encontra-la e vingar-se dela por tudo que fez.Christian se sentia na obrigação de ir a Kaliakay, na verdade depois de saber de tudo aquilo sentia uma necessidade, queria conhecer o lugar de onde veio, salvar o seu pai Andrius e aprender a magia a qual Alicia tanto falava na carta.Respirando fundo abriu o livreto na primeira pagina, e como imaginava, não ficou tão surpreso ao conseguir ler o livro. As palavras escritas não se pareciam com nada que já tinha visto antes mas ao lê-las conseguia entender cada uma delas. Eram encantamentos, descrições e símbolos, ele os experimentaria mais tarde, talvez amanhã quando supostamente encontrasse Sophia e Petrus.Christian ficou lendo mentalmente o livro enquanto o sono lentamente o levou a adormecer.- Acorda filho. - chamou Hellena abrindo as cortinas do quarto de Christian que abriu os olhos esfregando-os enquanto se espreguiçava notando o seu corpo dolorido por não ter descansado o suficiente. Que horas eram aquelas, era muito cedo.- Bom dia mãe. - falou, procurando o celular. Haviam dez chamadas perdidas de David, o que o deixou preocupado.- Bom dia filho, o David esta lá embaixo, disse que precisava falar urgente com você. - ela se sentou a beira da cama de Christian analisando o livreto e o cetro que estavam caídos no chão.- Bem, isso explica as dez chamadas. Mas a essa hora? Deve ser algo importante mesmo. Caramba, hoje é o primeiro dia de aula, ele deve estar me esperando, havia me esquecido. - ele olhou o celular novamente,. - mas ainda são sete da manhã e as aulas só começam as oito.- Eu não acho que
A natureza sempre foi agradável para Christian, mas ele nunca se imaginou correndo pela reserva da cidade, na parte mais densa dela. Mas sentiu que Petrus merecia sua ajuda assim como ele o ajudou na noite passada, era curioso como começava a sentir que ele e Sophia seriam grandes amigos.- Então o que aconteceu Angelo? - Perguntou Sophia.- O que aconteceu foi o seguinte. - começou ele ao mesmo tempo que Christian prestava bastante atenção, até então não havia entendido o motivo de terem ido a sua procura para ajudar, ele não sabia usar magia ainda. - Eu fui atrás do Petrus para dizer que ele não precisava mais se preocupar com o Christian, assim como você falou.- Se preocupar comigo? - Christian não entendeu- Sim. - Sophia afirmou. - Lembra da visão que envolvia vocês dois? Então, ele peg
Correr daquela forma era quase como estar voando, as árvores pareciam cada vez mais distantes umas das outras, deixando o ambiente cada vez mais aberto.Christian notou um movimento mais a frente.- Como você chegou aqui tão rápido? - Angelo perguntou surpreso.Chris contou rapidamente o que aconteceu lá atrás sem nenhuma vontade de conversar com Angelo que desde o inicio se mostrou desagradável.- Estou surpreso, mas isso não importa. Você não vai ajudar muito, mesmo sendo mais rápido do que eu. - Christian sentiu uma pontada de orgulho ferido com a declaração. - Eles estão muito perto, eu posso ouvir então vamos seguir o meu plano, você fica escondido enquanto trago o Petrus para segurança, se formos pegos você tenta chamar a atenção deles e corre o mais rápido que
Christian acordou sem saber a onde estava e se tudo não havia passado de um sonho, piscou algumas vezes para focalizar o ambiente, reconheceu estar em uma cama, em um quarto de arquitetura moderna e sofisticada.- Enfim acordou. - Disse Sophia sentada na borda da cama.- Hey, pessoal, o Chris acordou! - ele se virou para ver Apolo com a porta entre aberta avisando para o resto dos garotos.- Apolo... - Petrus se levantou da poltrona no canto do quarto olhando para Apolo repreensivo por ele ter gritado.- Desculpe. - Apolo sorriu sem jeito- Você foi muito corajoso lá.- disse ele estendendo a mão para cumprimentar Christian que a pegou apertando firme.- Obrigado. Você também foi. - respondeu tentando um sorriso, até mesmo o seu rosto doía.- Cara, como você conseguiu? Foi incrível! - começava Apolo - Nós vimos o
Ao chegarem a entrada da reserva, um pouco mais distante do que o muro que se depararam na ultima vez, Christian avistou muito surpreso uma carruagem branca de tejadilho esverdeado com entalhes que lembravam folhas grandes, dois cavalos acinzentados puxavam-na guiados por Jimitre enquanto os outros junto a rainha Diana, aguardavam dentro dela.O rei Estevão pediu para todos descerem do carro, e Christian mais uma vez foi surpreendido quando ele transfigurou o carro em uma outra carruagem idêntica mas com cavalos de cor caramelo. Christian tentou não ficar com cara de bobo enquanto observava mas notando risos abafados percebeu que não tinha tido muito sucesso.Depois de terem entrado, agora em uma carruagem, guiada pelo rei Estevão, logo estavam as margem do rio Oliveira onde Petrus tentara fugir no dia anterior.A manhã estava ensolarada diferente da ultima visita de Chri
Ao descer as escadas carregando as duas malas cheias com suas novas coisas, Christian não sabia exatamente o que pensar, iria conhecer seu avô. Por que Estevão não lhe contou sobre ele quando lhe perguntou sobre sua família élfica? Perguntava-se agora o que mais ele não contou.Ele só conhecera seu avô, pai de Hellena e sua avó mãe de Leandro, agora descobrira ter um avô elfo, será que gostaria de seu avô e visse versa, estava realmente preocupado com o que acharia dele, pelo que podia perceber, ancião era o nível mais alto que um elfo podia alcançar antes do rei até onde ele sabia, e ele era neto de um. Lembrou que Petrus também não lhe contou sobre este fato, por que isso foi escondido dele? Havia algum motivo.- Obrigado por não ter contado a verdade a mamãe. - ia di
Christian e seus amigos conversaram mais um pouco, Jimitre e Apolo explicando ainda mais sobre elfos e magia, sobre a escola e sobre tudo o mais que iria surgindo como dúvida. Ele contou sobre Ammon tê-los trazido pessoalmente e sobre as cores dos pingentes de Sophia e Petrus.Mas tarde encontraram os outros, Sophia radiante por ter ficado no mesmo quarto que Estela e Petrus satisfeito em ter ficado no mesmo que Angelo.Todos estavam de pé no grande salão, todos os jovens de várias idades, em uma quantidade bem maior do que a que aguardava para atravessar o portal mais cedo. Uma mesa ao lado com o corpo docente e os demais responsáveis pela escola sentados olhando atentamente para um púlpito de cor verde em formato de folha a frente de todos.Os alunos observaram quando Ammon apareceu, e seguiu cumprimentando todos que estavam na mesa dos docentes e funcioná
- Anda Jimitre! Vamos nos atrasar pra aula! - chamava Apolo enquanto Christian esperava na porta do dormitório.- Vocês vão demorar muito? - perguntou ele já impaciente.- Vocês querem fazer o favor de esperar? - reclamou Jimitre terminando a redação pedida pela professora - Considerando que os idiotas do András e do Andrei são seus primos Chris, e que foi pra defender você Apolo, que eu me meti nessa, vocês tem a obrigação de me esperar.- Tá, tá, você já disse isso um milhão de vezes Jimitre. - Christian deu de ombros.- E eu ajudei você a escrever sobre os termejios, então não reclama. - disse Apolo puxando o braço de Jimitre.- Ta, espera, só falta uma linha. - pediu Jimitre lutando contra o puxão de Apolo, escrevendo com a outra m&a