Capítulo 9

(Filippo Valentini)

Antes de entrar no carro, verifico se tem alguém suspeito me olhando pela extensão da rua, tudo aparenta estar normal. Entro e dou partida. A lembrança do cheiro doce que Renata tem me vem à mente, me segurei para não jogá-la de bruços sobre aquela mesa e fode-la até que ela não sentisse mais as pernas.

Além de um rosto e um corpo bonito, ela tem dotes culinários, senti como se estivesse comendo uma macarronada saindo direto de uma cozinha italiana, gostei da nostalgia.

Eu queria ter feito mais perguntas a ela, mas ela notaria que investiguei sobre sua vida, eu esperava que ela interagisse mais e também me perguntasse alguma coisa, assim ficaria mais natural a conversa e eu poderia questionar com a desculpa de que apenas bateu curiosidade com o rumo da conversa, mas ela apenas comeu calada após falar que seu pai estava morto.

Na pesquisa, o nome do pai dela não consta em seus documentos, apenas o nome da mãe, Sandra Moreira Pellegrini. Observei a foto da mulher, e ela não tem nada a ver com filha, fucei até achar o tipo sanguíneo de ambas e elas não tem parentesco nenhum. Ou seja, Renata é adotada.

Também pesquisei pelo nome da avó de Renata, ninguém além delas duas tem Pellegrini como sobrenome, o que me intriga. Sandra não se casou oficialmente com ninguém e nem tem documentos de doação, como também não tem registro de pré-natal e nem nada, mas seu nome consta como mãe e do nada ela apareceu com um sobrenome diferente.

Essa história está muito mal contada.

O som do bip me tira dos pensamentos.

— Encontramos uma pista, estou enviando a localização, já mandei seus subordinados irem, você tem dez minutos para chegar — a chefe do departamento me passa a instrução pelo rádio.

— Estou a caminho — desligo.

Minha terceira noite sem dormir, pego minha máscara no porta-luvas e coloco, a única abertura nela é para eu enxergar. Ninguém pode saber a minha identidade.

Não gosto de trabalhar no FBI, apenas estou lá por causa do acordo que fiz com Matteo. Mas pelo menos, consigo livrar o mundo de alguns parasitas.

Não lembro a ultima vez que tive uma boa transa, Emília às vezes dava uma rapidinha comigo no banheiro durante os intervalos de um reunião, mas ela simplesmente sumiu do mapa. Ela era a única que me tinha entre suas pernas mais de uma vez, ela não me cobrava nada e nem se iludia, e era minha melhor opção, já que eu vivo apenas para trabalhar, ela me poupava tempo.

Enfim, não é hora de pensar em sexo, hoje eu acabo com a raça daquele verme!

Meu coração está acelerado, consigo sentir o sangue fluir por minhas veias com a mesma velocidade em que as rodas do carro giram sobre o asfalto. Tiro do porta luvas meu pente extra de balas e coloco no bolso.

Estava naquela busca há cinco anos e finalmente encontrei a verdadeira identidade daquele maldito. Uma sequência de pistas falsas e muitas pessoas com medo só podiam significar alguém poderoso.

O som dos pneus cantando despertou-me dos meus pensamentos, me fazendo perceber que havia chegado ao meu destino, um bairro pobre em um dos distritos no norte da cidade de New York. Ele realmente teve coragem de voltar aqui, mesmo após quase ser pego.

— Senhor? — Raul, um dos meus colegas mais fiéis, b**e no vidro da minha janela, mesmo sendo o mais fiel, nem ele sabe a minha verdadeira identidade.

Tirei a minha arma do coldre e a deixo destravada, saio do carro e aponto para cima.

— Cerquem o prédio — mando.

Faço um gesto com a mão e eles se movem, formando um meio círculo até envolver todas as possíveis entradas e saídas do prédio.

“Seja cauteloso, Filippo” — escuto a voz de minha mãe, sempre que entro em confronto direto. Sei que ela reza tanto por mim, quanto por meus irmãos, nascemos para viver de maneira perigosa não tendo certeza se estaremos vivos no dia de amanhã.

Dois dos meus colegas seguem na minha frente e metem o pé na porta de entrada. Quando a madeira cede diante do impacto, meu coração acelerou ainda mais. Quero poder aliviar os corações dos familíares de todas as crianças que esse maldito massacrou.

A adrenalina corre ao extremo por minhas veias, consigo sentir o sangue nos meus olhos pela expectativa de cumprir a missão que havia me dado no enterro da primeira criança que foi vitima desse maldito, ha cinco anos.

O prédio se parece com um motel abandonado. Havia umas mulheres na entrada, que saíram correndo quando nos viram, e os homens com elas foram imobilizados pelos meus antes que tivessem tempo de pensar em pegar suas armas. Aproximei-me daquele que estava no balcão e apontei a arma para sua cabeça, cerrando os dentes.

— Onde ele está?

O sujeito engoliu em seco e ficou pálido.

— Não me faça perguntar de novo, cazzo! — falo entre dentes, aproximo minha pistola da sua têmpora e vejo as lágrimas brilharem em seus olhos

— L-lá em cima, n-no labo-boratório — responde trêmulo, com certeza este é um novato, mas tão imundo quanto quem o contratou.

Dei uma coronhada no meio da testa dele deixando-o desacordado sobre uma cadeira.

Meus homens aguardaram minhas orientações e subiram as escadas laterais que levavam até o andar de cima. Eu segui no meio deles, protegido na frente e nas costas para não ser atingido de surpresa.

Andamos pelo corredor, arrombando as portas, encontrando algumas vazias, outras ocupadas por homens e prostitutas. De fato, eles não estavam preparados para a minha invasão e os pegamos de calças arriadas.

Na última porta do corredor, quando a madeira caiu, eu vi o homem de pé, com uma arma apontada na minha direção. O maldito fantasma que eu persegui por longos cinco anos.

O homem de terno, com cabelos e olhos castanhos, na casa dos quarenta anos, era Tiago Bravanel, ex capo da máfia em Palermo, era para ele ter sido executado, mas fugiu e começou com o negócio sujo envolvendo órgãos e crianças.

— Finalmente frente a frente, deu trabalho te achar — falo olhando em seus olhos, ele apenas ri de lado.

— Tenhos bons aliados — responde calmo.

— Pelo jeito não tão bons, apesar de terem conseguido te livrar da execução na máfia, não te livrão de mim — falo convencido.

— Ragazzo, só vim aqui para obter informações sobre a garota.

— Que garota?

Ele sorri solta um pequeno sorriso, tento me lembrar se tem alguém envolvido com ele em seu passado, mas nenhum nome surge. De quem ele está falando?

— Não é da sua conta — responde de cara fechada, mas logo começa a sorrir — Mas vou lhe dizer, como uma forma de compensar todo o esforço que teve em me achar, traidor — esse verme abre um sorriso nojento mostrando todos os dentes, por que ele está me chamando de traidor? — Me refiro a herdeira da famiglia Martinelli.

Esse monte de merda descobriu a minha identidade! Ele só pode está falando da minha noiva que deixei para trás e por conta disso ela hoje está desaparecida, o que deixa o Don atual da família Martinelli uma fera.

— Ainda nos veremos de novo, ragazzo — ele fala e minhas vistas começam a ficar turvas.

Só agora percebo o cheiro forte de entorpecente, olho ao redor e todos os meus homens já estão desacordados no chão. Esse maldito, vou mata-lo!

Aperto três vezes no gatilho, mas enxergar três dele me faz errar todos os tiros. Verme desprezivél.

— Pegue as bolsas, vamos embora — escuto a voz dele ao longe, caio sem forças no chão.

— Obrigado por ter fugido e traído a famiglia Martinelli — ele sussurra em meu ouvido — Graças a você, posso ter a minha redenção, ragazzo.

Como eu pude ter sido tão descuidado? Isso não vai ficar assim!

FannyMotta

Olá, o que estão achando da historia? Amo ler os comentários e aceito as criticas construtivas, espero muito poder interagir com cada um de vocês!

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