(Renata Pellegrini) Meu peito desce e sobe freneticamente junto a minha respiração, tento a todo custo não olhar para ele, mas a cada segundo que passa, vai ficando cada vez mais difícil à medida que ele se aproveita da situação e eu me odeio por meu corpo responder de forma tão positiva a seus toques. A ponta de seu nariz percorre meu pescoço me fazendo arrepiar, mordo meus lábios com força tentando reprimir as sensações boas que esse contato me causa. Porcaria! Tampo minha boca com as mãos, para não soltar algum som estranho que quer sair, ao sentir sua boca quente distribuindo beijos molhados pela minha clavícula e meu ombro nu. Como faço para controlar as borboletas no pé da minha barriga? Suas mãos grandes e quentes seguram firme meu rosto, em seu olhar tem tanta intensidade que me sinto perdida, ele curva-se sobre mim e me beija outra vez, fecho meus olhos. Mais uma vez me entrego ao beijo delicioso do meu chefe. Sua língua se encontra com a minha, seus dedos entrelaçam com o
(Filippo Valentini)— Não quero voltar para casa! — Vincenzo protesta enquanto caminhamos até a porta de saída.— Então fique — reviro os olhos — Eu vou voltar para casa! — falo sem paciência e dou as costas a ele.Preciso esfriar a mente, esse lugar está sufocante demais.— Qual foi, Lipi? — ele volta a andar do meu lado — O que aconteceu com a gata de vestido preto? Do jeito que vocês estavam se pegando na pista de dança, pensei que iam transar e tirar um pouco dessa sua cara emburrada, mas você voltou pior!— Não quero falar sobre isso — entro no carro e Vincenzo também.Por um milagre meu irmão se cala, dos três irmãos, Vincenzo era o mais comunicativo, ele gostava de conversar e tal, eu até já tentei, mas não consigo ficar falando o que sinto ou demonstrando, sou grosso e na hora de transar com uma mulher, isso não muda.Ele gostava da esposa falecida, eles passavam horas conversando e fazendo carinho um no outro, faziam isso até mesmo na frente das outras pessoas, chegava a ser n
(Filippo Valentini)A olho um pouco atordoado, engulo seco, me perdi dentro daqueles lábios macios, língua sapeca e pele quente. Observo ela ajeitando o cabelo e a blusa, sem me olhar, seu rosto todo vermelho, creio ser uma mistura de raiva, excitação e vergonha.“Ou talvez você esteja completamente enganado e isso não passe de um teatrinho” — minha mente me alerta e num instante fico apreensivo novamente, dô passos para trás me afastando dela, passo a mão pelo rosto afim de amenizar um pouco o fogo insano que estou sentindo, segurando a vontade louca de foda-la sebre minha mesa, preciso manter calmo e frio.Droga! Eu, um homem de trinta e três anos nas costas, sendo conhecido como o Magnata da Tecnologia, tendo também um trabalho duplo como agente do FBI, criador de armas para mafiosos, cedi aos desejos de forma tão fácil, trazendo ela para dentro da minha sala! Querendo muda-la de cargo sem antes fazer os testes! Que imprudência!Bem, eu pesquisei a fundo a vida dela, sei que ela vem
(Filippo Valentino)Certo, agora só falta finalizar os detalhes do gatilho, o cartucho duplo e o ferrolho. O cabo personalizado com o brasão da família Valentini (CNFV — Casa Nostra Famiglia Valentini) é a única parte pintada, a cor dourado em contraste com o preto deixam um ar de sofisticação, me dedico sempre em cada detalhe e na eficiência de cada disparo, meus bebês fazem de um belo de um estrago nos inimigos. Pronto! Terminei, passo a mão por minha testa suada e observo atentamente meu trabalho finalizado, agora é só mandar para minha equipe no subsolo dessa empresa e daqui a seis meses essas belezinhas estarão na Itália.— Senhor Valentini? — Sophia dá três batidas na porta.— Entre — guardo meus projetos dentro da gaveta, confiro as horas no relógio de pulso, meio dia.Sophie entra na sala, desfilando nos seus saltos quinze centímetros, saia e blusa justa. A única mulher que nunca sequer pensei em olhar com outros olhos, ela é esposa do meu gerente de fabricação de armas, a úni
(Renata Pellegrini)— O que o chefe queria? — Caio pergunta enquanto me aproximo do balcão.Suspiro, não posso falar de jeito nenhum a ninguém o que aconteceu naquela sala. Me sento no meu lugar, atrás do balcão ao lado de Caio, e olho para a entrada. Não gosto de mentir, mas Caio vem sendo bem legal comigo, não tem porquê eu dar uma queimada nele, melhor mentir.— Ele não chegou a me receber na sala, me mandou sair antes mesmo de eu entrar — invento a desculpa, mas seus olhos me analisam de forma suspeita.— Você demorou muito, e seu cabelo ta desalinhado — fala me encarando.Merda! Passo a mão nos meus cabelos e sinto que ainda ficou alguns fios soltos, não consigo olhar nos olhos das pessoas enquanto minto, olho pro chão.— Eu me bati com a secretária do vice, é por isso, e também fiquei uns minutos conversando com ela, ela muito legal — minto na cara de pau.“Por favor, senhorita Sophie, me desculpe por te usar assim” — peço em pensamentos.— A senhora Sophie é muito legal mesmo, e
(Renata Pellegrini) — Um café com seis colheres de açúcar e leite, por favor — peço a moça da cantina.— Seis colheres? — ela repete meu pedido com os olhos arregalados — Tem certeza?— Oh, você está certa — sorrio — Melhor colocar oito!— N-não eu não quis dizer que é pouco, é que…— E por favor, não precisa esquentar o café.Ela suspira e por fim se dá por vencida.— Tudo bem, só um instante por favor.Só de imaginar a cara que Verônica vai fazer ao experimentar o café, não consigo parar de sorrir em expectativas. Sei que essa pode não ser a coisa mais madura de se fazer nessa situação, mas nesse momento eu não estou nem aí. Só quero que ela pague. Já que ela gosta de humilhar os outros, por que não sentir um pouco do próprio veneno? “De onde você tirou toda essa coragem?” — minha mente me questiona, “Não é coragem, é raiva, frustração, decepção, tudo misturado” — eu mesma me respondo em pensamentos.Olho ao redor enquanto espero o café, esse é o meu terceiro dia na empresa, aconte
(Renata Pellegrini)— Aconteceu um imprevisto na empresa, podemos remarcar? … Eu entendo, também odeio faltar em compromissos, mas é que realmente este problema só pode ser resolvido por mim mesmo, peço sua compreensão … Certo, então amanhã às oito, encontro vocês aí no hotel — ele desliga o celular e guarda no bolso do terno.Saímos do elevador e entramos em sua sala, Verônica se senta em uma das cadeiras na frente da mesa dele, ele faz sinal com a mão para que eu me sente na outra, me sento. Ele vai para seu lugar atrás da mesa, cruza os braços sobre o peito e olha de mim para Verônica.— Vocês quase me fizeram perder uma reunião de milhões de dólares! — fala com o rosto sério, que droga! Não foi minha intenção atrapalhar os negócios dele, apenas queria dar uma lição nela.Tento manter meu olhar erguido, mas seu olhar está frio e sem emoção, não muito diferente do primeiro olhar que ele me dirigiu quando nos conhecemos, isso me faz desviar e apertar as mãos em cima do meu colo, eu es
(Renata Pellegrini)Pelo canto de olho vejo a outra mão desse brutamontes vindo com um pano sujo na direção do meu nariz, imagino que seja algo para me fazer desmaiar. Ergo meu braço para impedir o contato, dou uma cotovelada em sua costela mas ele sequer se mexe apertando ainda mais o meu pescoço.Ele desistiu de me fazer desmaiar com o pano e agora utiliza o outro braço para me dar um mata leão. Respiro fundo e mantenho a calma, lembro-me do ensinamento do meu pai. Seguro com minhas duas mãos no seu antebraço e curvo minha cabeça fazendo uma proteção com o meu queixo para ficar o mais firme possível e impedi-lo de me sufocar, flexiono meus joelhos e o puxo para cima de meu corpo, ele se desequilibra, mas para o meu desespero não me solta.Sinto o pavor me dominar, toda a calma que eu estava tentando manter se esvai por meus poros, meu sangue gela, mas o suor não para de escorrer por minha testa. Meu coração b**e forte e as lágrimas queimam meus olhos. “Isso não pode está acontecendo