Capítulo 11

(Renata Pellegrini)

Acordo e vou direto para o banho, ligo o choveiro e deixo a água escorrer por meu corpo, a lembrança daquele homem tão perto de mim faz meu coração acelerar mais uma vez, é impossível organizar os pensamentos quando se trata daquele italiano, minha mente e minha barriga fica uma confusão, um sorriso bobo escapa entre meus lábios.

Renata, para porra!

É bobagem ficar pensando nele, um homem como Filippo Valentini, com certeza tem mulheres aos montes em seus pés, onde ele pode até fazer sorteio de quem vai ter a vez de sentar em seu… Ah, ele não é pro meu bico, e eu nem quero mesmo.

Termino o banho e me ajeito, faço um coque no cabelo e novamente vou para o trabalho sem um pingo de maquiagem, preciso arranjar tempo para comprar essas coisas e roupas melhores.

O ponto de ônibus não fica muito longe, de acordo com o porteiro fica apenas a duas quadras aqui. Depois de dois minutos andando chego no ponto, e quase que no mesmo instante o ônibus passa.

Quarenta minutos depois desço em frente a empresa, os outros funcionários me olham de cima a baixo, todos chegando ou de carro, ou de moto, ou então de táxi, eu devo ser a única saltando de um ônibus para trabalhar nessa empresa.

— Tá com a maquiagem na bolsa? — me assusto com Amanda que chega de fininho por trás de mim.

— Bom dia para você também.

— Bom dia, e então, por que não está maquiada? Veronica vai ficar uma fera quando te ver.

— Eu não tenho nenhum tipo de maquiagem — falo olhando para a entrada e observando como todos são elegantes, todos menos eu.

— Que tipo de mulher não tem maquiagem em casa!?

— O tipo que não tem dinheiro nem para comida — respondo bem baixinho, mas ela escutou e se calou.

— Vem, vou dá um jeito nisso — ela pega meu braço e me arrasta entre as pessoas, que nos olham feio.

Entramos na empresa e sem desejar bom dia a ninguém entramos no vestiário, colocamos nossos uniforme e Amanda vem toda animada em minha direção segurando uma mini bolsa cor de rosa na mão.

— O que vai fazer? — pergunto sem entender sua animação.

— Nossos tons de pele são muito diferentes — ela fala, isso é verdade, a pele dela parece com leite de tão branquinha, enquanto eu sou mais bronzeada — Mas já tenho uma boa ideia do que fazer em seu rosto.

Ela me faz sentar no puff e sorrir malandra para mim, não faço nada para impedi-la. Depois de alguns minutos, me olho no espelho e quase não me reconheço, Amanda não passou base e nem nada para cobrir a pele, mas a maquiagem que ela fez nos meus olhos, o blush rosadinho e o batom rosinha também, me deixaram bem apresentável.

— Agora sim, você está a nível de quem trabalha aqui, eu sou mesmo incrível — fala orgulhosa de seu trabalho em mim.

— Sim — concordo sem conseguir conter um sorrisinho, nunca estive tão bonita quanto agora — Muito obrigada, eu nem sei como te agradecer.

— Mas eu sei — sorrir de maneira suspeita, de repente sinto um mal pressentimento — Quero que vá comigo a uma festa, hoje a noite.

— Não vai rolar — falo rapido.

— Por que não? Você ainda mora com seus pais? Não pode chegar tarde em casa?

Suspiro triste, bem que eu queria morar com meus pais, eles me fazem tanta falta.

— Eu apenas não tenho roupas para ir — não é bem uma desculpa esfarrapada, eu realmente não tenho.

— Isso não é problema, eu trouxe para nós, veja — ela aponta para uma bolsa enorme em seu armário — Tem três vestidos lá e já sei qual vai ficar perfeito em você.

— Amanhã temos que ir trabalhar…

— Amanhã é domingo querida, não temos que trabalhar aos domingos.

Ah é, eu havia me esquecido que comecei a trabalhar numa sexta.

— Vem, por favor, eu sei que você não conhece nada aqui, vai ser uma boa poder distrair um pouco a mente, e não se preocupe que eu te levo de volta para casa, ou então pago o táxi, por favor, vem comigo — ela juntas as mãos e faz cara de cachorro pidão.

— Ah! Tudo bem! Mas quero estar em casa antes da meia noite — me dou por vencida e ela sorri feliz. Me olho uma última vez no espelho — Vamos logo começar o expediente.

Confesso, fiquei o tempo todo olhando para a porta de entrada e sentia meu coração palpitar toda vez que a porta se mexia. Mas ninguém era o Filippo, e eu odeio admitir o quão frustrada eu fiquei por passar o dia todo e não ter visto ele.

— Vem, vamos nos arrumar — Amanda me puxa de volta para o vestiário — Vou tirar de você esse ar de menina virgem.

— Oi? — pergunto confusa.

— Hoje os homens vão babar na gente — fala indo até a bolsa sem parar de sorrir — Vem, veste isso — me entrega um vestido preto.

Acho que ele vai ficar curto demais, eu sou mais alta que Amanda, porém a bunda dela é maior que a minha, talvez esse vestido fique feio em mim.

— Anda logo, ele tá apertado em mim, por isso trouxe para você — fala como se tivesse lido meus pensamentos.

— Antes de vesti-lo, vem cá.

Ela refaz a maquiagem em mim, sinto que tem mais maquiagem do que a que ela fez pela manhã. Levando do puff, mas Amanda me impede de ir até o espelho.

— Primeiro vá trocar de roupa — manda.

Faço o que ela diz. Eu tinha razão, ficou bem curto, apenas cinco dedos abaixo da minha bunda, meus seios parecem que vão saltar do decote do vestido, esse vestido faz parecer que tenho mais curvas que o normal. Olho para Amanda e até ela está espantada. Me sinto desconfortável, puxo o vestido para baixo na tentativa falha de esconder um pouco mais de pele.

— Ah para né, você está linda! — b**e na minha mão e arruma o vestido — Eu sabia que ia ficar perfeito em você. Agora pode se olhar.

Caminho até o espelho e é como se Renata Pellegrini, a menina nerd, feia e anti-social tivesse morrido e uma mulher bonita, charmosa e gostosa tivesse ocupado o lugar.

— Meu Deus — sussurro surpresa ainda sem acreditar que sou eu mesma diante o espelho.

Amanda se veste em questão de minutos e está linda, com um vestido vermelho sangue bem justo. Deixando evidente todas as suas curvas.

— Vem, vamos logo.

Sorrio achando uma gracinha o carro rosa de Amanda, seguimos para uma das baladas mais tops que tem na cidade. Como eu sei? Amanda contou e me entregou uma das pulseirinhas vips. Ela deve ser muito rica mesmo, ou conhece alguém muito rico. Tanto faz, nunca fiz perguntas pessoais a ela.

Ao menos hoje vou tirar Filippo Valentini dos meus pensamentos.

Depois de dez minutos, mostramos nossas pulseirinhas e entramos na boate, a música alta quase fez eu dar meia-volta, as pessoas estavam tão próximas umas das outras que deveria ser considerado atentado ao pudor, as roupas conseguiam ser ainda mais provocantes do que a de Amanda.

— Como consegue frequentar esses lugares? — pergunto em um tom alto para ela poder me ouvir.

— Acredite ou não, as baladas são o local perfeito para esquecer os problemas e conhecer gente top.

Cruzo os braços.

— Eu duvido muito, tem casais quase transando mais do que eu posso contar, aqui com certeza o povo arruma mais problemas do que esquecem.

Ela solta um sorriso enquanto passa seu braço ao redor do meu pescoço.

Amanda me leva até a pista de dança e começa a dançar, eu balanço a cabeça de forma negativa. Nunca dancei em público, nem em privado também, me sinto um peixe fora d'água.

— Vamos! Pare de ser tão chata. Já sei o que pode te animar. Certeza que uma bebida colorida vai te deixar nos piques — fala me arrastando para o bar.

Depois do primeiro copo, não faço a mínima ideia de quantos tomei depois. Cruzo a boate lotada, me esquivando de vários corpos suados e histéricos, que dançam ao som de Alive, do DJ Alok. Seguro um copo transparente contendo um líquido vermelho, doce, porém, muito forte, não faço ideia do nome, deixei Amanda paquerando com o barman e só paro de andar ao chegar no centro da boate.

Uma música mais sensual começa a tocar, deixo-me envolver pelo ritmo e me movimento, meu corpo vibra e meu coração palpita enquanto passo minhas mãos por meus seios e jogo meu cabelo para o lado. Sinto mãos grandes ao redor da minha cintura.

A bebida já dominou o meu cérebro, dei fora em todos os caras que se aproximaram de mim desde a hora que cheguei, mas essas mãos grandes me fazem arrepiar toda por debaixo da roupa. Começo a dançar de forma mais ousada e me esfrego bastante seja lá em quem for, sinto seu volume cutucar minha bunda e sorrio travessa.

O que está acontecendo comigo!? Nunca agi assim na minha vida e nem sei o que estou fazendo. Mas confesso que estou amando essa sensação.

O aperto em minha cintura aumenta e quando dou por mim, a boca quente de um desconhecido está colada com a minha.

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