Na véspera do casamento, meus olhos, que ficaram cegos ao salvar Bruno Costa, de repente voltaram ao normal. Eu estava tão feliz e queria contar essa boa notícia para ele, mas acabei vendo, por acaso, ele e minha prima se acariciando na sala. — Bruno, nosso bebê está ótimo agora. O médico disse que podemos fazer sexo. Vamos tentar na sala? — Irmã está dormindo no quarto. Fazer isso na sala vai ser bem excitante, não acha? — Cale a boca! Não brinque com minha esposa! Enquanto Bruno a repreendia, ele a beijava. Eu fiquei observando esses dois, cada vez mais envolvidos, com respirações mais rápidas. Foi aí que percebi o motivo de, há seis meses, os dois terem se apaixonado por praticar exercícios indoor. Cobri minha boca, me virei e fui para meu quarto, trancando a porta atrás de mim. Não tinha intenção de contar para Bruno que eu já estava curada. Peguei o celular e liguei para minha mãe. — Mãe, não vou me casar com Bruno. Vou casar com aquele homem da família Blanco, que está em coma. — Esse Bruno, esse lixo, eu não quero mais.
Ler maisBruno não foi para a prisão no final, porque desenvolveu uma doença mental e foi internado em um hospital psiquiátrico. Isso não foi uma boa notícia, pois ele passou a viver uma vida pior que a de um ser humano, uma vida entre o céu e o inferno.Afonso disse que jamais o deixaria em paz e organizou tudo para que ele fosse vigiado no hospital. Mesmo que um dia ele realmente se recuperasse, teria que continuar no hospital, se arrependendo de seus pecados.Afonso foi muito bom comigo, estava comigo 24 horas por dia, sem nunca se afastar. Ele disse que queria compensar os anos que passou em coma. Logo, descobri que estava grávida e, depois dos exames, descobrimos que eram gêmeos, um menino e uma menina.Afonso sorriu e chorou ao mesmo tempo. Ele sorria porque logo teríamos um casal de gêmeos, frutos do nosso amor, mas chorava porque sabia que eu sofreria muito durante a gravidez.Ele não perdeu tempo e começou a preparar nosso casamento de sonho, dizendo que queria que o mundo inteiro t
Um grupo de pessoas saiu para fora.O que vimos foi Bruno batendo Carla. Ele estava chutando a barriga dela com uma fúria insana.— Você ainda se atreve a me ameaçar com seu bastardo na barriga? Se não fosse por você me seduzir, Nair jamais teria se casado com outro, ela sempre me amou antes!Quando Bruno me viu, seus olhos brilharam de surpresa:— Nair, viu? Eu realmente não gosto dela nem um pouco. Com uma palavra sua, eu poderia matar ela na hora!Eu nunca tinha visto Bruno tão neurótico e doente. Agora, ao ver ele assim, só posso pensar o quanto fui feliz de ter me afastado dele.De repente, Carla começou a gemer, segurando sua barriga. Seu rosto ficou pálido, o vestido branco estava ensopado de sangue e gotas de suor escorriam de sua testa. Ela finalmente parou de fingir dor de maneira exagerada.— Bruno, você matou meu filho. Mesmo que eu vire um fantasma, não vou te perdoar.Ela rastejou até minha direção, tentando tocar o meu sapato.— Prima, sua cegueira foi obra do Bruno. Ele
Talvez, o sofrimento evidente nos meus olhos tenha dado a Bruno a ilusão de que ainda tinha uma chance. Ele caiu de joelhos diante de mim, batendo nas próprias faces:— Nair, você sabe o quanto eu te amo e me importo com você. Tudo isso foi culpa dela, ela me seduziu. É uma mulher sem vergonha, implorando para que eu fizesse amor com ela.— Mas eu só tenho você no meu coração, ela não vale nem um fio do seu cabelo. Eu posso mandar ela embora agora e ela nunca mais vai aparecer na nossa frente.Ele estava cheio de arrependimento, mas foi Carla quem sentiu a dor primeiro. Ela se levantou, com os olhos cheios de lágrimas:— Bruno, foi você quem me fez dar a minha primeira vez a você, como pode fazer isso comigo? Você sempre disse que a minha prima era cega, que não se sentia atraído por ela...Antes que ela pudesse terminar a frase, Bruno lhe deu um tapa:— Vagabunda, se não fosse sua prima, você ainda estaria morando na Vila F, levaria uma vida muito pobre...Sim, Bruno, você me lembrou
Bruno percebeu finalmente. Ele não podia acreditar no que estava vendo: olhando para as mãos de Afonso em minha cintura, com olhos cheios de ciúmes, mas sem coragem de fazer nada contra Afonso. Ele me olhou com raiva nos olhos. Quando prestes a falar algo, minha mãe se aproximou.Afonso me envolveu pela cintura e caminhou em direção à minha mãe, falando com uma voz extremamente respeitosa:— Obrigado por permitir que Nair se case comigo. Prometo cuidar bem dela.Minha mãe, com lágrimas nos olhos, respondeu:— Agora que sei que você vai cuidar tão bem da minha Nair, posso ficar tranquila. Afinal, ela sempre foi cega, e escolheu pessoa errada.Ela então olhou levemente para Bruno, que estava parado a certa distância. Finalmente, ele pareceu acordar e correu até nós, agitando meus ombros:— Não é isso, não é isso! Querida, você está brava comigo por ter te ignorado recentemente, então está me provocando com isso, não é?— Nós vamos nos casar em breve. Você está brincando comigo, não está?
Afonso, com seu rosto fechado e uma postura imponente, afastou os dois que estavam segurando minha mão.Sua presença exalava uma nobreza tão forte que todos os olhares na sala foram imediatamente direcionados para ele.— Afonso passou tanto tempo em coma e ainda assim está tão bonito.— Se soubesse disso, teria corrido atrás dele também, que arrependimento!— Nunca imaginei que ele acordaria um dia...Carla ficou paralisada, os olhos cheios de adoração e timidez, observando Afonso.Mas Afonso, alheio aos olhares curiosos de todos, me puxou para seu abraço, tão perto que não restava espaço entre nossos corpos, e nossos olhos estavam fixos um no outro.Na verdade, antes de Afonso cair em coma, nós já nos conhecíamos. No ensino médio, estudávamos na mesma escola. Afonso era o garoto mais popular. Toda vez que nos cruzávamos, sempre havia alguém se declarando para ele.Houve uma vez em que o vi cercado por uma menina que não o deixava ir embora, e, de repente, Afonso apontou para mim e dis
Ela estava usando minhas roupas e acessórios, e, se não olhasse com atenção, poderia até parecer um pouco comigo. Afinal, nossas mães são irmãs.Ela me olhava de cima para baixo, com um olhar cheio de inveja e satisfação.— Prima, você sempre foi tão boa comigo, me dando dinheiro, presentes, até casas. Mas agora, será que você pode me dar mais uma coisa?Eu mantive a calma e perguntei:— O que você quer?— Bruno. Sabia? Eu estou grávida dele, e ele está muito feliz, esperando todos os dias pelo nosso bebê. No futuro, seremos uma família feliz. Por isso, não faz mais sentido você ficar com ele.— Além disso, sabia que, por causa da sua cegueira, ele foi zombado por todos esses anos?— Se você realmente o ama, por favor, nos ajude, para que ele possa dizer com orgulho que tem uma esposa saudável e não uma mulher cega, que não pode sair de casa.Com raiva, peguei a comida da mesa e atirei nela. Ela, furiosa, agarrou meu queixo:— De que adianta ser um pouco mais bonita e ter uma boa famí
Logo depois, na porta, a voz de Carla soou: — Ela está dormindo? Bruno não disse nada e, a levantou nos braços. Carla bateu timidamente nele: — Se ela ainda não tiver dormido? Por que tanta pressa? — O que tem de medo? A dose da medicação foi forte. Mesmo se não estiver dormindo, ela vai achar que está sonhando. Acontece que aquele leite que eu pensava ser sinal de felicidade e carinho era apenas uma cobertura para o escândalo desses dois desonestos. Carla começou a gemer suavemente. — Ouvi dizer que o herdeiro de Família Blanco, aquele que está em coma, vai se noivar. Me convidaram para sua festa de noivado. É engraçado. Quem é que vai se casar com um homem assim, pra ficar viúva em vida?Bruno aumentou a força. — Você é muito míope. Só esse título de esposa do herdeiro Blanco já vale uma fortuna. Não sei quem teve tanta sorte. — Você me leva para a festa de noivado? — Sonhe! As pessoas nesse tipo de evento são ricas ou importantes. O que seria de você lá? Eu só posso leva
Quando os suspiros do lado de fora foram diminuindo lentamente,a voz de Bruno veio de fora:— Nair, algo urgente surgiu na empresa, preciso ir lá agora.A prima Carla Mendes também disse que precisava sair para comprar pão e me fazer um sanduíche.Ao perceber que eu não havia respondido, esses dois finalmente notaram que eu havia adormecido.Eles saíram de mãos dadas.Eu os segui em silêncio. O destino deles era a mansão dos pais de Bruno, não muito longe dali.A porta se abriu, os irmãos de Bruno estavam na entrada, com suas mãos cheias de presentes:— Parabéns, cunhada, pela gravidez! Irmão, parabéns por se tornar pai!Eu tapei a boca para não deixar o som de choro sair.A mãe de Bruno também apareceu e, ao ver Carla, a ajudou a entrar na casa, dizendo:— Fico feliz que você tenha engravidado de Bruno. Eu estava com tanto medo de que o nosso neto fosse nascer com os genes daquela cegueira.— Finalmente, Família Costa terá um neto saudável.— É verdade! Se não fosse pelo meu irmão, q