Enquanto faz as malas, James anda de um lado para o outro, como se quisesse muito agarrar o pescoço de Maxwell com as próprias mãos. Sentada na cama, trêmula e ainda sem acreditar na pior notícia que poderia receber, Mariana apenas entrelaçou as mãos e olhava para algum ponto invisível na parede.De braços cruzados encostado no pórtico do quarto, o filho mais novo de Isabella encarava o homem de cabelos encaracolados, como se soubesse suas reais intenções violentas. Então ele dirige o olhar para Mariana.“Ficou tão quieta de repente. O que foi? Os planos da mudança não te agradam?”Havia escárnio e deboche em sua voz. A moça apenas olha para o outro lado, como se pudesse ignorar a presença dele.“Por favor, deixe-a em paz”, pede James, ainda terminando de arrumar as coisas de Mariana.“E eu fiz alguma coisa? Foi apenas uma simples pergunta.”Como se a paciência do jornalista estivesse por um fio, e estava mesmo, James parou de fazer o que estava fazendo, levantou-se e olhou friamente
Maxmilian Philips olha de um lado para o outro antes de entrar no prédio escuro no fim da rua, cujas portas de vidro impedem que algum curioso consiga ver o que se passa lá dentro.Previsivelmente, assim que dá os primeiros passos no térreo sujo e poeirento, dois brutamontes mal-encarados chegam perto dele, não parecendo muito dispostos a perguntar antes de bater.“Seu chefe me convocou”, diz ele como um cumprimento, levantando as mãos no ar. Uma delas segura um envelope pequeno. “Qual é a senha?”, pergunta um dos brutamontes.“Tubarão branco.”Segundos de silêncio.O outro brutamontes, que poderia muito bem ser gêmeo do primeiro, ergue o queixo para parecer maior e superior. O mesmo arranca o envelope das mãos ainda erguidas de Maxmilian e o abre de forma rude.Depois de contar as notas de cem, ele faz um sinal para o outro homem, que começa a revistar Maxmilian de cima a baixo. Toda a operação leva menos de vinte segundos.“Ele está limpo”, rosna o Segurança Um, como Maxmilian reso
A viagem inteira é silenciosa, tensa e absolutamente aterrorizante.Não porque Mariana tenha sido atacada ou amedrontada por Maxwell; na verdade, o motorista e agora novo cão de guarda nem mesmo olhava para ela enquanto dirigia o sedan preto com vidros igualmente escuros.Mas saber que James estava oficialmente fora da jogada, mesmo que ele declarasse ter um plano, era um péssimo sinal de que nem tão facilmente eles conseguiriam sair daquele impasse.A única coisa que lhe dava um pouco de esperança, e mesmo assim nem tanto, era saber que Daniel, em algum lugar, estava colhendo o máximo de informações possíveis sobre o ex-marido da moça, e claro, descobrindo quais as conexões que aquilo poderia ter em relação a Isabelle e Maxwell.Já estava quase anoitecendo quando o homem fez uma curva pela estrada de terra batida, entrando num terreno parcialmente oculto por árvores frondosas e pelo relevo que os circundava. A casa da qual se aproximam parece bem grande, embora estrategicamente camu
Mariana corre em direção à janela, movida pela desesperada necessidade de escapar daquela situação. Seu coração bate acelerado, e o medo misturado com a determinação a impulsiona adiante. No entanto, antes que ela possa alcançá-la, Maxwell se move rapidamente, bloqueando seu caminho.Ele a segura pelos braços com firmeza, seu olhar agora cheio de raiva. O tom de deboche desapareceu por completo, dando lugar a uma expressão de fúria contida."Você não deveria ter feito isso, Mariana", diz ele entre dentes, sua voz cheia de ameaça. "Eu lhe dei uma oportunidade de seguir as regras, de ficar segura. Mas você escolheu desobedecer."Mariana luta para se libertar do aperto de Maxwell, mas seus esforços são em vão. Ele é muito mais forte do que ela, e sua determinação de mantê-la sob controle é implacável."Solte-me!", ela grita, lutando contra as lágrimas de frustração e medo que ameaçam escapar. "Eu não vou ficar aqui como prisioneira!"Maxwell a encara com um olhar gélido, seus olhos cheio
O bar estava incrivelmente lotado.Devidamente disfarçado, fazendo de tudo para não chamar atenção indesejada, Maxmilian bebia um copo de uísque (que estava horrível, mas ele não podia reclamar) ao lado de um suposto desconhecido.Os homens e mulheres que entravam ali, em sua maioria tatuados e carrancudos, mal olhavam nos olhos um do outro. Calados, apenas pediam sua dose diária de qualquer que fosse a bebida e depois olhavam para os lados, reparando em todos que saíam ou entravam.Um homem quase tropeçou no pé de Maxmilian, mas sabiamente ele recuou até a parede para evitar o trombo no desavisado. O desconhecido sorriu.“Até que você parece bem”, murmurou ele.“Pareço? Acho que é o hábito.”O estranho ri.“Aparentemente é um mal de família.”Aquilo poderia querer dizer qualquer coisa. Max ergue uma sobrancelha.“E então? Quando vou vê-lo? Já estamos aqui há quase duas horas.”“Guarde sua impaciência pra você. Nós não te chamaríamos aqui à toa.”Resignado, tudo o que o empresário faz
Maxmilian se vê cercado por todos os lados, com olhares ameaçadores fixos nele. Ele sabe que está em desvantagem numérica e que precisa agir rápido para sobreviver. Seu instinto de autopreservação entra em ação, e ele começa a avaliar suas opções.Com movimentos rápidos e precisos, Maxmilian desfere golpes contra os homens que se aproximam dele. Sua agilidade e técnica de luta surpreendem seus adversários, que não esperavam tamanha resistência. Ele consegue se esquivar dos ataques, bloquear os golpes e contra-atacar com eficácia.Enquanto isso, o agente de Mr. Black permanece próximo à porta, mantendo sua arma apontada para os homens que ameaçam Maxmilian. Ele atira com precisão, incapacitando alguns dos agressores e proporcionando uma pequena brecha de alívio ao empresário.A líder do grupo, a mulher com tatuagens no rosto, observa a luta com uma expressão impassível. Ela parece calcular cada movimento, analisando a capacidade de resistência de Maxmilian. A adrenalina corre pelas vei
Michelle sabia que alguma coisa estava muito, muito errada quando, num domingo à tarde, Maxmilian ligou cheio de mimos e promessas lindas na voz, dizendo o quão queria passar a noite com ela.Maxmilian já havia deixado claro como a água que preferia comer carvão em brasa do que compartilhar qualquer ambiente com ela. Aquilo não parecia bom.Fazendo de tudo para evitar que sua desconfiança fosse notada, a ruiva respondeu em tom elegante e manhoso que estaria esperando-o na sua casaAssim que desligou, ela discou para Maxwell, que atendeu prontamente.“Sim?”“Que negócio é esse de ‘sim’? Quando foi que perdeu os seus modos?”Ela ouve um suspirar exagerado do outro lado da linha.“Sim, senhora? O que deseja?”“Como está nossa gravidinha?”“Inteira e saudável. Por quê?”“Permita-me reformular a pergunta, está bem? Como a Marianinha está se saindo no cativeiro? Ela está dando muito trabalho?”“Ela foi resistente no início, mas acho que agora já aprendeu que não tem poder nenhum aqui.”"Mu
Maxmilian nunca se sentiu tão enfurecido na vida.Sim, ele tinha um longo histórico de violência e alcoolismo. Brigou mais de uma vez com arquirrivais e até mesmo antigos funcionários. Com o tempo, ficava cada vez mais difícil querer se endireitar, diminuir a raiva e se controlar melhor.Mas era isso o que ele faria.O primeiro motivo era de que, pelo menos daquela vez, força bruta não adiantaria em nada, apenas pioraria as coisas. Apesar de querer agredir Michelle como se fosse uma boneca de pano, Maxmilian ainda precisava manter as aparências; sorrir cordialmente, tratá-la bem.E o segundo e mais importante de todos os motivos era que Mariana estava com a vida ameaçada. Aquelas pessoas que estavam sob o controle e ordens de Michelle fariam qualquer coisa pela sua senhora, e se a secretária quisesse que a ex-esposa de Maxmilian morresse de verdade, assim seria feito.Ao se aproximar da imponente casa da mulher que, um dia, foi sua amante, o empresário respira fundo, abrindo e fechand