11. Noticiário

Sozinho dentro da enorme e cada dia mais solitária casa, o empresário Maximilian Philips, jogado no chão com uma garrafa de uísque ao lado, olha para o teto.

O candelabro é radiante, imponente e por si só já demonstrava todo um luxo que, um dia, o homem fizera questão de ostentar.

Mas agora, o que era aquilo além de um punhado de vidro lapidado com lâmpadas em seu interior?

Max toma mais um gole de uísque.

A nova empregada, Lanis, bate duas vezes na porta antes de entrar;

“Senhor Philips, o senhor tem visita.

“Mande embora”, ele retruca. Sua voz está pastosa devido ao consumo excessivo de álcool.

“Mas, senhor Phillips, é a-”

“Já mandei mandar embora!”

“Sim, senhor.”

É claro que depois do divórcio, mulheres apaixonadas por ele, que sempre o desejaram e suspiravam quando o mesmo passava pelos corredores, iriam atrás dele como abelhas iam para o mel.

Mas Maximilian não queria nenhuma delas.

O zangão tinha perdido sua abelha-rainha. E pior: por causa de seu próprio mal-caratismo.

Cambalea
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