Isabella está a menos de seis passos de distância da mãe de James, que ainda está encolerizada e falando barbaridades a respeito de Maxmilian para os outros presentes, quando sente alguém puxando seu braço.“Enlouqueceu?”, Maxwell praticamente rosna no ouvido dela, falhando miseravelmente em manter as feições do rosto neutras.A mãe do homem se solta, também enfurecida.“O que pensa que está fazendo?”“Engraçado, eu poderia te fazer a mesma droga de pergunta.“Estou tomando uma atitude em relação a este ultraje, é claro! Se essa mulher continuar falando, poderemos ter problemas.”“Esquece essa velha, temos coisas piores pra lidar”, diz Maxwell, os olhos assustados.Isabella imediatamente fica preocupada.“O que aconteceu?”, ela pergunta, olhando para os lados antes de acrescentar: “Elena e Hector estão nos dando problemas?”“Não. Maxmilian acabou de entrar na área restrita do salão.”“O quê?!”“Ele acabou de atravessar as cortinas, mamãe.”Exasperada, a mulher dá um passo em direção a
Nervoso, tudo o que James conseguia fazer na sala de espera do pequeno consultório particular era roer as unhas, olhar para os lados e contar o tempo em que Mariana estava lá dentro. O relógio acusava meia hora.Quando o homem já estava se dando por vencido e indo em direção à porta para exigir saber qual era a situação, a mesma se abriu. O médico, de cabelos lisos e pele cor de oliva, disse a ele:“Por favor, entre.”Não foi preciso pedir duas vezes. Mariana estava deitada na maca, com os olhos marejados. James foi até ela imediatamente e segurou sua mão.“Está tudo bem? Como está o bebê?”“O bebê está bem”, respondeu o médico. “O sangramento anormal foi apenas um desequilíbrio hormonal devido ao estresse. Mariana precisa de bastante repouso e evitar situações que a desgaste."“Fiquei com tanto medo de perder meu neném”, ela murmurou.“Bom, pode ficar tranquila, senhorita Elena. Está tudo sob controle agora. Apenas lembre-se de tomar as vitaminas diariamente, ingerir bastante água e
Uma semana se passou desde a consulta médica, a mesma onde Mariana decidiu que não permaneceria impassível em relação aos fatos. Agora, ela e James se encontravam em uma encruzilhada, tentando equilibrar a proteção de seu segredo e a busca por respostas. Nervoso, James estava ciente de que sua “patroa” estava planejando algo arriscado. Ele sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros, mas também entendia a necessidade de Mariana de obter informações sobre Maxmilian.Naquela tarde, Mariana sentou-se em frente ao laptop, pesquisando discretamente sobre detetives particulares na região. Ela sabia que precisava encontrar alguém confiável, discreto e capaz de descobrir a verdade sem levantar suspeitas.Depois de horas de pesquisa minuciosa, Mariana encontrou um nome que parecia promissor: Daniel Reynolds, um renomado detetive particular conhecido por sua habilidade em solucionar casos complexos.“E aí? O que acha?”, pergunta Mariana, mostrando o perfil do investigador para James.“
“James”, Mariana sussurra, olhando fixamente para o retrovisor interno do carro.“O que foi?”“Acho que tem um carro seguindo a gente.”O homem olha para o automóvel que, de fato, parecia estar mesmo atrás deles.“Está tudo bem. Acho que é apenas uma coincidência.”Como se para testar a própria teoria, James acelerou um pouco mais, pegando um caminho adjacente que não os levaria para a nova casa.O carro preto entrou na mesma rua.Nervoso, o “mordomo” de Mariana tentou, mais uma vez, entrar em um caminho que não fazia parte do trajeto original. Para confirmar seu medo, o carro continuou firme em sua perseguição.A respiração da moça começou a falhar.“Calma, está tudo bem”, murmurou James, mas era óbvio que não estava.Quais eram as chances de, justamente no dia em que a ex-esposa de Maximilian resolveu dar um basta naquela situação, algum louco começar a segui-los por aí? Aquilo não era coincidência.Com os pensamentos acelerados, tentando em vão achar alguma outra rota de fuga, Jame
A conversa com os dois agentes da lei foi, na melhor das palavras, cansativa. Na pior, horrível.Os dois policiais tinham mais ou menos o mesmo tamanho, idade e porte físico. A expressão em seus rostos também não era das melhores. Era evidente que estavam tratando o casal com certo descaso.James também notou que eles não agiam como policiais normais. A cada minuto que passava, sua desconfiança aumentava.Quando depois de dez míseros minutos os policiais começaram a caminhar de volta para a viatura, o homem foi até eles.“Esperem.”Um dos homens se vira para ele, e o outro continua indo até o carro como se sequer tivesse escutado algo.“Eu e minha patroa estamos muito assustados. Não há absolutamente nada o que possam fazer? Nem mesmo vão nos levar para a delegacia para fazermos um boletim de ocorrência?”O policial cospe o chiclete que estava mascando antes de sorrir para James, mas havia sarcasmo presente em sua expressão.“Escuta aqui, mordomo. Acho que você ainda não entendeu a gr
Sem medo de parecer grosseiro ou ofensivo, James, temendo que Mariana tivesse mais um colapso, pega o celular de Mariane e se levanta do sofá rapidamente.“James!”, ela reclama.“Deixe essas preocupações comigo, Mariana.”“Mas isso me afeta diretamente também!”“Eu sei. Mas por favor, deixe que eu assuma as coisas daqui pra frente, okay? Eu não quero que você perca o seu bebê.”Ao ouvir aquelas palavras, a moça morde o lábio para segurar o choro. Como ela poderia continuar sua gestação com calma e tranquilidade se tudo ao seu redor era um caos completo?O amigo de Mariana lê o e-mail.“Antes de mais nada, preciso dizer a vocês desde o início: estamos numa enrascada completa, envolvidos até o pescoço numa trama muito mais complexa e cruel que jamais esperaria. No entanto, é óbvio que, mesmo sendo muito bons no que fazem, eles não são perfeitos. Pior ainda: me subestimaram. Manterei contato constante com vocês, então fiquem de olhos abertos.Um amigo.”Franzindo a testa, James relê a me
Mariana fica intrigada com a mudança repentina na expressão de James. Ela deixa a tigela de cereais de lado e se volta completamente para ele, sentindo um misto de curiosidade e ansiedade."O que é?", pergunta ela, sua voz revelando um leve tremor de expectativa.James coça a nuca, desviando o olhar por um momento antes de fixar seus olhos nos dela."Eu... Eu nem sei como dizer isso pra você, mas… Olha. Primeiramente eu quero te pedir desculpas.”“Desculpas pelo o quê?”“Por ter ficado quieto esse tempo todo. Por não… Ter sido totalmente claro.”Mariana ergue uma das sobrancelhas. James sempre foi bastante eloquente, já que durante boa parte de sua vida trabalhou com jornalismo, mas ali e agora o homem parecia ser uma aluno tímido apresentando um cartaz para o resto da turma.“Do que você tá falando? Aconteceu alguma coisa?”“Sim. Sim, aconteceu. E… Me desculpe.”“Mas eu devo te desculpar pelo quê? Por você nãot ter me contado antes, ou pelo o que aconteceu, seja lá o que for?”“As du
Mariana morde o lábio, tentando em vão se acalmar e compreender as coisas. Então, num sopro de voz, a moça diz:“Sim.”Aquela simples resposta parece acender uma luz cintilante no rosto de James, que com certeza estava esperando por uma negativa. Sutilmente, o homem faz uma carícia nas bochechas rosadas de Mariana, com toda a delicadeza do mundo. Ela se aconchega ao toque dele, mas os olhos ainda estão curiosos, deslumbrados pela descoberta e pela surpresa que a ainda a tomava.“James”, ela murmura.O nariz do homem encosta no dela quando, devagar, ele encosta os próprios lábios nos dela.O beijo é bastante doce, suave e sussurrante, como a brisa da primavera nas flores.Cada toque, cada estalo e cada movimento é sutil e nada desrespeitoso, como se James ponderasse que não era a hora certa para aquela paixão ser totalmente demonstrada.Mariana abre os olhos e se afasta ao mesmo tempo em que coloca a mão na própria barriga.“O neném chutou”, ela diz, surpresa, sorrindo logo em seguida