Início / Máfia / Ele Bandido, e Eu Apaixonada / Não sei por quê, mas ela faz com que eu me abra de uma forma que há muito tempo não acontece.
Não sei por quê, mas ela faz com que eu me abra de uma forma que há muito tempo não acontece.

Rafael sorri, mas o gesto não atinge os olhos, que continuam carregados por algo entre a dor e a exaustão. Ele traga o cigarro com calma, soltando a fumaça como se quisesse aliviar o peso das lembranças que carrega. Sua voz sai rouca, baixa, carregada de mágoa e honestidade crua.

— Eu e meu irmão, Dante, nascemos no Morro de Ouro. Crescemos no meio do caos. Minha mãe... ela era garota de programa antes de se envolver com meu pai. Quando se casaram, a vida virou um inferno. Ela se afundou no álcool, e ele, nos negócios ilícitos. Era violento. Um homem que achava que o respeito vinha na ponta da faca.

Seus olhos perdem o foco, como se buscassem em algum canto distante um eco da infância roubada. A pausa que ele faz pesa, o silêncio preenchido apenas pelo som baixo da rua lá fora. É como se cada palavra fosse uma ferida que ele se obrigasse a reabrir.

— Quando eles morreram, eu tinha 21 anos, e Dante, 19. O que restava de uma família se desfez, mas isso nos uniu. Pelo menos, por um tempo
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