P.V. Layla Barrett
Cecília e Fernando Barrett são donos de uma marca de roupas femininas e masculinas. Não tão famosa no mercado e o serviço é totalmente terceirizado, o que não tem um lugar fixo e uma grande empresa para comandar. Mas conseguimos um bom dinheiro, o que nos torna ricos, não tenho problema algum em ser rica. Além dessa empresa de roupas, eles lidam muito com investimentos, o que na maioria das vezes acaba saindo boa parte desse dinheiro dos investimentos feitos.É bom, mas acaba não dando tanto valor para a loja.Sou uma pessoa bem criativa e modesta parte, sou boa no que faço. Gostaria muito de ajudar eles em toda questão de marketing da empresa, mas a escolha da minha faculdade para eles é perda de tempo. Gosto de desenhar e tenho me aventurado até mesmo em alguns rascunhos de algumas roupas, consegui vender o figurino e assim consigo um dinheiro além do que meus pais me dão. Trabalho com muito freelancer em alguns sites e que meus pais não descubram isso.– Então vocês vão viajar de novo? – Perguntei.Estou sentada no enorme sofá na sala enquanto vejo um andando de um lado para o outro pegando as suas coisas e passando ordens para os empregados.– Muito trabalho, querida. – Minha mãe suspira pegando seu óculos em cima da mesinha de centro. – Muitas coisas sendo decididas, um dia você vai entender. É nesse ano que termina… hum…– A faculdade. – Isso! É esse ano, não é? – Ela abaixa seus óculos para poder me olhar.– Sim. – Digo e sinto uma alegria em meu peito.– Perfeito! Assim você pode começar um trabalho de verdade. – Meu pai diz vestindo o casaco. – Leva essas duas malas para o carro.Abaixei minha cabeça e evitei olhar para eles. O motorista prontamente pega as duas malas das cinco que ele já havia levado para o carro.– Isso! – Cecília concorda com ele e pega sua bolsa em cima do sofá. – Agora vamos, amor. Não temos muito tempo. – Ela apressa o marido.Os dois dizem um tchau e sai pela porta.– Não, papai e mamãe, eu não quero um abraço ou um beijo de despedida. – Falei para mim mesmo até porque eu me encontrava sozinha na sala.Me levantei do sofá e fui para o meu quarto. Preciso me arrumar para a faculdade.[…]Assim que saí do carro, coloquei o meu capuz. A minha vontade de vir para a faculdade hoje era a mínima, mas não sou de faltar. Tenho que estar muito doente e olhar lá. Falta apenas alguns meses para concluir um ciclo e essa carência por falta de carinho dos meus pais… eu já deveria estar acostumada. Tenho 21 anos, não é nada para mim. Estou seguindo a minha vida e quando concluí a faculdade talvez seja um choque para eles, porque eu não seguirei os passos que tanto querem. Não, eu com certeza não vou viver a vida que eles querem para mim. Até porque eu não sei que vida é essa.Já passei todos esses anos com um pouco do que foi dado por eles, posso passar o resto da minha vida.Caminho de cabeça baixa até a minha sala. É hoje a palestra? Merda! Eu não me lembro. Será que eu trouxe meu caderno de anotações? Droga, eu acho que esqueci na mesa do meu quarto. Passei a mão pela testa fechando meus por alguns segundos. Quem são as pessoas que vão à palestra mesmo? Perdido em meu pensamento acabo esbarrando em alguém.– Desculpa. – falei rapidamente recuperando o equilíbrio.Ah, Droga. Gabe, amigo do Ethen com mais três pessoas do seu grupinho.– Olha, olha quem está aqui. – Ele sorriu para mim. – Não imagina a minha felicidade em ver você agora.– Hoje não, Gabe. – Me afasto seguindo o meu caminho.Um dos seus amigos segura o meu braço me impedindo de continuar. Suspirei. Hoje não, olhei para cima e respirei fundo. Eu não quero chorar. Não quero chorar e ser mais um motivo de chacota para eles.– Onde você pensa que vai tão rápido? Eu ainda não terminei de falar com você.– Gabe, por favor. – Minha voz saiu abafada.Olhei para ele.– Olha, que linda! Ela sabe ser educada. – Ele faz uma expressão confusa. – Ou devo dizer a ele.Puxei meu braço com força fazendo seu amigo me soltar.– Não enche! – Gritei para eles.Um dos seus amigos segura meu braço com força, fazendo resmungou de dor e puxou para baixo, minha baixinha um pouco há tempo de acertar um soco bem nas suas partes íntimas. Ele grita de dor e me solta. O outro me puxa para cima e me prende o contra a parede mais próxima, Gabe vem até mim com a mão levantada pronta para me dar um tapa. Fechei meus olhos pronta para receber o tapa em meu rosto, mas nada aconteceu.Abrir meus olhos.– Não é certo bater em uma mulher. – Sua voz é grave e baixa.Um homem que tinha alguns centímetros mais alto do que Gabe, segurava sua mão no alto e assim pedindo que eu levasse o tapa. Seu cabelo tom de preto e curto, ele deve ter sido rápido para impedir que eu levasse o tapa e alguns fios caíram em sua testa. Com um maxilar marcado e o rosto bem sério. Seus olhos demonstraram faíscas de raiva e eu vi Gabe tremer sem ao menos olhar para quem segurava o seu braço. Sinceramente agradeço por está me defendendo e não me olhar com esse olhar. O amigo de Gabe soltou meus braços rapidamente e deu alguns passos para trás. Gabe engoliu em seco.– Desculpa, senhor…– Não é a mim que você deve pedir desculpas. – O homem apertou o braço de Gabe com mais força.Olhei com mais atenção. Acho que o conheço. Gabe me olhou.– Desculpa! Isso não vai mais acontecer, eu garanto. – Ele diz rapidamente.Concordei com a cabeça.– Sai! – O homem diz. Gabe e seus amigos saem correndo sem olhar para trás. Me perdi por alguns segundos olhando na direção que eles foram.– Belo soco. – Voltei a olhar para o homem à minha frente. – Sério! Aposto que teria acabado com eles se eu não tivesse aparecido.Não sei dizer se foi deboche, mas não existia mais aquele olhar de raiva e seu rosto não estava tão sério como antes.– Olha, foi eles que começaram… – Comecei a dizer.Eu não posso ser chamada atenção novamente por algo que eu não causei. Já estou cansada de ser chamada atenção e parar na diretoria por causa deles. Edmon vai surtar se me ver mais uma vez na sala dele esse mês. Tudo seria bem fácil se ele controlasse seus alunos encrenqueiros.– Eu vi tudo. Pode ficar tranquilo. – Garantiu. – Mas deveria parar de se meter encrenca, garoto.Arrumei o capuz do moletom na minha cabeça que cobre metade do meu rosto.– É só eles pararem de mexer comigo. – Ajeitei a bolsa em meu ombro e suspirei irritada.Sim, ele me chamou de garoto, mas já estou acostumada com isso.– Espera. – Ele me olhou não acreditando. – Você é uma mulher?P.V. Layla Barrett– Sim, eu sou uma mulher. – Arqueio uma sobrancelha. – Está desapontado?Ele me olha descendo o seu olhar lentamente pelo meu corpo e subindo novamente.– Você é bem ousada. – Sua voz sai baixa e seus olhos estreitos em minha direção. Parecia estar controlando o seu tom de voz.Não queria aquele olhar que ele direcionou ao Gabe, mas não consegui segurar minha língua.– Quer que eu prove? – Continuei desafiando ele. – Pode ser que você goste.Estou com raiva, muita raiva, mas não é dele que estou com raiva. Por que não pode me deixar em paz? Tudo devido ao que eu visto? Estou agredindo alguém por usar moletons? Estou matando alguém por isso? Por que simplesmente não me deixam em paz?! Senti meus olhos marejados e virei meu rosto, evitando olhar para ele.– Sou Daniel Hart. – Ele estende a mão em minha direção. Olhei para sua mão e depois para o seu rosto. – Fui convidado a dar uma palestra aqui hoje.Com um leve franzido em sua testa, posso dizer que ele não está mui
P.V. Daniel HartParei no meio do corredor, piscando algumas vezes.Ela não me disse o nome dela.Fico tentado a me virar e volta… Não, eu não vou. Por que eu iria? Nego com a cabeça e sigo em direção a sala de Edmon Willis. Sua secretária rapidamente se apressa em me guiar até a sala de Edmon e acaba se atrapalhando, suspirei irritado. Ela percebe e se atrapalha mais ainda.– Sr. Hart, é um prazer vê-lo. – Edmon com grande sorriso no seu rosto, ele estende a sua mão, aperto, mas recusei um abraço. – Por favor, sente-se.Edmon é diretor dessa faculdade há mais de 7 anos e realiza um bom trabalho. É elogiado por muitos, mas parece que quem deixamos algo passar. Ele tem seus 45 anos, o filho mais novo da família Willis. Seu cabelo é bem curto e preto, com alguns fios brancos se fazendo presente. Edmon deve ter uns 1,70 de altura, rechonchudo e tem bigode. Ocupo a cadeira em sua frente abrindo um dos botões do meu terno.– Agradeço por aceitar o convite…– Ao chegar me deparei com uma ce
P.V. Layla BarrettColoquei o caderno contra a parede. Os traços não estavam saindo como eu queria, solto um xingamento baixo ignorando as pessoas que passam ao meu redor. Soltei a minha mochila no chão e me sento ao lado dela, cruzando as minhas pernas. Agora toda curvada por cima do caderno consigo ter uma precisão maior e realizando o traço daquela calça com perfeição.Pego a borracha para dar uma apagada no cós e refazer a parte esquerda, a borracha acaba escapando da minha mão e eu me estico para pegar ela como se minha vida dependesse daquela borracha.– Fica quieta! – Brigo com a borracha.Apago e refaço.– Você sabe que ficará com dor de coluna, não é? – A voz grave é inconfundível.Virei a minha cabeça lentamente em direção da voz. Daniel. Faz uma semana que eu não o via.– É sempre pode tentar posições novas, senhor Hart. – Daniel inclinou a cabeça para o lado e os seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. Arregalei os olhos. – O desenho! – Me apresso em dizer e lev
Caminho aleatoriamente pelo estacionamento. Não faço a mínima ideia de qual seja o seu carro, ele esqueceu de informar essa parte. Idiota! Ele não tem direito nenhum de confessar o meu caderno, aí a senhora já tinha terminado e começar outra peça. Tenho até a noite de hoje para entregar.Daniel transpira muito conhecimento. Pelo jeito que fala, poucos movimentos para conseguir se expressar e sua história de vida. Não é um homem que se envolve em polêmicas, trazendo uma segurança. Segurança que digo é uma pessoa de exemplo no profissionalismo. De família rica, mas que aproveitou bem as oportunidade e como ele mesmo diz criou essas oportunidades.E mesmo assim ele não tem direito de confiscar o meu caderno.– Está perdida, Layla. – Olhei para ele. Daniel acabou de sair do elevador. Olhei para sua mão e não vi meu caderno.– Cadê meu caderno, senhor Hart?– Esse caderno não parece ser um simples caderno de desenho. – Daniel pelo estacionamento, provavelmente indo até seu carro. Vou atrá
P.V. Daniel HartEu não tinha absolutamente nada para fazer nessa faculdade. Deveria estar na mesma empresa trabalhando como sempre, mas aqui estou eu atrás de uma mulher de 21 anos e universitária dessa faculdade. Que vi apenas na semana passada e não consegui parar de pensar nela. Quais informações que consegui, eu comecei a estudar um pouco sobre Layla Barrett, notas fantásticas na faculdade e sempre parando da sala do diretor Willis pelos mesmos motivos.Perry, Gabe e Ethen, esses são os principais.Na semana passada tive o desprazer de conhecer o Gabe. É bom saber os nomes e ficar ciente de quem são, porque não serão mais um problema para Layla. Não enquanto eu estiver por p
P.V. Layla BarrettEra um pouco estranho saber que tenho o número do celular de Daniel Hart. O CEO da empresa MecHa e agora o meu mentor. É estranho, não, é algo que esperava para o último ano de faculdade. Ocupei a minha cadeira para assistir à palestra de Daniel, hoje foram duas palestras com essa. Um CEO da área da culinária precisou adiantar sua palestra e Daniel cedeu seu horário, deixando que sua palestra fosse mais tarde.Foi uma hora e meia, Daniel como sempre mostrou elegância e seriedade ao falar. Nossos olhares se encontraram muitas vezes e diferente da primeira vez, eu não desviei. Quero que ele me veja.– Por começa cedo, encontrei resistência. – Ele explicou. – Não foi apenas na área onde queria atuar, mas em casa. Quem deveria ser seus maiores apoiadores pode te surpreender.Anotei essa última frase no meu caderno. Meus pais estão se preparando para uma próxima viagem nesse final de semana, por incrível que pareça eu fui convidada. Mas recusei. Sim, recusei! É ruim não
P.V. Layla Barrett A peça que vejo me agradava. Inclinei a cabeça para o lado, podendo olhar melhor e, ao mesmo tempo, não consigo evitar a careta em meu rosto. É diferente, mas é o que pede para a ocasião.É o vestido que ele escolheu.Um presente.Ah, que saudades do meu conjunto de moletom. Tenho certeza que o conjunto azul-claro que comprei em Moscou ficaria perfeito para essa ocasião. O evento produzido pela faculdade onde teremos contato com os donos da faculdade e seus parceiros, obviamente nem todos os alunos foram convidados. Foi feita uma seleção da qual Daniel decidiu que eu iria, sinto vontade de revirar os olhos todas às vezes que penso nisso.O último ano pode até ser obrigado, mas ele bem que poderia ter me livrado dessa. Aqui estou eu. Um vestido de costas nua na cor de creme, às vezes me sentia que estava indo para meu próprio casamento. O vestido só faltou ser completamente branco. Quando cheguei em casa e lembrei que Daniel teria contado a uma equipe, confesso que
P.V. Daniel HartAté agora estou me perguntando o motivo de estar aqui. E toda vez é a mesma resposta: Layla. Layla deveria ter chegado no mínimo uma hora. Estava difícil esconder a minha irritação por conta disso. Sim, estava ficando irritado porque Layla ainda não havia chegado. Nenhuma mensagem ou ligação. E tem que aguentar essas pessoas, esse não é o ambiente do qual faria algum negócio. Estão aproveitando a oportunidade, oportunidade que raramente eu dou.Layla, cadê você?Fico tentado em pegar meu celular e mandar uma mensagem para ela e foi quando olho de relaxe em direção a escada. Não precisava mais atenção no que eles dizi