P.V. Daniel Hart
Parei no meio do corredor, piscando algumas vezes.Ela não me disse o nome dela.Fico tentado a me virar e volta… Não, eu não vou. Por que eu iria? Nego com a cabeça e sigo em direção a sala de Edmon Willis. Sua secretária rapidamente se apressa em me guiar até a sala de Edmon e acaba se atrapalhando, suspirei irritado. Ela percebe e se atrapalha mais ainda.– Sr. Hart, é um prazer vê-lo. – Edmon com grande sorriso no seu rosto, ele estende a sua mão, aperto, mas recusei um abraço. – Por favor, sente-se.Edmon é diretor dessa faculdade há mais de 7 anos e realiza um bom trabalho. É elogiado por muitos, mas parece que quem deixamos algo passar. Ele tem seus 45 anos, o filho mais novo da família Willis. Seu cabelo é bem curto e preto, com alguns fios brancos se fazendo presente. Edmon deve ter uns 1,70 de altura, rechonchudo e tem bigode. Ocupo a cadeira em sua frente abrindo um dos botões do meu terno.– Agradeço por aceitar o convite…– Ao chegar me deparei com uma cena desagradável, senhor Willis. – Interrompi ele em direto ao assunto.Bem, não era esse o motivo de vir a sua sala, mas…– Uma cena desagradável?! – Quis saber. – Como assim?Sua reação é o que eu esperava. Edmon tem uma fama de manter essa faculdade em ordem no mínimo detalhe, o que acaba causando um certo incômodo para alguns alunos pela sua rigidez. Agora quero saber porque ele não está sendo tão rígido como todos falam.– Quando cheguei, encontrei um grupo de homens cercando uma mulher. – Edmon mudou sua expressão e suspirou. – Imagino que essa situação não acontece uma ou duas vezes, e pela expressão esse rosto você sabe de quem estou falando.Edmon passou os dedos pela testa e suspirou novamente.– Senhorita Barrett tem notas espetaculares, mas não é a primeira vez entre uma encrenca. – Ele me olhou e explicou. – Realmente em questão de estudo, notas e a sua educação com os professores em sala de aula é algo questionável. Agora quando é assunto seus colegas de classe… Ah, chamarei ela novamente até minha sala e…– Mas a cena que presenciei… – diminuir o meu tom de voz e o vi engolir em seco. Inclinei a minha cabeça levemente para o lado e ergui uma sobrancelha. – A senhorita Barrett precisou se defender de três homens que estava pronto para bater nela sem motivo algum. Você acha isso certo, senhor Willis?– Não! – Ele diz rápido. – Com toda certeza não e vou procurar saber o que aconteceu. Não apoio nenhum tipo de agressão e não será agora que apoiarei, senhor Hart.Faço um aceno de cabeça e depois de algumas palavras seguimos para a sala onde eu efetuaria a palestra. Procuro pela Senhorita Barrett no meio desses alunos, enquanto Edmon começa a falar. Gostaria de saber seu primeiro nome, é uma mulher ousada e diz o que se pensa sem receio. Queria ter tido mais tempo para conversar com ela.Não, não gosto de atraso e ficar ali iria me atrasar. Ela é uma aluna qualquer, não tenho porque me importar. Cheguei a tempo de ajudá-la, mas foi apenas isso. Edmon terminou seu discurso de apresentação, tiramos uma foto era bonito contra a sua pele e quando eu assumi o microfone mandei os fotógrafos irem embora. Jeff vai se estressar com isso, mas pouco me importo. Estou aqui por essas pessoas à minha frente.E o melhor marketing é o boca a boca.Procurei por Barrett no meio daqueles alunos à minha frente. Ela estava com seu capuz e me olhava. Seu conjunto de moletom é uma cor de marfim, mas é muito pano ali. Parece que ela quer se esconder. Nossos olhares se encontraram, eu faço um leve aceno de cabeça em sua direção. Barrett parece sem graça, ela não manteve seu olhar no meu por muito tempo e desviou o olhar se distraindo com a caneta em seus dedos. Queria sorrir. Por que quero sorrir?Dou início a meu discurso. Jeff com certeza encherá meu saco por não falar das minhas particularidades e falar mais das partes técnicas e números, mas terei outros dias para palestrar. Não era nada confirmado. Hum, foi bom falar para aquelas pessoas… Ou para uma pessoa em especial.Me pegando prestando atenção em Barrett durante meu discurso. É nítido a sua concentração, ela notava tudo e parecia querer discutir sobre o que eu dizia. Eu observava a sua curiosidade mesmo de longe. Com o fim do discurso me despedi e sai antes que aquelas pessoas viessem falar comigo, não queríamos causar um tumulto. Infelizmente não tive oportunidade de ver Barrett novamente.Entro no carro.– Para casa. – Digo ao motorista.Meu celular começa a tocar.– Por que você dispensou os fotógrafos? – Jeff diz assim que atendo o celular.Ajeito a minha pasta no banco ao lado.– Não havia necessidade.– Não havia necessidade? Hart, eu precioso de fotos…– Tirei uma com o diretor.Não tem porque ele dar esse escândalo.– Uma foto, Daniel. – Jeff choramingou. – Você tirou uma foto.– Pare de chorar, Jefferson. Tenho certeza que você vai fazer um bom trabalho com essa foto.– Farei melhor ainda na próxima vez que você for deixar tirarem as fotos. – Jeff fica em silêncio por alguns segundos. – Você aceitou fazer mais palestras? Eu fechei apenas uma palestra com ele, porque sabia que seria difícil convencer você a ir. E agora recebo uma confirmação que você aceitou participar de outras palestras?Me mexi desconfortável no banco.– Eu não tive tempo de falar o suficiente para eles.– Sei. – Jeff diz desconfiado.– Agora faça seu trabalho. – Mandei e desliguei.Joguei meu celular no banco ao lado e passei a mão pelo meu cabelo. Desabotoei alguns botões do meu terno e afrouxei a gravata, um leve sorriso no meu rosto surgiu ao lembrar da Barrett. Gosta da ousadia dela. Peguei meu celular novamente e digitei o número do meu chefe de segurança, Nick é um amigo pessoal. Não tão próximo, mas nos damos bem.– Senhor Hart? – Diz assim que atendeu.– Quero que você descubra o primeiro nome de uma pessoa.– Pode dizer.– Senhorita Barrett. Ela é aluna de uma faculdade que dei palestra hoje. – Informo. Obviamente ele sabe, estou cercado pelos seus homens o tempo todo. – Chama atenção pelas suas belas notas. Quero saber mais sobre ela.– Ok. Assim que eu tiver informações te aviso.Desliguei.Uma sensação estranha toma conta de mim.Sorrir.P.V. Layla BarrettColoquei o caderno contra a parede. Os traços não estavam saindo como eu queria, solto um xingamento baixo ignorando as pessoas que passam ao meu redor. Soltei a minha mochila no chão e me sento ao lado dela, cruzando as minhas pernas. Agora toda curvada por cima do caderno consigo ter uma precisão maior e realizando o traço daquela calça com perfeição.Pego a borracha para dar uma apagada no cós e refazer a parte esquerda, a borracha acaba escapando da minha mão e eu me estico para pegar ela como se minha vida dependesse daquela borracha.– Fica quieta! – Brigo com a borracha.Apago e refaço.– Você sabe que ficará com dor de coluna, não é? – A voz grave é inconfundível.Virei a minha cabeça lentamente em direção da voz. Daniel. Faz uma semana que eu não o via.– É sempre pode tentar posições novas, senhor Hart. – Daniel inclinou a cabeça para o lado e os seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. Arregalei os olhos. – O desenho! – Me apresso em dizer e lev
Caminho aleatoriamente pelo estacionamento. Não faço a mínima ideia de qual seja o seu carro, ele esqueceu de informar essa parte. Idiota! Ele não tem direito nenhum de confessar o meu caderno, aí a senhora já tinha terminado e começar outra peça. Tenho até a noite de hoje para entregar.Daniel transpira muito conhecimento. Pelo jeito que fala, poucos movimentos para conseguir se expressar e sua história de vida. Não é um homem que se envolve em polêmicas, trazendo uma segurança. Segurança que digo é uma pessoa de exemplo no profissionalismo. De família rica, mas que aproveitou bem as oportunidade e como ele mesmo diz criou essas oportunidades.E mesmo assim ele não tem direito de confiscar o meu caderno.– Está perdida, Layla. – Olhei para ele. Daniel acabou de sair do elevador. Olhei para sua mão e não vi meu caderno.– Cadê meu caderno, senhor Hart?– Esse caderno não parece ser um simples caderno de desenho. – Daniel pelo estacionamento, provavelmente indo até seu carro. Vou atrá
P.V. Daniel HartEu não tinha absolutamente nada para fazer nessa faculdade. Deveria estar na mesma empresa trabalhando como sempre, mas aqui estou eu atrás de uma mulher de 21 anos e universitária dessa faculdade. Que vi apenas na semana passada e não consegui parar de pensar nela. Quais informações que consegui, eu comecei a estudar um pouco sobre Layla Barrett, notas fantásticas na faculdade e sempre parando da sala do diretor Willis pelos mesmos motivos.Perry, Gabe e Ethen, esses são os principais.Na semana passada tive o desprazer de conhecer o Gabe. É bom saber os nomes e ficar ciente de quem são, porque não serão mais um problema para Layla. Não enquanto eu estiver por p
P.V. Layla BarrettEra um pouco estranho saber que tenho o número do celular de Daniel Hart. O CEO da empresa MecHa e agora o meu mentor. É estranho, não, é algo que esperava para o último ano de faculdade. Ocupei a minha cadeira para assistir à palestra de Daniel, hoje foram duas palestras com essa. Um CEO da área da culinária precisou adiantar sua palestra e Daniel cedeu seu horário, deixando que sua palestra fosse mais tarde.Foi uma hora e meia, Daniel como sempre mostrou elegância e seriedade ao falar. Nossos olhares se encontraram muitas vezes e diferente da primeira vez, eu não desviei. Quero que ele me veja.– Por começa cedo, encontrei resistência. – Ele explicou. – Não foi apenas na área onde queria atuar, mas em casa. Quem deveria ser seus maiores apoiadores pode te surpreender.Anotei essa última frase no meu caderno. Meus pais estão se preparando para uma próxima viagem nesse final de semana, por incrível que pareça eu fui convidada. Mas recusei. Sim, recusei! É ruim não
P.V. Layla Barrett A peça que vejo me agradava. Inclinei a cabeça para o lado, podendo olhar melhor e, ao mesmo tempo, não consigo evitar a careta em meu rosto. É diferente, mas é o que pede para a ocasião.É o vestido que ele escolheu.Um presente.Ah, que saudades do meu conjunto de moletom. Tenho certeza que o conjunto azul-claro que comprei em Moscou ficaria perfeito para essa ocasião. O evento produzido pela faculdade onde teremos contato com os donos da faculdade e seus parceiros, obviamente nem todos os alunos foram convidados. Foi feita uma seleção da qual Daniel decidiu que eu iria, sinto vontade de revirar os olhos todas às vezes que penso nisso.O último ano pode até ser obrigado, mas ele bem que poderia ter me livrado dessa. Aqui estou eu. Um vestido de costas nua na cor de creme, às vezes me sentia que estava indo para meu próprio casamento. O vestido só faltou ser completamente branco. Quando cheguei em casa e lembrei que Daniel teria contado a uma equipe, confesso que
P.V. Daniel HartAté agora estou me perguntando o motivo de estar aqui. E toda vez é a mesma resposta: Layla. Layla deveria ter chegado no mínimo uma hora. Estava difícil esconder a minha irritação por conta disso. Sim, estava ficando irritado porque Layla ainda não havia chegado. Nenhuma mensagem ou ligação. E tem que aguentar essas pessoas, esse não é o ambiente do qual faria algum negócio. Estão aproveitando a oportunidade, oportunidade que raramente eu dou.Layla, cadê você?Fico tentado em pegar meu celular e mandar uma mensagem para ela e foi quando olho de relaxe em direção a escada. Não precisava mais atenção no que eles dizi
P.V. Layla BarrettAquela voz rouca e um vamos para casa? Droga, Daniel! Não sei como conseguir me manter firme naquele salto alto, mas parabéns para mim. Chamar ele pelo sobrenome foi por pura provocação, ele está bem ali na minha frente. Toda atenção para mim. Não resisti em fazer joguinhos e com a sua aproximação senti meu corpo esquentando a cada hora. Está muito na cara que estou querendo ele? Daniel soltou a minha mão e pelo cantinho conseguimos passar por aquela multidão e ir embora.Sem ninguém nos parar.No lado de fora esperamos o motorista de Daniel aparecer, a noite está fria e a chuva mesmo que fina começava. Daniel pegou o guarda-chuva que o homem do
No caminho para encontrar com meu motorista tive infelicidade de ouvir uma conversa.– Senhor Hart é um homem incrível. – Kelly falar, uma das minhas colegas de classe. Tinha malícia em sua voz.Ela e um grupinho andavam na minha frente. Nunca quis ouvir, elas que estava falando alto demais.– Como assim? – Sua amiga sorriu e se aproximou mais de Kelly. – Teve alguma investida aí?– Imagina ser a mulher daquele homem!– Fala baixo, Bryana! – Kelly chamou atenção de uma das suas amigas. – Eu tive oportunidade de conversar com ele ontem de manhã. Um homem muito inteligente e um corpo maravilhoso.– Vocês…– Sim! – Kelly dar uns pulinhos com suas amigas, comemorando.Eu poderia passar direto ignorando essas mulheres, mas continuei diminuindo meus passos para conseguir ouvir a conversa. Elas começaram a cochichar entre risadas alguma coisa que eu não consegui entender. Algumas pessoas se aproximaram delas e Kelly começou a falar de Daniel novamente. Me senti incomodada e dessa vez me apre