Petter Harris
Desde o dia que sai atrás dela por que tivemos a infeliz ideia de interferir no relacionamento dela com o Tanaka me sinto o maior cretino que existe e não posso negar que a Helena é uma mulher linda, a vi crescendo ao lado do alvo do meu amigo Henrique estava tão fudido quanto eu, não podia negar isso a mim mesmo.
Mas diferente dele, não tinha uma vingança me cegando, assim como a nossa amiga Faína achava que ele deveria usar o casamento para poder se vingar, mas era de conhecimento de todos que o Henrique acabará cedendo ao sentimento que ele não quer aceitar, mesmo estando na cara dele que está apaixonado por seu alvo.
Saber que estaria novamente com aquela morena com os cabelos cacheados até a cintura estava me enlouquecendo, sabia que não iria suportar ficar tão próximo dela e não tocar. Mesmo não sendo irmã de sangue do Henrique, ela era tão importante quanto, sei que se a magoar ele me mata com uma puta tortura.
Ainda sinto o remorso me corroendo por ela sentir a desejar a morte naquela noite, tive a sorte de encontrar o taxista que a levou para longe da festa, cheguei no instante que ela começou a entrar no mar e quando vi que ela sumiu em meio as ondas entrei no mar correndo.
Demorei para encontrar o seu corpo, quando finalmente a encontrei ela já estava embaixo da água por muitos minutos, a carreguei para a praia, olhar para o rosto molhado e os lábios azuis fez com que meu coração palpitar frenético.
— Vamos Helena… — Comecei a massagear o seu peito tentando reanimá-la.
Lembro do motorista do táxi se aproximou e me ajudando em reanimar, revezamos quando comecei a me cansar na massagem, toquei em seu rosto e deixei as lágrimas escorrem, o sentimento de culpa começou a me consumir.
Finalmente ela puxou o ar com força e começou a tossir, assustando a mim e o motorista, a peguei no colo e sai correndo entrando com ela no táxi, meu celular, procuro o celular no bolso do terno e percebo que não estava funcionando já que entrei com ele no mar, pedi o celular do homem desconhecido e liguei para o Henrique, para que ele nos encontrasse no hospital.
Durante o percusso fiquei fazendo carinho em seu rosto e vendo a merda que fizemos no coração dela, Helena tinha o seu príncipe encantado, ela já tinha a vida toda planejada na sua cabeça e fizemos essa merda com seus sonhos.
Depois que a deixei no hospital não tive condições de ficar por perto, lembro que passei vários dias entrando e saindo do bar por me sentir culpado, aquela garota não merecia morrer por que destruímos a sua história encantada. O único que sabia por onde estava e vinha me socorrer quando sequer conseguia chegar em nosso hotel era Zakhar, o russo entendia o que estava sentindo mesmo ele não dando a sua opinião sobre o que deveria fazer, ele assim como todos tinha uma convicção de que estávamos fazendo as coisas erradas.
Saber que ela caiu em uma depressão profunda me corroeu de uma forma diferente que, ao Henrique, me sentia duplamente responsável pelo que estava acontecendo com a pequena princesa que agora vivia chorando pelos cantos, parecia melhorar apenas quando ela passava um tempo a mais com a Laís no Brasil ou no campus de Harvard.
Hoje trabalhando lado a lado com o Henrique, mantendo a ordem no submundo em Nova York e toda a costa Leste americana, estava debaixo do comando da Casa Carter na organização mafiosa “First”. Tinha uma renda boa e meus próprios homens de confiança, pessoas que sei que dariam a vida a mim e minha família. Meu pai Charles me passou seus melhores contatos e os divido com o Henrique.
Já que sou o seu braço direito e jurei lealdade ao líder da casa Carter e sem contar que ele é meu melhor amigo, desde a época que fui para o Brasil para ficar de olho nele a mando do seu pai James. Nossa amizade apenas cresceu e se fortaleceu a cada dia, a cada missão, a cada dor e a cada sangue perdido, nos transformou em monstros.
“Ela acabou de embarcar em direção a Miami” — Recebo mais uma informação dos meus olhos em Harvard.
Hoje preciso terminar de arrumar o que tenho que levar para a Florida e ir me encontrar com a Laís para o seu mochilão, estava preocupado por que não esperávamos que a Helena estivesse conosco, isso iria atrapalhar os planos que Henrique e Sorrentino haviam arquitetado há tantos anos.
— O que houve Petter? — Ouço a voz de Faína.
Estávamos na boate que tem no centro da cidade, Henrique estava se divertindo com uma das garotas que apareceu aqui e pediu para ser garota de programa. Enquanto eu estava apenas enchendo a cara.
— Helena estará lá. — Digo apenas isso.
Faína e Zakhar conhecem o meu sofrimento, ela se senta ao meu lado no bar e pede sua bebida costumeira. Respiro fundo tentando encontrar um meio que não foda ainda mais as minhas ideias com a proximidade daquela morena ao meu lado, viro o segundo copo de scott.
— Se dê uma oportunidade, Petter, já tem dois anos e você a evita como o diabo foge da cruz. — A ouço falar.
Antes mesmo que tome a atitude de dizer alguma coisa, sinto a mão do seu irmão russo no meu ombro.
— Acabei de saber! — Ele fala e meu peito se afunda novamente na dor que causei a ela.
— Estou ferrado, principalmente assim tão próximo dela. — Pela primeira vez assumo algo.
— Você está apaixonado e isso é algo que para alguém na nossa vida é um milagre. — Zakhar fala tomando o seu primeiro copo de vodca.
— Henrique jamais aceitará que me aproxime dela… — Bebo o fim de minha bebida e olho para o relógio.
Preciso voltar para o meu apartamento, tenho coisas que ainda precisam guardar e principalmente agora que sei que ela estará lá tenho que colocar mais munições para mantê-la protegida de qualquer situação que surja. Mesmo que estejamos cuidando de tudo que está acontecendo, algo pode sair dos trilhos.
Me despeço dos meus amigos e vou para meu apartamento, comprei um alguns andares abaixo da cobertura do Henrique, é um apartamento confortável, quando o comprei chamei uma equipe de arquitetura e disse como queria a minha sala, estávamos de frente para o Central Park, então queria que a minha sala fosse uma extensão daquela beleza. Abigail também cuidava da organização do meu apartamento e ela estaria responsável pela Helena assim que chegássemos a Nova York, ela era um anjo nas nossas vidas. Quando entrei no meu apartamento, encontrei diversas sacolas de lojas femininas, sorri pelo cuidado que ela teve com isso.
— Menino já chegou? Pensei que só te veria pela manhã. — Me assusto com a voz da Abigail vindo de trás, a vejo caminhar até mim e dou um beijo em sua testa. — Vou arrumar as roupas que providenciei para a menina Helena e a senhorita Alcântara.
Me aproximo das sacolas e a primeira que vejo é uma de lingerie e minha mente pervertida começa a imaginar ela usando as peças que estava ali. Sinto uma ereção surgindo e me afasto de tudo aquilo, vou para o meu quarto e me tranco no banheiro, preciso me concentrar.
— Não pode tocá-la, deixe de criar fantasias. — Falo enquanto retiro a roupa e entro de cueca embaixo no chuveiro gelado.
O que foi o suficiente para que a meu corpo relaxasse, sabia que isso poderia acontecer, estou ferrado, precisarei estar em um puteiro todas as noites para não tocar naquela mulher.
Naquela mesma noite estava embarcando para Miami, indo em direção as minhas duas protegidas, sabia o que deveria fazer para que as duas ficassem seguras, tivemos a sorte porque a Laís é a garota mais teimosa que existe e conseguiu convencer a mãe e o Fritz de que não seria necessário mais que um segurança, que ela e a amiga tinham treinamentos que se algo acontecesse, ela saberia se defender.
Assim que o jatinho pousa em Miami, a ligação do alemão Klaus Fritz me arranca dos meus pensamentos torturantes.
“Tem certeza que não precisa de outro segurança, posso colocar um escondido”. — O ouço falando e sorrio.
— Senhor, por mim teríamos uma equipe grande, mas conhecemos a senhorita Alcântara, acho que ela dará mais trabalho com outros seguranças. — Ele gargalha do outro lado da linha.
“Isso é verdade, tente persuadi-la e envio ajuda rápido, proteja a minha neta Petter tenho grandes planos para a minha joia!” — Apenas confirmo o que ele fala e desligo a ligação.
— Mal sabe ele que os planos do meu chefe são outros. — Saio da aeronave e entro no carro que já me aguardava.
Petter HarrisChegar na casa da Helena, me trouxe diversas preocupações, principalmente quando notei que a Laís estava mais eufórica do que imaginava, enquanto Helena estava com o mesmo olhar tristonho e podia notar que ela se esforçava para que seus pais não percebessem que ela estava atuando.Estou tão acostumado com as fotos que recebo da vigilância que coloquei sobre ela que consigo perceber o seu humor pelo olhar. Ver as duas se despedindo dos pais da Helena me deu a chance de mandar mensagem para o Henrique e todos os nossos amigos avisando que já estávamos saindo da casa dos Lira. No mesmo instante chegam as notificações deles afirmando que estarão a postos assim que avisar.O mochilão da Laís estava programado para ser por quinze dias, passaríamos em cinco países e terminaríamos na Alemanha, entregando ela na casa da avó em Berlim. Tivemos sorte que ela escolheu justamente o período que o irmão dela Matheus teria a sua primeira missão.O que deixaria os olhos dos pais dela foc
Helena LiraNosso voo foi muito, muito, muito longo, no meio da viagem resolvi pegar meu tablet e começar a olhar algumas das minhas matérias para o próximo semestre, Laís decidiu fazer faculdade de turismo já que não queria seguir os passos da mãe que foi uma enfermeira e nem de CEO como o tio Bruno, mas ela estava quase dando orgulho para a tia Bonnie que durante muitos anos administra o museu que ela tanto ama.Vejo que terei umas matérias, bem complicada. Diferente da minha amiga, seguirei os passos do meu pai, com o tio Augusto e a tia Vanessa, eles me treinarão com a Alisson para assumir a empresa deles.Já que o Henrique, reviro os olhos só de me lembrar dele.Bom o Henrique por motivos óbvios não assumirá a empresa que eles tanto se empenharam em fazer crescer e a transformar no que é hoje.Estou olhando as matérias e fazendo algumas anotações em um bloquinho, vejo quando o Petter sentar na minha frente, ele tira o fone do ouvido e afrouxa um pouco a sua gravata, ele realmente
Helena Lira Depois do nosso passeio resolvemos ir descansar um pouco, a Laís ficou no seu quarto, resolvi ir me refrescar um pouco, estava uma tarde quente e me sentia um pouquinho pegajosa do calor, entrei no meu quarto e fechei a porta, comecei tirar toda a minha roupa e coloquei em um cesto, entrei no box e deixei correr a água fria para melhorar meu calor, do nada ouço um tossida na porta me assustando, o que me fez desequilibrar e cair de bunda no chão. — Que merda está fazendo dentro do meu banheiro, Petter? — Olho na direção do Petter e tento esconder a minha nudez com as mãos. Fiquei assustada vendo que ele estava ali no meu banheiro, ele virou o rosto na outra direção e me entregou a toalha que estava sobre a pia, a peguei numa velocidade que o assustei e me cobri com ela. — Vim te chamar para passear, assim podemos conversar um pouco mais, o que acha? — Não estou me sentindo a vontade ainda sentada no chão. — Pode me dar licença para poder terminar o meu banho? — Ele e
Petter HarrisEstar ao lado da Helena a cada dia que estamos nesse mochilão está me tirando a paz, a cada mensagem que mando para meus amigos tenho que aguentar eles curtindo com a minha infelicidade de estar próximo e tão distante ao mesmo tempo.Ainda me sinto responsável pelo período que ela mais sofreu. Ouvir pelo Henrique o quanto ela estava afundada na depressão recebendo os cuidados de seus pais e, ao mesmo tempo, a preocupação em como eles fariam para que ela voltasse para a faculdade em poucas semanas.Por isso coloquei alguém para cuidar dela a distância, pedi para que a filha de um dos nossos soldados se aproximasse dela em Harvard e por outros olhos acompanhava a sua tristeza, mas agora com ela ao meu lado, diariamente a via o se esforçando em se divertir e achar algo interessante ao lado da Laís.Mas só passei a entender os motivos de que ela estava aqui no dia que a Laís me chamou para conversar um pouco mais afastado dela.— Ela continua deprimida, Petter, sei que foi v
Helena LiraAcordo e a raiva que estava na hora que entrei naquela maldita van me domina novamente, ignoro a puta dor de cabeça que estava sentindo, sabia que não devia ter aceitado a ideia de participar do mochilão com a Laís, que loucura é essa dela não aceitar as merdas dos seguranças, mas me deixa só olhar para a cara da minha melhor amiga, provavelmente após saber que ela está bem, acertarei um belo soco em seu lindo rosto.Tento levantar da cama e uma tontura me atinge, olho para o lado e percebo que estou em algum prédio e possivelmente devo estar nos últimos andares, respiro fundo e encontro um equilíbrio meio duvidoso, caminho e me aproximo da janela de vidro, acho que devo estar no meio do prédio e tenho a leve impressão que estou no mesmo prédio onde o Henrique tem um apartamento.Me afasto do vidro gelado que estava me deixando com frio e olho ao redor do quarto, percebo a minha mala depositada em um sofá encostado na parede, caminho até lá meio tonta e me ajoelho, procuro
Helena Lira Estou tão abismada com a situação que apenas me deixo cair no sofá enquanto ele termina de recolher os vidros pelo chão, me sinto uma idiota, agora me aproximo dele e recolho alguns cacos. — Petter? — Mantenho a cabeça baixa, enquanto meus pensamentos começam a criar os cenários para explicar o motivo de estarmos aqui. — Henrique planeja matar a Laís? — Pergunto com medo de ouvir a resposta. Percebo quando ele chega mais próximo de mim e tira os vidros da minha mão, ergue meu rosto e seus olhos azuis parecem mais sinceros do que já vi nos últimos dias. — Não, porque o Henrique se apaixonou pela sua pequena Esmeralda. — Solto uma lufada de ar e sorrio para ele. — Quando éramos mais novas, uma vez ela disse que se ela não fosse tão mais jovem que ele, ela poderia considerar namorar o chefe da máfia novaiorquina. — Começo a rir. — Sinto muito que as coisas aconteceram dessa forma, mas as mudanças de plano só ocorreram depois que já estavam na van, então por hora teremos
Petter HarrisCéus, estou ferrado com essa mulher, como o humor dela muda mais rápido que um raio?Saio do quarto antes que ela saia do banheiro e consiga realmente me matar, caminho pelo corredor e vejo no espelho que meu rosto estava cheio de hematomas, provavelmente ela conseguiu quebrar o meu nariz, toco e sinto o latejar, com certeza não vou precisar levar um surra para provar a ninguém que também estive com elas em algum cativeiro.Um calafrio percorre minha coluna e borbulha em minha barriga, a sensação de desconforto com a dor que estou sentindo por todo o meu corpo. Porque essa mulher tem uma mão pesada. Preciso falar com o Henrique, vou levá-la para a casa de campo, tenho certeza que será muito mais fácil para ela me perdoar lá, do que aqui. Sem contar que não corro o risco de que ela me jogue aqui de cima.Ainda tenho esperança que essa seja a nossa casa, gosto da vista privilegiada para o Central Park, sem contar que a proximidade com o Henrique é ótimo, facilita muito a
Petter HarrisSe ele não estivesse tão cego naquela época, poderia ter pedido ela em casamento e não estaria vivendo nessa confusão agora.Me afasto dele e volto a sentar no sofá enquanto Henrique vai até o seu quarto. Meus sentimentos pela Helena não são tão recentes, a ver amadurecer mesmo que a distância, era como se, no fundo, a esperasse estar pronta para mim.Minha mente começa a vagar entre todos os pontos de nossa história.Vê-la tão linda no dia de sua festa, aqueceu o meu peito, mesmo sabendo que ela não estava tão linda daquele jeito para mim, a ver usando joias que provavelmente foi Tanaka que deu me entristeceu naquela noite. Ouvia as preocupações dos meus amigos enquanto tentava manter a postura na frente de todos, escondendo os meus sentimentos de cada que estava ali.Afinal sou o conselheiro do chefe da máfia da América, é esperado que me case com alguma das herdeiras de outras casa para consolidar as alianças e firmar a minha lealdade. Tenho sorte que até hoje Henriqu