06 - Helena Lira

Helena Lira

Acordo e a raiva que estava na hora que entrei naquela m*****a van me domina novamente, ignoro a puta dor de cabeça que estava sentindo, sabia que não devia ter aceitado a ideia de participar do mochilão com a Laís, que loucura é essa dela não aceitar as merdas dos seguranças, mas me deixa só olhar para a cara da minha melhor amiga, provavelmente após saber que ela está bem, acertarei um belo soco em seu lindo rosto.

Tento levantar da cama e uma tontura me atinge, olho para o lado e percebo que estou em algum prédio e possivelmente devo estar nos últimos andares, respiro fundo e encontro um equilíbrio meio duvidoso, caminho e me aproximo da janela de vidro, acho que devo estar no meio do prédio e tenho a leve impressão que estou no mesmo prédio onde o Henrique tem um apartamento.

Me afasto do vidro gelado que estava me deixando com frio e olho ao redor do quarto, percebo a minha mala depositada em um sofá encostado na parede, caminho até lá meio tonta e me ajoelho, procuro uma roupa confortável para matar aquele idiota que brincou com o meu coração.

Escolho uma legging e um top, mas como ia ficar com muita pele amostra, encontro uma camisa um pouco mais folgada para usar, porque sei que se colocar em prática o que senhor Demétrius me ensinou, precisarei estar confortável, porque aquele idiota precisará ser muito rápido para conseguir me derrubar.

Olho para a porta e ela estava aberta, com os pés leves caminho até ela e consigo ouvir a conversa de uma mulher com o Petter, fico nervosa porque quase fui sequestrada quando era pequena na primeira vez que vim para a Disney, por minha mãe biológica.

— Petter, o melhor é conversar com a menina Helena… — A voz feminina me traz um pouco de familiaridade, apenas solta um suspiro.

Começo a caminhar para fora do quarto, saio por um corredor e no final tinha o que parecia ser a sala, de onde vinha as vozes, sem pressa e caminhando lentamente me próximo da parede e continuo ouvindo a conversa.

— Abigail, vimos a Helena crescer, como posso ser apaixonado pela irmã do meu chefe? — O ouço falar e encosto mais ainda parede.

Ouvir essa declaração do Petter me faz balançar, se ele tivesse feito ela há mais tempo, provavelmente não teria sofrido por tanto tempo por alguém que abriu mão de mim facilmente.

— Deixe de bobeira Petter, até parece que a menina não iria crescer e qual é a diferença de idade de vocês dois? — Ela pergunta, estou com 20, mas não faço ideia de qual seja a idade do Petter.

— Então, são 13 anos de diferença, acho que depois que ela souber os motivos de tudo isso, ela jamais vai me perdoar… — Saio do meu esconderijo.

— Por que não tenta? — Digo assustando os dois que me olham assustados.

A mulher que estava conversando com ele é Abigail, realmente cresci a vendo visitar a tia Cleide durante o tempo que o Henrique estava recluso e não aceitava a visita de mais ninguém na mansão, ela estava sentada ao lado do Petter a vejo levanta-se e caminha até onde estou com um sorriso acolhedor.

— Olá, menina Helena, fico feliz em finalmente em te ver acordada, pena que sejam nessas circunstâncias. — Ela estende a mão e pego meio incerta. — Acredito que esteja sentindo fome, estou com um café pronto ali na cozinha e preparando o almoço.

— Aceito o café. — Digo olhando para ela e logo em seguida para o Petter que estava sem camisa, apenas com a calça completamente molhada.

Isso explica porque minhas roupas estavam molhadas, ele se levanta e me conduz até o sofá, olho por todos os lados a procura de coisas que podem me servir de armas para atingir o idiota que me apagou naquele carro.

— Melhor sentar, talvez seja mais seguro para mim. — Ele fala com um sorriso no rosto.

— O que realmente está acontecendo, Petter, a Laís cadê ela? — Ele aponta para o teto, o que me faz olhar para cima como uma idiota.

— Contarei tudo a você, contanto que me deixe falar tudo sem tentar me matar. — Ele me olhou de cima a baixo. — Porque acho que essa escolha de roupas, é uma combinação perfeita para me causar dor.

Me sento onde ele indica, com meu olhar em um vaso que estava em cima da mesinha de centro, que não passa despercebido por ele, que retira o vaso do meu alcance e o coloca em um canto distante e volta rindo.

Pego uma das almofadas que estavam atrás de mim e começo a bater nele com ela, me aproximo dele e acerto um tapa forte em seu rosto o que o assusta, não perco tempo e começo acertar alguns golpes que ele não consegue se desviar, ele agarrou meus pulsou e passou por trás da minha costa, pisei no seu pé que fez ele gemer com a dor, logo em seguida acertei minha cabeça no seu nariz.

— Ai, porra… espera Helena… ai, merda… — Ouço seus gemidos e palavrões e continuo acertando.

Ele me soltou com o impacto, o que me deixou livre acertando um soco com força, o que fez aquele homem enorme cair por cima da mesinha de vidro que se quebra em vários pedaços, minha raiva ainda não estava amenizada, mas pelo menos consegui descontar um pouco do que estava sentindo.

Petter se levanta com uma velocidade enorme e me agarra de frente para ele, consigo apertar em alguns pontos no seu abdome, olho para a Abigail que revira os olhos na nossa direção.

— Só quero ver quem limpará essa zona, terminem com isso e venham comer. — Ela fala e se afasta como se nada estivesse acontecendo.

— Deixe-me contar, calma mulher… aí Lena isso dói… porra mulher… — De alguma forma acabamos caindo no chão com ele prendendo as minhas pernas com as dele e seu rosto colado no meu pescoço.

— Por favor, me deixe te contar o que está acontecendo, não quero que se machuque. — Sinto que ele começa afrouxar o seu aperto, mas antes ele deixa um beijo no meu pescoço onde sinto um arrepio.

Deixo o suspiro sair e sei que isso o agradou, já que ele soltou de uma vez meus braços, me levanto e fico afastada dele, olho para seu rosto e tinha apenas machucado o seu lábio.

Petter se levanta e arruma a calça que estava toda bagunçada da nossa pequena brincadeira, olha para a mesinha, que estava quebrada no meio da sala, ele se ajoelha e começa a catar os cacos de vidro.

Continuo afastada do homem que estava com sua atenção no que fazia ali na minha frente, olho para os lados e Abigail que vinha novamente na nossa direção percebeu algo e decidiu voltar no mesmo instante.

— Quando o Henrique foi obrigado a viver nessa vida ele teve um alento, o que fez aceitar as coisas com um pouco mais de facilidade, por mais que não gostasse da Dakota ela fazia bem para ele. — Me lembro da Dakota, não era a pessoa que mais gostava no mundo.

Me recordo quando soube que ela havia sofrido um acidente de cavalo e acabou falecendo, pelo menos foi isso que a tia Cleide contou para todos assim que ela voltou de Nova York com a Alisson no colo, porque ela acabou nascendo no dia que ela veio descobrir o que estava acontecendo com o Henrique.

— O que isso tem a ver por estar aqui contra a minha vontade, Petter? — Digo para o homem que continuava ajoelhado no chão catando os vidros quebrados e sem me olhar, ele suspira.

— A mãe da Laís, matou a Dakota quando ela saiu em uma missão anos atrás, isso quebrou o Henrique em diversas maneiras, que você não faz ideia… — Merda, isso é uma puta revelação.

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