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5. QUEM É ELA?

Horas mais tarde naquele dia, Daphine, Carla e Ana estavam almoçando no refeitório da universidade. Elas estavam rindo e trocando histórias, quando Arthur chegou sorrindo e se sentou entre elas, se juntando à conversa animada.

Enquanto comiam e conversavam, Ethan entrou no recinto. Seu andar era firme e confiante, atraindo a atenção de Daphine instantaneamente. Curiosa, ela tocou no braço de Carla e perguntou:

— Quem é ele?

Carla levantou os olhos, procurando quem Daphine estava mencionando, e respondeu com outra pergunta:

— Quem?

Arthur, que já havia notado a presença de Ethan, interveio:

— O Ethan. Dizem que ele é parente do reitor. Há boatos nos corredores que ele é um vampiro.

Carla e Ana não puderam conter o riso diante do comentário de Arthur, mas Daphine ficou séria e falou:

— Eu o conheci hoje. Ele mora na floresta de Snowdonia.

Carla olhou para a amiga surpresa e perguntou:

— Você falou com ele? Ele não fala com ninguém.

Daphine sorriu levemente, lembrando-se do encontro daquela manhã, e respondeu:

— Eu esbarrei nele hoje pela manhã. Ele foi gentil, nós conversamos e foi isso.

Carla ainda estava incrédula, olhando fixamente para Daphine, e exclamou:

— Você está apaixonada. — Ela levou a mão à boca. — Daphine, eu não acredito que você está apaixonada por aquele cara.

Daphine deu de ombros e disse:

— Eu o acho lindo.

Ana interveio:

— Lindo e sombrio.

Arthur completou:

— Acho ele sinistro.

Daphine pareceu se aborrecer com aqueles comentários, e sem esconder sua irritação, se levantou abruptamente da mesa.

— Eu já terminei, vejo vocês mais tarde — disse, com um tom de voz firme, antes de caminhar em passos largos em direção à saída.

Carla, Ana, e Arthur ficaram sentados, se entreolhando confusos, sem entender completamente o motivo daquela saída repentina.

— O que aconteceu? — perguntou Ana, franzindo a testa.

— Acho que ela não gostou do que dissemos sobre o Ethan — respondeu Carla, com um suspiro preocupado.

Arthur balançou a cabeça, observando Daphine se afastar.

— Talvez ela esteja realmente interessada nele — disse ele, pensativo. — E nós só pioramos as coisas.

— Devíamos ter sido mais cuidadosos com os nossos comentários — admitiu Carla, sentindo um leve remorso.

Estava anoitecendo quando Daphine saiu da universidade. Ela queria passar na doceria antes de ir para casa, mas ao chegar na rua, ouviu uma voz familiar chamando seu nome. Ela se virou e viu Bruce sorrindo para ela.

— Daphine, que bom te ver — disse ele, caminhando em sua direção. Daphine se aproximou, e Bruce continuou: — Te esperei na clínica. Como você se sente?

— Desculpe, senhor Windsor. Eu não gosto muito desse negócio de terapia, sabe. Mas eu tenho seguido tudo que você falou.

— Mas isso não é tudo. As dicas que te dei são apenas um paliativo. Você pode surtar a qualquer momento. Retorne à clínica amanhã. Prometo que não irá se arrepender.

Ela suspirou, mas aceitou o convite.

— Tudo bem. Eu irei quando sair daqui.

Bruce sorriu satisfeito.

— Estarei à sua espera.

Daphine fez menção de sair e disse:

— Até mais, senhor Windsor.

— Por favor, me chame de Bruce.

Ela consentiu com a cabeça e se retirou. Enquanto caminhava na direção do estacionamento, Ethan a observava de longe. Ele se aproximou devagar de Bruce e perguntou:

— Você a conhece?

Bruce olhou imediatamente para o irmão e respondeu:

— Ei, cumprimente seu irmão primeiro.

Bruce deu dois socos leves no braço do irmão. Ethan retribuiu a gentileza com um tapa leve na cabeça de Bruce.

— Eu vi você falando com a Daphine. De onde conhece ela?

Os dois caminharam até o carro de Bruce quando ele respondeu:

— A senhorita Jones. É a garota de quem te falei. A neta do senhor Jones.

Ethan pareceu surpreso.

— Mas ela é uma de nós?

— Sim. Mas não consegui fazer os exames. Ela me disse que irá à clínica amanhã.

— Por que eu não senti o cheiro dela?

— Bom, eu senti, mas é algo totalmente diferente.

Querendo mudar de assunto, Bruce pegou uma pasta no carro.

— O pai mandou te entregar isso. Termine sua pesquisa e vá para casa no feriado.

Ethan pegou a pasta e a colocou na mochila que carregava nas costas. Os dois se despediram, e Ethan seguiu até o estacionamento, montou na sua Honda e partiu.

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