Horas mais tarde naquele dia, Daphine, Carla e Ana estavam almoçando no refeitório da universidade. Elas estavam rindo e trocando histórias, quando Arthur chegou sorrindo e se sentou entre elas, se juntando à conversa animada.
Enquanto comiam e conversavam, Ethan entrou no recinto. Seu andar era firme e confiante, atraindo a atenção de Daphine instantaneamente. Curiosa, ela tocou no braço de Carla e perguntou:
— Quem é ele?
Carla levantou os olhos, procurando quem Daphine estava mencionando, e respondeu com outra pergunta:
— Quem?
Arthur, que já havia notado a presença de Ethan, interveio:
— O Ethan. Dizem que ele é parente do reitor. Há boatos nos corredores que ele é um vampiro.
Carla e Ana não puderam conter o riso diante do comentário de Arthur, mas Daphine ficou séria e falou:
— Eu o conheci hoje. Ele mora na floresta de Snowdonia.
Carla olhou para a amiga surpresa e perguntou:
— Você falou com ele? Ele não fala com ninguém.
Daphine sorriu levemente, lembrando-se do encontro daquela manhã, e respondeu:
— Eu esbarrei nele hoje pela manhã. Ele foi gentil, nós conversamos e foi isso.
Carla ainda estava incrédula, olhando fixamente para Daphine, e exclamou:
— Você está apaixonada. — Ela levou a mão à boca. — Daphine, eu não acredito que você está apaixonada por aquele cara.
Daphine deu de ombros e disse:
— Eu o acho lindo.
Ana interveio:
— Lindo e sombrio.
Arthur completou:
— Acho ele sinistro.
Daphine pareceu se aborrecer com aqueles comentários, e sem esconder sua irritação, se levantou abruptamente da mesa.
— Eu já terminei, vejo vocês mais tarde — disse, com um tom de voz firme, antes de caminhar em passos largos em direção à saída.
Carla, Ana, e Arthur ficaram sentados, se entreolhando confusos, sem entender completamente o motivo daquela saída repentina.
— O que aconteceu? — perguntou Ana, franzindo a testa.
— Acho que ela não gostou do que dissemos sobre o Ethan — respondeu Carla, com um suspiro preocupado.
Arthur balançou a cabeça, observando Daphine se afastar.
— Talvez ela esteja realmente interessada nele — disse ele, pensativo. — E nós só pioramos as coisas.
— Devíamos ter sido mais cuidadosos com os nossos comentários — admitiu Carla, sentindo um leve remorso.
Estava anoitecendo quando Daphine saiu da universidade. Ela queria passar na doceria antes de ir para casa, mas ao chegar na rua, ouviu uma voz familiar chamando seu nome. Ela se virou e viu Bruce sorrindo para ela.
— Daphine, que bom te ver — disse ele, caminhando em sua direção. Daphine se aproximou, e Bruce continuou: — Te esperei na clínica. Como você se sente?
— Desculpe, senhor Windsor. Eu não gosto muito desse negócio de terapia, sabe. Mas eu tenho seguido tudo que você falou.
— Mas isso não é tudo. As dicas que te dei são apenas um paliativo. Você pode surtar a qualquer momento. Retorne à clínica amanhã. Prometo que não irá se arrepender.
Ela suspirou, mas aceitou o convite.
— Tudo bem. Eu irei quando sair daqui.
Bruce sorriu satisfeito.
— Estarei à sua espera.
Daphine fez menção de sair e disse:
— Até mais, senhor Windsor.
— Por favor, me chame de Bruce.
Ela consentiu com a cabeça e se retirou. Enquanto caminhava na direção do estacionamento, Ethan a observava de longe. Ele se aproximou devagar de Bruce e perguntou:
— Você a conhece?
Bruce olhou imediatamente para o irmão e respondeu:
— Ei, cumprimente seu irmão primeiro.
Bruce deu dois socos leves no braço do irmão. Ethan retribuiu a gentileza com um tapa leve na cabeça de Bruce.
— Eu vi você falando com a Daphine. De onde conhece ela?
Os dois caminharam até o carro de Bruce quando ele respondeu:
— A senhorita Jones. É a garota de quem te falei. A neta do senhor Jones.
Ethan pareceu surpreso.
— Mas ela é uma de nós?
— Sim. Mas não consegui fazer os exames. Ela me disse que irá à clínica amanhã.
— Por que eu não senti o cheiro dela?
— Bom, eu senti, mas é algo totalmente diferente.
Querendo mudar de assunto, Bruce pegou uma pasta no carro.
— O pai mandou te entregar isso. Termine sua pesquisa e vá para casa no feriado.
Ethan pegou a pasta e a colocou na mochila que carregava nas costas. Os dois se despediram, e Ethan seguiu até o estacionamento, montou na sua Honda e partiu.
Na manhã seguinte, Daphine acordou determinada a se aproximar de Ethan. Ela tinha pensado muito sobre ele e queria conhecê-lo melhor. Assim que chegou ao estacionamento da universidade, para sua sorte, viu Ethan se aproximando. Aproveitando a oportunidade, ela o chamou com um sorriso no rosto.— Ei, Ethan. Bom dia!Ethan parou e deu um leve sorriso em resposta.— Bom dia, Daphine. Eu queria mesmo falar com você.Ele ajeitou uma mecha de cabelo que estava caindo sobre sua testa, parecendo um pouco nervoso, mas determinado. Depois de um breve silêncio, ele continuou:— O que acha de darmos uma volta na sexta à noite?Daphine sentiu seu coração acelerar. Uma adrenalina tomou conta dela, misturada com uma sensação de felicidade e ansiedade. Ela não conseguiu evitar um sorriso leve enquanto respondia:— Eu acho ótimo.Ethan, satisfeito com a resposta, deu um sorriso mais largo.— Passo na sua casa às 20 horas?— Ótimo! — Daphine respondeu, tentando esconder o quanto estava animada.Ethan e
Dois dias depois, enquanto Daphine se preparava para ir a uma festa que alguns alunos haviam organizado para aquele sábado à noite, ela decidiu convidar Ethan. Pegou o celular e ligou para ele, esperando ansiosamente enquanto o telefone tocava. Após alguns segundos, Ethan atendeu.— Alô, Ethan? É a Daphine. — Ela tentou manter a voz firme.— Oi, Daphine. — Ele respondeu, sua voz parecendo surpresa, mas agradável.— Tem uma festa hoje à noite organizada por alguns alunos da universidade. Gostaria de ir comigo? — Ela fez o convite, sentindo uma pontada de ansiedade.Ethan hesitou por um momento, o silêncio no telefone parecia durar uma eternidade para Daphine.— Eu... bem, eu não sou muito de festas... — Ele começou, mas antes que pudesse terminar, Daphine o interrompeu.— Vai ser divertido, prometo. Vai poder passar mais tempo comigo, pense bem. — Ela tentou convencê-lo.Finalmente, Ethan cedeu.— Tudo bem, eu vou. Que horas passo na sua casa?Daphine sorriu, sentindo-se vitoriosa.— À
Assim que Ethan chegou em casa, ele se jogou na cama e, quase instintivamente, pegou o celular. As trocas de mensagens com Daphine começaram imediatamente. Ambos estavam ainda eufóricos pelos momentos compartilhados e a química evidente entre eles. Ethan não conseguia parar de sorrir enquanto lia as mensagens que Daphine lhe enviava. Cada palavra dela era uma confirmação do que ele sentia, e ele se sentia cada vez mais atraído por sua personalidade cativante.Daphine, por sua vez, estava igualmente animada. As mensagens de Ethan eram doces, cheias de carinho e atenção, algo que ela valorizava profundamente. Sentindo-se conectada a ele de uma maneira que nunca tinha experimentado antes, Daphine estava deitada em sua própria cama, rindo sozinha ao ler suas respostas.Os dois continuaram trocando mensagens até tarde da noite. As conversas variavam entre o que gostavam de fazer em seus tempos livres, suas esperanças e sonhos. A cada mensagem trocada, eles sentiam que a ligação entre eles
Quando enfim, eles retornaram para casa, a chuva voltou a cair, e o frio aumentou de tal maneira que Ethan tirou seu casaco para cobrir Daphine. Eles imediatamente entraram no carro e seguiram para casa, quando o carro parou em frente ao prédio de Daphine, ela segurou a mão de Ethan suplicando.— Vem comigo Ethan.Eu preciso de sua ajuda. Ethan hesitou por um momento, mas acabou cedendo e saindo do carro seguiu Daphine até seu apartamento, eles passaram pelo porteiro rapidamente e entraram no elevador, ela sentiu a adrenalina aumentando a cada passa que dava, sabendo que ficaria sozinha com Ethan. Ela olhou para ele de forma sedutora quando saíram do elevador. Daphine rapidamente destrancou a porta, entrando em casa e puxando Ethan, ele, porém, se manteve na porta e disse:— Estar com você foi magnifico. Faremos isso outras vezes, mas agora eu preciso ir. Eu ainda tenho algumas coisas para fazer antes de dormir.Daphine fez uma cara triste e suplicou:— Por favor, eu preciso muito de
Na manhã seguinte, Ethan se levantou bem cedo. Antes de sair, deixou um bilhete para Daphine ao lado da cama, contendo uma mensagem breve e carinhosa, explicando que precisaria resolver algumas coisas importantes antes de ir para a universidade. Silenciosamente, ele se vestiu e saiu do apartamento, fechando a porta com cuidado para não acordá-la.Ethan tinha uma lista de tarefas a cumprir naquela manhã. Ele passou algumas horas resolvendo questões pessoais e administrativas que vinham se acumulando. Finalmente, com tudo em ordem, seguiu para a universidade, ansioso para iniciar seu dia de estudos.Ao chegar na universidade, Ethan atravessou o grande portão do prédio principal, movendo-se rapidamente entre os outros estudantes que também chegavam para suas aulas. No corredor, ele foi abordado por Ana. Ela o parou com um semblante curioso e perguntou diretamente:— Cadê a Daphine?Ethan parou e olhou sério para ela, respondendo com o mesmo tom de voz:— Bom dia para você também.Ana rev
Naquela tarde, Daphine continuou a não se sentir bem, mas tentou manter-se firme e concentrada em suas atividades. No entanto, sua tensão aumentou ao receber uma mensagem de Ethan. Ele informou que sairia mais cedo da universidade, pois tinha algo importante para resolver. Esse comunicado a deixou ainda mais ansiosa, pois ela não podia imaginar que aquele dia marcaria uma grande mudança em sua vida.Enquanto tentava focar nas aulas e nas tarefas do dia, os pensamentos de Daphine constantemente voltavam para Ethan e o que ele poderia estar planejando. As palavras dele ecoavam em sua mente, deixando-a intrigada e um pouco preocupada.Durante as aulas, Daphine lutou contra a sensação de mal-estar e a crescente ansiedade. Embora se esforçasse para participar e acompanhar o conteúdo, sua mente frequentemente divagava, presa na expectativa e na incerteza sobre o que aquele dia traria.Conforme o dia avançava, a sensação de que algo significativo estava prestes a acontecer só aumentava. E as
Aqueles três amigos correram na direção que Daphine havia ido, mas ela já tinha desaparecido. Carla, extremamente preocupada, começou a chorar. Ela sabia tudo pelo que Daphine tinha passado quando surtou pela primeira vez: como reagiu diante disso, quando a mãe dela morreu e o quanto isso afetou sua vida. Lembrava com perfeição de todas as outras vezes que ela surtou, mesmo estando medicada. Carla amava Daphine como uma irmã, e vê-la sofrer tanto lhe doía o coração.Decepcionados e desapontados, aqueles três amigos retornaram ao estacionamento da universidade. Ana tinha um semblante de fúria e disse:— Ethan é o culpado por isso.Carla, triste e aborrecida, olhou para Ana e falou:— Você também é culpada. Sabia dos surtos da Daphine, mas estava tão decidida a separar o Ethan dela que fez questão de gravar aquele vídeo.Ana respondeu com raiva:— Você não tem o direito de me culpar. O Ethan é o único responsável por isso.Carla balançou a cabeça negativamente, ainda com lágrimas nos ol
Quando estava quase amanhecendo, aquele grupo de amigos voltou para casa, exaustos e preocupados. Apesar de não terem notícias de Daphine, eles sabiam que precisavam descansar um pouco para continuar as buscas com mais energia. Ethan, sentindo a necessidade de compartilhar o que havia acontecido, imediatamente ligou para seu irmão. Ele contou detalhadamente os eventos da noite, explicando a situação de Daphine e a preocupação crescente que todos sentiam.Bruce estava visivelmente aborrecido com a atitude irresponsável de seu irmão e expressou sua frustração:— Eu falei para você ficar próximo, cuidar dela, não dormir com ela.Ele parecia cada vez mais irritado, mas continuou a falar, sua voz carregada de preocupação:— A essa hora, ela já deve ter voltado à forma humana e não sabemos como a cabeça dela está. Precisa encontrá-la. Use seus sentidos para localizá-la, estou indo para seu flat com alguns remédios, talvez a Daphine precise.Ethan, absorvendo os conselhos de seu irmão, saiu