Dois dias depois, enquanto Daphine se preparava para ir a uma festa que alguns alunos haviam organizado para aquele sábado à noite, ela decidiu convidar Ethan. Pegou o celular e ligou para ele, esperando ansiosamente enquanto o telefone tocava. Após alguns segundos, Ethan atendeu.
— Alô, Ethan? É a Daphine. — Ela tentou manter a voz firme.
— Oi, Daphine. — Ele respondeu, sua voz parecendo surpresa, mas agradável.
— Tem uma festa hoje à noite organizada por alguns alunos da universidade. Gostaria de ir comigo? — Ela fez o convite, sentindo uma pontada de ansiedade.
Ethan hesitou por um momento, o silêncio no telefone parecia durar uma eternidade para Daphine.
— Eu... bem, eu não sou muito de festas... — Ele começou, mas antes que pudesse terminar, Daphine o interrompeu.
— Vai ser divertido, prometo. Vai poder passar mais tempo comigo, pense bem. — Ela tentou convencê-lo.
Finalmente, Ethan cedeu.
— Tudo bem, eu vou. Que horas passo na sua casa?
Daphine sorriu, sentindo-se vitoriosa.
— Às oito. Combinado?
— Combinado. Até mais tarde, Daphine. — Ele respondeu, encerrando a chamada.
Mais tarde, enquanto eles tentavam se espalhar pela multidão na festa, Carla e Ana iam na frente, abrindo caminho. Daphine e Ethan seguiam os passos delas até chegarem a um grande salão, onde uma turma já estava dançando e o som estava extremamente alto. As luzes piscavam ao ritmo da música, criando uma atmosfera vibrante e eletrizante.
Fred Riler, um colega de Daphine, se aproximou com um sorriso largo. Ele a beijou no rosto e disse algo ao seu ouvido, fazendo-a sorrir. Ethan, um pouco desconfortável com a situação, segurou firme no braço de Daphine, mas seguiu caminhando com ela até suas amigas. Fred se afastou, acenando e mergulhando de volta na multidão.
No meio daquela confusão de música alta e pessoas dançando, Ana pegou no braço de Daphine, puxando-a para longe.
— Vem, Daphine! Tenho que te apresentar a uma pessoa. — Disse Ana, empolgada.
Daphine olhou para Ethan, visivelmente dividida entre ir com Ana e ficar com ele.
— Eu já volto, Ethan. Só um minutinho, prometo. — Ela disse, tentando tranquilizá-lo.
Ethan assentiu, embora parecesse um pouco desorientado ao ser deixado sozinho no meio da multidão.
Daphine seguiu Ana, que a puxava com entusiasmo, deixando Ethan para trás. Enquanto era arrastada pelo salão, Daphine olhou para trás uma última vez, vendo Ethan parado, observando-a desaparecer na multidão.
O local estava extremamente cheio, e aquela aglomeração deixou Ethan extremamente desconfortável. Ele saiu dali sem esperar por Daphine. Quando ela retornou, ele já não estava lá. Preocupada e condoída por deixá-lo sozinho, ela foi à sua procura. Após alguns minutos de busca, o encontrou do lado de fora, encostado em uma árvore. Ela caminhou em passos largos até ele e disse:
— Desculpe por deixá-lo sozinho. Vamos sair daqui.
Ethan olhou-a com carinho e respondeu:
— Acho que seus amigos não gostam muito de mim.
Daphine balançou a cabeça, tentando minimizar a preocupação de Ethan.
— Não se preocupe com isso, eu gosto de você e prefiro estar ao seu lado.
Ethan estava cada vez mais afeiçoado por Daphine. Ela era tão verdadeira, tão direta nas palavras, tão fascinante, que ele não pensou duas vezes. Puxando-a pelo braço, ele disse:
— Quero te levar a um lugar.
Os dois saíram correndo pela rua. Não havia movimento àquela hora da noite. Eles seguiram por outra rua, onde havia um parque florestal logo à frente. Ethan ainda segurava a mão de Daphine quando voltou a falar:
— Vamos por aqui. Cuidado, é meio escorregadio.
Eles subiram alguns degraus de escadas, um pouco gastas e molhadas. Quando terminaram de subir, ainda caminharam um pouco e pararam entre duas grandes árvores com galhos carregados de folhas. Daphine, ainda ofegante, olhou para Ethan e perguntou:
— O que viemos fazer aqui?
Ele estava de costas para ela, olhando para o horizonte, e respondeu:
— Olhe como a cidade é linda daqui de cima.
Daphine imediatamente virou-se na direção dele e ficou encantada com aquela visão da cidade toda iluminada. Ethan segurou a mão dela com carinho e voltou a falar:
— Eu gosto de você, mas não sei se é uma boa ideia.
Ela sorriu, confusa, e olhou para ele, tentando decifrar a expressão em seu rosto.
— Você gosta ou não gosta? Não lido muito bem com pessoas indecisas.
Ethan ficou em silêncio. Daphine soltou imediatamente a mão dele e fez menção de sair dali, mas ele gritou:
— Espera!
Ela parou, esperando por alguma palavra dele, quando Ethan tocou suavemente seu rosto com as pontas dos dedos. Por um instante, ele pensou em contar seu segredo, mas isso quebraria todas as regras. Ele estava apaixonado por ela. Diante daquela situação, ele preferiu não contar nada e disse:
— Vamos embora.
Daphine pareceu irritada e olhou para ele, perguntando:
— Sério!? É só isso que tem para dizer?
Ethan parecia estar em um conflito interno e respirava forte, mas seguiu em frente, voltando pelo mesmo caminho. Porém, assim que chegou no primeiro degrau da escada, ele respirou devagar, olhou para ela estendendo a mão e disse:
— Segure a minha mão, eu te ajudo a descer.
Ela olhou séria para ele e voltou a falar de forma agressiva:
— Não preciso de sua ajuda.
No entanto, ele ficou parado, esperando que ela pegasse em sua mão.
— Vamos lá, Daphine, segure a minha mão.
Ela bateu na mão estendida dele e desceu as escadas, mas ao pisar no primeiro degrau, perdeu completamente o equilíbrio e escorregou. Ele imediatamente pulou na frente dela, segurando-a nos braços. Daphine ficou olhando para ele assustada, olhou para as escadas, depois novamente para ele e perguntou:
— Como você fez isso?
Ele sorriu sem jeito e respondeu:
— Eu jogava futebol, então...
Naquele instante em que seus corpos estavam tão próximos, ele deslizou o dedo suavemente pelo rosto dela e disse como um sussurro:
— Desculpa, é que você me desconcerta.
Ela estava olhando para ele, perdida naqueles olhos claros. Sem pensar muito, encostou os lábios nos dele. Quando sua boca envolveu a de Ethan, ele não conseguiu resistir. Subiu com sua mão até o pescoço dela, enquanto a outra segurava-a pela cintura, intensificando o beijo. Ele misturou sua língua com a dela. Daphine podia sentir a quentura do corpo de Ethan aquecendo o seu. As mãos dele pareciam como fogo em sua pele. Quase sem fôlego, ela se afastou devagar. Ethan respirava forte, e assim que ela percebeu a excitação dele aumentando, deu um sorriso maldoso e voltou a beijá-lo. Porém, ele falou, interrompendo-a:
— Vamos sair daqui.
Ele segurou a mão dela e continuou:
— Vou te deixar em casa.
Eles voltaram pelo mesmo caminho, de mãos dadas. Passaram em frente à faculdade e atravessaram a rua. Enquanto caminhavam, Daphine perguntou:
— Você quer namorar comigo?
Ethan parou imediatamente de caminhar quando ouviu aquelas palavras e olhou para ela. Daphine soltou uma gargalhada e voltou a falar:
— Não estou te pedindo em casamento, só acho que se você gosta de mim e eu gosto de você, podemos ser namorados.
Ele não disse nada, simplesmente sorriu. Voltaram a caminhar e, quando pararam em frente ao prédio em que ela morava, Ethan voltou a olhá-la e disse, sorrindo:
— Eu pensei que já fôssemos namorados, depois do beijo de ontem.
Ela soltou outra gargalhada e disse de um jeito engraçado:
— Bobinho, você tem que pedir primeiro.
Ethan revirou os olhos, mas também sorriu. Em seguida, se despediu com um beijo suave e foi embora. Enquanto caminhava, não parava de pensar nela. Havia uma ligação especial entre eles, uma vibração forte, algo que ele não conseguia controlar.
Assim que Ethan chegou em casa, ele se jogou na cama e, quase instintivamente, pegou o celular. As trocas de mensagens com Daphine começaram imediatamente. Ambos estavam ainda eufóricos pelos momentos compartilhados e a química evidente entre eles. Ethan não conseguia parar de sorrir enquanto lia as mensagens que Daphine lhe enviava. Cada palavra dela era uma confirmação do que ele sentia, e ele se sentia cada vez mais atraído por sua personalidade cativante.Daphine, por sua vez, estava igualmente animada. As mensagens de Ethan eram doces, cheias de carinho e atenção, algo que ela valorizava profundamente. Sentindo-se conectada a ele de uma maneira que nunca tinha experimentado antes, Daphine estava deitada em sua própria cama, rindo sozinha ao ler suas respostas.Os dois continuaram trocando mensagens até tarde da noite. As conversas variavam entre o que gostavam de fazer em seus tempos livres, suas esperanças e sonhos. A cada mensagem trocada, eles sentiam que a ligação entre eles
Quando enfim, eles retornaram para casa, a chuva voltou a cair, e o frio aumentou de tal maneira que Ethan tirou seu casaco para cobrir Daphine. Eles imediatamente entraram no carro e seguiram para casa, quando o carro parou em frente ao prédio de Daphine, ela segurou a mão de Ethan suplicando.— Vem comigo Ethan.Eu preciso de sua ajuda. Ethan hesitou por um momento, mas acabou cedendo e saindo do carro seguiu Daphine até seu apartamento, eles passaram pelo porteiro rapidamente e entraram no elevador, ela sentiu a adrenalina aumentando a cada passa que dava, sabendo que ficaria sozinha com Ethan. Ela olhou para ele de forma sedutora quando saíram do elevador. Daphine rapidamente destrancou a porta, entrando em casa e puxando Ethan, ele, porém, se manteve na porta e disse:— Estar com você foi magnifico. Faremos isso outras vezes, mas agora eu preciso ir. Eu ainda tenho algumas coisas para fazer antes de dormir.Daphine fez uma cara triste e suplicou:— Por favor, eu preciso muito de
Na manhã seguinte, Ethan se levantou bem cedo. Antes de sair, deixou um bilhete para Daphine ao lado da cama, contendo uma mensagem breve e carinhosa, explicando que precisaria resolver algumas coisas importantes antes de ir para a universidade. Silenciosamente, ele se vestiu e saiu do apartamento, fechando a porta com cuidado para não acordá-la.Ethan tinha uma lista de tarefas a cumprir naquela manhã. Ele passou algumas horas resolvendo questões pessoais e administrativas que vinham se acumulando. Finalmente, com tudo em ordem, seguiu para a universidade, ansioso para iniciar seu dia de estudos.Ao chegar na universidade, Ethan atravessou o grande portão do prédio principal, movendo-se rapidamente entre os outros estudantes que também chegavam para suas aulas. No corredor, ele foi abordado por Ana. Ela o parou com um semblante curioso e perguntou diretamente:— Cadê a Daphine?Ethan parou e olhou sério para ela, respondendo com o mesmo tom de voz:— Bom dia para você também.Ana rev
Naquela tarde, Daphine continuou a não se sentir bem, mas tentou manter-se firme e concentrada em suas atividades. No entanto, sua tensão aumentou ao receber uma mensagem de Ethan. Ele informou que sairia mais cedo da universidade, pois tinha algo importante para resolver. Esse comunicado a deixou ainda mais ansiosa, pois ela não podia imaginar que aquele dia marcaria uma grande mudança em sua vida.Enquanto tentava focar nas aulas e nas tarefas do dia, os pensamentos de Daphine constantemente voltavam para Ethan e o que ele poderia estar planejando. As palavras dele ecoavam em sua mente, deixando-a intrigada e um pouco preocupada.Durante as aulas, Daphine lutou contra a sensação de mal-estar e a crescente ansiedade. Embora se esforçasse para participar e acompanhar o conteúdo, sua mente frequentemente divagava, presa na expectativa e na incerteza sobre o que aquele dia traria.Conforme o dia avançava, a sensação de que algo significativo estava prestes a acontecer só aumentava. E as
Aqueles três amigos correram na direção que Daphine havia ido, mas ela já tinha desaparecido. Carla, extremamente preocupada, começou a chorar. Ela sabia tudo pelo que Daphine tinha passado quando surtou pela primeira vez: como reagiu diante disso, quando a mãe dela morreu e o quanto isso afetou sua vida. Lembrava com perfeição de todas as outras vezes que ela surtou, mesmo estando medicada. Carla amava Daphine como uma irmã, e vê-la sofrer tanto lhe doía o coração.Decepcionados e desapontados, aqueles três amigos retornaram ao estacionamento da universidade. Ana tinha um semblante de fúria e disse:— Ethan é o culpado por isso.Carla, triste e aborrecida, olhou para Ana e falou:— Você também é culpada. Sabia dos surtos da Daphine, mas estava tão decidida a separar o Ethan dela que fez questão de gravar aquele vídeo.Ana respondeu com raiva:— Você não tem o direito de me culpar. O Ethan é o único responsável por isso.Carla balançou a cabeça negativamente, ainda com lágrimas nos ol
Quando estava quase amanhecendo, aquele grupo de amigos voltou para casa, exaustos e preocupados. Apesar de não terem notícias de Daphine, eles sabiam que precisavam descansar um pouco para continuar as buscas com mais energia. Ethan, sentindo a necessidade de compartilhar o que havia acontecido, imediatamente ligou para seu irmão. Ele contou detalhadamente os eventos da noite, explicando a situação de Daphine e a preocupação crescente que todos sentiam.Bruce estava visivelmente aborrecido com a atitude irresponsável de seu irmão e expressou sua frustração:— Eu falei para você ficar próximo, cuidar dela, não dormir com ela.Ele parecia cada vez mais irritado, mas continuou a falar, sua voz carregada de preocupação:— A essa hora, ela já deve ter voltado à forma humana e não sabemos como a cabeça dela está. Precisa encontrá-la. Use seus sentidos para localizá-la, estou indo para seu flat com alguns remédios, talvez a Daphine precise.Ethan, absorvendo os conselhos de seu irmão, saiu
Quando Bruce entrou no apartamento de Daphine, ele carregava uma maleta. Ao ver o semblante preocupado de seu irmão, perguntou:— Como ela está?Ethan, visivelmente abalado, respondeu:— Péssima, olha só para ela. Quando cheguei aqui, Daphine estava desmaiada no banheiro, mal conseguia respirar. Agora há pouco, ela vomitou o quarto inteiro e desmaiou novamente. Por favor, irmão, me diz o que está acontecendo com ela.Bruce colocou a mão no ombro de Ethan e disse:— Venha comigo.Eles caminharam até o balcão da cozinha, onde Bruce colocou a maleta e a abriu. Ele preparou uma seringa com um líquido azul e, caminhando de volta até Daphine, explicou para Ethan:— Isso vai mantê-la estável. E algumas horas mais tarde quando acordar, vai recordar o que aconteceu, porém, isso será lentamente.Bruce injetou o líquido diretamente na veia de Daphine. Assim que terminou, ela deu um suspiro lento e continuou dormindo. Então, ele começou a explicar:— A Daphine é uma de nós, porém, no sangue dela
Ethan deu um leve sorriso, planejando algumas perguntas, mas foi interrompido pelo toque do telefone. Ele olhou para o aparelho e disse:— É a Carla.Nesse instante, Daphine pareceu lembrar de algo e perguntou:— Onde está meu celular? Por que eu não lembro de tê-lo perdido?Ethan tocou no rosto dela, e perguntou:— Você não vai falar com a Carla? Ela está preocupada com você.Daphine pegou o aparelho das mãos de Ethan e atendeu a chamada, dizendo:— Oi Carla! Eu estou bem. Sei que você deve estar preocupada comigo, mas o Ethan me encontrou e cuidou de mim.Do outro lado da linha, a voz de Carla ainda soava preocupada:— Quando sair da universidade, passo na sua casa.A conversa entre elas não durou muito. Logo, as duas se despediram e Daphine voltou toda sua atenção para Ethan.— Me conte o que aconteceu comigo. Por que eu surtei?Ethan pareceu desconfortável com a pergunta. Sabia perfeitamente o que havia acontecido, mas não sabia como dizer aquilo para ela. Escolhendo bem as palavr