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7. NAMORA COMIGO

Dois dias depois, enquanto Daphine se preparava para ir a uma festa que alguns alunos haviam organizado para aquele sábado à noite, ela decidiu convidar Ethan. Pegou o celular e ligou para ele, esperando ansiosamente enquanto o telefone tocava. Após alguns segundos, Ethan atendeu.

— Alô, Ethan? É a Daphine. — Ela tentou manter a voz firme.

— Oi, Daphine. — Ele respondeu, sua voz parecendo surpresa, mas agradável.

— Tem uma festa hoje à noite organizada por alguns alunos da universidade. Gostaria de ir comigo? — Ela fez o convite, sentindo uma pontada de ansiedade.

Ethan hesitou por um momento, o silêncio no telefone parecia durar uma eternidade para Daphine.

— Eu... bem, eu não sou muito de festas... — Ele começou, mas antes que pudesse terminar, Daphine o interrompeu.

— Vai ser divertido, prometo. Vai poder passar mais tempo comigo, pense bem. — Ela tentou convencê-lo.

Finalmente, Ethan cedeu.

— Tudo bem, eu vou. Que horas passo na sua casa?

Daphine sorriu, sentindo-se vitoriosa.

— Às oito. Combinado?

— Combinado. Até mais tarde, Daphine. — Ele respondeu, encerrando a chamada.

Mais tarde, enquanto eles tentavam se espalhar pela multidão na festa, Carla e Ana iam na frente, abrindo caminho. Daphine e Ethan seguiam os passos delas até chegarem a um grande salão, onde uma turma já estava dançando e o som estava extremamente alto. As luzes piscavam ao ritmo da música, criando uma atmosfera vibrante e eletrizante.

Fred Riler, um colega de Daphine, se aproximou com um sorriso largo. Ele a beijou no rosto e disse algo ao seu ouvido, fazendo-a sorrir. Ethan, um pouco desconfortável com a situação, segurou firme no braço de Daphine, mas seguiu caminhando com ela até suas amigas. Fred se afastou, acenando e mergulhando de volta na multidão.

No meio daquela confusão de música alta e pessoas dançando, Ana pegou no braço de Daphine, puxando-a para longe.

— Vem, Daphine! Tenho que te apresentar a uma pessoa. — Disse Ana, empolgada.

Daphine olhou para Ethan, visivelmente dividida entre ir com Ana e ficar com ele.

— Eu já volto, Ethan. Só um minutinho, prometo. — Ela disse, tentando tranquilizá-lo.

Ethan assentiu, embora parecesse um pouco desorientado ao ser deixado sozinho no meio da multidão.

Daphine seguiu Ana, que a puxava com entusiasmo, deixando Ethan para trás. Enquanto era arrastada pelo salão, Daphine olhou para trás uma última vez, vendo Ethan parado, observando-a desaparecer na multidão.

O local estava extremamente cheio, e aquela aglomeração deixou Ethan extremamente desconfortável. Ele saiu dali sem esperar por Daphine. Quando ela retornou, ele já não estava lá. Preocupada e condoída por deixá-lo sozinho, ela foi à sua procura. Após alguns minutos de busca, o encontrou do lado de fora, encostado em uma árvore. Ela caminhou em passos largos até ele e disse:

— Desculpe por deixá-lo sozinho. Vamos sair daqui.

Ethan olhou-a com carinho e respondeu:

— Acho que seus amigos não gostam muito de mim.

Daphine balançou a cabeça, tentando minimizar a preocupação de Ethan.

— Não se preocupe com isso, eu gosto de você e prefiro estar ao seu lado.

Ethan estava cada vez mais afeiçoado por Daphine. Ela era tão verdadeira, tão direta nas palavras, tão fascinante, que ele não pensou duas vezes. Puxando-a pelo braço, ele disse:

— Quero te levar a um lugar.

Os dois saíram correndo pela rua. Não havia movimento àquela hora da noite. Eles seguiram por outra rua, onde havia um parque florestal logo à frente. Ethan ainda segurava a mão de Daphine quando voltou a falar:

— Vamos por aqui. Cuidado, é meio escorregadio.

Eles subiram alguns degraus de escadas, um pouco gastas e molhadas. Quando terminaram de subir, ainda caminharam um pouco e pararam entre duas grandes árvores com galhos carregados de folhas. Daphine, ainda ofegante, olhou para Ethan e perguntou:

— O que viemos fazer aqui?

Ele estava de costas para ela, olhando para o horizonte, e respondeu:

— Olhe como a cidade é linda daqui de cima.

Daphine imediatamente virou-se na direção dele e ficou encantada com aquela visão da cidade toda iluminada. Ethan segurou a mão dela com carinho e voltou a falar:

— Eu gosto de você, mas não sei se é uma boa ideia.

Ela sorriu, confusa, e olhou para ele, tentando decifrar a expressão em seu rosto.

— Você gosta ou não gosta? Não lido muito bem com pessoas indecisas.

Ethan ficou em silêncio. Daphine soltou imediatamente a mão dele e fez menção de sair dali, mas ele gritou:

— Espera!

Ela parou, esperando por alguma palavra dele, quando Ethan tocou suavemente seu rosto com as pontas dos dedos. Por um instante, ele pensou em contar seu segredo, mas isso quebraria todas as regras. Ele estava apaixonado por ela. Diante daquela situação, ele preferiu não contar nada e disse:

— Vamos embora.

Daphine pareceu irritada e olhou para ele, perguntando:

— Sério!? É só isso que tem para dizer?

Ethan parecia estar em um conflito interno e respirava forte, mas seguiu em frente, voltando pelo mesmo caminho. Porém, assim que chegou no primeiro degrau da escada, ele respirou devagar, olhou para ela estendendo a mão e disse:

— Segure a minha mão, eu te ajudo a descer.

Ela olhou séria para ele e voltou a falar de forma agressiva:

— Não preciso de sua ajuda.

No entanto, ele ficou parado, esperando que ela pegasse em sua mão.

— Vamos lá, Daphine, segure a minha mão.

Ela bateu na mão estendida dele e desceu as escadas, mas ao pisar no primeiro degrau, perdeu completamente o equilíbrio e escorregou. Ele imediatamente pulou na frente dela, segurando-a nos braços. Daphine ficou olhando para ele assustada, olhou para as escadas, depois novamente para ele e perguntou:

— Como você fez isso?

Ele sorriu sem jeito e respondeu:

— Eu jogava futebol, então...

Naquele instante em que seus corpos estavam tão próximos, ele deslizou o dedo suavemente pelo rosto dela e disse como um sussurro:

— Desculpa, é que você me desconcerta.

Ela estava olhando para ele, perdida naqueles olhos claros. Sem pensar muito, encostou os lábios nos dele. Quando sua boca envolveu a de Ethan, ele não conseguiu resistir. Subiu com sua mão até o pescoço dela, enquanto a outra segurava-a pela cintura, intensificando o beijo. Ele misturou sua língua com a dela. Daphine podia sentir a quentura do corpo de Ethan aquecendo o seu. As mãos dele pareciam como fogo em sua pele. Quase sem fôlego, ela se afastou devagar. Ethan respirava forte, e assim que ela percebeu a excitação dele aumentando, deu um sorriso maldoso e voltou a beijá-lo. Porém, ele falou, interrompendo-a:

— Vamos sair daqui.

Ele segurou a mão dela e continuou:

— Vou te deixar em casa.

Eles voltaram pelo mesmo caminho, de mãos dadas. Passaram em frente à faculdade e atravessaram a rua. Enquanto caminhavam, Daphine perguntou:

— Você quer namorar comigo?

Ethan parou imediatamente de caminhar quando ouviu aquelas palavras e olhou para ela. Daphine soltou uma gargalhada e voltou a falar:

— Não estou te pedindo em casamento, só acho que se você gosta de mim e eu gosto de você, podemos ser namorados.

Ele não disse nada, simplesmente sorriu. Voltaram a caminhar e, quando pararam em frente ao prédio em que ela morava, Ethan voltou a olhá-la e disse, sorrindo:

— Eu pensei que já fôssemos namorados, depois do beijo de ontem.

Ela soltou outra gargalhada e disse de um jeito engraçado:

— Bobinho, você tem que pedir primeiro.

Ethan revirou os olhos, mas também sorriu. Em seguida, se despediu com um beijo suave e foi embora. Enquanto caminhava, não parava de pensar nela. Havia uma ligação especial entre eles, uma vibração forte, algo que ele não conseguia controlar.

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