Assim que o carro estacionou diante do castelo, a tensão no ar era palpável. Daphine foi a primeira a sair do veículo, seus passos decididos. Caleb a seguiu, com o semblante mais reservado, enquanto Duck permaneceu no carro por alguns instantes, observando com cautela o que estava por vir.Alexander, já esperando na entrada, caminhou até eles. Seu rosto exibia uma expressão que misturava alívio e expectativa. Ele estendeu a mão e pousou-a no ombro de Caleb, um gesto de acolhimento.— Bem-vindo de volta, Caleb — disse Alexander, sua voz firme, mas cordial.Caleb, no entanto, afastou-se ligeiramente, seus olhos fixando-se nos de Alexander.— Eu não fugi, se foi isso que pensou — respondeu ele, com um tom defensivo. — Eu só precisava de um tempo. Muita coisa aconteceu nos últimos dias, e eu precisava processar tudo.Alexander manteve a mão no ar por um momento, antes de deixá-la cair ao lado do corpo. Ele deu um pequeno suspiro e balançou a cabeça.— Tudo bem, Caleb. Não estou aqui para
Daphine permaneceu firme no centro do salão, seus olhos cravados no Supremo como lâminas afiadas, desafiando-o a manter o controle que ele tão orgulhosamente exibia. Sua voz saiu firme, mas carregada de tensão, como uma corda prestes a se romper.— Como você conheceu a minha mãe? — Sua pergunta ressoou pelo salão, arrancando olhares curiosos e surpresos dos alfas ao redor. Ela respirou fundo antes de continuar. — E não quero ouvir a mesma história que você contou antes. Quero a verdade.O Supremo, Derick, manteve a postura, mas algo em sua expressão mudou. O leve estreitar de seus olhos denunciava que ele sabia exatamente o que ela estava insinuando. Ele caminhou lentamente até uma das cadeiras da mesa central e sentou-se, cruzando as mãos sobre o joelho. Observava Daphine com uma mistura de cautela e análise, como um predador que estudava os movimentos de sua presa.— Daphine... — começou ele, sua voz tão suave que parecia quase carinhosa. — Há coisas no passado que podem não ser fác
O silêncio no salão era quase insuportável, como se o ar tivesse sido drenado. Cada movimento parecia pesar, cada respiração era um esforço. Derick, o Supremo, manteve seus olhos fixos em Daphine, seu olhar perfurante, como se tentasse enxergar através dela, à procura de uma fraqueza. Mas não havia nada. Apenas a chama de uma determinação que ela mesma não sabia que possuía até aquele momento.Finalmente, Derick deu um passo para trás, cruzando os braços sobre seu peito largo. Ele parecia ainda maior sob a luz tremeluzente do salão, seus dois metros de altura e físico imponente projetando uma sombra que quase engolia a figura de Daphine. As cicatrizes que adornavam seu corpo eram testemunhas silenciosas de batalhas passadas, de desafios vencidos, de uma liderança forjada na força e na violência.Daphine sustentou o olhar por alguns instantes antes de sentir as pernas ameaçarem ceder. A presença dele era esmagadora, mas, em um instante de clareza, as palavras de sua mãe ecoaram em sua
O Supremo deu um passo para o lado, indicando o caminho com um gesto firme. Daphine hesitou por um instante antes de começar a caminhar, cada passo pesado com a consciência da situação que ela mesma havia criado. Seus pensamentos estavam em turbilhão. Ela tentou manter a compostura, mas o peso das palavras que havia ouvido e do momento que se desenrolava era quase insuportável.— Eu realmente o desafiei? Como cheguei a este ponto? Pensou.Daphine sabia que não havia mais volta.O Supremo, sempre imponente, caminhava logo atrás dela, suas botas batendo no chão de pedra com um som surdo e ameaçador. Sua presença parecia encher o espaço, como se a própria atmosfera ao redor dele estivesse sob seu controle. Ele não disse nada, mas Daphine podia sentir o peso de seus olhos em suas costas.Quando chegaram ao lado de fora, o cenário já estava preparado. O círculo de lobos formava uma barreira quase impenetrável. Eles estavam organizados, seus olhares focados nos dois que haviam acabado de sa
Enquanto lutava para se levantar, ouviu outro pensamento dele, ainda mais claro que o anterior: "Ela não sabe do que é capaz. Talvez nunca descubra."Daphine respirou fundo, tentando se concentrar.— Eu preciso pensar. Não posso vencê-lo com força ou velocidade. Mas talvez... com estratégia. Pensou ela. Ela começou a observar os movimentos do Supremo com mais atenção. Cada golpe, cada desvio, cada passo que ele dava parecia seguir um padrão, como se ele estivesse dançando uma coreografia ensaiada. E então, uma ideia começou a surgir. "Se eu conseguir antecipar os movimentos dele... talvez eu tenha uma chance."Com isso em mente, Daphine levantou-se novamente, seus olhos fixos no Supremo. Ela sabia que estava em desvantagem, mas também sabia que precisava acreditar em si mesma. O círculo ao redor deles estava silencioso, os espectadores observando com expectativa. — Está pronta para tentar de novo? — Perguntou o Supremo, com um sorriso desafiador. Daphine estreitou os olhos. — Es
O silêncio que se seguiu às palavras de Aurora parecia ser mais do que apenas a ausência de som; era como se o tempo tivesse parado. Cada pessoa presente no círculo — lobos e bruxas, alfas e subordinados — estava imersa em uma sensação de suspensão, como se o universo esperasse para testemunhar o desenrolar daquele momento. A aura que emanava de Aurora era poderosa e pacificadora, como se ela estivesse ali para dissolver o peso das feridas antigas que carregavam.O Supremo, no entanto, era quem parecia mais afetado. Sua expressão, que momentos antes exalava raiva e incredulidade, começou a mudar. A dureza que normalmente marcava suas feições deu lugar a algo mais suave, mais vulnerável. Ele olhou para Aurora como se estivesse vendo um fantasma, mas um fantasma que carregava consigo todas as emoções que ele havia enterrado: amor, saudade e arrependimento.Enquanto ele a observava, flashes de memória o invadiam. Ele lembrou-se de Aurora como era antes — jovem, cheia de vida, uma mulher q
DESCONTROLE – metamorfoseDaphine Jones estava em um dos pubs mais badalados de Londres, o famoso Princess Victoria, conhecido por sua atmosfera vibrante e clientela eclética. Naquela noite, ela estava acompanhada por seu novo namorado, Caleb Miller, além de estar cercada por membros da família dele. A irmã mais nova de Caleb, Charlote, estava presente com seu namorado, Brian, enquanto a irmã mais velha, Clara, havia trazido seu noivo, Zack.O grupo estava desfrutando da noite, aproveitando a música, as conversas e as bebidas oferecidas pelo pub. A animação era palpável, mas nenhum deles havia se embriagado, apesar de terem bebido o suficiente para se sentirem alegres e relaxados. À medida que a noite avançava, decidiram que era hora de partir. Passava das duas horas da madrugada quando o grupo começou a se despedir.Caleb, que estava apenas em seu segundo encontro com Daphine, sentia uma atração intensa por ela e estava ansioso para ter um momento a sós com a jovem. A química entre o
Caleb estava numa crescente dúvida sobre ligar ou não para sua irmã Charlote, pois ela era a pessoa mais próxima de Daphine que ele conhecia. O dilema de não querer preocupá-la o manteve imóvel, olhando o clima lá fora pela janela da sala. O vento frio e o céu completamente escuro refletiam seu estado emocional, cheio de incerteza e medo.Enquanto isso, Daphine corria entre as árvores, sentindo a terra macia sob suas patas e o ar gélido tocando suavemente seus pelos brilhantes. Cada passo que dava aumentava a sensação de liberdade, embora estivesse ciente da gravidade da situação. As memórias inundavam sua mente enquanto corria, lembrando-se de quando aquilo começou.5 ANOS ANTESDaphine estava prestes a completar 18 anos, faltando apenas dois meses, mas sentia-se devastada. Apenas uma semana antes, seu avô havia falecido, o que a abalou profundamente. Além disso, ela havia sido aceita na universidade dos seus sonhos, mas a dor da perda a impedia de sentir qualquer alegria com essa co