CAPÍTULO 5
Vicente respirou fundo, olhando para aquele rosto da tela, decidiu esquecer... então desligou de uma vez a chamada e tomou uma decisão, “é hora de superar, Alicia”. O celular voltou a tocar, ele deixou por duas vezes, então o desligou de uma vez, se levantou do sofá e ergueu a cabeça guardando o celular no bolso. Caminhando chegou até onde havia uma das melhores garrafas de vinho do seu pai, pediu para a empregada trazer as taças, respirou com mais facilidade, e com um sorriso ergueu a garrafa, se aproximando de Anelise a abraçando de lado, trazendo a namorada para perto dele. — Eu gostaria da atenção de todos por um momento! — Anelise arregalou os olhos, abriu a boca espantada, e então ficou feliz, “Vicente enfim havia decidido sobre a relação deles”. — Eu e a Anelise vamos nos casar! Já podemos organizar a festa de noivado! — seus pais sorriram satisfeitos, vieram abraçar o casal. — Parabéns, meu filho! Anelise é uma ótima moça, fico feliz! — sua mãe falou emocionada, olhando para ambos com satisfação e seu pai concordou. Vicente abriu a garrafa com entusiasmo, fez questão de servir as taças e olhando de frente para Anelise lhe deu um beijo rápido e um sorriso que a tranquilizou, ela tomou um gole do vinho igualmente a todos, e depois deixou a taça na mesa, abraçando melhor o Vicente que, estava animado. — Minha nora venha aqui! Vamos conversar sobre o noivado! — Beatriz bateu duas vezes na poltrona, convidando a nora a sentar, e quando Anelise sentou a conversa foi longa. Enquanto Vicente falava sobre negócios com o pai, as duas já organizavam a festa de noivado. Uma hora se passou, então Vicente chamou a namorada para ir embora, e aquela noite ficou registrada como um marco na vida deles. "... No dia seguinte." No prédio da rede de hotéis onde é o CEO, um casal discutia na recepção, quando ele está entrando. Uma moça j**a uma pilha de papéis em cima do rapaz, causando certo alvoroço. — Pra mim já deu! Você pode engolir a sua carteira, com “todo” o seu dinheiro dentro! Eu não preciso de você! — a moça remexia o corpo e procurava coisas para atacar no homem que parecia tentar explicar algo, inutilmente. Quando os olhos da moça perceberam que o CEO havia chegado, ela parou imediatamente e todos ficaram em silêncio, então Vicente fingiu que nem reparou e foi para a sua sala. Minutos depois a secretária do Vicente aparece na sua sala a pedido dele. — Leve esses documentos para o setor jurídico e peça que analisem por favor! — Vicente entregou alguns papéis, mas a secretária balançou a cabeça, negando. — Sinto muito senhor... é que a Carmelita é responsável por isso, mas ela acabou de pedir o dia de folga, pois como o senhor viu, ela e o namorado brigaram e terminaram! Acho que nem consegue trabalhar hoje. — Vicente a olhou com curiosidade, debruçou o cotovelo sobre a mesa, e com a outra mão alternava em bater os dedos. — Sabe me dizer o motivo? — ele veio mais perto e perguntou mais baixo, agora. "— É que o cara não gasta um real com a coitada, o senhor acredita? — colocou a mão na cintura, jogou os cabelos para trás. — Caso um homem nunca comprou coisa alguma para uma mulher, então ele não a ama! — Vicente franziu a testa e depois acenou com a cabeça. — Você tem razão! Vou te dar um bónus no salário deste mês. — Sob o olhar duvidoso de secretária, Vicente saiu feliz e ligou para Anelise. " — Oi, Vicente! — Oi, Ane! Te acordei? — Não! Eu estava cuidando do Chico, mas pode falar! — Esse gato está cada vez mais folgado! — Quem vê, pensa que não gosta dele mais do que eu! — ela gargalha, e Vicente acaba sorrindo. — Ane, o que acha de ir ao Shopping? — Agora? — Sim, quase não tenho trabalho, e faz, tempo que não vamos! [Hum-hum] Vicente fecha a tela do computador para não ver a quantidade de e-mails pendentes. — Que ótimo! Vou adorar! — Daqui a pouco eu chego aí! Beijos! — Beijos! Após desligar o celular, ele deixa o trabalho de lado e vai buscar Anelise, que hoje vestiu um modelo que ela mesma desenhou e costurou na semana anterior, com uma calça Jogger Pink e um croped, usou um salto e pegou a sua bolsa predileta da prada, um modelo anterior ao último que lançou. Quando ele chegou a achou linda com o modelo exclusivo, gosta da autenticidade dela, e no carro eles sorriram ao notar que fazia sol, Anelise reparou que o clima daquela cidade jamais poderia ser deduzido. Vicente e ela começaram a olhar as lojas do Shopping Pátio Batel, entraram na Gucci, mas quando estavam saindo Anelise reparou que o Vicente parou onde estava, completamente hipnotizado, olhando fixamente para a escada rolante, e soltando a sacola que acabou de comprar na loja. Anelise então virou e Alicia estava lá. Desirê estava com ela, e as duas sorriam bastante. Alicia usava uma roupa caríssima, com uma bolsa da Gucci, tirou os óculos escuros e veio correndo na direção do Vicente, que ficou imóvel quando ela o abraçou e pulou nele, agarrando o seu pescoço e erguendo as pernas no corpo dele como se tivessem namorando. — Vicente! Não acredito que nos encontramos, acho que o destino conspira a nosso favor! Eu pensei que morreria de tanto que você fez falta! — Anelise se afastou sem graça, e Desirê debochava por trás do Vicente, era como se o seu olhar dissesse: “eu avisei!" Vicente não sabia o que fazer, a atitude de Alicia o deixou surpreso, e ele não retribuiu tudo aquilo, mas também não evitou. — Digamos que faz bastante tempo que você viajou, não é? Não me lembro de falar algo sobre isso durante todo esse tempo! — ela se afastou um pouquinho e começou a passar a mão no seu peitoral por cima da roupa, disfarçando que arrumava a sua gravata. — Ai, aconteceram tantas coisas, ainda vou te contar tudo! — sua feição era de coitada, mas o surpreendeu com um abraço expressivo e exagerado, e com isso a sua bolsa caiu, então Desirê atacou novamente: — Junte a bolsa dela! Recentemente fiz uns tratamentos de estética! — foi até Anelise e cochichou: — Custa mais que o carro novo que ganhou do Vicente! — soltou um sorriso de lado, com a cabeça erguida. — Ela que junte! Estou segurando uma bolsa muito cara, também tenho medo que caia! — Anelise respondeu devolvendo o deboche, então Vicente acabou juntando a bolsa meio aéreo. — Obrigada, meu lindo! Eu preciso ir, mas quero conversar com você em particular, tá? Te ligo de novo! — piscou e soltou o Vicente, enquanto Anelise se perguntava, “como assim, de novo? Então as duas mulheres saíram daquele andar, mas Vicente ficou completamente calado. No estacionamento havia uma adolescente vendendo doces, usava uma bolsa de pano e uma roupa rasgada, porém o seu sorriso e gentileza eram cativantes, então Anelise tirou as suas coisas e segurou nas mãos. — Ei! Pegue essa bolsa, pra você! Certamente combinará mais com o seu sorriso do que o meu! — a moça só faltou saltar de onde estava. — Caramba! Tem certeza, moça? Essa bolsa é maravilhosa! — seus olhos brilhavam, seu corpo chegou a ficar trêmulo com a alegria que sentiu. — Sim, tenho certeza! — a adolescente a agradeceu muito, e Vicente gostou da sua namorada ter o coração nobre. Eles foram para a casa e Anelise deu um espaço para Vicente, não questionou, nem julgou a sua atitude, pelo contrário... preparou um dos seus jantares preferidos, feijoada com couve e banana à milanesa com arroz. Passou o dia organizando, mas o seu sorriso morreu quando escutou ele numa ligação: — Está bem, Alicia! Eu irei jantar com você, me dê apenas meia hora! — buff, o seu adolescente vai sair com sua ex.CAPÍTULO 6 Anelise volta para a cozinha e retira os pratos da mesa, fecha as panelas e Vicente aparece, ele encosta o corpo na bancada a observando. — Ane eu vou precisar sair um pouco, tudo bem pra você? — ela o olha por alguns segundos, então responde: — Tudo bem! — Mas, em seguida, volta para a pia e começa a lavar os talheres e louças que continuam sujos. — Tem certeza que está tudo bem? — se aproximou dela, tocando o seu cabelo. — É apenas uma conversa com Alicia, eu nem iria se não fosse algo importante, você sabe não é? — continuou mexendo no cabelo até que ela o olhou. — Alicia disse que é urgente! Anelise cerrou lentamente os punhos e teve vontade de quebrar a louça no rosto do Vicente, mas quando viu o rosto dele, ela fechou os olhos e respirou fundo. — Tudo bem, não se preocupe! Pode ir tranquilo. — com um sorriso curto, ela voltou a lavar a louça. "— Está bem, eu volto logo! — puxou Anelise para um beijo, e deu um sorriso fraco.— Bye! — Mas assim que ele saiu, o sorri
CAPÍTULO 7 "— Sim! Eu acabei caindo, não devo estar muito bem! — ao ouvir a resposta de Alicia, Anelise ficou com as sobrancelhas franzidas, ela olhou para Alicia com atenção, depois ergueu os cantos da boca e riu, não reclamou? Anelise acabou sentando na mesinha de centro da sala e o Chico subiu no seu colo, ainda arrepiado para Alicia, que estava no chão." — Nossa, você deve tomar cuidado! Venha, sente-se um pouco! — Vicente ofereceu a mão e Alicia sentou no sofá, próxima de Anelise com o gato, que a observavam. Anelise esperava que Alicia falaria mal do gato, ou até tentasse deixar o Vicente contra ela, mas agora ela só parecia uma moça assustada, já que ficava olhando para ambos a cada segundo, com os olhos arregalados e um olhar que dava pena. “Será que você assustou a Alicia, gatinho?“ — Anelise se perguntava enquanto acariciava o Chico, que permaneceu arrepiado, e ainda para ajudar, Alicia começou a espirrar realmente com a alergia que tem aos pelos do bicho. [Atchim] — Saú
CAPÍTULO 08 — Ah, é... bom, Alicia derrubou café na camisa, e precisou usar o banheiro! — Vicente se atrapalhou um pouco para explicar, e se abaixou para pegar o telefone que havia caído. — Derrubou o café? — Anelise repetiu praticamente o que ele falou, ainda olhando para Alicia, que só então fez uma expressão de espanto, tentou cobrir os seios com os dedos abertos, abrindo a boca. — Oh! Me desculpem, eu nem percebi que saí assim, eu só queria algo para lavar a camisa, mas já estou saindo! — Alicia sai apressada sem esperar uma resposta de Anelise ou algo da parte de Vicente, e Anelise continua em silêncio, refletindo sobre a situação, enquanto olha para a parede vazia que Alicia estava. A secretária voltou de onde veio, dando passos para trás, quando percebeu a situação complexa que se formou. Vicente deu a volta na mesa e foi até Anelise, procurando as suas mãos para segurar. — Ane, eu disse a verdade, está bem? Alicia só veio conversar sobre uma matéria mentirosa nos jornais,
CAPÍTULO 9 Aquela pergunta ecoou pela mente de Anelise, “Vicente estava julgando a sua atitude sem saber?“ — Ela pensava, até que decidiu se defender: — Eu apenas segui as regras, não entendi a sua pergunta. O que ela falou pra você? — se afastou da parede e agora, pensando melhor, talvez Alicia tenha falado algo a mais do que realmente tenha acontecido. Vicente a olhou, soltou o ar e ficou de costas colocando a mão na cintura. — Alicia precisa de ajuda, Anelise! Como pode negar ajuda a alguém? — virou para falar isso a ela, e nos seus olhos, Anelise viu que ele estava chateado com ela, tinha uma expressão dura, estava vermelho e com o tom de voz mais alto, Anelise recuou o corpo para trás, a um passo. — Se ela passar mal eu não terei como saber, Vicente! Quando alguém começa o acompanhamento, ele já é instruído sobre isso, já vem do médico com o atestado, e nele diz quais tipos de exercícios o paciente está habilitado a fazer, não fui eu quem criou essa regra... — ela falou em t
CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 10 No restaurante, Alicia tinha uma expressão preocupada, seu olhar era mais intenso para Vicente. — Ai, Vi... estou tão preocupada, desde que cheguei só estou te dando trabalho! Essa história de ficarem nos fotografando juntos, é tudo por culpa minha! — ela chegou a colocar a mão no peito e fechar levemente os olhos. — Ei, não pense assim! Estou apenas te ajudando, essas pessoas que não devem ter o que fazer! — Alicia levou as mãos até o ombro de Vicente num impulso. — Vicente, pensa comigo... a sua carreira é incrível! Você fez um nome no mercado, já não te chamam pelo nome do seu pai, agora é um CEO reconhecido! Essas coisas podem estragar muito a sua reputação, precisamos resolver, mas vou te ajudar, fica tranquilo! Caso não der certo hoje, amanhã já tenho outro plano, porquê conheço muitas pessoas, tenho influência no mercado! — deu um leve sorriso — Lembrei de como éramos bons, juntos! As notícias sempre a seu favor, acho que é porquê o nível social é
CAPÍTULO 11 — Cuidar da Alicia? Mas, cuidar como? Me pareceu grandinha para precisar de “cuidados”! — Anelise questionou o pedido, aquilo não era normal, “o que Vicente pretendia?“ Vicente procurou uma forma de explicar: — Olha, a Alicia não está bem psicologicamente, está abalada, não pode trabalhar, então acaba ficando inquieta... — Onde você quer chegar, Vicente? — ele veio bem perto dela, sentando na cama. — Eu pensei em você levar ela para a academia... — Anelise o olhou com raiva e ele mudou o tom de voz. — Calma, é só para distrair, e nem é o dia todo, pode ser “umas, duas tardes”, nada de mais... — Não dá, Vicente! Lá é o meu trabalho, ela não tem um atestado, não vou poder ajudá-la. Me desculpe! — Anelise foi tentando puxar melhor a coberta e também meio que empurrando o Vicente dali, e ele acabou levantando. — Ane, ela tem leucemia! Me falou que vai cair os cabelos, não está numa boa fase, tenta entender! — Anelise não havia pensado nesse detalhe... é triste um tratam
CAPÍTULO 12 — Ah, é brincadeira! — Alicia sorriu sozinha, do nada, como se zombando do casal. — É que Anelise cuidou tanto, que acabei não fazendo nenhum exercício! — gargalhou e Vicente acabou sorrindo, segundos depois, demorou a entender a brincadeira de Alicia. Na verdade, estava satisfeito de saber que Anelise cuidou bem dela, embora Anelise não pensasse como ele, e apertasse os dentes na boca, Alicia estava passando dos limites. — Mas, amanhã você pode trazer o atestado, farei questão de te ajudar com os exercícios! — Anelise sorriu, debochada, já pensando em como trataria bem a “ex” do seu namorado, amanhã. Segurou na mão do Vicente e Alicia percebeu que estava sobrando, e enquanto Vicente ajudava Anelise entrar no carro com as flores, Alicia se lembrava que antes as flores eram dela, os cuidados de Vicente eram seus, e hoje lhe sobrou apenas uma carona, e com um funcionário dele. Sem mais o que fazer no estacionamento sozinha, Alicia entrou no carro e foi para a casa. Já,
CAPÍTULO 13 Alicia foi para a sua casa, irritada... Vicente estava diferente hoje, e Anelise se aproveitou. Decidiu que precisava pensar em algo, as coisas não saíram como ela esperava. Anelise terminou o seu expediente e então pegou o seu carro para ir embora, e quando estacionou no prédio onde mora, Vicente ligou novamente: — Oi Vicente! — Ane, você pode fazer um favor para mim? — Claro! Você comentou que hoje foi difícil! O que precisa? — Se puder vestir a roupa que deixei esticada na nossa cama, calçar os sapatos e as joias... — Só isso? — Ane estranhou, tirou o cinto e foi pegando a bolsa e a chave para descer. — Ah, não! Na verdade, tenho uma surpresa, preciso que venha até a casa dos meus pais, assim que estiver pronta... se puder, ficarei feliz! — Está bem! Vou fazer como pediu e logo estarei lá! — fechou o carro e foi entrando na portaria. — Ótimo! Vou te esperar lá dentro, só avise quando chegar! — Está bem!