CAPÍTULO 7
"— Sim! Eu acabei caindo, não devo estar muito bem! — ao ouvir a resposta de Alicia, Anelise ficou com as sobrancelhas franzidas, ela olhou para Alicia com atenção, depois ergueu os cantos da boca e riu, não reclamou? Anelise acabou sentando na mesinha de centro da sala e o Chico subiu no seu colo, ainda arrepiado para Alicia, que estava no chão." — Nossa, você deve tomar cuidado! Venha, sente-se um pouco! — Vicente ofereceu a mão e Alicia sentou no sofá, próxima de Anelise com o gato, que a observavam. Anelise esperava que Alicia falaria mal do gato, ou até tentasse deixar o Vicente contra ela, mas agora ela só parecia uma moça assustada, já que ficava olhando para ambos a cada segundo, com os olhos arregalados e um olhar que dava pena. “Será que você assustou a Alicia, gatinho?“ — Anelise se perguntava enquanto acariciava o Chico, que permaneceu arrepiado, e ainda para ajudar, Alicia começou a espirrar realmente com a alergia que tem aos pelos do bicho. [Atchim] — Saúde! — Anelise falou por educação, como aprendeu em Guarapuava, a sua cidade natal. — Bom, vejo que a sua alergia voltou, é melhor ir para a casa! — Vicente disse e levantou, então virou para Anelise. — Eu já volto, ok? Não demoro! — Está bem! — Anelise respondeu e ficou ali sentada por um tempo, mesmo depois que eles saíram. — As coisas ficaram estranhas, você não acha, Chico? — falou com o gato, que agora se esticou tranquilo no seu colo. Vicente foi com o carro dele, e levou Alicia até em casa, o percurso não era longo. A casa da família dela era bonita, tinha um jardim bem cuidado e uma boa arquitetura, embora não ficasse num bairro nobre. Ele a acompanhou até a varanda e tirou o dinheiro,, dos bolsos. — Faça o tratamento que precisar, está bem? Tudo o que faltar você me avisa, eu vou sacar mais, amanhã. O importante é que você fique bem e se cuide! — o olhar de Alicia era brilhante, porém, quando ela pegou o dinheiro, o seu semblante parecia mais triste. — Não quero ser um incômodo, pra você... — abaixou o rosto e também as mãos, encostando as notas de cem e duzentos reais no corpo, suspirando mais forte. — Ai... — Ah, imagine! Você sabe que para mim o dinheiro não é problema. Ficarei feliz em ajudar! — Vicente colocou as mãos sobre os ombros dela, que na mesma hora sentiu que havia alguma esperança. Alicia ficou olhando para ele, então ergueu os pés e levou os braços até o pescoço de Vicente, tentando um beijo, mas ele percebeu a sua intenção e virou o rosto, se desprendendo do abraço dela. — Alicia, não misture as coisas! Eu estou com a Ane, o que existia entre nós, já passou! — ela abaixou a cabeça envergonhada, e se afastou. — Desculpe, você tem razão! É que quando fico perto de você... — suspirou forte. — Eu acabo perdendo o controle! — Vicente deu um passo para trás e aproveitou o momento para se despedir, então voltou pra casa, pensando no que tinha acontecido. Já no apartamento, percebeu que Anelise ainda estava acordada, deitada na cama. Ele sentou perto dela para conversar: — Ane... sobre a Alicia, eu espero que você não se importe que eu a ajude! Ela está com leucemia, e não tem dinheiro para um tratamento imediato, então vou cuidar disso pessoalmente, tudo bem? — Anelise o observa, e agora percebeu que não sabia muito sobre Alicia. — Nossa, Leucemia é grave! — parou para pensar. — Sim, por isso pensei em ajudar, se não tiver problema pra você! — ela lembrou da cena com o gato, mas logo depois pensou sobre a Leucemia, então decidiu apenas observar por enquanto. — Tudo bem... — deu um sorriso leve e se esticou melhor na cama. — Obrigado! Prometo que não vou misturar nada, ela já ficou no passado, ok? — Anelise assentiu e ele deu um beijo em sua testa. Uma noite tranquila passou.... Quando entrou na empresa, logo de cara percebeu olhares estranhos sobre ele. Uma senhorinha do recursos humanos até disse uma frase esquisita: — Esses homens de hoje em dia são muito sem vergonhas, mesmo! — Vicente teve vontade de mostrar o dedo do meio, mas ficaria feio para a sua figura de CEO, então se conteve, e depois do corredor virou de costas, “velha chata!“ — Mostrou o dedo pra ela, mas infelizmente, ela já não podia mais vê-lo. Quando entrou na sua sala, sentou irritado em sua cadeira e suspirou pensando, “que merda foi aquela?“ — Chamou a secretária: — Você pode me dizer o que está acontecendo lá fora? Tive a impressão de que falavam de mim! — a secretária estava com muitas pastas em mãos, deu uma encarada no chefe, e então do meio das pastas, tirou vários jornais, o encarando provocativa. “Grande CEO Vicente Cardoso: — Flagrado com a “ex namorada”, num restaurante conceituado, ontem a noite!“ “— CEO Vicente Cardoso tem encontro secreto com “ex namorada” no restaurante Madalosso! Há indícios de traição da parte dele, [já que as fotos evidenciam que claramente, ele segura nas mãos de Alicia Verner!]“ — Que droga, é essa? — ele levanta e solta os jornais na mesa, irritado. — Bom... O senhor perguntou... — a secretária levantou os ombros, interrogativa, e eles foram interrompidos com a entrada surpresa de Alicia, que entrou como um furacão no local, fazendo a secretária quase se perder com o salto alto que usava. — Vicente! Você já viu isso? — ela o beija no rosto, mostra os jornais que leu, e senta na cadeira a sua frente, parecendo chocada. — Eu acabei de ver, achei um absurdo! — Alicia então começa a contar as suas teorias, pede licença para a secretária, e pede para que traga um café. — Podemos pedir para o seu assistente ligar nesses jornais e resolver isso, lhes dar dinheiro, talvez... eles precisam retirar isso, pode te prejudicar! — Alicia disse, e eles conversaram sobre isso até que a secretária entrou com o café. Vicente ajudou Alicia a se servir, mas a cada segundo ela parecia mais agitada e preocupada com a situação, até que acabou derrubando café na sua camisa branca. — Caramba, você se queimou? — ele se aproximou e viu que caiu sobre os seios dela. — Não, mas acho que vou precisar ver isso... — Lá tem um banheiro! — apontou para o banheiro da sua sala. — Obrigada! — Alicia se levantou e Vicente pegou o telefone para ligar para a secretária; precisava que alguém fizesse a limpeza. Ele segura o aparelho, mas quando percebe que Anelise está entrando pela porta, o objeto salta de sua mão e tenta segurar, mas com o susto cai no chão. — Oi amor! Vim buscar um documento que ficou na sua carteira! — Anelise disse quando o viu, se aproxima, mas percebe a inquietação do namorado, então ele dá um pulo maior, colocando a mão no peito, quando ouve a voz da Alicia que aparece apenas de sutiã do seu banheiro. “Puta que pariu!“ — Pensa e acaba sentando em sua cadeira, mal conseguia respirar. — Vi... — Alicia praticamente sussurra e Anelise cruza os braços, com o cenho franzido. — O que está acontecendo aqui?CAPÍTULO 08 — Ah, é... bom, Alicia derrubou café na camisa, e precisou usar o banheiro! — Vicente se atrapalhou um pouco para explicar, e se abaixou para pegar o telefone que havia caído. — Derrubou o café? — Anelise repetiu praticamente o que ele falou, ainda olhando para Alicia, que só então fez uma expressão de espanto, tentou cobrir os seios com os dedos abertos, abrindo a boca. — Oh! Me desculpem, eu nem percebi que saí assim, eu só queria algo para lavar a camisa, mas já estou saindo! — Alicia sai apressada sem esperar uma resposta de Anelise ou algo da parte de Vicente, e Anelise continua em silêncio, refletindo sobre a situação, enquanto olha para a parede vazia que Alicia estava. A secretária voltou de onde veio, dando passos para trás, quando percebeu a situação complexa que se formou. Vicente deu a volta na mesa e foi até Anelise, procurando as suas mãos para segurar. — Ane, eu disse a verdade, está bem? Alicia só veio conversar sobre uma matéria mentirosa nos jornais,
CAPÍTULO 9 Aquela pergunta ecoou pela mente de Anelise, “Vicente estava julgando a sua atitude sem saber?“ — Ela pensava, até que decidiu se defender: — Eu apenas segui as regras, não entendi a sua pergunta. O que ela falou pra você? — se afastou da parede e agora, pensando melhor, talvez Alicia tenha falado algo a mais do que realmente tenha acontecido. Vicente a olhou, soltou o ar e ficou de costas colocando a mão na cintura. — Alicia precisa de ajuda, Anelise! Como pode negar ajuda a alguém? — virou para falar isso a ela, e nos seus olhos, Anelise viu que ele estava chateado com ela, tinha uma expressão dura, estava vermelho e com o tom de voz mais alto, Anelise recuou o corpo para trás, a um passo. — Se ela passar mal eu não terei como saber, Vicente! Quando alguém começa o acompanhamento, ele já é instruído sobre isso, já vem do médico com o atestado, e nele diz quais tipos de exercícios o paciente está habilitado a fazer, não fui eu quem criou essa regra... — ela falou em t
CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 10 No restaurante, Alicia tinha uma expressão preocupada, seu olhar era mais intenso para Vicente. — Ai, Vi... estou tão preocupada, desde que cheguei só estou te dando trabalho! Essa história de ficarem nos fotografando juntos, é tudo por culpa minha! — ela chegou a colocar a mão no peito e fechar levemente os olhos. — Ei, não pense assim! Estou apenas te ajudando, essas pessoas que não devem ter o que fazer! — Alicia levou as mãos até o ombro de Vicente num impulso. — Vicente, pensa comigo... a sua carreira é incrível! Você fez um nome no mercado, já não te chamam pelo nome do seu pai, agora é um CEO reconhecido! Essas coisas podem estragar muito a sua reputação, precisamos resolver, mas vou te ajudar, fica tranquilo! Caso não der certo hoje, amanhã já tenho outro plano, porquê conheço muitas pessoas, tenho influência no mercado! — deu um leve sorriso — Lembrei de como éramos bons, juntos! As notícias sempre a seu favor, acho que é porquê o nível social é
CAPÍTULO 11 — Cuidar da Alicia? Mas, cuidar como? Me pareceu grandinha para precisar de “cuidados”! — Anelise questionou o pedido, aquilo não era normal, “o que Vicente pretendia?“ Vicente procurou uma forma de explicar: — Olha, a Alicia não está bem psicologicamente, está abalada, não pode trabalhar, então acaba ficando inquieta... — Onde você quer chegar, Vicente? — ele veio bem perto dela, sentando na cama. — Eu pensei em você levar ela para a academia... — Anelise o olhou com raiva e ele mudou o tom de voz. — Calma, é só para distrair, e nem é o dia todo, pode ser “umas, duas tardes”, nada de mais... — Não dá, Vicente! Lá é o meu trabalho, ela não tem um atestado, não vou poder ajudá-la. Me desculpe! — Anelise foi tentando puxar melhor a coberta e também meio que empurrando o Vicente dali, e ele acabou levantando. — Ane, ela tem leucemia! Me falou que vai cair os cabelos, não está numa boa fase, tenta entender! — Anelise não havia pensado nesse detalhe... é triste um tratam
CAPÍTULO 12 — Ah, é brincadeira! — Alicia sorriu sozinha, do nada, como se zombando do casal. — É que Anelise cuidou tanto, que acabei não fazendo nenhum exercício! — gargalhou e Vicente acabou sorrindo, segundos depois, demorou a entender a brincadeira de Alicia. Na verdade, estava satisfeito de saber que Anelise cuidou bem dela, embora Anelise não pensasse como ele, e apertasse os dentes na boca, Alicia estava passando dos limites. — Mas, amanhã você pode trazer o atestado, farei questão de te ajudar com os exercícios! — Anelise sorriu, debochada, já pensando em como trataria bem a “ex” do seu namorado, amanhã. Segurou na mão do Vicente e Alicia percebeu que estava sobrando, e enquanto Vicente ajudava Anelise entrar no carro com as flores, Alicia se lembrava que antes as flores eram dela, os cuidados de Vicente eram seus, e hoje lhe sobrou apenas uma carona, e com um funcionário dele. Sem mais o que fazer no estacionamento sozinha, Alicia entrou no carro e foi para a casa. Já,
CAPÍTULO 13 Alicia foi para a sua casa, irritada... Vicente estava diferente hoje, e Anelise se aproveitou. Decidiu que precisava pensar em algo, as coisas não saíram como ela esperava. Anelise terminou o seu expediente e então pegou o seu carro para ir embora, e quando estacionou no prédio onde mora, Vicente ligou novamente: — Oi Vicente! — Ane, você pode fazer um favor para mim? — Claro! Você comentou que hoje foi difícil! O que precisa? — Se puder vestir a roupa que deixei esticada na nossa cama, calçar os sapatos e as joias... — Só isso? — Ane estranhou, tirou o cinto e foi pegando a bolsa e a chave para descer. — Ah, não! Na verdade, tenho uma surpresa, preciso que venha até a casa dos meus pais, assim que estiver pronta... se puder, ficarei feliz! — Está bem! Vou fazer como pediu e logo estarei lá! — fechou o carro e foi entrando na portaria. — Ótimo! Vou te esperar lá dentro, só avise quando chegar! — Está bem!
CAPÍTULO 14 Anelise ficou imóvel, a sua sogra a segurou pelo braço, pois teve receio que caísse. Alicia sorriu com tantos flashes, até fez uma postura melhor, enquanto ninguém se manifestou e falou nada a respeito. Mas nunca foi essa a intenção de Vicente, e na sua visão, não poderia ter dado mais errado, então interviu: — Nada disso! A futura senhora Cardoso se chama Anelise, e está bem ali! — Vicente se atravessou e andou até Anelise, segurando na sua mão e dando um beijo suave. Agora todos olhavam para ela, eram muitas pessoas bem vestidas, e a grande parte com câmeras, filmando e fotografando, Anelise ainda estava imóvel, pensando em como se comportar numa situação como aquela, seus olhos corriam para todos os lados. — Então, os boatos que voltou com Alicia Verner, não eram verdadeiros? — um deles perguntou, levando o microfone até Vicente, e todos esperavam para gravar a resposta, já que todos os jornais locais, diziam ser verdade. Anelise sentiu a mão de Vicente segurando fi
CAPÍTULO 15 A mesa estava esplêndida, Anelise nunca viu algo tão bonito e sofisticado, os sogros sentados do outro lado da mesa, e então Vicente se abaixou mostrando o anel de noivado que estava numa caixinha e Anelise sorriu satisfeita. No instante seguinte ela sentiu a sua vista arder pelos flashes das câmeras fotográficas, “de onde haviam aparecido tantos repórteres, se Vicente os havia espantado?“ — pensava, Anelise. Os pais de Vicente se levantaram e disfarçadamente foram resolvendo a situação, convidando-os a se retirar para o lado externo que também era amplo, e até mesmo, alguns decidiram irem embora. — É lindo! — Anelise comentou quando Vicente colocou o anel no dedo dela. — Em breve veremos uma data para marcarmos o casamento, e se você quiser, podemos fazer uma festa de noivado! — Anelise sorriu, acariciando o belo anel que ela sabia que deveria custar uma fortuna, encarando Vicente e pensando que daria tudo certo. [Hum-hum!] Algué