CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 10 No restaurante, Alicia tinha uma expressão preocupada, seu olhar era mais intenso para Vicente. — Ai, Vi... estou tão preocupada, desde que cheguei só estou te dando trabalho! Essa história de ficarem nos fotografando juntos, é tudo por culpa minha! — ela chegou a colocar a mão no peito e fechar levemente os olhos. — Ei, não pense assim! Estou apenas te ajudando, essas pessoas que não devem ter o que fazer! — Alicia levou as mãos até o ombro de Vicente num impulso. — Vicente, pensa comigo... a sua carreira é incrível! Você fez um nome no mercado, já não te chamam pelo nome do seu pai, agora é um CEO reconhecido! Essas coisas podem estragar muito a sua reputação, precisamos resolver, mas vou te ajudar, fica tranquilo! Caso não der certo hoje, amanhã já tenho outro plano, porquê conheço muitas pessoas, tenho influência no mercado! — deu um leve sorriso — Lembrei de como éramos bons, juntos! As notícias sempre a seu favor, acho que é porquê o nível social é o mesmo do meu, a minha família também é um pouco conhecida! — Obrigado, Alicia, mas isso não importa, a classe é apenas um detalhe! Mas, fique tranquila quanto a isso, vou resolver! — Você é realmente um homem incrível! — Vicente disfarçou e colocou a mão de Alicia na mesa novamente. — Se preocupe com você, agora, seu tratamento... — Alicia percebeu que Vicente mudou o assunto, então começou a contar os detalhes sobre a doença, que deixaram ele para baixo, não parecia justo um câncer atacar alguém daquela maneira, ele sentiu compaixão de Alicia, gostaria de fazer mais para ajudá-la. — Talvez eu fique sem cabelos! — ela falou, e levou a mão a cabeça, segurando os belos e escovados fios nas mãos... ele teve pena, mas brincou para não desmotivar a moça. — Não tem problema. Usará uma peruca de cor diferente todos os dias! — sorriu levemente e ela também. — Eu prometo cuidar de você, Alicia! — ele a olhou e nesse momento se lembrou que ficou perto demais, afinal, era comprometido e estava prestes a noivar. — Obrigada, Vi... — ele soltou a mão dela e olhou para os lados. — Pelo visto o jornalista deu os canos na gente! Quer comer alguma coisa? — Sim, o nhoque de batatas daqui é esplêndido! — Vicente chamou o garçom e pediu dois pratos iguais, e Alicia percebeu que o garçom comentou algo sobre ela e zombou secretamente, mas não entendeu o que era. Eles jantaram e Alicia ficou encarando o garçom com raiva. — Eu vou ao banheiro e já volto! — Vicente avisou e Alicia levantou a mão, chamando aquele garçom. — Mais alguma coisa, senhora? — ele assumiu a sua postura. — Quero que embale as sobremesas que acabou de trazer! — Sim, senhora! — o garçom saiu e logo voltou com um recipiente, mas quando estava segurando o prato que havia a sobremesa, Alicia puxou a toalha poucos centímetros, por baixo da mesa e de forma rápida, então um vaso caríssimo que havia em cima caiu no chão, partindo em pedacinhos. — Eu não sei como... eu... eu sinto muito, senhora! — o garçom falou, tentando juntar os cacos rapidamente, então quando estava abaixado, Alicia falou baixinho: — Que absurdo! Você terá que pagar por isso! Não tem a conduta mínima de um garçom, é um inútil! — Peço desculpas! Esse vaso é tão caro, não sei como vou fazer, agora... — Se vira! E, não ouse negar nada, porque posso abrir reclamação sobre você! Sou Alicia Verner, seu idiota! Posso destruir a sua imagem e a do restaurante, então não mexa comigo, e limpe isso imediatamente! — o garçom continuou juntando os cacos, apavorado e chegou a cortar a mão, então Vicente chegou. — O que aconteceu, aqui? — Alicia mudou completamente a sua feição e a sua voz, quase falando de maneira infantil. — Nossa, Vi! Esse bom moço não teve culpa, o vaso praticamente caiu sozinho, talvez seja o vento! Precisamos ajudá-lo, por favor! Não deixe que o demitam ou o façam pagar um preço tão alto, custaria o seu salário do mês, provavelmente tem família e... — Calma, Alicia... está tudo bem! Nossa, você tem um coração tão bonito, é claro que vamos ajudá-lo, os custos serão por minha conta! — Alicia sorriu de forma meiga, enquanto aquele garçom nem piscava, assustado com o comportamento de Alicia. — Obrigada, Vi... — Ela sorriu parcialmente, então Vicente entregou um guardanapo ao garçom e foi imediatamente resolver a situação. Enquanto isso, Alicia se aproximou ao levantar. — Isso foi apenas um aviso! Da próxima vez, posso fazer muito melhor! — sorriu de forma fria, e o garçom não abriu a boca para falar nada. Depois disso o Vicente a levou para casa. No caminho resolveu passar no bar Santa Marta comprar uma bebida que aprecia, e quando estava saindo estranhou um comentário: — É melhor comprar presentes novos para Anelise... ela ligou aqui, já sabe que saiu com outra! — Vicente virou as costas olhando para a pessoa que falou aquilo, e logo ouviu alguém repreendendo a adolescente, filha da gerente do bar. — Que isso, menina? Não fale da vida pessoal dos clientes! — a mulher deu um leve tapa no braço da adolescente, mas Vicente só pensava no que ouviu antes, e precisou perguntar: — Anelise ligou aqui? — franziu a testa, esperando a resposta. — Sim, queria saber de você! Mas, durante a ligação ela viu a notícia na Tribuna, então nem precisamos dizer mais nada... afinal, somos muito discretos, aqui. — Vicente olhou para os outros, então virou as costas e foi embora dali, talvez a mulher tivesse razão, ele deveria agradar mais à noiva que o esperava no apartamento. Ainda havia um shopping aberto, Vicente passou por lá e comprou coisas novas para Anelise, então foi depressa para o apartamento, e a encontrou dormindo com o gato no sofá. Ele pegou o Chico e o colocou na sua cama, então também fez o mesmo com Anelise que acabou acordando no colo dele. — Vicente? — ela estranhou estar ali, olhou para o chão, ainda estava com um pouco de tontura, então encostou no seu corpo meio sonolenta, Vicente a amparou. — Calma, já vou te colocar na cama! — assim que se deitou, observou Vicente saindo do quarto, mas agora o sono parecia estar passando, então ela se sentou, aproximou as pernas do corpo as abraçando, ela abria e fechava os olhos, ainda bocejando. Vicente voltou cheio de sacolas, Anelise até deu um sorriso leve, “aquele homem nunca se cansaria de lhe dar presentes?“ — Pensou ela ao lembrar que nem havia aberto as sacolas que ganhou a tarde. — Comprei umas coisas pra você, espero que goste! — ela arregalou os olhos quando viu que tinha até joias novas, pelas marcas das embalagens que estavam naquelas sacolas, tão chiques que ela já conhecia. — Ah, obrigada! Não precisa ficar me dando presentes, o meu aniversário já passou, esqueceu? — ela brincou, com um leve sorriso e ele também sorriu, sentando ao seu lado na cama. — Sabe que adoro comprar presentes, sempre fui assim! — tocou no cabelo dela e depois jogou, brincando. Ele voltou para a casa e tudo parecia estar leve, “ele não estaria chateado, comigo?“ — Anelise se perguntava, pois ele nem havia esperado respostas dela, antes... saiu sem que ela explicasse. Vicente não tocou no assunto, mas para Anelise era importante resolver as coisas, então antes de abrir as sacolas, ela voltou ao assunto: — Sobre Alicia, eu... — Ane, esqueça aquele assunto, ok? — ele sorriu e ela também, sentindo um alívio dele ter pensado melhor nas coisas, relaxou as costas, encostando melhor nos travesseiros, e tocou a mão dele. — Obrigada... — Eu só gostaria de te pedir uma coisa, uma bem simples, na verdade... — Que coisa? — arqueou as sobrancelhas, estranhando. — Pode “cuidar” da Alicia por alguns dias? — ela abriu a boca em estado de choque e soltou a mão dele, “droga! O que eu faço, agora?“CAPÍTULO 11 — Cuidar da Alicia? Mas, cuidar como? Me pareceu grandinha para precisar de “cuidados”! — Anelise questionou o pedido, aquilo não era normal, “o que Vicente pretendia?“ Vicente procurou uma forma de explicar: — Olha, a Alicia não está bem psicologicamente, está abalada, não pode trabalhar, então acaba ficando inquieta... — Onde você quer chegar, Vicente? — ele veio bem perto dela, sentando na cama. — Eu pensei em você levar ela para a academia... — Anelise o olhou com raiva e ele mudou o tom de voz. — Calma, é só para distrair, e nem é o dia todo, pode ser “umas, duas tardes”, nada de mais... — Não dá, Vicente! Lá é o meu trabalho, ela não tem um atestado, não vou poder ajudá-la. Me desculpe! — Anelise foi tentando puxar melhor a coberta e também meio que empurrando o Vicente dali, e ele acabou levantando. — Ane, ela tem leucemia! Me falou que vai cair os cabelos, não está numa boa fase, tenta entender! — Anelise não havia pensado nesse detalhe... é triste um tratam
CAPÍTULO 12 — Ah, é brincadeira! — Alicia sorriu sozinha, do nada, como se zombando do casal. — É que Anelise cuidou tanto, que acabei não fazendo nenhum exercício! — gargalhou e Vicente acabou sorrindo, segundos depois, demorou a entender a brincadeira de Alicia. Na verdade, estava satisfeito de saber que Anelise cuidou bem dela, embora Anelise não pensasse como ele, e apertasse os dentes na boca, Alicia estava passando dos limites. — Mas, amanhã você pode trazer o atestado, farei questão de te ajudar com os exercícios! — Anelise sorriu, debochada, já pensando em como trataria bem a “ex” do seu namorado, amanhã. Segurou na mão do Vicente e Alicia percebeu que estava sobrando, e enquanto Vicente ajudava Anelise entrar no carro com as flores, Alicia se lembrava que antes as flores eram dela, os cuidados de Vicente eram seus, e hoje lhe sobrou apenas uma carona, e com um funcionário dele. Sem mais o que fazer no estacionamento sozinha, Alicia entrou no carro e foi para a casa. Já,
CAPÍTULO 13 Alicia foi para a sua casa, irritada... Vicente estava diferente hoje, e Anelise se aproveitou. Decidiu que precisava pensar em algo, as coisas não saíram como ela esperava. Anelise terminou o seu expediente e então pegou o seu carro para ir embora, e quando estacionou no prédio onde mora, Vicente ligou novamente: — Oi Vicente! — Ane, você pode fazer um favor para mim? — Claro! Você comentou que hoje foi difícil! O que precisa? — Se puder vestir a roupa que deixei esticada na nossa cama, calçar os sapatos e as joias... — Só isso? — Ane estranhou, tirou o cinto e foi pegando a bolsa e a chave para descer. — Ah, não! Na verdade, tenho uma surpresa, preciso que venha até a casa dos meus pais, assim que estiver pronta... se puder, ficarei feliz! — Está bem! Vou fazer como pediu e logo estarei lá! — fechou o carro e foi entrando na portaria. — Ótimo! Vou te esperar lá dentro, só avise quando chegar! — Está bem!
CAPÍTULO 14 Anelise ficou imóvel, a sua sogra a segurou pelo braço, pois teve receio que caísse. Alicia sorriu com tantos flashes, até fez uma postura melhor, enquanto ninguém se manifestou e falou nada a respeito. Mas nunca foi essa a intenção de Vicente, e na sua visão, não poderia ter dado mais errado, então interviu: — Nada disso! A futura senhora Cardoso se chama Anelise, e está bem ali! — Vicente se atravessou e andou até Anelise, segurando na sua mão e dando um beijo suave. Agora todos olhavam para ela, eram muitas pessoas bem vestidas, e a grande parte com câmeras, filmando e fotografando, Anelise ainda estava imóvel, pensando em como se comportar numa situação como aquela, seus olhos corriam para todos os lados. — Então, os boatos que voltou com Alicia Verner, não eram verdadeiros? — um deles perguntou, levando o microfone até Vicente, e todos esperavam para gravar a resposta, já que todos os jornais locais, diziam ser verdade. Anelise sentiu a mão de Vicente segurando fi
CAPÍTULO 15 A mesa estava esplêndida, Anelise nunca viu algo tão bonito e sofisticado, os sogros sentados do outro lado da mesa, e então Vicente se abaixou mostrando o anel de noivado que estava numa caixinha e Anelise sorriu satisfeita. No instante seguinte ela sentiu a sua vista arder pelos flashes das câmeras fotográficas, “de onde haviam aparecido tantos repórteres, se Vicente os havia espantado?“ — pensava, Anelise. Os pais de Vicente se levantaram e disfarçadamente foram resolvendo a situação, convidando-os a se retirar para o lado externo que também era amplo, e até mesmo, alguns decidiram irem embora. — É lindo! — Anelise comentou quando Vicente colocou o anel no dedo dela. — Em breve veremos uma data para marcarmos o casamento, e se você quiser, podemos fazer uma festa de noivado! — Anelise sorriu, acariciando o belo anel que ela sabia que deveria custar uma fortuna, encarando Vicente e pensando que daria tudo certo. [Hum-hum!] Algué
CAPÍTULO 16 Desirê percebeu que a situação complicaria, praticamente empurrou a mãe de Alicia e também Anelise, aparecendo na frente de Vicente quase sem ar. — O que acontece é que Anelise é muito gente boa, e insistiu para que Alicia provasse o anel, mas ele acabou caindo. A gente estava procurando, mas não se preocupe. — elevou a mão a frente do corpo, como se dissesse para ele se acalmar. — É que já foi encontrado! — Anelise começou a tossir. [Cof-cof] Ela se perguntava quando foi que aquilo aconteceu, se ela não sabia? Olhou para Desirê de sobrancelhas levantadas, e a mesma sorria grande, agora para Anelise. Anelise decidiu falar, mas ela mal abriu a boca e Alicia a cortou: — Ah, a culpa foi minha! Anelise foi tão gentil, e acabei derrubando o anel no chão. — ela tinha uma cara de tristeza, até mesmo uma expressão de dor, que Vicente até se preocupou se ela estava bem. — Calma, Alicia! Você está bem? — perguntou para a ex, e então Anelise viu que não importava dizer a verda
CAPÍTULO 17 — Você é o filho do Thomas, não é? Thomas Braga? — Emanuel perguntou a Vagner, após reparar o seu cabelo ruivo como o do empresário, “mudando o assunto”, e agora todos olhavam para o jovem. — Sim! — Nossa! Eu e o seu pai participamos da mesma reunião, essa semana, de um projeto beneficente, ele tem planos bons a respeito disso! — todos sorriram e o clima ficou descontraído. — Sente-se rapaz! — Sim, cara! Sente-se aí! — Vicente falou, mas Vagner negou. — Não se preocupem comigo! — Vocês são amigos há tempos, né? Eu havia esquecido, acho que estou ficando velho! — sorriu. — Eu e Vicente estudamos juntos, a Alicia também conheço, muito bacana e vem dessa família, ótima! — apontou para a dona Eunice, mas foi só pronunciar o nome de Alicia, que os pais do Vicente voltaram a ficar sérios. — Mas eu não quero atrapalhar a negociação, podem continuar aí! — ergueu as mãos, levando o corpo para trás, estava muito animado hoje. — Bom,
CAPÍTULO 18 Assim que a situação toda se resolveu, e as pessoas já haviam se afastado, Vicente chamou Anelise para ir embora. — Nossa! Estou mesmo, exausta! Ainda preciso acordar cedo, amanhã! — Anelise disse com um sorriso cansado e reparou que aquele rapaz não saía de perto de Vicente, mas agora a observava. — Bom, eu também estou indo! Foi um prazer te conhecer mais de perto, o Vicente tem sorte! — Vagner disse com tom de zombaria, jogando o corpo para trás, e dando um leve tapa no ombro do amigo, então os três caíram na risada. — Obrigado por vir, Vagner! — Vicente agradece e eles se despedem do amigo. Quando o casal vai se despedir dos pais, Vagner ainda fica olhando para Anelise de longe, “seria interessante se aproximar dela...“ — ele pensa antes de sair. Após saírem daquele local, eles vão para o apartamento, já estavam cansados demais. — Gostou da noite? — Vicente pergunta para Anelise, envolvendo os braços na cintura dela de forma mais firme, e ela sorri o encarando ma