CAPÍTULO 19 — Ele me deu um beijo no rosto, nada demais, ou tão diferente de outros convidados que fizeram isso, ontem! — Anelise deu uma pausa, estava falando apressadamente. — Na verdade... — Porra, Anelise! Deu um trabalho imenso aquele evento de ontem! Passei o dia todo programando, fiquei cansado, e olha só... agora devem me achar um idiota! — ela colocou a mão à frente do corpo indo até ele, encostando no seu peito. — O quê? — Olhou pra ele, tentando mostrar o quanto estava equivocado. — Não, claro que não! Eu não fiz nada demais, são mentiras! — Anelise ficou decepcionada, além de claramente não ser ciúmes, Vicente estava colocando a culpa nela e ainda reclamando do que fez no dia anterior, “como se eu tivesse pedido para ele realizar aquele evento!“ — pensou irritada. Porém, agora ela ainda teria que provar a sua inocência, não fez nada do que tivesse que se envergonhar. Ela pressionou as mãos no seu peito, tentando explicar, embora ele nem ouvisse. — Pag
CAPÍTULO 20 — Está bem, vou te levar em casa! — Vicente cedeu, e Alicia deu um leve sorriso, embora seu corpo estivesse vibrando por conseguir levá-lo até a sua casa. — Obrigada, Vi... a minha cabeça está girando! — Alicia se esticou no banco enquanto Vicente resolvia tudo com o seguro, e o tempo foi passando. Quando terminou, ele ainda precisou levantar Alicia do banco, a ex estava mole, Vicente ficou mais preocupado. Colocou ela no seu carro. — Vamos para um hospital, imediatamente! Você precisa de um médico! — Alicia arregalou os olhos e ergueu a cabeça. — De forma alguma! Eu já te incomodei demais por hoje, sem contar que amanhã cedo tenho consulta agendada e o doutor vai verificar tudo! Eu só preciso que fique comigo um pouco, acho que foi a aula cansativa da Anelise que me deixou assim, e também o... — Levou o atestado para a Ane? — Vicente a cortou. — Sim, mas... — Então fica tranquila! Se o médico permitiu, pode confiar... a Ane é a
CAPÍTULO 21 Vagner estava saindo de outra conveniência com o amigo dele, e também de Vicente, “o Maurício”. Estranhou ver o carro a sua frente, “conheço esse carro...“ — pensou, pois ele estava olhando fixamente, quando Anelise chegou nele no dia da festa e do anúncio de noivado de Vicente e ela. — É o carro da noiva do Vicente! — Vagner comentou com Maurício. — É? Provavelmente entrou na... — Maurício parou de falar, na mesma hora que se aproximaram do carro e viram Anelise caída no chão. — Caramba! Aconteceu alguma coisa, precisamos tentar acordá-la! — Vagner disse, se abaixou tentando levantar Anelise que estava desmaiada. — Ela não acorda, e agora? — Maurício questionou e se esticou para pegar um celular que estava no chão, já que ele está acima do peso. — Acho que esse celular é dela! Mas está desligado e deve ter senha! — Eu não vou esperar, vamos levar Anelise no hospital, pode ser grave. Você me ajuda? — um olhou para o outro.
CAPÍTULO 22 — Encontramos Anelise caída na rua, nada além disso! — Vagner explicou quando viu o olhar diferente de Vicente, que após isso, levantou do nada, virou para os colegas, pensativo. — Eu não entendi o que aconteceu ontem, sabia? Porquê apareceu na academia e ficou abraçando a minha noiva? — Vicente questionou, ele foi bem perto de Vagner, que sorriu de leve, arrumando o cabelo. — Então, ela comentou? Estou precisando de uma ótima personal, já estou indo atrás de um atestado para começar! — Vagner respondeu calmamente, pegou o álcool em gel e passou nas mãos. — Me chantagearam, Vagner! Ficou sabendo disso? — Vicente olhava irritado para o colega, que percebeu que estava nervoso, “Mas, será que era por Anelise?“ — Vagner pensava. — Não sei... como assim? — Vagner franziu a testa, mas Vicente lembrou o que veio fazer e ignorou os amigos, se voltando para Anelise. — Ane, o seu sangue é “O” negativo, não é? — Sim, porquê? — Anelise sentiu as mãos de Vicente segurando as
CAPÍTULO 23 — Grávida? — perguntou para o médico. — Sim! Ainda está no início, tem seis semanas, aproximadamente, pela contagem de hcg no sangue! Vou prescrever alguns medicamentos, pois episódios como os de hoje, não podem de forma alguma voltar a acontecer... você precisa se alimentar mais vezes, porções pequenas, mas não pule refeições! Também deve tomar os remédios corretamente... — O médico ia falando e Anelise levou a mão até a barriga, estava parando de tremer, ela enfim, teria o bebê que sonhava em ter, já conseguia visualizar as mãozinhas, os pezinhos, a sua mente a levou longe, imaginando qual a sensação de sentir os primeiros movimentos e os famosos chutes. — No restante eu estou saudável, doutor? — Anelise esqueceu tudo a sua volta, só queria saber do bebê. — Sim, querida! Inclusive, preciso lhe parabenizar pela excelente saúde, pelo visto você já cuida! Provavelmente está comendo pouco por causa dos enjoos! — ela deu um leve sorriso. Tudo o que impo
CAPÍTULO 24 Anelise ficou aliviada quando viu o porteiro Edgar parado do lado de fora da porta. Ela respirou devagar e encostando a mão na parede esperou cinco segundos até que o seu corpo normalizasse, então ela abriu a porta. — Olá, Edgar! — seu sorriso era fraco, e a expressão de cansaço não passou despercebido por ele. — Você está bem? Parece pálida, quando entrou no elevador fiquei preocupado, mas não podia sair, mas agora arrumei um tempinho. — ela soltou todo o ar e virou de costas indo até o sofá. — Senta, Edgar! — ele entrou, mas deixou a porta aberta e permaneceu em pé. — Eu estou bem, só queria saber se “você” está!? — Anelise o olhou desanimada. — Não estou bem! Estou cansada, estou irritada, a minha cabeça dói, tenho vontade de voltar lá e bater de verdade naquele mentiroso! — respirou, parando por alguns segundos. — Acho que só vou melhorar quando sumir daqui! — soltou as mãos sobre as pernas, olhando para o chão. — Nossa
CAPÍTULO 25 — Velha chata, deveria cuidar da vida dela! Depois não sabe porque vive sozinha, ninguém suportou! — murmurou Anelise, assim que saiu daquele prédio atordoada, não conseguia entender porque tanto as pessoas pensavam mal dela. Aquela mulher já havia passado dos limites, e agora Anelise perdeu completamente a paciência. Ela pegou um carro de aplicativo e passou na academia assinar os documentos, embora tenham ficado triste de sua saída, não foi demorado para que ela pudesse deixar tudo assinado e seguir o seu destino. — Boa sorte, Ane! Me liga depois para contar como estão as coisas! — disse a sua colega Natália, ao dar um abraço sincero. — Está, bem! — todos viam que Anelise parecia bem, ela não chorava como imaginavam vê-la fazer, também não estava de olhos inchados ou com o cabelo bagunçado e roupa amarrotada. — Disse a ele que estava o deixando? — Natália cochichou, e Anelise voltou ao seu ouvido. — Sim! Deixei um recado. — Bem especificado, imagino? — Anelise deu
CAPÍTULO 26 Anelise nem se deu ao trabalho de olhar para aquele celular outra vez. “Certamente ele já foi lá levar o jantar de Alicia, e se ocupou!“ — pensou ela, balançando a cabeça, bufando. Chico começou a miar e então ela o tirou da caixa e o pegou no colo, pensando em como seguiria a sua vida agora, então acabou cochilando. — Moça! — num pequeno pulo ela levantou a cabeça, percebendo que havia chegado na sua cidade natal. — Oh! Já estou descendo! — se apressou em colocar o Chico na caixa e desceu eufórica procurando a sua mala, vendo que já era a última. Antes de pegar o celular para chamar um carro de aplicativo, ela viu uma menininha com lacinhos nos cabelos, estavam presos no alto, muito bem feitos, com tranças e fitas amarradas nas pontas. Muito bem vestida, com um vestido rosa, rodado, e sapatos beges. Anelise olhou para os lados e estranhamente não viu ninguém perto da garotinha. Ela parou onde estava e observou um pouco mais, “ela está