CAPÍTULO 25 — Velha chata, deveria cuidar da vida dela! Depois não sabe porque vive sozinha, ninguém suportou! — murmurou Anelise, assim que saiu daquele prédio atordoada, não conseguia entender porque tanto as pessoas pensavam mal dela. Aquela mulher já havia passado dos limites, e agora Anelise perdeu completamente a paciência. Ela pegou um carro de aplicativo e passou na academia assinar os documentos, embora tenham ficado triste de sua saída, não foi demorado para que ela pudesse deixar tudo assinado e seguir o seu destino. — Boa sorte, Ane! Me liga depois para contar como estão as coisas! — disse a sua colega Natália, ao dar um abraço sincero. — Está, bem! — todos viam que Anelise parecia bem, ela não chorava como imaginavam vê-la fazer, também não estava de olhos inchados ou com o cabelo bagunçado e roupa amarrotada. — Disse a ele que estava o deixando? — Natália cochichou, e Anelise voltou ao seu ouvido. — Sim! Deixei um recado. — Bem especificado, imagino? — Anelise deu
CAPÍTULO 26 Anelise nem se deu ao trabalho de olhar para aquele celular outra vez. “Certamente ele já foi lá levar o jantar de Alicia, e se ocupou!“ — pensou ela, balançando a cabeça, bufando. Chico começou a miar e então ela o tirou da caixa e o pegou no colo, pensando em como seguiria a sua vida agora, então acabou cochilando. — Moça! — num pequeno pulo ela levantou a cabeça, percebendo que havia chegado na sua cidade natal. — Oh! Já estou descendo! — se apressou em colocar o Chico na caixa e desceu eufórica procurando a sua mala, vendo que já era a última. Antes de pegar o celular para chamar um carro de aplicativo, ela viu uma menininha com lacinhos nos cabelos, estavam presos no alto, muito bem feitos, com tranças e fitas amarradas nas pontas. Muito bem vestida, com um vestido rosa, rodado, e sapatos beges. Anelise olhou para os lados e estranhamente não viu ninguém perto da garotinha. Ela parou onde estava e observou um pouco mais, “ela está
CAPÍTULO 27 Vicente ficou decepcionado quando olhou a tela do seu celular e era Alicia. Ele não queria falar com ninguém agora, precisava saber de Anelise. Após recusar a chamada, Vicente vai para o seu carro, abre bem os vidros e dirige bem devagar, “quem sabe eu não veja Anelise em algum lugar?“ — pensa, ao olhar por cada rua. Está chovendo em Curitba, uma garoa insistente, mas ele não liga para isso, apenas dirige pelas ruas silenciosas do centro. São poucas quadras e ele já fica impaciente, então pega o celular que havia jogado sobre o banco e volta a tentar falar com ela, ligando insistentemente, mas ela nunca atende. Vicente começa a olhar nos bares, às vezes ela frequentava com ele, “quem sabe não foi até lá?” — pensava. Depois de passar em muitos lugares, e procurar o seu rosto em cada um deles, Vicente entrou no bar Santa Marta. — Me traga uma garrafa do que tiver de mais forte! — pediu assim que entrou, nem observou dezenas de olhares cur
CAPÍTULO 28 Vicente estava tentando abrir a porta do seu carro, quando alguém segurou no seu braço. Assustado, ele virou rapidamente já tentando segurar no pescoço de quem o segurava, mas ele se acalmou assim que viu um rosto conhecido. — Diego? Me desculpe, quase não te reconheci! — seu amigo sorriu fraco, balançando a cabeça ao ver o estado do amigo. — Cara, eu não acredito que você não parou de beber! Eu sempre preciso te dizer a mesma coisa, toda vez! Eu te vi com o Vagner, pensei que estivesse te ajudando, ele sabe do teu problema com as bebidas, recentemente! — o nome do Vagner fez Vicente clarear a memória, ele esqueceu tudo o que ouviu, só lembrou desse nome. — Você tem uma arma? — Quê? Cala a boca Vicente, você ficou mais idiota do que pensei! Vou te levar pra casa, porquê o seu carro já abriu e você nem viu! — Vicente empurrou o amigo e depois puxou. — Eu vou matar aquele traidor! Me deixe dirigir, não preciso de arma, vou matá-lo! Ele l
CAPÍTULO 29 — Eu nunca pensei que... eu precisasse saber da família dela! — Vicente comentou com Vagner, passando a mão nos cabelos. — E, porquê não? — Tínhamos uma vida estável, eu sempre comprei de tudo pra ela, tinha dinheiro alto numa conta conjunta, ela deve ter usado o dinheiro... — Vicente meio que falava para si mesmo. — Ela disse que jamais me deixaria, pensei que fosse verdade. — Bom... pelo visto, estava comprando a moça, os boatos são verdadeiros! — Vicente levantou enfurecido. — EU NÃO FIZ, ISSO! QUE PORRA, QUE TODOS PENSAM ISSO DE MIM! EU GOSTO DELA, GOSTO DE COMPRAR PRESENTES, SINTO A SUA FALTA O TEMPO TODO! MAS, QUE DROGA! — empurrou a cadeira e deixou a sala de Vagner para ir ao seu escritório. No carro a sua cabeça estava uma bagunça. Vicente estava tentando entender sobre a sua vida. Com raiva pegou o celular e começou a ligar para Anelise outra vez, mas todas as vezes que ele tentou chamava até cair. Ele quase bateu o carro n
CAPÍTULO 30 Depois de terminar o café da manhã, Anelise saiu por Guarapuava à procura de emprego. Entrou em várias academias, mas não estavam contratando, então ela parou numa loja de informática e criou um novo currículo, num computador disponível. Anelise começou a enviar para os locais mais próximos, e depois para bairros vizinhos, fez isso o dia todo, até que alguém lhe respondeu. Anelise conheceu a academia e o chefe gostou dela. Os alunos já haviam encerrado os treinos, e depois de um tempo ela foi contratada. — Se quiser pode começar amanhã, mesmo! Os seus exames estão, ok? — então ela lembrou sobre a gravidez. — Bom, na verdade, eu estou grávida. Espero que isso não cause problemas... — Como assim, grávida? Me tomou quase duas horas do meu tempo te entrevistando, e você simplesmente me fala o mais importante no final? — o homem colocou a mão cintura, irritado. — Eu sinto muito, mas acredito que não vá atrapalhar, eu estava trabalhando
CAPÍTULO 31 Vicente ficou confuso depois que desligou a ligação, não esperava que Alicia fosse piorar, ficou preocupado. — Se sente que precisa ajudar, vá! O problema está em como ajuda, não se deixe levar por ela, você é mais inteligente que isso, lembre do teu objetivo! — sua mãe o encorajou. — Ela pode correr riscos demais, acho que vou até lá! — a sua mãe sorriu de leve. — Então, vá! — Vicente saiu apressado, pegou o seu carro e atravessou o centro para ir até Alicia. Quando chegou lá, Desirê veio ofegante, balançava as mãos apressando, Vicente. — Vem logo, ela está muito mal! Você demorou muito, não vê? — ele não respondeu. Entrou na casa e Alicia estava na cama, com um baby doll minúsculo e parcialmente acordada. Quando ouviu a voz de Vicente perguntando onde ela estava, ela desceu da cama e foi para o chão, tentando chamar a atenção. — ALICIA! MEU DEUS, ALICIA, VOCÊ PRECISA IR IMEDIATAMENTE PARA O HOSPITAL! — ele falou tentando
CAPÍTULO 32 Vicente começou a ligar novamente para Anelise, mas depois da terceira tentativa, desistiu. “Preciso encontrar a família dela, assim saberei onde está!“ Ele cancela todos os seus compromissos, como o investigador não deu resultados ele conseguiu o endereço com a secretária e foi até o prédio deles. Vicente entrou apressado. — Esse é o escritório do senhor, Correia? — perguntou a secretária. — Sim! O senhor deseja... EI! O SENHOR NÃO PODE ENTRAR SEM SER AUTORIZADO! — Vicente não se importou com mais nada, simplesmente entrou naquela sala, e bateu com a mão na mesa. — Não posso mais esperar! Se não tiver nada para mim, vou colocar um anúncio na televisão e nas redes sociais, quem me der o endereço de Anelise leva meio milhão. O que acha, senhor Correia? — o homem se ajeitou na cadeira, havia pedido cem mil reais e já era muito mais que o suficiente, mas não poderia perder a oportunidade. — Sente-se, senhor Cardoso! Aconselho a nã