CAPÍTULO 21 Vagner estava saindo de outra conveniência com o amigo dele, e também de Vicente, “o Maurício”. Estranhou ver o carro a sua frente, “conheço esse carro...“ — pensou, pois ele estava olhando fixamente, quando Anelise chegou nele no dia da festa e do anúncio de noivado de Vicente e ela. — É o carro da noiva do Vicente! — Vagner comentou com Maurício. — É? Provavelmente entrou na... — Maurício parou de falar, na mesma hora que se aproximaram do carro e viram Anelise caída no chão. — Caramba! Aconteceu alguma coisa, precisamos tentar acordá-la! — Vagner disse, se abaixou tentando levantar Anelise que estava desmaiada. — Ela não acorda, e agora? — Maurício questionou e se esticou para pegar um celular que estava no chão, já que ele está acima do peso. — Acho que esse celular é dela! Mas está desligado e deve ter senha! — Eu não vou esperar, vamos levar Anelise no hospital, pode ser grave. Você me ajuda? — um olhou para o outro.
CAPÍTULO 22 — Encontramos Anelise caída na rua, nada além disso! — Vagner explicou quando viu o olhar diferente de Vicente, que após isso, levantou do nada, virou para os colegas, pensativo. — Eu não entendi o que aconteceu ontem, sabia? Porquê apareceu na academia e ficou abraçando a minha noiva? — Vicente questionou, ele foi bem perto de Vagner, que sorriu de leve, arrumando o cabelo. — Então, ela comentou? Estou precisando de uma ótima personal, já estou indo atrás de um atestado para começar! — Vagner respondeu calmamente, pegou o álcool em gel e passou nas mãos. — Me chantagearam, Vagner! Ficou sabendo disso? — Vicente olhava irritado para o colega, que percebeu que estava nervoso, “Mas, será que era por Anelise?“ — Vagner pensava. — Não sei... como assim? — Vagner franziu a testa, mas Vicente lembrou o que veio fazer e ignorou os amigos, se voltando para Anelise. — Ane, o seu sangue é “O” negativo, não é? — Sim, porquê? — Anelise sentiu as mãos de Vicente segurando as
CAPÍTULO 23 — Grávida? — perguntou para o médico. — Sim! Ainda está no início, tem seis semanas, aproximadamente, pela contagem de hcg no sangue! Vou prescrever alguns medicamentos, pois episódios como os de hoje, não podem de forma alguma voltar a acontecer... você precisa se alimentar mais vezes, porções pequenas, mas não pule refeições! Também deve tomar os remédios corretamente... — O médico ia falando e Anelise levou a mão até a barriga, estava parando de tremer, ela enfim, teria o bebê que sonhava em ter, já conseguia visualizar as mãozinhas, os pezinhos, a sua mente a levou longe, imaginando qual a sensação de sentir os primeiros movimentos e os famosos chutes. — No restante eu estou saudável, doutor? — Anelise esqueceu tudo a sua volta, só queria saber do bebê. — Sim, querida! Inclusive, preciso lhe parabenizar pela excelente saúde, pelo visto você já cuida! Provavelmente está comendo pouco por causa dos enjoos! — ela deu um leve sorriso. Tudo o que impo
CAPÍTULO 24 Anelise ficou aliviada quando viu o porteiro Edgar parado do lado de fora da porta. Ela respirou devagar e encostando a mão na parede esperou cinco segundos até que o seu corpo normalizasse, então ela abriu a porta. — Olá, Edgar! — seu sorriso era fraco, e a expressão de cansaço não passou despercebido por ele. — Você está bem? Parece pálida, quando entrou no elevador fiquei preocupado, mas não podia sair, mas agora arrumei um tempinho. — ela soltou todo o ar e virou de costas indo até o sofá. — Senta, Edgar! — ele entrou, mas deixou a porta aberta e permaneceu em pé. — Eu estou bem, só queria saber se “você” está!? — Anelise o olhou desanimada. — Não estou bem! Estou cansada, estou irritada, a minha cabeça dói, tenho vontade de voltar lá e bater de verdade naquele mentiroso! — respirou, parando por alguns segundos. — Acho que só vou melhorar quando sumir daqui! — soltou as mãos sobre as pernas, olhando para o chão. — Nossa
CAPÍTULO 25 — Velha chata, deveria cuidar da vida dela! Depois não sabe porque vive sozinha, ninguém suportou! — murmurou Anelise, assim que saiu daquele prédio atordoada, não conseguia entender porque tanto as pessoas pensavam mal dela. Aquela mulher já havia passado dos limites, e agora Anelise perdeu completamente a paciência. Ela pegou um carro de aplicativo e passou na academia assinar os documentos, embora tenham ficado triste de sua saída, não foi demorado para que ela pudesse deixar tudo assinado e seguir o seu destino. — Boa sorte, Ane! Me liga depois para contar como estão as coisas! — disse a sua colega Natália, ao dar um abraço sincero. — Está, bem! — todos viam que Anelise parecia bem, ela não chorava como imaginavam vê-la fazer, também não estava de olhos inchados ou com o cabelo bagunçado e roupa amarrotada. — Disse a ele que estava o deixando? — Natália cochichou, e Anelise voltou ao seu ouvido. — Sim! Deixei um recado. — Bem especificado, imagino? — Anelise deu
CAPÍTULO 26 Anelise nem se deu ao trabalho de olhar para aquele celular outra vez. “Certamente ele já foi lá levar o jantar de Alicia, e se ocupou!“ — pensou ela, balançando a cabeça, bufando. Chico começou a miar e então ela o tirou da caixa e o pegou no colo, pensando em como seguiria a sua vida agora, então acabou cochilando. — Moça! — num pequeno pulo ela levantou a cabeça, percebendo que havia chegado na sua cidade natal. — Oh! Já estou descendo! — se apressou em colocar o Chico na caixa e desceu eufórica procurando a sua mala, vendo que já era a última. Antes de pegar o celular para chamar um carro de aplicativo, ela viu uma menininha com lacinhos nos cabelos, estavam presos no alto, muito bem feitos, com tranças e fitas amarradas nas pontas. Muito bem vestida, com um vestido rosa, rodado, e sapatos beges. Anelise olhou para os lados e estranhamente não viu ninguém perto da garotinha. Ela parou onde estava e observou um pouco mais, “ela está
CAPÍTULO 27 Vicente ficou decepcionado quando olhou a tela do seu celular e era Alicia. Ele não queria falar com ninguém agora, precisava saber de Anelise. Após recusar a chamada, Vicente vai para o seu carro, abre bem os vidros e dirige bem devagar, “quem sabe eu não veja Anelise em algum lugar?“ — pensa, ao olhar por cada rua. Está chovendo em Curitba, uma garoa insistente, mas ele não liga para isso, apenas dirige pelas ruas silenciosas do centro. São poucas quadras e ele já fica impaciente, então pega o celular que havia jogado sobre o banco e volta a tentar falar com ela, ligando insistentemente, mas ela nunca atende. Vicente começa a olhar nos bares, às vezes ela frequentava com ele, “quem sabe não foi até lá?” — pensava. Depois de passar em muitos lugares, e procurar o seu rosto em cada um deles, Vicente entrou no bar Santa Marta. — Me traga uma garrafa do que tiver de mais forte! — pediu assim que entrou, nem observou dezenas de olhares cur
CAPÍTULO 28 Vicente estava tentando abrir a porta do seu carro, quando alguém segurou no seu braço. Assustado, ele virou rapidamente já tentando segurar no pescoço de quem o segurava, mas ele se acalmou assim que viu um rosto conhecido. — Diego? Me desculpe, quase não te reconheci! — seu amigo sorriu fraco, balançando a cabeça ao ver o estado do amigo. — Cara, eu não acredito que você não parou de beber! Eu sempre preciso te dizer a mesma coisa, toda vez! Eu te vi com o Vagner, pensei que estivesse te ajudando, ele sabe do teu problema com as bebidas, recentemente! — o nome do Vagner fez Vicente clarear a memória, ele esqueceu tudo o que ouviu, só lembrou desse nome. — Você tem uma arma? — Quê? Cala a boca Vicente, você ficou mais idiota do que pensei! Vou te levar pra casa, porquê o seu carro já abriu e você nem viu! — Vicente empurrou o amigo e depois puxou. — Eu vou matar aquele traidor! Me deixe dirigir, não preciso de arma, vou matá-lo! Ele l