Anne,O turno acaba, e eu começo a organizar as coisas para ir embora. Quando me levanto da minha cadeira, o Eduardo se aproxima de mim, e fica do meu lado. Hele pega a bolsa dela, e sai dando tchau para nós dois.— Vamos para casa, querida?— Não, já dormi lá ontem, hoje vou pra minha casa.— Mas eu não posso dormir na sua casa, porque a noite você vai trabalhar.— Então, cada um na sua casa?— Nem pensar, vou dormir com você na sua, e quando você for trabalhar, eu vou para a minha, e de manhã te pego para tomar café.Sorrio, pois ele tem uma conta para acertar comigo. Não sou de comer muito, mas vou fazer ele gastar bastante, para compensar o que ele me fez gastar da última vez. Seguimos para o carro, e nos encontramos na minha casa. Ele desce e vai até o porta-malas, e tira um saco transparente, que tem a roupa dele lá.— Sabia que vinha para minha casa?— Não, eu sempre deixo roupas reservas no meu carro, caso ocorra algum imprevisto. Se você fizesse isso, seria mais prático para
Eduardo, Contra gosto, vou pra minha casa, enquanto vejo ela indo para o trabalho. Queria tanto poder ficar mais com ela. Mas entendi o recado que ela me deu, sobre namoro não ser casamento. Vou cobrar menos dela, antes que ele me deixe sozinho. Como dormir a noite toda, resolvo assitir um filme. Mas antes, tomo um banho, e fico só de samba canção, e me largo no meu sofá. Coloco um filme de ação, e assisto. Até que escuto uma buzina insistente na rua, sei que não é para mim, pois aqui nessa cidade, ainda não fiz amizade com ninguém. Não ao ponto de vir aqui na minha casa. Mas a buzina não para, e começa a me incomodar, porque está atrapalhando se eu assistir o filme. Me levanto para mandar ir para o inferno, mas quando eu abro a porta, vejo o carro da Anne parado, e é ela que tá buzinando como uma louca. Ela desce do carro, e fica olhando para mim, e eu sem entender nada. Será que ela foi demitida? Deus queira que sim. — O que aconteceu? — Eu tô doente, será que o doutor pode
Anne, Nem sei o que deu em mim, mas sabe quando você pensa, vai doer de qualquer jeito, então que seja de uma vez? Foi assim, fui com a cara e a coragem e sentei. Mas quase perdi os sentidos, fiquei até tonta pela dor. Não sei se é porque ele é grande, ou porque eu sou virgem, mas que a dor parecia que estava me cortando no meio, isso estava. Ele não se mexe, fica parado comigo apertando ele. Mas com o tempoz a dor vai diminuindo, e ficando apenas um incômodo. Eduardo: — Se você se sentir a vontade, pode subir e descer, ou ir para frente e para trás. Hoje você dita as regras. Mas só hoje Anne: — Me ajuda, eu não sei como fazer isso. — Ele estava com a mão na minha cintura, mãe começa a descer lentamente até a minha bunda. Ele segura com as mãos uma de cada lado, e vai subindo devagar, e depois descendo. Faz isso até eu me acostumar, e depois eu faço sozinha. A dor e o incomodo vai dando lugar para uma cosquinha, uma coisa estranha. Estranha, mas boa, e eu acelero um pouco mais. S
Anne,Ele para de falar e fica olhando perdido para o chão. Talvez seja demais para ele falar para mim o que aconteceu, mas acho que juntos nós dois termos consciência do que aconteceu com o outro no passado, pois só assim a relação dará certo.— O que foi que você viu lá, Eduardo? Me conta, eu preciso saber. — Ele respira fundo e olha para mim, cria coragem e continua.— Ela saindo do escritório com um homem de mãos dadas. Queria descer do carro, brigar com ela, quebrar a cara dele, e pegar ela nos braços e levar para casa. Mas me controlei, esperei para ver até onde os dois iam. Ele a levou até um restaurante, de luxo, coisa que eu jamais poderia pagar para ela. E foi aí que eu entendi que ela queria o luxo e não um amor.— Eita, te trocou pelo chefe dela? — Ele balança a cabeça concordando, dando um sorriso de lado. — E você não falou nada, não entrou lá para dar na cara dos dois? Você é muito calmo.— Eu queria ver até onde os dois iam. Fora que eu não sou um homem violento, eu j
Anne,— Não precisa ficar preocupada. Todos os meses faço exame de sangue, e todo ano de próstata. Não quero morrer antes do tempo certo, e agora, principalmente, não quero morrer antes de me casar com você, doutora Anne.Solto um suspiro e ele começa a dar risada, depois esboça um sorriso safado, e eu fico parada no tempo. Se casar comigo? Será que ele realmente quer isso? Um pegador geral ficando preso a uma pessoa só, será que vai dar certo?— Não se assuste, por favor. Sabe, Anne, você é linda, gostosa e sensual. Mas também é respeitosa e violenta quando alguém tenta algo com você. Sei que você é totalmente diferente de todas as mulheres, pois você se guardou todos esses anos. E porra, 30 anos sendo virgem, não é qualquer pessoa que consegue isso não.— Foi uma escolha minha, e também não tive tempo para namorar. A medicina acabou comigo. Fora que depois do acidente, eu fiquei tão aérea, que nem prestei atenção nisso. Só queria trabalhar e pagar minhas contas.— Sim, e trabalhado
Eduardo,Ao amanhecer, passo a mão pela cama, e ela não está mais ao meu lado. Uma sensação de medo me invade, quase como se o que aconteceu ontem fossem meras ilusões, fragmentos de um sonho que se foi ao primeiro sinal de luz.Como se ela tivesse apenas invadido meus sonhos, mas agora acordei para a realidade sem realmente ter acontecido nada. Será que eu pedi a mão dela em casamento no sonho? Transei com ela em sonho? Mas tudo parecia tão real. Minha mente não poderia me trair desse jeito, não, não foi um sonho.Em desespero, pego meu celular, com a esperança de que ela só esteja na esquina comprando algo para nós comermos, e procuro pelo número dela sem conseguir abrir os olhos direito pela claridade do celular. Assim que encontro, aperto o botão de ligar imediatamente. Respiro rápido, tentando me acalmar junto com os toques do celular, que parecem uma eternidade.Na primeira tentativa, a ligação cai. Me ergo da cama desesperado, e tento mais uma vez, passando a mão pelos cabelos.
Eduardo,— Posso pensar no caso? — Ela pergunta e eu concordo, mas vou fazer de tudo para que ela aceite isso. É injusto ela ser noiva de um médico como eu, que tenho muito dinheiro, se matar de tanto trabalhar.Mas ainda quero fazer ela retomar para a pediatria. Ela não perdeu a licença, ela é médica, e vou fazer ela perder esse trauma dela. Só não sei como vou fazer isso, mas eu preciso tomar uma providência. Assim, com certeza ela largaria de vez, sem nem pensar duas vezes, o trabalho de socorrista.O dia foi maravilhoso entre nós dois, parecíamos realmente um casal apaixonado. Tivemos um momento só nosso, nós cozinhamos juntos, assistimos a um filme, e dormimos no sofá durante o filme, pois temos o plantão à noite no hospital.Acordamos, fizemos a nossa higiene e seguimos para o hospital. Queria dar mais uma namoradinha antes de irmos trabalhar, pois lá no hospital ela é muito chata, não me deixa tocá-la, mesmo que tenha um quarto para os médicos descansarem.Mas sei que ela deve
Anne,O olhar suplicante do Eduardo, a menina toda machucada em cima da mesa, o crânio dela fraturado em minhas mãos e a revelação da Helen de que ela foi abusada me fez paralisar por um breve momento.— Anne, por favor, vamos salvar ela, me ajuda. — Eu acordo para a realidade no mesmo instante.— Ok, doutor. Helen, avisa a sala de cirurgia, estamos descendo. — Os dois esboçam um sorriso no rosto, e Helen sai correndo para avisar a sala de cirurgia.Eduardo e eu arrumamos ela em cima da maca, para que ela não caia, e seguimos às pressas para a cirurgia. As enfermeiras colocam-na na sala enquanto Eduardo e eu fazemos a higienização. Ele não fala nada; pelos cantos dos olhos, posso ver que ele me olha enquanto se lava.Respiro fundo enquanto Eduardo e eu entramos na sala de cirurgia. Sinto uma mistura de tristeza e raiva pela situação dela. Esta é a minha primeira cirurgia após meu afastamento da pediatria e, apesar de estar nervosa, sei que estou pronta para enfrentar e salvá-la.Visto