Eduardo,— Posso pensar no caso? — Ela pergunta e eu concordo, mas vou fazer de tudo para que ela aceite isso. É injusto ela ser noiva de um médico como eu, que tenho muito dinheiro, se matar de tanto trabalhar.Mas ainda quero fazer ela retomar para a pediatria. Ela não perdeu a licença, ela é médica, e vou fazer ela perder esse trauma dela. Só não sei como vou fazer isso, mas eu preciso tomar uma providência. Assim, com certeza ela largaria de vez, sem nem pensar duas vezes, o trabalho de socorrista.O dia foi maravilhoso entre nós dois, parecíamos realmente um casal apaixonado. Tivemos um momento só nosso, nós cozinhamos juntos, assistimos a um filme, e dormimos no sofá durante o filme, pois temos o plantão à noite no hospital.Acordamos, fizemos a nossa higiene e seguimos para o hospital. Queria dar mais uma namoradinha antes de irmos trabalhar, pois lá no hospital ela é muito chata, não me deixa tocá-la, mesmo que tenha um quarto para os médicos descansarem.Mas sei que ela deve
Anne,O olhar suplicante do Eduardo, a menina toda machucada em cima da mesa, o crânio dela fraturado em minhas mãos e a revelação da Helen de que ela foi abusada me fez paralisar por um breve momento.— Anne, por favor, vamos salvar ela, me ajuda. — Eu acordo para a realidade no mesmo instante.— Ok, doutor. Helen, avisa a sala de cirurgia, estamos descendo. — Os dois esboçam um sorriso no rosto, e Helen sai correndo para avisar a sala de cirurgia.Eduardo e eu arrumamos ela em cima da maca, para que ela não caia, e seguimos às pressas para a cirurgia. As enfermeiras colocam-na na sala enquanto Eduardo e eu fazemos a higienização. Ele não fala nada; pelos cantos dos olhos, posso ver que ele me olha enquanto se lava.Respiro fundo enquanto Eduardo e eu entramos na sala de cirurgia. Sinto uma mistura de tristeza e raiva pela situação dela. Esta é a minha primeira cirurgia após meu afastamento da pediatria e, apesar de estar nervosa, sei que estou pronta para enfrentar e salvá-la.Visto
Anne,— Anne, como você já sabe, o processo de adoção é bastante detalhado e requer alguns passos importantes. — Explica a assistente social para mim, eu presto bastante atenção. — Primeiro, você precisa entrar em contato com um órgão responsável pela adoção na sua região, geralmente um juizado da infância e juventude ou um grupo de apoio à adoção. Eles vão orientá-la sobre os documentos necessários e os requisitos para se tornar apta para adotar.— Entendi. E depois disso, o que acontece? Demora muito?— Depois de passar pela fase de preparação e análise documental, você será submetida a entrevistas e visitas domiciliares para avaliar sua aptidão e capacidade para cuidar de uma criança. Esse processo é importante para garantir o bem-estar da criança e a compatibilidade com o perfil da família adotiva. Então sim, demora alguns dias, as vezes meses para ser aprovada.— Até ela lá, ela ficará no orfanato? — Ela balança a cabeça concordando, já que ela não pode volta para a avó paterna,
Anne,Após sairmos do hospital, decidimos ir direto a lanchonete. Ele se senta à minha frente, com um sorriso no rosto, como se soubesse exatamente o que eu vou dizer. Observo seu olhar confiante e me pergunto o que está se passando em sua mente. Será que ele realmente sabe o que eu pretendo falar? Pela felicidade dele, ele deve ao menos suspeitar.— vamos lá Anne, solta tudo.— Só depois que eu comer. Garçom, quero uma fatia de bolo de chocolate, aquele com bastante recheio.Ele olha para mim sorrindo, e balança a cabeça. Peço praticamente um banquete, e diferente dele, pedi logo tudo de uma vez. — Pode trazer tudo, e mais um café para mim. — Ele fala olhando para o garçom, e depois olha para mim. — Espero que a notícia vale essa falência que você está me dando.— Ouvir dizer que pediatra ganha muito bem. Você me fez pagar um monte de coisa para você, com um salário de enfermeira e de socorrista, o que isso para um médico que logo será o Chefe.— Chefe? Que história é essa, Anne?Nã
Anne,Ela é tão linda, mesmo com alguns machucados, parece uma princesinha. Não sei se vou conseguir dar tudo que ela quiser, mas vou fazer de tudo para dar tudo que ela precisar. Acredito que essa seja a função dos pais, e essa pequena já sofreu tanto, que agora eu quero dar o mundo para ela.Alguns minutos depois, o Eduardo entra no quarto, e fica do meu lado, apreciando ela junto comigo. Nesses dias, ela está sob os cuidados da assistente social, nenhum parente dela está autorizado a vir, por ordens do juiz. Até porque, parece que a mãe dela era sozinha aqui, e a família que ela tem é tudo por parte de pai.Se eles não conseguiram proteger ela do monstro, então acho muito mais que certo que eles não possam vê-la, nem agora e nem nunca mais. Se eu conseguir essa adoção, vou trocar o nome dela todo, vou deixá-lo Sophia, pois ela parece muito com a princesa. Até a mesma cor dos cabelos que vai na altura dos ombros.Vou tentar ganhar a guarda dela antes que ela vá para o orfanato, quer
Anne,Entramos no carro dele, e ele para em frente à minha casa. Pego minhas coisas, pelo menos as pessoais que cabem no carro do Eduardo, pois como a casa dele já está toda montada com os móveis, levar os meus só vai encher a casa de coisas desnecessárias.Ligo para o dono da casa e a entrego, dizendo que vou deixar os móveis como brinde por ele ter sido tão bom e paciente comigo quando meus pagamentos atrasavam. Mas agora minha vida é de mulher casada, e tenho que morar com Eduardo, algo que ele nem queria, não é mesmo? Tento acreditar que ele conseguiu o que tanto queria.Chegando em casa, capotamos na cama depois de um belo banho quente, super relaxante. Não há nada melhor na vida do que poder dormir até o seu corpo dizer "chega", especialmente quando o Eduardo não acorda antes de mim querendo namorar um pouco.O celular desperta às 14:00, pois preciso levar os documentos para a assistente social para ganhar a guarda da Sophia. Balanço o Eduardo, perguntando se ele vai comigo ou n
Anne,Tomo meu banho, ficando bem cheirosa, passando todos os produtos que posso passar. Passo um creme no meu corpo e me sento na cadeira para começar a fazer a minha maquiagem. Como ele só avisou em cima da hora, não tenho ninguém para chamar para me ajudar.Só espero que ele não tenha inventado uma festa grande com muitas pessoas, pois o que eu estou fazendo aqui é um serviço de amador. Para uma festa grande, o certo seria ir a um salão me produzir lá.Quando estou passando o blush, a campainha toca. Coloco um roupão e olho para a janela para ver quem é. E lá está, a minha salva-vidas, a Helen. Solto um suspiro de alívio, pelo menos ela vai poder me dar uma mãozinha. Desço as escadas e abro a porta para ela entrar.— Vim te ajudar, nunca vi uma noiva se arrumar sozinha.— Eduardo e sua pressa, eu ia inventar qualquer coisa aqui para ir me casar.— Não precisa, a sua salva-vidas chegou, vamos para o seu quarto que eu vou cuidar de tudo.Subimos as escadas para o meu quarto, e eu vol
Anne, — Ele estava nos seguindo, senhor. — Me desperto com a voz da Helen falando. Olho para frente e vejo o policial olhando para trás enquanto o carro do Cláudio ganha velocidade.— Sabem quem era o motorista que estava seguindo vocês? — Damos os dados do Cláudio que sabemos para ele, e eu peço para ele fazer a escolta até a igreja.Ele concorda e manda o motorista nos seguir. Espero que o Eduardo não tenha desistido do casamento. Depois desse sufoco todo, espero que ele esteja lá me esperando ainda no altar, todo lindo de terno e gravata.Assim que chegamos, eu não espero o carro parar e desço, indo até a escada principal da igreja. O policial e a Helen me seguem e ele confirma que mais policiais estão em busca do Cláudio. Solto um suspiro e olho para frente.Tenho uma má impressão ao começar a subir os degraus da escada da igreja, como se algo mandasse eu não abrir a porta, pois a surpresa lá dentro será grande. Meu coração acelera e minha mente trabalha a mil por hora, pedindo p