Anne,Ela é tão linda, mesmo com alguns machucados, parece uma princesinha. Não sei se vou conseguir dar tudo que ela quiser, mas vou fazer de tudo para dar tudo que ela precisar. Acredito que essa seja a função dos pais, e essa pequena já sofreu tanto, que agora eu quero dar o mundo para ela.Alguns minutos depois, o Eduardo entra no quarto, e fica do meu lado, apreciando ela junto comigo. Nesses dias, ela está sob os cuidados da assistente social, nenhum parente dela está autorizado a vir, por ordens do juiz. Até porque, parece que a mãe dela era sozinha aqui, e a família que ela tem é tudo por parte de pai.Se eles não conseguiram proteger ela do monstro, então acho muito mais que certo que eles não possam vê-la, nem agora e nem nunca mais. Se eu conseguir essa adoção, vou trocar o nome dela todo, vou deixá-lo Sophia, pois ela parece muito com a princesa. Até a mesma cor dos cabelos que vai na altura dos ombros.Vou tentar ganhar a guarda dela antes que ela vá para o orfanato, quer
Anne,Entramos no carro dele, e ele para em frente à minha casa. Pego minhas coisas, pelo menos as pessoais que cabem no carro do Eduardo, pois como a casa dele já está toda montada com os móveis, levar os meus só vai encher a casa de coisas desnecessárias.Ligo para o dono da casa e a entrego, dizendo que vou deixar os móveis como brinde por ele ter sido tão bom e paciente comigo quando meus pagamentos atrasavam. Mas agora minha vida é de mulher casada, e tenho que morar com Eduardo, algo que ele nem queria, não é mesmo? Tento acreditar que ele conseguiu o que tanto queria.Chegando em casa, capotamos na cama depois de um belo banho quente, super relaxante. Não há nada melhor na vida do que poder dormir até o seu corpo dizer "chega", especialmente quando o Eduardo não acorda antes de mim querendo namorar um pouco.O celular desperta às 14:00, pois preciso levar os documentos para a assistente social para ganhar a guarda da Sophia. Balanço o Eduardo, perguntando se ele vai comigo ou n
Anne,Tomo meu banho, ficando bem cheirosa, passando todos os produtos que posso passar. Passo um creme no meu corpo e me sento na cadeira para começar a fazer a minha maquiagem. Como ele só avisou em cima da hora, não tenho ninguém para chamar para me ajudar.Só espero que ele não tenha inventado uma festa grande com muitas pessoas, pois o que eu estou fazendo aqui é um serviço de amador. Para uma festa grande, o certo seria ir a um salão me produzir lá.Quando estou passando o blush, a campainha toca. Coloco um roupão e olho para a janela para ver quem é. E lá está, a minha salva-vidas, a Helen. Solto um suspiro de alívio, pelo menos ela vai poder me dar uma mãozinha. Desço as escadas e abro a porta para ela entrar.— Vim te ajudar, nunca vi uma noiva se arrumar sozinha.— Eduardo e sua pressa, eu ia inventar qualquer coisa aqui para ir me casar.— Não precisa, a sua salva-vidas chegou, vamos para o seu quarto que eu vou cuidar de tudo.Subimos as escadas para o meu quarto, e eu vol
Anne, — Ele estava nos seguindo, senhor. — Me desperto com a voz da Helen falando. Olho para frente e vejo o policial olhando para trás enquanto o carro do Cláudio ganha velocidade.— Sabem quem era o motorista que estava seguindo vocês? — Damos os dados do Cláudio que sabemos para ele, e eu peço para ele fazer a escolta até a igreja.Ele concorda e manda o motorista nos seguir. Espero que o Eduardo não tenha desistido do casamento. Depois desse sufoco todo, espero que ele esteja lá me esperando ainda no altar, todo lindo de terno e gravata.Assim que chegamos, eu não espero o carro parar e desço, indo até a escada principal da igreja. O policial e a Helen me seguem e ele confirma que mais policiais estão em busca do Cláudio. Solto um suspiro e olho para frente.Tenho uma má impressão ao começar a subir os degraus da escada da igreja, como se algo mandasse eu não abrir a porta, pois a surpresa lá dentro será grande. Meu coração acelera e minha mente trabalha a mil por hora, pedindo p
Anne,Fico olhando para ele sem entender as suas palavras. Ele vem se aproximando de mim, mas para no meio do caminho e balança a cabeça negando, não sei o que.— Me responde, onde está o seu amante? Escondeu ele embaixo da cama ou no armário?— Que amante, Eduardo? Helen e eu estávamos sendo perseguidas pelo Cláudio, por isso não entramos na igreja na hora marcada. Mas e você, onde estava até agora?Ele mais uma vez balança a cabeça negando, solta uma risada sem graça e, sem olhar para mim, ele se vira para subir as escadas. Ele vai segurando firme no corrimão, e a sorte dele é que tem, ou ele não ia chegar vivo no andar de cima.— Amiga, você quer que eu fique aqui com você? — Ele pergunta, segurando em meu ombro. Olho para ela sorrindo, sei que o Eduardo não vai fazer nada comigo, mas não garanto fazer nada com ele.— Não, Helen, eu preciso conversar com ele a sós. E se tiver que matá-lo, não quero testemunhas para me condenar.— Sabe que eu te ajudaria a enterrar o corpo e, juntas
Anne,Sinto seus dedos acariciando os meus cabelos e ele fala que sabe que eu não estou dormindo, pois como médico, ele reconhece pela respiração. Abro os meus olhos e me viro de costas para ele.— Não faça isso, não vire as costas para mim, isso é infantilidade. — Me viro, olhando para ele com raiva.— E o que é ser adulto para você? Sair do seu casamento com a sua ex para beber num barzinho? — Ele arregala os olhos, se afastando. Joguei um verde e colhi maduro. Maduro não, podre mesmo. Eu sabia que era ela, minha intuição não me enganou.— Quem te falou que era ela? Como você...— Você agora acabou de me contar. Poxa, Eduardo, eu fugindo para não ser pega pelo Cláudio, e você dando ousadia para a ex? Nosso casamento está em pausa, até você decidir o que quer da sua vida. Agora me dá licença.Me levanto e ele se levanta junto comigo, e me aperta em seus braços, mas eu não devolvo o abraço. Estou tão magoada, que até esse abraço dele está me dando raiva.— Eu só quero você. Eu não fiz
Eduardo,Algumas horas antes...Acordei de manhã com o meu celular despertando. Desligo antes que Anne acorde. Me levanto, faço a minha higiene matinal e quando eu termino de me arrumar, meu celular toca, pois encomendei o vestido da Anne, e pedi para que eles entregassem de manhãzinha.O meu terno também está pronto na loja, então, vou deixar que ela acorde com a surpresa. Desço as escadas, pego a caixa e levo para o quarto, deixando um bilhetinho fofo para ela, pois posso ver até o seu sorriso ao ler.Pego as chaves do carro e saio de casa quase na ponta dos pés para não estragar a surpresa. No meio do caminho, logo paro para a Helen vir ajudar ela a se arrumar, pois homem é fácil, mulher não.Chego na loja e já vou direto para os fundos, onde os vendedores me ajudam a me arrumar. Quando me olho no espelho, sorrio, pois é raro alguém me ver de terno e gravata. Ou estou com o uniforme do hospital ou com uma roupa mais eclética.Mesmo estando casado já com ela no civil, eu sinto que h
Eduardo — Vamos conversar como fazíamos antes, deixar os nossos corpos falar por nós... — Coloco a minha mão na frente antes que os lábios dela toquem nos meus.— Até a sua voz me enjoa, SAIIII.Ela não sai, me deixando irritado. Acelero o carro, para botar medo nela. Vou fazendo várias curvas de uma forma perigosa, quase batendo em outros carros. Ela grita, se segurando no banco do carro, mandando eu parar.Mas paro quando chego no bar, e dando cavalinho de pau, fazendo ela bater a cabeça no vidro. Não espero mais nada, abro a porta e saio do carro. Ela vem atrás de mim, reclamando que a cabeça está doendo, me pedindo para levar ela para o hospital.— Te vira, chama um Uber ou vai de pé, mas me deixe em paz. — Me levanto e deixo ela lá no balcão sozinha. Tudo que eu preciso é chorar a minha dor de ter sido trocado mais uma vez.— Eduardo, precisamos nos dar uma chance, eu sei que errei com você, mas tive medo de você não subir na vida, ter que passar necessidades com um marido enco